Filmes e peças ︎◆ O Enigma do Príncipe

Mark Williams comenta EdP, elenco e fim da série Potter

Dando continuidade à pesada divulgação que o LA Times está fazendo do filme Harry Potter e o Enigma do Príncipe, liberando uma nova entrevista por dia com o elenco ou equipe técnica da série, agora chegou a vez de conhecermos a opinião do ator Mark Williams (Arthur Weasley).
O britânico falou sobre ser fã antes dos filmes, a sua interpretação e a crescente importância do Sr. Weasley na saga, a obscuridade dos filmes, a proximidade do fim da franquia e outros.

Para fazer Harry Potter, você leu algum dos livros antes de ser escolhido para o papel?
Sim! Eu os li antes de ser escolhido e eu era, isso é meio vergonhoso, meio que um fã. Eu me encontrei com meu agente e disse “Alguém vai fazer algo relacionada a esses livros, porque eu gostaria de participar.” Eu sabia quem era Arthur Weasley, e eu sei quem sou e sabia que poderia fazer isso.

A tradução na íntegra vocês conferem na extensão!

HARRY POTTER E O ENIGMA DO PRÍNCIPE
Contagem regressiva para Harry Potter: Arthur Weasley se pronuncia

Los Angeles Times ~ Jevon Phillips
24 de julho de 2009
Tradução: Isadora T. Moraes

Mark Williams, que interpreta Arthur Weasley na série “Harry Potter”, notou que nos livros de J.K. Rowling seu personagem era o único exemplo paterno normal (se é que se pode dizer isso) em toda a série. Um cara comum com uma varinha, que é na verdade um agente duplo, Weasley era perfeito para Williams. E, como todo cara comum, ele começou nossa conversa falando de publicações de notícias online vs. publicações impressas. “Os livros digitais não funcionam, de verdade. Você não pode carregá-los consigo.” Isso já me mostrou que ele entende dos meios de comunicação (quer ele esteja certou ou não sobre livros digitais e coisas do tipo), e também que, embora fosse um fã antes de conseguir seu papel, o fenômeno Potter nunca subiu à sua cabeça.

Para fazer Harry Potter, você leu algum dos livros antes de ser escolhido para o papel?
Sim! Eu os li antes de ser escolhido e eu era, isso é meio vergonhoso, meio que um fã. Eu me encontrei com meu agente e disse “Alguém vai fazer algo relacionada a esses livros, porque eu gostaria de participar.” Eu sabia quem era Arthur Weasley, e eu sei quem sou e sabia que poderia fazer isso. Já atuei em “101 Dálmatas”, “The Borrowers”, “Shakespeare apaixonado” e coisas do tipo… e senti que tinha uma ligação.

Quanta liberdade você teve para moldar Arthur Weasley ao seu gosto?
Bom, no livro ele está meio que ficando careca, então eu disse para Chris Columbus “Você quer que eu raspe minha cabeça ou alguma coisa do tipo?” e ele disse “Não! Não, não faça isso!” Ele olhou para mim e disse “Não leve tudo tão ao pé da letra.” J.K. Rowling tem sido muito boa nesse tipo de coisa. Ela permitiu que os filmes se desenvolvessem paralelamente aos livros, mas ela também não mudou o tipo de caracterização dos livros… E com “Relíquias da Morte,” acho que pela primeira vez, à medida que os livros ficavam maiores, o trabalho de Steve Kloves também foi ficando mais difícil. Mas dividir o último filme em duas partes é muito bom. Apóio isso bastante, e não só porque estou nos filmes. Ela J.K. Rowling tem um cérebro tão lógico, ou melhor, tão musical, e todos os temas e melodias foram solucionados no último livro.

O papel de Arthur Weasley foi ficando cada vez mais importante na série – o que você achou do fato de ele ter um papel mais ativo?
Eu não sabia, mas acredito que ela disse que ele é o único pai “em atividade” que sobrou, mas, na verdade, acho que ele é o único. Lúcio não é um. Pais substitutos, Sirius e Dumbledore estão mortos e não há uma maneira mais agradável de dizer isso, então ele é a única imagem paterna positiva, pra falar a verdade. Mas você devia perguntar a ela sobre isso e, acredite em mim, quando nós terminarmos eu perguntarei.

Então você, Mark, como um ator, tem sido uma figura paterna para a criançada no set…
Bom, agora, na verdade não, todos eles cresceram!

