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Mais uma de Snape

Nossa nova colunista, Rochely Droves, continua nossa área de Colunas, com uma análise muito bem elaborada sobre a personalidade e as atitudes de uma das mais misteriosas e intrigantes personagens criadas por J.K. Rowling: Severus Snape.

Acompanhe as idéias da autora e fique ainda mais ansioso para saber o que acontecerá com esta personagem. Afinal, Snape é do bem ou do mal?

Você pode conferir a coluna completa aqui.

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Mais uma de Snape

Por Rochely Droves

Vou tentar explicar uma teoria meio maluca e improvável, mas que no meu ponto de vista pareceu possível.

Todo mundo sabe que Snape tem a total confiança de Dumbledore. Na verdade todos devem estar com um pedaço de cabelo faltando de tanto saber disso. Pois bem, eu acredito na teoria de que Snape é inocente, está o lado da Ordem e que amava Lílian.

Então essa estória original pode ser contada de outra maneira. Pode ser que Snape tenha SEMPRE pertencido ao lado da Ordem. Pode ser que ele nunca tenha sido um Comensal da Morte de verdade. Ele poderia ser um espião como Remo foi no sexto livro. De acordo com o fato de que Snape amava Lílian, ele poderia ter desejado retribuí-la por todo o bem que ela lhe fez. No terceiro filme, o professor Lupin fala para Harry o seguinte:

“… Sua mãe me ajudou num momento em que ninguém mais quis ajudar. Ela não só era uma bruxa com dons especiais, mas também uma mulher de uma generosidade rara. Ela tinha o dom de ver a beleza nos outros. Mesmo, e talvez principalmente, quando a pessoa não enxergava isso em si mesma.”

J.K. disse que haviam pistas no filme que não estavam no livro. E todos sabem que essa é uma delas. Então, a tal beleza que ela via nos outros não precisava ser necessariamente em Lupin, poderia ser em Snape (Afinal, nem faz sentido ser no Lupin, que disse que aqueles anos foram os melhores da vida dele pois ele finalmente tinha amigos que não se importavam com sua condição lupina). Em todo caso, Snape era um garoto feio, impopular, sujo e mal amado, e ele sabia disso. Lílian com sua bondade incomum, poderia ter feito ele enxergar qualidades e belezas que ele nunca antes havia percebido em si mesmo. Mas Snape a afastou quando a chamou de Sangue-Ruim na frente de toda a escola no quinto ano de ambos. Como o nome do capítulo diz “A Pior Lembrança de Snape”, significa então que ele não voltou a falar ou interagir com ela, porque se tivesse voltado não seria a pior lembrança. A partir daí ele deve ter se sentido muito mal e ingrato, e como nunca mais teve chance ou maneira de se desculpar (porque é orgulhoso ou COVARDE, como ele fez questão de gritar pra Harry no 6° livro de que ele não é), decidiu unir-se à Dumbledore em segredo para de alguma forma se sentir grato e protetor para com a pessoa que mais o ajudou na vida. Na página 169 do PdA, Fudge diz:

“… Dumbledore, que naturalmente trabalhava sem descanso contra Você-Sabe-Quem, tinha um bom número de espiões úteis. Um deles avisou-o e ele, na mesma hora, alertou Tiago e Lílian.”

Snape com certeza devia ser um desses. Principalmente porque só uma pessoa próxima a Voldemort saberia que ele queria pegar os Potter.

Só que para se tornar Comensal não é bem fácil, né? Ele tinha que fingir mesmo. Portanto, todos pensaram que ele realmente era do mau, porque ele é muito inteligente e não deu pistas de seu verdadeiro eu para nenhum dos dois lados. Os dois lados pensavam (e ainda pensam) que Snape é um verdadeiro Comensal. Para reforçar este pensamento tem uma parte no livro do CdF, página 422, onde Sirius fala o seguinte:

“Mas ainda temos o fato de que Dumbledore confia em Snape, sei que Dumbledore confiaria no que muita gente não confiaria, mas não consigo vê-lo deixando Snape ensinar em Hogwarts se algum dia tivesse trabalhado para Voldemort.”

