Filmes e peças ︎◆ O Enigma do Príncipe

Vídeo: Entrevista com Radcliffe no New York Times Talk

O ator Daniel Radcliffe concedeu em agosto uma entrevista exclusiva para o New York Times Talk. Na época divulgamos algumas fotos e a transcrição completa do que foi abordado na entrevista concedida para divulgar a iminente estréia de Equus na Broadway.Hoje o site Snitch Seeker disponibilizou os 15 minutos de entrevista que foram divulgados em vídeo, para download. Para realizar o download clique aqui!

Caso você queira rever as fotos da entrevista em nossa galeria, clique aqui! A transcrição da entrevista você confere em Notícia Completa!

DANIEL RADCLIFFE
Dan fala sobre EdP e RdM

New York Times Talk ~ Snitch Seeker
20 de agosto de 2008
Tradução: Daniel Mählmann
Revisão: Renata Grando

A primeira experiência de Dan em peças da Broadway foi o musical Chicago quando era criança, quando seus pais lhe faziam ouvir a música desde pequeno; ele disse que a primeira peça que ele viu ao vivo provavelmente também foi Chicago.

Ele diz que fazer trabalho teatral legitima mais um ator, por causa de todo o trabalho colocado nele, e existe muito treinamento por cima disso.

Ele se preparou por 18 meses para Equus, embora nos primeiros dois meses ele estivesse preocupado que não fosse ser capaz de fazer toda a atuação (com medo de que fosse ficar “terrível”); disse que com a ajuda da diretora Thea Sharrock e de seus coadjuvantes, se fizesse besteira, ele “não poderia fazer besteira com pessoas melhores”.

Ele leu Equus pela primeira vez pelos 14 anos de idade (não tão profunda e rigorosamente como fez mais tarde), porém, foi por volta de dois anos atrás que a leu novamente e teve interesse por ela (especialmente levando em conta o pequeno número de papéis no teatro para alguém de sua idade).

Michael Gambon lhe deu conselhos sobre como se preparar para o roteiro da peça, quando disse a ele para ter suas falas memorizadas no momento em que começassem os ensaios; então ele menciona que passou um mês na Austrália (em 2006) aprendendo suas falas para a peça, e quando chegou a noite de abertura de Equus, Dan tinha toda a peça memorizada (suas falas e as de todos os outros), por ter pego o que todos falavam ao seu redor durante os ensaios.

Disse que as duas horas a mais de trabalho na peça o deixavam exausto, mas que ele amava fazê-las todas as noites (sentia-se exaltado depois do final da peça), por isso não tinha quaisquer queixas. Ele disse atuação ao vivo foi uma grande adrenalina, e sentiu como se fosse uma queda livre.

Ele fala sobre como todos viram a peça antes de ela ser estreada, chamando-a de pornográfica, mas que são apenas os últimos sete minutos da peça onde a nudez e a cegueira tomam lugar; na época que a peça foi lançada, houve uma conversa geral sobre o quão boa ela era por si só, e havia menos foco na nudez.

Mencionou o quão surpreso ficou ao ser recebido com palmas de pé enquanto fazia seu papel de Equus na West End, porque não era algo feito com muita freqüência na Grã-Bretanha, mas que as pessoas norte-americanas simplesmente se levantam e aplaudem mesmo antes da peça começar, o que o deixou um pouco espantado.

Disse que o vínculo entre os atores no palco se torna mais forte, porque existe uma dependência em relação aos colegas atores para se manter mutuamente na linha (em relação a que cena está sendo realizada, ou se as falas são esquecidas), então há uma ligação mais forte. Ele meciona que, embora se dê muito bem com Rupert Grint e Emma Watson, porque nos filmes de Harry Potter eles podem re-filmar uma cena se alguma coisa está errada, o vínculo entre os atores em uma cena não é tão forte quanto a que eles teriam ao vivo em frente a um público.

Ele fala sobre um determinado momento enquanto fazia Equus, quando estava sentado nos ombros do coadjuvante Will Kemp; quando Will teve que saltar sobre uma caixa (como parte da cena), ele errou a caixa e a chutou através do palco, obtendo uma reação de choque tanto do elenco quanto do público, mas no final das contas Will saltou de volta na caixa, apesar de Dan admitir que ele estava rindo no momento devido ao choque causado pela tentativa.

Dan disse que contaram a ele sobre a mudança de Enigma do Príncipe de novembro de 2008 para julho de 2009 apenas 24 horas antes do resto do mundo, e implora a todos para não culpá-lo pela mudança.

