Filmes e peças ︎◆ O Enigma do Príncipe

Judão, G1 e Telegraph alertam sobre falta de ação em EdP

Hoje foi realizada uma sessão de imprensa em São Paulo, e dois sites brasileiros divulgaram novas análises do filme Harry Potter e o Enigma do Príncipe. Para começar, o portal G1 diz que há vários sinais do crescimento do personagem principal, mas alerta os fãs mais radicais:

Diversas cenas são alteradas, algumas são acrescentadas, e outras que muitos considerarão importantes simplesmente desaparecem. A história do “príncipe mestiço”, por exemplo, que dá nome ao livro e ao filme, praticamente some e vira quase uma nota de rodapé. A ação e a tensão ficam em segundo plano.

O Judão, por sua vez, publicou uma crítica negativa do nogo longametragem, taxando-o de “xôxo” e sem ação. Confiram um trecho abaixo:

A minha decepção foi total, não só pelo número surreal de adaptações desnecessárias que foram feitas, mas, principalmente, porque é um filme parado. Parado! Sem ação nenhuma. É longo e não acontece nada vezes nada. Aí, na última hora, acho que eles se dão conta dessa falha e começam a correr pra explicar certas coisas.

Para finalizar, o Telegraph classificou o longa com três estrelas em uma escala que vai até cinco, voltou a falar da falta de ação, e comentou que há bastante humor:

Voldemort nunca aparece de verdade, e há surpreendentemente poucas sequências de ação – o adaptador Steve Kloves, de volta à sua cadeira após a ausência de um filme, tomou a surpreendente decisão de eliminar a única grande luta do livro. Mas estão lá.

Os textos das três análises podem ser vistos em notícia completa. O sexto filme chega aos cinemas daqui a uma semana!

Atualizado: Acabamos de incluir no final da extensão a crítica publicada pelo Times Online!

HARRY POTTER E O ENIGMA DO PRÍNCIPE
No sexto filme da série, Harry Potter volta bem-humorado e apaixonado

G1 ~ Marília Juste
07 de julho de 2009

Se na última vez em que vimos Harry Potter (em “A ordem da fênix”) o herói estava irritado e respondão, ele não poderia estar mais diferente agora, no novo filme da série: “Harry Potter e o enigma do príncipe”. Aos 16 anos, Harry parece estar mais à vontade com a própria adolescência. E, enquanto tenta descobrir como vencer as forças do mal lideradas por Lorde Voldemort, ele tem outra preocupação mais de acordo com sua idade: garotas (bem, na verdade, uma garota em especial). O G1 já assistiu ao filme que estreia em 15 de julho e agora traz um gostinho para os fãs da série.

Em “Enigma”, o sexto filme da franquia, Harry (Daniel Radcliffe) e seus amigos Rony (Rupert Grint) e Hermione (Emma Watson) estão em seu penúltimo ano na Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts. E, embora já sejam heróis acostumados a enfrentar o perigo, eles se descobrem um tanto quanto despreparados para encarar as reviravoltas de suas recém-descobertas vidas amorosas.

No último filme, também dirigido por David Yates, a história se concentrava praticamente em Harry e em sua luta contra Voldemort. Agora, a ação dá uma longa pausa para voltar a mostrar a vida em Hogwarts. Até o esporte favorito de Harry, o quadribol, que sequer apareceu em “A ordem da fênix”, recupera seu espaço.

Nos corredores de Hogwarts há muita paquera e triângulos amorosos. A irmã de Rony, Gina (Bonnie Wright), que passou os últimos cinco anos apaixonada por Harry à distância, bota a fila para andar e arruma um namorado. Agora é a vez de Potter sofrer por ela. Rony, que no passado sofria para conseguir a atenção de uma garota, agora é disputado por duas. E Hermione até esnoba um pretendente ao descobrir que o garoto que ela realmente gosta está bem na sua frente.