Isso pode ser mais uma pista para o reforço de que Snape então nunca trabalhou para Voldemort. Outra parte é no PdA (p. 171) em que Hagrid fala:

“…Mas quando um bruxo se alia ao lado das trevas não tem nada nem ninguém que tenha importância para ele…”

Claro que existem muitas coisas que mostram o contrário, mas se Snape realmente já amou alguém e ainda amava, ele nunca seria um Comensal de verdade. Apesar de tudo, não consigo imaginar Snape matando e perseguindo pessoas na rua só por diversão. Ele é superior a isso.

Uma parte muito estranha para mim também foi no EdP (p. 427), quando Harry está conversando com a professora Trelawney e ela fala da noite em que fez a profecia (claro que ela não sabe disso), e diz o seguinte:

“… Dumbledore fez a gentileza de ir até o meu quarto na estalagem. Interrogou-me… devo confessar que, a princípio, achei que parecia pouco favorável à Adivinhação… e lembro que comecei a me sentir meio estranha, não tinha comido quase nada naquele dia… mas então… então fomos rudemente interrompidos por Severo Snape!

– Quê?

– Sim, houve uma agitação no corredor, a porta do quarto se escancarou, e lá estava aquele barman rude, parado com Snape, que tentava confundi-lo, dizendo que se enganara ao subir, embora eu ache que ele foi apanhado escutando a minha entrevista com Dumbledore; você entende, ele próprio estava procurando emprego à época, e com certeza esperava ouvir umas dicas! Bem, depois disso, entende, Dumbledore pareceu bem mais disposto a me contratar, e não pude deixar de pensar Harry, que ele deve ter percebido o violento contraste entre o meu jeito modesto e o meu talento discreto comparados aos do rapaz cavador e intrometido, que se dispunha a escutar às portas… .”

E no quinto livro, quando Dumbledore falou sobre a profecia para Harry, ele disse que o Comensal que a ouviu só ouviu o começo dela. Se foi isso realmente o que aconteceu, a professora Trelawney não teria como saber que Snape interrompeu a conversa dela e de Dumbledore há 15 anos atrás. Veja o estado que ela ficou quando fez a predição no PdA (p. 261):

“ … A professora ficara dura na cadeira; seus olhos estavam desfocados e sua boca afrouxara.

– D… desculpe! – disse Harry.

Mas Sibila não pareceu ouvi-lo. Seus olhos começaram a girar. Ela parecia que ia ter uma espécie de acesso…”

No estado em que Trelawney se achava fazendo a profecia, ela não percebia mais nada, alguém poderia travar um duelo ali que ela não ia sair do estado de transe. Então como é que sabia que Snape interrompeu a entrevista com Dumbledore? Pois se Snape tivesse mesmo escutado só o começo e ter sido descoberto depois, Trelawney não ia saber que ele esteve escutando atrás da porta, porque ela ainda estaria fazendo o resto da profecia, ainda estaria em transe e não ouviria nem veria nada, e quando terminasse, Snape já teria saído dali. Então isso só tem duas explicações: ou Snape não ouviu nada da profecia (improvável, pois Sibila começou a sentir mal antes de Snape aparecer), ou ouviu toda ela. Dessas duas eu escolho a 2°: ele ouviu toda a profecia.

Na mesma página 427 do EdP, Trelawney disse que se sentiu estranha (suponho que depois dessa sensação ela entrou em transe e começou a profecia) e então ouviu um barulho no corredor, que era o Snape, e depois disso Dumbledore parecia mais disposto a contatá-la. Claro que parecia, pois ela já tinha feito a profecia. Então, Snape foi descoberto depois disso, ou seja, depois que Sibila tinha dito TODA a profecia. Ele ouviu tudo. E se ele ouviu tudo, por que só contou o começo à Voldemort? Porque trabalhava para Dumbledore. Acredito que ele estava no Cabeça de Javali para se encontrar com Dumbledore e falar com ele, porque como Dumbledore mesmo disse em algum momento, ninguém tinha provas naquela época de que Snape era mesmo Comensal, daí não ia ser tão suspeito assim eles se encontrarem.

