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Ordem da Fênix: de fã para fã

Nossa colunista, Ana Freitas, continua nossa área de Crônicas com uma resenha de fã para fã sobre o quinto filme da série, Harry Potter e a Ordem da Fênix.

Nossa colunista foi conferir a pré-estréia na noite de terça-feira e já tem suas impressões sobre o filme. Se você não quer ler nada antes de assistir ao longa, aconselho que volte aqui para ler a coluna depois. Por sua conta e risco!

Você pode conferir a coluna completa aqui.

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Ordem da Fênix: de fã para fã

Por Ana Freitas

No caminho de volta do cinema para casa, minha mente funcionava furiosamente. Precisava escrever uma coluna com base no filme e de alguma forma ter um diferencial. Críticas a OdF não faltam – estão por aí aos montes, nos jornais e sites do gênero. É por isso que resolvi escrever essa ‘resenha’ não do ponto de vista de um crítico de cinema ou de alguém que assiste aos filmes por diversão simplesmente. Esse texto é uma opinião sobre o filme de uma fã para outros fãs. Simples assim. Considerando que fãs de Harry Potter são a maioria esmagadora do público alvo aqui do Potterish.com, pelo menos a idéia faz algum sentido, não?

Sem mais delongas, vamos ao filme. A primeira coisa que você vai perceber em Harry Potter e a Ordem da Fênix é que ele é um filme de suspense. Muito se falou sobre ele estar mais sombrio, e eu odeio repetir o óbvio, mas o filme realmente tem uma atmosfera claramente muito mais pesada do que qualquer um dos outro quatro filmes. Isso contribui visivelmente para uma impressão de que as coisas estão ficando feias para o lado do cicatriz.

Falando em impressões, o filme é todo sobre impressões. Como assim? Vou explicar. A ação é rápida, instantânea. Sem exageros, é piscou, perdeu. Houve MUITOS cortes (fãs xiitas ficaram revoltados) e inúmeras adaptações de roteiro, algumas até discutíveis por não terem necessidade. Desta maneira, fica difícil passar exatamente a idéia do livro da maneira como o texto como conhecemos passa – assim, o diretor introduz aqui e ali pequenas cenas que passam a impressão, a idéia geral daquilo no filme. É até difícil de citar um exemplo. De forma geral, a conclusão é que os plots paralelos, que não são mencionados, expressam uma idéia que de alguma forma é até passada através de uma ou outra cena. Não sei se isso seria perceptível para alguém que não leu os livros – não consigo ter essa visão mais.

Como adaptação, o filme me pareceu excelente. Como uma fã, gostaria sem dúvida de uma película de 8 horas, com todos os detalhes narrados no livro, sem exceção. Mas sabemos que isso não é possível. Aparentemente, a arte de filmar Harry Potter está em cortar. Aprendi a ver os filmes como uma ilustração, um resumo daquilo que leio.

Saldo final: para mim, o melhor dos cinco. Pela rapidez da ação (não dá pra respirar), pela interação magnífica do trio em diversas das cenas, pela cena da batalha final (que embora contenha uma adaptação discutível no momento da morte de Sirius, é primorosa) e principalmente pelo clima, pela idéia geral que o filme é capaz de passar. Para mim, foi um filme apaixonante, ainda que tenha alguns defeitos. Sem mencionar a melhora visível na atuação dos atores mais jovens. Apesar de Emma Watson continuar com a mesma expressão-de-sofredora para todas as situações de conflito/angústia/nervosismo, ela melhorou consideravelmente, assim como Rupert e Daniel.

É difícil falar do filme e eu sinto como se eu estivesse sempre esquecendo de um detalhe. Mas, para terminar, duas coisas no final que me fizeram arrepiar (um pouco de spoiler aqui, mas nada que vá matar ninguém, juro). Numa fala incluída, ou seja, que não estava no livro, Luna diz a Harry algo como ‘a gente sempre consegue aquilo que a procura, mesmo que não seja da maneira que esperamos’ – uma indireta para o fim da série, eu espero. E Harry antecipa o discurso das últimas páginas de EdP na última cena do longa: ele fala sobre ter algo pelo quê lutar, ao lado de uma Hermione e de um Ron pensativos e esperançosos.

O grande problema de a Ordem da Fênix é quando ele acaba – é nessas cenas finais, tão significativas, que a gente se dá conta que o fim está próximo e que os acontecimentos nele serão grandiosos, para o bem ou para o mal.

Ana Freitas é estudante de jornalismo.