É, você tem razão, eles não são mais crianças, mas você tinha um papel paternal no set?
Bom, é, mas você tem que ser cuidadoso, sabe? Eles estão cansados disso agora, mas foi na época em que todos começamos que, principalmente depois do almoço, Dan e Rupert tinham essa hora das risadinhas. Isso me fazia relembrar os tempos de colégio, sabe, aquele horário pelas duas ou três da tarde em que você não conseguia falar nada sério. Mas tenho que dizer que eles mostram uma paciência memorável… Eles deviam ficar tão entediados por conversar com atores de meia-idade durante sua infância. Mas tudo isso foi muito positivo. É tipo “Não traga seu ego para cá porque eles são atores de apenas oito anos.”

Os filmes ainda são muito bem feitos, mas parecem estar ficando mais sombrios. Como você e seu personagem lidaram com isso?
Bom, sempre foi sombrio… John Williams acertou em cheio, com a música ocupando 30% do filme… Quero dizer, sabe, os pais dele foram assassinados. Há apenas esse notável fator Charles Dickens – nunca tinha dito isso antes e meio que me arrependo de ter dito – e há essas grandes cenas em que você pode tocar o violoncelo, você sabe o que eu quero dizer. À medida que o tempo passa, eu tenho ficado mais e mais impressionado com o senso geográfico dela (J.K. Rowling) e com o fato que ela sabe que direção seguir. Há um grande mapa na cabeça dela e eu nunca senti que nenhuma das preocupações ou temas ou problemas tinham sido varridos para debaixo do tapete.

O que é legal é participar dos dois últimos filmes pensando em como é prazeroso interpretar esse personagem… E o melhor é que, quando terminarmos, vamos TER terminado. Não vamos ter deixado nada de fora.

Com o fim prestes a chegar e os atores crescendo bem na sua frente – do começo ao fim – como o clima no set mudou?
As coisas no set não mudaram, de verdade. O clima da história, sim, mas o modo como a máquina funciona não. Sempre foi um grande prazer estar naquele set. E, na verdade, uma coisa… Você conhece “Apocalypse Now?,” onde [o Capitão Benjamin L. Willard] se levanta e diz “Algum dia, esta guerra terminará!” Eu fiz isso e disse “Algum dia, este filme terminará.” Só alguns de nós riram.

Há alguma coisa que Arthur Weasley fez nos livros que você gostaria que ele tivesse feito no filme?
Sim! Bom, eu conversei com Christopher Columbus sobre isso e ele disse claramente que isso não aconteceria. Mas quando vemos Arthur Weasley pela primeira vez, ele chega em casa e um bando de gnomos está comendo em seu jardim e ele meio que os manda para longe com um feitiço… Então eu gostaria de poder ter feito isso.

Mas Arthur Weasley é muito bom com sua varinha, não é?
Sabe, eu não luto muito. Quero dizer, creio que nos próximos dois filmes irei lutar. Minha varinha é bem boa e maleável. É meio retorcida e bem refinada. A varinha de Olho-Tonto Moody é bem encaroçada, mas a minha dá um certo ar de poder. Ela só não é muito firme.

Você fica com a varinha mesmo fora do set?
Está de brincadeira! Cara, nem dá pra… sabe, se você ler o roteiro no lugar errado, a polícia de Harry Potter vai atrás de você.

Se você pudesse, depois do término de todos os filmes, levar algo do set, o que levaria?
Na casa dos Weasley, há um relógio que mostra onde todos estão. É o objeto feito para set mais bonito que já vi. Muitas dessas coisas não são valorizadas e você entra no set e pensa “Meu Deus!” Você tem que dar uma olhada mais de perto… Os ponteiros são pontas de tesouras e tem coisas do tipo “escola” e “trabalho” escritas… e uma das seções diz “perigo mortal.” Eu adoraria isso. E, por falar nisso, essa seção não funciona, porque já estive em perigo mortal e não mudou nada. Eu voltei e só dizia “no trabalho.”

Você foi pego pelo redemoinho de “Harry Potter”?
Pra falar a verdade, não. Eu sou meio que o tio, sabe? Deus sabe como tem sido para eles. Mas, é, eu fui reconhecido na China. É uma grande coisa. Mas foi mais fácil para os atores mais velhos porque nós [tivemos outros papéis com que pudéssemos nos identificar]… Dan, Emma e Rupert não tiveram essa escolha.

Então tem sido divertido?
Existem longas e desesperadoras horas em que você às vezes tem que achar algo para fazer para preencher o dia e você quer estar em outro lugar. Mas [coisas] acontecem e eu me sinto imensamente orgulhoso de ser parte disso. Imensamente. Alguns dizem que tenho sorte, mas é como Gary Player uma vez disse, “Quando mais eu pratico, mas sortudo eu fico.”