E os presentes do Potterish ainda não acabaram! Após a primeira parte das Dicas Natalinas das Resenhas, a coluna conjunta de amigo secreto e as cartas para os personagens, trazemos a segunda parte dos livros adequados para o final de ano.
[meio-2] As obras de hoje não foram escritas exatamente com a temática natalina, mas lidam com religião e a reflexão sobre os valores da vida. “O Pagador de Promessas”, de Dias Gomes, e “Coisas Frágeis”, de Neil Gaiman, são as escolhas de Léo Scarpa e Luciana Zulpo. Leia a extensão e saiba mais!
Tempo: para ler até a virada do ano | |
Finalidade: para refletir sobre o ano que passou | |
Restrição: para quem não gosta de teatro ou coisas moderninhas | |
Princípios ativos: religião e contos |
“Coisas Frágeis”, de Neil Gaiman
Outubro ajeitou sua barba multicolorida e iniciou a reunião dos Doze. Era sua vez de contar uma história. Agosto aconchegou-se, atento. Era uma história sobre coisas frágeis.
O que seria uma coisa frágil? Seria o grão de poeira que levou o detetive à verdade em uma Londres de ficção científica? Estaria mais distante, trancada no quarto mofado onde o garoto mais bonito do mundo definha? Talvez perdida naquele misterioso circo subterrâneo, onde criaturas extintas andam livres. Seria ela um conto e seu apanhado de letras?
Com um estilo adulto e sem moralismo, Neil Gaiman reúne nove contos que nos fazem refletir sobre a fragilidade dos pequenos detalhes, dos valores e da beleza – as delicadas coisas que sobrevivem bravamente em um mundo de constante mudança. Não seria o Natal também uma coisa frágil?
Resenhado por Luciana Zulpo
208 páginas, Editora Conrad, publicado em 2008.
*Título original: Fragile Things. Publicado originalmente em 2006.
“O Pagador de Promessas”, de Dias Gomes
Vindo do interior baiano, Zé-do-burro e sua esposa carregam uma pesada cruz como pagamento de uma promessa feita a Iansã, ou Santa Bárbara no catolicismo: salvar a vida de seu burro. Chegando a Salvador, eles encontram a porta da igreja fechada e o padre se recusa a abri-la, principalmente depois de saber que a tal promessa fora feita em um terreiro de umbanda.
Dias Gomes, em sua obra de renome internacional, mostra a simplicidade do povo baiano e a grande influência da Igreja Católica na mentalidade das pessoas. Na década de 1960, Dias Gomes lança a peça que seria o maior êxito de sua carreira e pelo qual se tornaria internacionalmente conhecido. Adaptado para o cinema e para a televisão, “O Pagador de Promessas” ganhou diversos prêmios, entre eles a “Palma de Ouro”, no Festival de Cannes em 1962.
Resenhado por Léo Scarpa
176 páginas, Editora Bertrand Brasil, publicado em 2006.
Peça originalmente encenada em 1960.