Harry, que aparecia agressivo e revoltado no último filme, agora está muito mais de bem com a vida, e são dele alguns dos momentos mais engraçados do filme – diferentemente das aventuras anteriores, em que Rony praticamente concentrava o alívio cômico. Não são poucas as piadinhas que o protagonista solta durante o filme, e os fãs terão a oportunidade de ver um Harry mais “humano”, “colando” na aula de Poções e matando tempo nos corredores durante aulas vagas.

O “eleito” está mais convencido e confiante de seu papel na salvação do mundo dos bruxos, e isso fica claro em suas atitudes – mais serenas e bem pensadas (a não ser, é claro, quando ele tem a oportunidade de ficar cara a cara com a assassina de seu padrinho Sirius Black). Logo no começo do filme, quando Dumbledore, o diretor de Hogwarts, pergunta se Harry está se questionando sobre para onde está sendo levado, o jovem responde na hora, conformado: “Depois de tantos anos, senhor, eu simplesmente sigo a onda”.

Os fãs de carteirinha dos livros de J.K. Rowling, no entanto, precisam ir preparados. Embora a história no fim das contas seja a mesma, o filme tem muitas alterações em relação ao texto original. Diversas cenas são alteradas, algumas são acrescentadas, e outras que muitos considerarão importantes simplesmente desaparecem. A história do “príncipe mestiço”, por exemplo, que dá nome ao livro e ao filme, praticamente some e vira quase uma nota de rodapé.

A ação e a tensão ficam em segundo plano em “O enigma do príncipe”, mas os fãs podem ficar tranquilos. Ela vai voltar em 2010, com a primeira parte de sua última aventura, “Harry Potter e as relíquias da morte”. Sim, o último filme da série foi dividido em dois, e a segunda parte está prevista para estrear apenas em 2011. A justificativa dos produtores é que a história é muito comprida para ser contada em apenas um filme – o que faz sentido, uma vez que, mesmo com todos os cortes, “Harry Potter e o enigma do príncipe” chega às telas do cinema com duas horas e meia de duração.

O filme estreia no Brasil em 15 de julho. Quem quiser pode também conferir uma versão especial nos cinemas 3D, com a sequência de abertura apresentada em três dimensões.

Judão, G1 e Telegraph alertam sobre falta de ação em EdP

HARRY POTTER E O ENIGMA DO PRÍNCIPE
[NÓS VIMOS!] E pode ir tirando esse olharzinho de inveja da cara…

Judão ~ Tayra Vasconcelos
07 de julho de 2009

O tão esperado, e adiado, sexto filme de Harry Potter foi exibido hoje para a imprensa em São Paulo (e pelo que eu soube, no mundo inteiro também) e a opinião foi unânime (ao menos entre os que estavam perto de mim): o filme é xôxo.

Muita gente não vai concordar, afinal gosto é gosto, além disso tem fã disposto a gostar de tudo que leve a marca Harry Potter. Bom, eu sou uma das maiores fãs do bruxo com raio na testa que eu conheço, e, por incrível que pareça, com ressalvas a todos, gostei dos cinco filmes anteriores.

Eu adorei todos os trailers e pôsteres que foram saindo de Harry Potter e o Enigma do Príncipe e estava empolgada, ainda mais depois de assistir a Harry Potter e a Ordem da Fênix, uma vez que eles conseguiram transformar um livro chato, lento, sombrio em um excelente filme, dinâmico e extremamente bem adaptado. Porém, a minha decepção foi total, não só pelo número surreal de adaptações desnecessárias que foram feitas, mas, principalmente, porque é um filme parado. Parado! Sem ação nenhuma. É longo e não acontece nada vezes nada. Aí, na última hora, acho que eles se dão conta dessa falha e começam a correr pra explicar certas coisas. Correm, correm, correm e, de repente, acaba. Assim, puf, sem mais, nem menos. E você fica com a maior cara de “ozinho underline ozão” (™ Morph).

Bom, depois vocês vão ver uma resenha mais detalhada, além de uma nota onde mostro as principais diferenças entre o filme e o livro. Mas por enquanto é isso, viemos mostrar que estamos com cara de que vimos e não gostamos.

