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Radcliffe se prepara para sua fase na Broadway

Entrevistas com o ator Daniel Radcliffe não param de surgir depois de sua tão comentada estréia na Broadway. Agora foi divulgada uma entrevista pela Associated Press, quase em sua totalidade, focada na edição nova-iorquina da peça Equus.Richard Griffiths fez sobre alguns comentários sobre Radcliffe:

“Eu estou realmente satisfeito com ele. Ele está exatamente numa fase complicada, passando de um ator criança à um ator adulto”.

Que logo foram retribuídos:

“Trabalhar com Richard no palco e de um modo mais íntimo que ‘tio Válter’, nos filmes de Harry Potter, é incrível. Seu intelecto é enorme. Mas…ele não é esnobe com o conhecimento que tem. Ele conversa sobre o que sabe e divide seu conhecimento. É realmente muito bom estar perto dele. Eu seria muito imbecil se não aceitasse o papel”.

Para os iniciantes, um conselho:

“No final da peça, dê um sorriso”, ele diz. “Eu realmente não gosto muito quando estou no teatro, assistindo os atores atuando em uma ótima peça – e eles saem, no final da peça, e não sorriam. Eu penso: ‘Você é sortudo suficiente por atuar numa brilhante peça, por isso, agora é hora de mostrar gratificação pelo fato de estar nela. Aproveite!’. Nós estamos fazendo ‘Equus’ e nós sorrimos. Se você pode sorrir no final de ‘Equus’, qualquer pessoa deveria ser capaz de fazer o mesmo”.

A tradução na íntegra já pode ser lida em notícia completa!

DANIEL RADCLIFFE
Daniel Radcliffe se prepara para sua fase na Broadway

Associated Press ~ Michael Kuchwara
19 de Setembro de 2008
Tradução: Abner Moreira

Daniel Radcliffe está falando sobre Alan Strang, um jovem problemático que ele interpreta na peça Equus, o drama de Perter Shaffer, agora na Broadway.

“O legal em Alan é que você não o notaria andando pela rua”, diz Radcliffe. “Ele é do tipo discreto. Ele é como Alec Guinnes, naqueles filmes em que ele se torna invisível a medida que vai andando entre a multidão”.

Invisível não é uma palavra que você usaria para descrever Radcliffe, que, aos 19 anos, é provavelmente um dos mais conhecidos jovens atores do mundo, graças à um certo menino bruxo criado por J.K. Rowling.

Mesmo vestindo jeans, jaqueta de couro preta, camiseta cinza e uma “barbixa” (o que não o faz parecer mais velhos que seus quase 20 anos), Radcliffe atrai olhares enquanto anda confiantemente pelo lobby do edifício.

No segundo andar do estúdio, ele expõe seu personagem Strang, o pivô na peça de Shaffer, que conta a história do jovem que cega um estábulo cheio de cavalos. Verdade seja dita, jovem em seu entusiasmo e surpreendentemente adulto em suas percepções.

“Alan não é academicamente brilhante, mas tem um intelecto fascinante”, diz Radcliffe, acrescentando que embora o garoto “possa ser considerado simples e gentil…tem uma imaginação incrível”.

Equus foi um grande sucesso na Broadway em 1974, com Peter Firth, no papel que agora é de Radcliffe, e Anthony Hopkins, como o psicanalista que tentava descobrir o segredo do jovem. O papel de Hopkins está sendo interpretado por Richard Griffiths, que co-estrelou com Radcliffe em 2007, na produção londrina de Equus e que interpreta o malvado tio Vernon nas famosas seqüências de “Harry Potter”.

Griffiths e Radcliffe se admiram muito como profissionais.

O ator mais velho, ganhador do troféu Tony por “The Histoy Boys”, diz sobre Radcliffe: “Eu estou realmente satisfeito com ele. Ele está exatamente numa fase complicada, passando de um ator criança à um ator adulto”.

E Radcliffe retibrui o elogio:

“Trabalhar com Richard no palco e de um modo mais íntimo que ‘tio Válter’, nos filmes de Harry Potter, é incrível. Seu intelecto é enorme. Mas…ele não é esnobe com o conhecimento que tem. Ele conversa sobre o que sabe e divide seu conhecimento. É realmente muito bom estar perto dele. Eu seria muito imbecil se não aceitasse o papel”.

Mas há outra razão para Radcliffe ter tentado o teatro.