Agora vem a parte ruim de acreditar. Algumas vezes na vida temos que escolher fazer o que é certo, não o que é fácil (palavras de Dumbledore), e, como vi em um episódio de Lost outro dia: “O universo dá um jeito de consertar as coisas… Não se pode impedi-lo para sempre. Aquele homem tinha que morrer, esse era o seu caminho. Você não faz porque você escolhe, você faz porque você tem que fazer.”

E acho que foi isso exatamente o que Dumbledore escolheu fazer. Dumbledore e Snape, ambos sabendo da profecia, combinaram que Snape só falaria o começo à Voldemort, aquela parte que não entregava que ele ia passar seus poderes para a criança escolhida.
Se fizessem isso, Voldemort ia acabar para sempre, pois ia passar os poderes para a criança e marcá-la com a força para derrotá-lo. Só que Snape se arrependeu disso, pois Voldemort escolheu os Potter, e os Potter (como muitos outros) morreriam antes de deixar seu filho cair nas mãos de Voldemort. Então aí o arrependimento de Snape continua sendo pela mesma razão que é até hoje. Pode ser que a partir daí ele tenha ido falar com Dumbledore novamente, contando sobre a escolha e sobre a burrice que fizeram, pois Voldemort escolheu pessoas que eles não esperavam. Mas Dumbledore talvez tenha dito que isso foi a escolha dele (Voldemort), então não deveria ser mudada, pois ele tinha que escolher e escolheu a criança que achava melhor, ele fez sua escolha. Mas talvez Dumbledore tenha tentado dar uma chance aos Potter de mudar as coisas e pode ter contado a Tiago que Pedro, ou apenas que um de seus melhores amigos, era um espião de Voldemort (porque Snape falou à ele), mas Tiago não acreditou que um de seus melhores amigos fosse um traidor. Tanto que Snape diz no PdA (p. 291):

“… Teria sido bem feito se Black o tivesse matado! Você teria morrido como seu pai, arrogante demais para acreditar que poderia ter se enganado com um amigo… .”

O que reforça que Tiago nunca acreditou que poderia ter sido traído por um amigo. Principalmente se Dumbledore tivesse mencionado que a fonte de tal informação tenha sido Snape.

Dumbledore então não mais interferiu, pois fez aquilo apenas para dar uma chance de Tiago saber a verdade e escolher se ia acreditar nela ou não (como Voldemort teve a chance de escolher seguir a profecia ou não). Ele escolheu não acreditar, então Dumbledore não podia fazer mais nada em relação a isso. Cada um fez sua escolha e traçou seu destino. Era assim que tinha de ser. Só que, e se Dumbledore só se ofereceu para ser o fiel porque sabia que Sirius disse para Pedro ser o fiel? Então mais uma vez Dumbledore havia tentado interferir. Só que os Potter não quiseram, e Tiago preferiu confiar no amigo. Então Dumbledore escolheu o que era certo, não o que era fácil. O certo era dar uma chance aos Potter para acreditarem na falsa lealdade de seu amigo ou não. Dada essa chance, o certo era não interferir mais. Que foi o que Dumbledore fez.
Vejam bem, J.K. já mencionou mais de uma vez Star Wars nas respostas de algumas das perguntas feitas à ela. Como nessa:

“Voldemort é algum tipo de parente de Harry? Talvez tio dele, irmão de sua mãe?”

“J .K .Rowling – Estou rindo… Isso seria muito Star Wars, não seria?”

E nessa:

“Você vai escrever um livro sobre Lílian e Tiago depois que tiver terminado os sete sobre HP?”

“J. K. Rowling – Hmm… mais uma vez, muito Star Wars pode fazer isso com uma pessoa. Nenhuma seqüência é planejada.”

E até uma fala de Voldemort no sexto livro (p. 348) ficou parecida com uma fala de Star Wars:

“A grandeza inspira a inveja, a inveja engendra o despeito, o despeito produz a mentira.”

Em SW a frase é assim: (“O medo leva à raiva, a raiva leva ao ódio, e o ódio leva ao sofrimento.”)

Isso significa que ela já viu SW (nem vem, conheço gente que até hoje nunca viu), e gostou (porque para ver todo Star Wars tem que gostar mesmo). Mas o caso é que ela deve ter entendido SW. Por quê?