Judão, G1 e Telegraph alertam sobre falta de ação em EdP

HARRY POTTER E O ENIGMA DO PRÍNCIPE
O mais recente episódio da série Harry Potter, Harry Potter e o Enigma do Príncipe, é uma elegante aquisição da série.

The Telegraph ~ Sarah Crompton
07 de julho de 2009
Tradução: Adriana Couto Pereira

Classificação ***

Sentar para ver cada novo filme de Harry Potter é um pouco como entrar novamente em uma amada capa que voc&r encontrou no fundo do guarda-roupa. Você sabe exatamente o que esperar dela; o prazer está em redescobrir.

Mas é graças ao enorme crédito de Harry Potter e o Enigma do Príncipe, o sexto episódio da sequência, que não se limita tão confortavelmente a essa familiaridade. Ele leva a saga a uma direção sombria, conforme Harry aceita seu papel como o Escolhido e começa a se preparar para destruir o cruel Lord Voldemort.

O diretor David Yates e seu cinematógrafo Bruno Delbonnel elevaram o tom no início, com uma brilhante cena de abertura que mostra o mal se misturando ao mundo normal em rastros explosivos de fumaça negra, criando tempestades escuras sobre Londres e destruindo a Ponte do Millennium.

Aquela intensidade monocromática, uma sensação de que toda a cor escoou do mundo conforme a fraqueza aumentou, é o humor dominante enquanto o diretor de Hogwarts, Albo Dumbledore (Michael Gambon) tenta ajudar Harry a entender a história e a mente de seu arqui-inimigo.

Voldemort nunca aparece de verdade, e há surpreendentemente poucas sequências de ação – o adaptador Steve Kloves, de volta à sua cadeira após a ausência de um filme, tomou a surpreendente decisão de eliminar a única grande luta do livro. Mas estão lá – uma perseguição no milharal entre Harry e os Comensais da Morte, a cena em uma caverna proibida onde Harry e Dumbledore procuram desvendar os segredos de Voldemort – crepitando com uma estranha impressão de engodo.

Além disso, há um tanto de humor quando Harry e seus colegas descobrem que a vida não é apenas salvar o mundo. É também garotas e o amor desencontrado. Ron (Rupert Grint), perseguido pela amorosa Lilá Brown, aprende um pouquinho sobre a desilusão adolescente.

“Essas garotas ainda vão me matar”, ele lamenta, em dado momento. Em outro, quando perguntam por que ele e Harry estão sempre no meio dos problemas, ele responde: “Acredite, eu tenho me perguntado a mesma coisa pelos últimos seis anos”.

Não acontece muita coisa para 153 minutos de filme, entretanto, e eu pensei que meus filhos – agora com 12 e nove anos e seguidores dos filmes desde aproximadamente o início – ficariam aborrecidos. Mas eles gostaram das conversas, do cômico jogo de Quadribol, da sensação de agitação do mal. Eles ficaram inteiramente absortos.

Isso, eu acho, aconteceu por causa de duas qualidades que ajudaram a transformar os filmes de Potter na mais bem sucedida franquia de todos os tempos. A primeira é a relação entre o trio central de Rony, Harry (Daniel Radcliffe) e Hermione (Emma Watson). O publico viu esses atores crescendo e assistiu suas performances melhorando e se aprofundando. Além disso, eles dão aos filmes sua espinha dorsal, uma verdade central na qual a magia comanda. Radcliffe em particular, nunca esteve melhor, demonstrando mais maturidade e sutileza.

Mas esses jovens atores estão rodeados pelo mais refinado grupo de talentos britânicos de atuação que já foi reunido, e conforme os filmes ficam mais consistentes, eles brilham ainda mais. Aqui Gambon, deslocado da periferia para o centro do palco, combina sabedoria – “Oh, ser jovem e sentir a lâmina afiada do amor” – e autoridade verdadeira. Helena Bonham Carter, como a bruxa guinchante Bellatrix Lestrange, dá vida considerável às cenas; Alan Rickman se move sem esforço da malícia à pura malevolência como Snape; Maggie Smith traz emoção e humor no papel da Professora McGonagall.