“O palco é bem mais um teste de coragem que um filme e dá pra ver do que você é feito”, Radcliffe explica. “Seria muito fácil ser simplesmente uma coisa. Isso não me interessa muito. Mesmo se eu errar, é bom saber quais são os meus limites. É bom ter um senso do que eu posso fazer ou não”.

“Todo ator tem limites. É uma maneira de testar onde eles estão. Afortunadamente, eu ainda não os encontrei. Eu acho que eu aprendi que sou mais capaz do que imaginava”, ele diz com uma risada.

Em Londres, Radcliffe recebeu elogios da crítica e do público por sua performance, que inclui uma breve cena em que o ator está nu, um momento que, sem dúvidas, rendeu vários ingressos para os curiosos fãs de “Harry Potter”.

“É o seguinte sobre fazer isso pela primeira vez: todo mundo estava perguntando se eu…conseguiria. Eu não sabia se conseguiria ou não, mas eu realmente queria fazer…E pretendo ficar cada vez melhor nisso”.

Para Radcliffe, o treino começou com sua voz. Nos últimos três anos, ele tem trabalhado com Bárbara Houseman, uma respeitada treinadora vocal na Inglaterra.

“Há vários atores que pensam que é só você subir no palco e interpretar – não é bem assim”, ele diz. “Você precisa se proteger. Você pode fazer a melhor apresentação no palco, mas se o público não consegue te ouvir, a performance é inútil”.

Houseman está em NY para as performances pré-show, e Radcliffe se prepara para a estréia no Broadhurst Theatre, dia 25 de setembro.

“Eu estou bem mais confiante sobre (minha voz) ser ouvido agora. Em Londres, havia mais preocupação. Agora tenho espaço para brincar com as palavras e dar um pouco mais de cor a elas, uma espécie de musicalidade, tentar e dar a cada palavra sua identidade individual, eu acho”.

“Talvez eu esteja mais relaxado agora. Eu acho que é porque eu cresci durante esse período (1 ano e meio), desde a última apresentação da peça”, ele diz. “Noite passada eu peguei uma fila errada que, para mim, foi como uma facada, porque não gosto de fazer isso”.

“Equus” é uma peça sensível e perturbante, um mistério de formas que o levam a um clímax surpreendente. Como Radcliffe agüenta toda essa intensidade?

“Eu vou pra casa e assisto The History Channel, que é o que eu tenho feito ultimamente”, Radcliffe diz com uma risada. Isso é, depois de ter atravessado multidões esperando, no palco de Broadhurst, por um autógrafo ou uma foto no celular. Radcliffe reconhece seus fãs. “Respeite seu público porque algumas dessas pessoas vêem 50 apresentações por ano”, ele diz.

Radcliffe alerta seus amigos novatos na Broadway. Seu conselho?

“No final da peça, dê um sorriso”, ele diz. “Eu realmente não gosto muito quando estou no teatro, assistindo os atores atuando em uma ótima peça – e eles saem, no final da peça, e não sorriam. Eu penso: ‘Você é sortudo suficiente por atuar numa brilhante peça, por isso, agora é hora de mostrar gratificação pelo fato de estar nela. Aproveite!’. Nós estamos fazendo ‘Equus’ e nós sorrimos. Se você pode sorrir no final de ‘Equus’, qualquer pessoa deveria ser capaz de fazer o mesmo”.

Apesar de seu novo personagem, Radcliffe nunca estará muito longe de onde ele ganhou sua fama pela primeira vez – aqueles filmes “Potter” baseados nos sete livros de Rowling.

A versão cinematográfica do livro seis, “Harry Potter e o Enigma do Príncipe”, já está na caixa com estréia marcada para julho de 2009. As filmagens do último livro “Potter” – “Harry Potter e as Relíquias da Morte” – começam logo após o término das apresentações de “Equus”, em fevereiro.

“Eu tenho certeza que estarei acabado, mas eu adoro filmar “Harry Potter”, ele diz. “Mal posso esperar em voltar pra lá”.

“Relíquias da Morte” será lançado como dois filmes – um em novembro de 2010 e o último no verão de 2011. Espera-se que a produção dure cerca de 14 meses. Depois disso, talvez um pouco mais de trabalho no palco.

“Não tenho idéia de onde estarei daqui a 10 anos”, diz Radcliffe. “Espero que ainda esteja atuando. Se eu ainda estiver atuando e ainda estiver gostando do que faço, estarei feliz. Tenho quase certeza de que isso acontecerá”.