Pois bem, acho que Dumbledore pode ter feito uma coisa parecida com a que foi feita em SW: Dumbledore disse à Harry que se Voldemort não tivesse conhecimento da profecia, ele nunca teria atacado ele, ou seja, ele nunca teria ido atrás de Harry e então nunca perderia os poderes. Dumbledore no fim das contas, talvez saiba que não tem o poder para derrotar o lorde das Trevas, pois a profecia dizia que aquele com o poder ia nascer, então quer dizer que ainda não havia nascido, ou seja, Dumbledore realmente não tem o poder de derrotar Voldemort. Mas uma pessoa teria esse poder, só que o Lorde teria que marcá-la como igual para ela poder ter esse poder. Só que se Voldemort não soubesse da profecia, não tentaria matar Harry, e se soubesse da profecia inteira, não o tentaria matar também. Então Dumbledore disse à Snape para contar apenas o começo da profecia para Voldemort, assim Você-Sabe-Quem iria atrás da criança que escolheu, a marcaria como uma igual, e essa seria a única que teria, finalmente, o poder de derrotá-lo. Só que esse era o caminho difícil, pois muitos sofreriam e pessoas inocentes morreriam, mas era o caminho certo. Seriam poucas vidas trocadas pela paz e o fim de um reinado de escuridão e horror. Então Dumbledore agiu como em Star Wars, pois em Star Wars a profecia dizia que o escolhido (Anakin) iria acabar com o lado negro da força e estabelecer o equilíbrio na galáxia, e embora ele tenha virado Darth Vader e passado para o lado negro, e que muita gente inocente tenha morrido no meio disso tudo, ele estabeleceu sim o equilíbrio quando matou Darth Sidius para salvar a vida de seu filho Luke. Se ele não tivesse virado mau, ele nunca teria estado presente para matar Sidius, e o equilíbrio nunca chegaria. Então, foi preciso todos esses sacrifícios para que depois de anos o mau fosse finalmente derrotado. Claro que talvez se ele não tivesse se juntado ao lado negro o mau não tivesse se reerguido, mas como coloquei lá em cima antes: “O universo dá um jeito de consertar as coisas… Não se pode impedi-lo para sempre.”. O que quer dizer que outra pessoa poderia ter pego o lugar dele e o mau viria à tona de qualquer maneira, mas aí Anakin não estaria lá para matar Sidius, estaria?

Mesma coisa com Dumbledore e Harry. Dumbledore precisava deixar Harry ser atacado por Voldemort e seus pais serem mortos para que Você-Sabe-Quem perdesse o poder. Se isso não acontecesse, Voldy não seria derrotado nunca (porque só a criança escolhida teria o poder de fazer isso) e iria continuar matando inocentes e tocando terror. Muito mais gente ia morrer. Entendem? Não era o fácil, mas era o certo. Era preciso fazer o que estava destinado a acontecer. Voldemort levou a profecia a sério, e Harry não poderia ser escondido para sempre. Voldemort já o tinha destinado à morte. Dumbledore fez o que ele tinha que fazer, e não o que ele queria fazer. Lembrem: “Você não faz porque você escolhe, você faz porque você tem que fazer.” E talvez também seja por isso que Dumbledore fez questão desde sempre de que Harry enfrentasse tudo sozinho quando se tratava de Voldemort, porque é assim que tem que ser.

Snape poderia nem estar metido nisso, mas acho que estava porque Dumbledore confia muito nele, e no PdA (p. 169) Fudge disse que “Muita gente desconhece que os Potter sabiam que Você-Sabe-Quem queria pegá-los”, então praticamente ninguém devia saber sobre a profecia. Ninguém quase devia saber porque Voldemort estava atrás dos Potter. Mas Snape sabia, e sabia da profecia inteira. Notem uma parte no segundo livro , no clube dos duelos (p. 166):

“Snape aproximou-se de draco, curvou-se e sussurrou alguma coisa em seu ouvido. O garoto riu também.”

Todos sabem que aí ele disse para Draco atirar o ‘Serpensortia’ em Harry. Mas porque ele queria que Draco lançasse uma cobra em Harry? Simples, porque ele sabe sobre a parte da profecia que diz que o Lorde das Trevas passaria seus poderes ao menino escolhido por ele, e se ele sabe, ele queria conferir se Harry também herdou o poder de Ofidioglota. Não tem outra razão para este feitiço ser atirado.