Sobre Enigma do Príncipe, Dan diz que as partes com Dumbledore e Voldemort são as mais obscuras, enquanto as cenas com Rony ainda são as mais engraçadas; ele também menciona que foi muito bom trabalhar com Jessie Cave (Lilá Brown).

Dan fala sobre um incidente particular no set de Enigma do Príncipe, no qual Rupert teve seu primeiro beijo com Jessie e Dan estava nos bastidores da cena rindo e tentando fazer Rupert sair do seu personagem e rir também.

Dan discute como Emma Watson estava hesitante sobre assinar para os filmes finais, e a razão dela para isso não era porque não quisesse, mas por causa da sua educação e a necessidade de avaliar quais opções ela tinha, especialmente levando em conta que os últimos filmes de Harry Potter iriam exigir outros três anos de suas vidas. Emma escolheu não se apressar na decisão, mas a razão dela não era porque não queria fazê-los.

Disse que inicialmente os seus pais não queriam que ele fosse um ator, especialmente dada a sua experiência em campo; ele disse que tinha cinco anos quando contou pela primeira vez a sua mãe que queria ser um ator, para o que ela disse ‘não’. No entanto, conforme Dan ficou mais velho, eles se tornaram mais favoráveis ao seu desejo de atuar (ao ponto de seu pai desistir de seu trabalho para escoltar e gerenciar a carreira do filho).

Ele disse que o primeiro contrato que recebeu para os filmes Harry Potter afirmava que ele teria de assinar para os seis primeiros filmes, e que eles seriam filmados em Los Angeles, para o que seus pais disseram ‘não’. No entanto, após se encontrar com o produtor David Heyman e o diretor Chris Columbus e conversarem, o contrato final foi limitado aos dois primeiros filmes Harry Potter (para começar) e para eles serem filmados dentro e nos arredores de Londres, com o que eles finalmente concordaram.

Dan falou sobre My Boy Jack, especialmente o seu tempo nas trincheiras filmando as seqüências de guerra (apontando que a máquina de chuva fez o elenco sentir tanto frio que eles se aqueciam derramando chá quente em suas mãos), onde eles usavam capas de chuva sob o uniforme para não sentir tanto frio.

Ele foi questionado sobre o seu interesse na Primeira Guerra Mundial em relação a esse filme, apesar de notar que não era tão grande quanto o entrevistador fez parecer.

Falou sobre a crítica, especialmente sobre seu papel em Equus, e disse que evitou a leitura das críticas pensando que, se fossem ruins, elas iriam colocá-lo para baixo, e se fossem boas, iriam deixá-lo mais auto-consciente e faze-lo imaginar em quais pedaços particularmente ele foi bem e se focar em fazer essas cenas certas novamente, o que se tornaria frustrante. (Ele recebeu conselhos do colega de atuação Kenneth Branagh, que depois de ter lido uma prévia terrível de um filme que ele fez – Peter’s Friends -, que achava ter ido bem, ficou totalmente devastado, então Dan calculou que era preferível evitar todas as críticas de uma vez).

Ele mencionou (para o divertimento geral) que os norte-americanos são tratados mais por psiquiatras do que os britânico, satirizando que com os britânicos se eles estão em depressão, então eles devem simplesmente “dar um passeio”.

Relíquias da Morte será como o previsto, apesar da mudança de Enigma do Príncipe. As produções começarão em fevereiro de 2009 e a filmagem será por cerca de 14 meses. Dan também menciona potenciais projetos futuros, incluindo o filme biográfico de Dan Eldon, embora ele tenha dito que está muito distante para considerar.

Ele fala sobre a diferença entre as produções de Equus na Broadway e na West End, onde ele menciona que anteriormente os pais do seu personagem Alan terão uma abordagem diferente de como eles ficaram juntos, bem como do seu casamento, e como ele foi afetado pelo nascimento e a existência do seu filho.

Quando perguntado sobre o incidente em que Gary Oldman fez Dan chorar no set de Ordem da Fênix, ele menciona que Gary o abalou e gritou com ele tão ferozmente que depois dele parar, Dan disse que estava prestes a cair em uma posição fetal por causa do quão perturbador ele tinha ficado. Disse que Gary é um diretor encantador, e lhe deu conselhos sobre como reagir à morte de alguém, dizendo que ele deveria jogar a sua cabeça para trás e gritar, o que ele havia feito no final de Ordem da Fênix quando Sirius morreu no Departamento de Mistérios.

Quando perguntado sobre as cinco bandas que ele gostaria de ver juntas em turnê, ele disse: The Libertines, The Pixies, The Sex Pistols (embora não com Sid Vicious), a banda sensacional Alex Harvey, e outras bandas.

