Filmes e peças ︎◆ O Enigma do Príncipe

Yates: ‘Quis fazer EdP sobre o romance adolescente’

Yates: 'Quis fazer EdP sobre o romance adolescente'Yates: 'Quis fazer EdP sobre o romance adolescente'
O site especializado em cinema SCI FI Wire publicou uma entrevista bastante antiga com o diretor David Yates feita em janeiro do ano passado, bem antes de toda a repercussão do atraso do lançamento de Enigma do Príncipe. O assunto debatido: o tom do filme.
Começando com uma descrição da cena sendo gravada, na qual Rony está nervoso pela iminente partida de quadribol, o artigo aborda diversos detalhes da película.

Entre as respostas, o diretor reafirma que a base da adaptação será “sexo, poções e rock n’ roll” e que os atores têm crescido no decorrer da série. Ele também afirmou que quis dar um tom adolescente ao filme:

“Gostei da intensidade da história com a qual trabalhamos [em OdF]. […] Este tem intesidade, mas é muito alegre e há algumas cenas maravilhosamente engraçadas. […] Ainda tem uma intensidade tremenda no final da história, mas também tem muitas risadas. […] Não quis fazer um tipo de filme sobre a revolta jovem; quis fazê-lo sobre o romance adolescente.”

A entrevista traduzida na íntegra, você pode conferir na extensão, clicando aqui!

DAVID YATES
O diretor de Harry Potter e o Enigma do Príncipe,
David Yates, conversa conosco nos sets

SCI FI Wire
24 de abril de 2009
Tradução: Renan Lazzarin

No Salão Principal da Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts, o café-da-manhã está em marcha, as mesas repletas de salsichas e torradas e alunos vestidos a caráter, conversando e comendo. Rony Weasley (Rupert Grint) está à porta, vestido em seu uniforme vermelho-e-dourado de Quadribol, analisando o lugar, nervoso.

Entra. Colegas dão tapinhas em suas costas à medida que ele avança para o corredor central. “Boa sorte, hein, Rony?,” “Contamos com você, Rony!,” “Apostei dois galeões na Grifinória!”

Um garoto robusto bloqueia o caminho de Rony. Ele para, tenta passar de um lado e de outro, e se vê obrigado a se expremer para chegar à sua mesa.

Corta!

É janeiro de 2008 no set de Harry Potter e o Enigma do Príncipe, e é nas gravações nos estúdios cinematográficos Leavesden, lar duradouro da franquia de filmes Potter, onde SCI FI Wire se encontrava, junto de um seleto grupo de repórteres que pôde observar as filmagens.

Além de observar as cenas daquela manhã de estreia de Rony como jogador de quadribol, sentamos e conversamos com o diretor David Yates sobre o sexto filme da amada franquia, que será lançada em 15 de julho. Abaixo está uma versão editada de nossa conversa com Yates, que usava um suéter bege com gola em V e um pulôver de lã nesse dia fresco.

Acho que você disse que esse filme será sobre sexo, drogas e rock n’ roll.

Yates: É, e quero corrigir isso. Na verdade, é sobre sexo, poções e rock n’ roll. […] É um estágio de diversão maravilhosa, ligeiramente rebelde e um bocado travessa da vida adolescente. Quando você está meio que descobrindo o sexo oposto. […] No filme anterior, era sobre o primeiro beijo. Esse filme é de certa forma mais sexualizado que aquele, sabe. Não vemos o sexo, mas meio que está ali. E as relações são um pouco mais complicadas, românticas e enroladas. Então, meio que estamos puxando um novo território emocional e, de certa forma, físico para Harry Potter, então é bastante divertido e engraçado.

Você acha que os fãs de Harry Potter vão estar prontos para vê-lo crescer?

Yates: Sabe, eles têm crescido com ele, então imagino que agora estão. E o que é maravilhoso quanto a essa série de filmes é que eles crescem, os personagens crescem. Os atores crescem, entende? […] Acho que é uma relação bastante interessante que eles têm entre si, e tenho certeza de que estão prontos.

E há mais elementos cômicos neste filme que no último?

Yates: Muitíssimo mais. O filme anterior era, sabe, gostamos muito de fazê-lo. […] Gostei da intensidade da história com a qual trabalhamos. Mas […] este tem intesidade, mas é muito alegre e há algumas cenas maravilhosamente engraçadas. O seis é tão mais leve e alegre que o cinco.

Ainda tem uma intensidade tremenda no final da história, mas também tem muitas risadas. Para mim, como diretor, é amável mudar os trajes e é por isso que quero fazer isso. Não quis fazer um tipo de filme sobre a revolta jovem; quis fazê-lo sobre o romance adolescente e então, quando Mike Newell – Mike Newell fez o quarto filme – me passou o cocar, eu disse, “Você [teve uma chance de fazer] o lado mais amoroso das coisas, então agora meio que tenho que fazer isso.” E é uma diversão voltar e fazer esse também. […]

Você pode falar sobre a cena que vocês estão gravando agora?

Yates: Sim. Essa é o grande jogo de Rony, e ele está muito nervoso e não é muito bom; ele está aterrorizado, para dizer a verdade. Então o centro é ele participando do jogo. E Harry Daniel Radcliffe finge escorregar um pouco de Felix Felicis, que é a poção que aparentemente lhe dá boa sorte, em sua bebida, afim de dar a ele essa bravura que ele não tem. É uma cena branda e engraçada sobre o medo de Rony de jogar Quadribol. […]

Como os atores mudaram desde o último filme?

Yates: É interessante. Emma [Watson, que interpreta Hermione,] ficou muito mais confiante. Digo, ela já era confiante antes, mas [….] sua atuação […] está se tornando mais natural. Dan esteve fora fazendo Equus e alguns trabalhos de televisão, um filme de televisão, e se cresceu um bocado no sentido de confiança e maturidade. E todos eles estão ficando mais velhos, e o material lhes permite interagir mais. Estão melhorando, como deve ser quando se cresce, mas é encorajador e apreciável. […]