Voltando. Depois que a profecia se cumpriu, e Voldemort caiu, Dumbledore ofereceu à Snape o cargo de professor de poções para disfarçar. Ele disse a todos que Snape tinha se arrependido de tudo o que fez e só deu o cargo de Poções para que todo mundo continuasse pensando que ele era Comensal antes. Se ele tivesse dado o cargo de professor de DCAT, todos iriam estranhar, afinal de contas: um ex-comensal ensinando Artes das Trevas? Então Dumbledore não deu à Snape o cargo de DCAT para que todos pensassem que ele só não fez isso para não reavivar os instintos Comensais de Snape. Ele falou que Snape se arrependeu de mentira, porque na verdade ele sempre esteve do lado do bem. Então Dumbledore não podia deixar que todos pensassem que Snape era mau (para ele não ir para Azkaban, e porque ele não fez nada contra ninguém) e não podia deixar que todos pensassem que ele era bom (porque sabia que Voldemort não havia morrido, e um dia Snape ia ser útil dizendo que ainda estava do lado dos Comensais), então ele disse que Snape se arrependeu e lhe deu o cargo de professor de Poções (mas na verdade não tinha nenhum problema em deixá-lo ensinar DCAT). Só que Dumbledore tinha que continuar dizendo para as pessoas do bem que Snape se arrependeu de ser Comensal, e Snape tinha que continuar dizendo para as pessoas do mau que entrou em Hogwarts por ordem de Voldemort (quando na verdade ele entrou depois que Voldy sumiu), para poder continuar espionando ele para Dumbledore. Na verdade, nunca li cobiça em Snape para com o cargo de professor de DCAT. Ele sempre teve foi alguma coisa contra os professores que ensinaram a matéria.

E mais uma vez uma frase de Dumbledore se encaixa na situação, porque embora Snape goste de Artes das Trevas e aparente ser mau, ele sempre esteve do lado do bem, porque “são as nossas escolhas que revelam quem realmente somos, muito mais do que as nossas qualidades.”

Mais uma pista sobre a lealdade de Snape à Dumbledore, PF (p. 111):

“Aconteceu muito de repente. O olhar do professor de nariz de gancho passou pelo turbante de Quirrell e se fixou nos olhos de Harry, e uma pontada aguda e quente correu pela testa de Harry.”

Snape olhou para o turbante primeiro e depois para Harry, ele sabia que Voldemort estava ali e quis ver a reação de Harry. Outra parte também na PF (p. 195), numa conversa entre Quirrell e Snape, em que esse fala:

“Muito bem, vamos ter outra conversinha em breve, quando você tiver tido tempo de pensar nas coisas e decidir com quem está a sua lealdade.”

O que ele quis dizer com essa coisa de lealdade? Ele sabia que Voldemort estava no corpo de Quirrell, não só por causa de que ele é ótimo em Legilimência, mas porque a Marca Negra deve ter tido alguma reação. Se a cicatriz de Harry doeu, porque a Marca Negra não pode ter ardido também? E se isso aconteceu, porque Snape disse a Quirrell para escolher um lado? Se Quirrell estava jogando no lado do mau, Snape só podia estar se referindo ao lado do bem, o lado de Dumbledore.

Para terminar, já que estou falando de Snape, talvez tenha sido ele mesmo que foi junto com Voldemort até Godric’s Hollow. E uma pergunta: será que se Lílian não tivesse morrido por seu filho, Voldemort ainda teria marcado Harry como um igual? Então ainda tem isso, para Harry ser marcado como um igual, ele tinha que viver, e o único jeito disso acontecer era se Lílian se sacrificasse por ele. E se Voldemort nunca teve sentimentos por ninguém, porque deixar Lílian viver (a pergunta de que todos querem saber a resposta)? Pensei uma coisa: Snape sabia que Voldemort não ia dar chances para Lílian viver, ele ia chegar na casa e ia matá-la direto. Se isso acontecesse, Harry não seria protegido pelo amor dela no auto-sacrifício, e Snape, conhecendo o amor (diferente de Voldy) sabia disso, ele sabia que Lílian teria que morrer por seu filho, para esse ter o poder que o Lorde das trevas desconhece.