As boas e más coisas sobre a cidade de Nova York: ele disse ser constantemente surpreendido por todos os barulhos da cidade, e o fato dos edifícios serem construídos por todos os lados. Mencionou um encontro na livraria Barnes & Noble, quando entrou para comprar algumas coisas, o caixa não lhe demonstrou reconhecimento até o fim, quando eles perguntaram quando a peça iria começar (o que o deixou feliz). Porém, Dan se queixou das buzinas e alarmes que ressoam pela cidade e tomou conhecimento das novas leis por aí que multam aqueles que mantêm apertadas as buzinas de seus carros.

Quanto ao escritor Peter Shaffer, de Equus: Dan perguntou em detalhes sobre o personagem Alan para melhor entrar nele. Mencionou que Richard Griffiths foi uma ótima fonte de informação (uma enciclopédia de informação) sobre tudo, incluindo a peça, o que foi um grande conforto para ele. Dan também disse que visitou um estábulo recentemente, onde aprendeu a como cuidar corretamente de cavalos a fim de se integrar melhor no mundo do personagem.

Ele falou sobre a peça, na qual era impossível para Alan (seu personagem) cegar 26 cavalos (que estava na obra original), de modo que foi reduzido a um nível razoável; ele também falou brevemente sobre o relacionamento com a garota de quem ele se tornou íntimo.

Quando pedido para descrever a si mesmo: Dan disse que ele era apaixonado por críquete, amava literatura (disse que os seus livros favoritos são ‘Old Man’ e o ‘Sea’ de Hemingway, e vários trabalhos de Hunter S. Thomspon) e poesia (mencionando seus preferidos John Keats, Tony Harrison e Robert Frost), que ele tinha uma base muito forte de ética, e que era apenas alguém que teve uma sorte muito grande cedo na vida.

Disse que Harry Potter foi o responsável por levá-lo à leitura (dizendo que depois de terminar os dois primeiros livros ele tirou um tempo porque ficou preguiçoso), mas que depois dos filmes ele voltou para o agito da leitura. Foi perguntado se faria alguma espécie de discussão em sala de aula com estudantes, embora admita nunca ter pensado nisso antes.

Os modelos de Dan: Gary Oldman (que trabalhou muito duro), Stephen Fry (a quem ele deu créditos por tornar a Grã-Bretanha brilhante e uma pessoa talentosa em tudo), seus pais, seu melhor amigo Will, e vários jogadores de críquete.

Ele foi questionado sobre a sua coreografia em Equus, e deu crédito aos atores interpretando os cavalos por aperfeiçoarem os seus papéis.

Quanto a outro papel de musical ou peça que ele gostaria de fazer, seria Puck do “Um Sonho de uma Noite de Verão” de Shakespeare, e o musical Company.

Ele foi perguntado sobre se estava ou nao ciente das bandas de rock bruxo, e admitiu que tinha ouvido falar de Harry and the Potters, embora não tenha escutado a música deles.

Se ele tivesse de escolher entre o teatro e os filmes, Dan disse que se manteria fiel aos filmes, como era quando começou, mas que com o teatro existe uma adrelina maior.

Quando perguntado qual era a cena dos livros de Harry Potter cortada dos filmes que gostaria de ter filmado, ele disse que teria gostado de fazer qualquer cena com Sirius para trabalhar mais com Gary Oldman.

Dan foi perguntado sobre o porquê não ter havido uma festa de encerramento para nenhum dos filmes Harry Potter (ele disse que a culpa era da má organização), e que depois do final da série todos os atores saem em férias e são autorizados a fazer cosas que até então eram restritas às suas apólices de seguro (ele menciona isso de brincadeira), tais como asa-delta.

Mencionou que se eles precisassem de um novo feitiço nos filmes Harry Potter, sempre poderiam chamar Jo Rowling e pedir a ela para inventar um, criando-o com origens do latim, de modo que eles podiam usá-lo nos filmes.

Disse que quanto a Relíquias da Morte, ele está mais ansioso para andar pela floresta (capítulo 34) do que pelas seqüências de luta; e que Sirius está no roteiro para o filme, então existe uma chance de que ele tenha outra cena como Gary Oldman.

Falou sobre a sua dispraxia, a qual lamenta ter citado por causa da reação pruduzida. Disse que ela não o afeta tanto, e ter feito ginástica desde os 11 anos o ajudou a se coordenar melhor.

A última pergunta foi sobre a sua educação religiosa; entre sua mãe sendo judia e seu pai protestante, como nenhum deles era muito religioso ele também não foi, embora tampouco tenha sido criado em uma “cisterna moral”.