E não acho que Voldemort andaria por aí sozinho, então aceitou levar Snape junto com ele para Godric’s Hollow. Voldemort tinha em Snape seu Comensal preferido (e ainda tem até hoje), o mais leal, o que lhe deu informações mais importantes, e não se importou de levá-lo junto (afinal, quem melhor para protegê-lo?). Snape sabia que Lílian ia tentar proteger Harry com sua vida, mas para o auto-sacrifício proteger Harry e impedi-lo de morrer Lílian tinha que ter a escolha de poder sair viva disso tudo. E Voldy nunca ofereceria tal coisa. Então acho possível que a voz que Harry ouve no PdA, dizendo para Lílian se afastar, pode ter sido de Snape. Voldemort estava tão desesperado para matar Harry, que deixou e não se importou que seu mais leal comensal desse a oportunidade para a “sangue-ruim” escapar e sair logo da frente, para ele ter a liberdade de matar logo o garoto. Talvez ele fosse matar ela depois mesmo, mas o garoto era mais importante, ele tinha que ser destruído rapidamente. Então Snape conseguiu o que queria, deu à Lílian a oportunidade de viver, assim seu auto-sacrifício protegeu Harry pelo poder do amor.
O que me levou a pensar isso foram três coisas:

No 3° livro (p 148):

“Uma voz aguda gargalhava, a mulher gritava, e Harry perdeu a consciência.”

Harry só ouviu vozes e risadas, ele não tinha como saber se aquela voz era mesmo de Voldemort, ele só ouvia as vozes, não via as pessoas.

No 1° livro (p 115):

“… Depois Malfoy se transformou no professor de nariz de gancho, Snape, cuja gargalhada ecoou alta e fria – ouve um clarão verde e Harry acordou, suado e trêmulo.”

Uma gargalhada alta e fria dada por Snape. Então pode ser muito bem que essa tenha sido a mesma gargalhada dada em Godric’s Hollow. Pode ser que Snape tenha gargalhado porque seu plano deu certo e Lílian se sacrificou por seu filho, Voldy ia ser derrotado. E depois ainda teve um clarão verde!

Embora isso, a voz também pode ter sido de Voldemort mesmo, só pelo prazer de ver alguém implorar.

A terceira coisa foi em uma entrevista, em que perguntaram o seguinte para J. K. Rowling:

“Snape estava escondido sob a capa de invisibilidade na noite da morte dos Potter?”

“J. K.: Não, ele não estava.”

Isso não significa necessariamente que ele não estivesse lá, pode significar que ele não estava era usando a capa. Estava sem ela. (Pode significar também que ELE não estava usando).

Talvez seja por isso que Snape não gosta que o chamem de covarde, como demonstrou no final do 6° livro, porque além de se sentir culpado pela morte dos pais de Harry (mais da mãe, porque ele poderia ter tentado salvar a vida dela de verdade), foi ele que sempre ajudou e nunca ganhou retribuição. Foi ele que sempre fez tudo, e nunca ganhou admiração e honras, ao contrário, sempre foi deixado no anonimato e nunca foi reconhecido como herói. Por isso ele queria tanto ter levado crédito por ter capturado Sirius e Remo, porque ele queria ser visto como herói. Ninguém sabe que ele já fez muitas coisas para ajudar Harry e o mundo bruxo, porque ele sempre teve que ajudar em sigilo. Mais ele quer ser visto e reconhecido por alguma coisa. E ele quer ser o herói principalmente porque Tiago fez esse papel quando salvou ele da morte. E por isso ele insistia tanto de que Harry devia agradecê-lo por salvar-lhe a vida.

É realmente uma teoria louca, mas tem algumas coisas possíveis, não? Nem eu acredito muito nela, e acho que foi a maior viajada que eu já dei. Mas J. K. é uma caixinha de surpresas, então pode ter alguma coisa a ver. Ah, também não estou difamando Dumbledore, Snape ou Lílian, adoro eles.

Rochely Droves é estudante.