Novos personagens são absorvidos sem esforço neste Rolls Royce para uma reunião: Helen McCrory é sinistra e febril em sua pequena cena como a intratável mãe de Malfoy; Jim Broadbent é uma alegria como o alpinista social Horace Slughorn, que faz sua primeira aparição disfarçado de braço de poltrona.

Assistindo com prazer, não pude deixar de ocasionalmente me perguntar o que um novo membro vindo para a série poderia fazer com todos. Suspeito que o enredo seria ainda mais confuso. Mas para fãs tanto dos filmes quanto dos livros, é um elegante acréscimo ao cânone – mesmo se estiver ali apenas para preparar a cena para o conflito final, que ocorre nos próximos dois filmes.

Judão, G1 e Telegraph alertam sobre falta de ação em EdP

HARRY POTTER E O ENIGMA DO PRÍNCIPE
Times Online ~ Wendy Ide
07 de julho de 2009
Tradução: Renata Grando

Os entusiastas Potter são leais, mas quando o sexto filme da franquia sem limites chega em nossos cinemas, até o fã mais teimoso se perguntará as mesmas coisas. O último Potter tem o que precisa para ser o filme familiar do verão? Irá Harry transformar Tranformers em metal sem valor e Era do Gelo em um pântano?

A pergunta parece ser sim. A última parte é mais da mesma fórmula testada e tentada, pode-se ter certeza, mas é a fórmula que produz puro ouro até onde interessa aos fãs. A experiência do filme Potter é maior do que a soma dos talentos individuais que contribuíram em sua montagem. David Yates, o diretor, orquestrou as imagens com estonteante energia e confiança, mas o poder do fenômeno Potter definha sua contribuição artística individual.

No coração da última história esconde-se uma escuridão – isso e angústias e frustrações suxuais adolescentes para encher um pomo de quadribol várias vezes. Nessa parte da série, ambos Harry Potter e seu inimigo Lord Voldemort aumentam suas forças. O pomposo novo membro dos funcionários, Professor Slughorn (Jim Broadbent), guarda uma chave fundamental para entender – e talvez derrotar – o apavorante poder de Voldemort: Harry deve procurar as mágicas “horcruxes” nas quais o malvado colocou parte de sua alma.

Enquanto isso, embora Draco malfoy tenha sido escolhido por Voldemort para uma missão mortal, o perigo verdadeiro vem de Severo Snape (Alan Rickman), que mostra suas verdadeiras cores – todas elas obscuras pelo preto. Há muita trama para comprimir nesse filme – o livro de J.K. Rowling tem mais de 600 páginas – e, apesar do longo tempo, o filme ocasionalmente parece meio corrido e superficial.

Dito isso, as crianças de Hogwarts amadureceram. Eles estão tão castos quanto qualquer adolescente de 16 ou 17 anos que você encontraria fora de um livro de Enid Blynton, mas Harry e seus amigos acordaram para o sexo oposto. Rony Weasley tenta se esquivar das agarrações de Lilá Brown, uma garota que parece ter aprendido tudo que sabe sobre romance em um cartão de lembranças. E Harry pode ser capaz de acabar com um Comensal da Morte, mas ele é carinhosamente miserável quando se trata do coração. O Eleito é um pouco “geek”, embora Daniel Radcliffe esteja melhorando em suas aparências, cultivando a pálida talhada e intensa, amada pelos fãs de Twilight.

Esse despertar romântico coletivo ajuda a desabrochar os personagens, tornando-os infinitamente mais interessantes para a audiência adulta. As crianças, no entanto, podem não ficar tão entusiasmadas – algumas crianças de 12 anos na abertura a qual compareci contorceram-se com uma vergonha agonizante no mímino relance de um amasso.

Como muitos adolescentes, parecidos com trouxas ou bruxos, os garotos de Hogwarts começaram a experimentar substâncias psicoativas. Rony é o inadvertido recipiente de uma poção do amor que o faz abraçar móveis e sorrir como um louco. E Harry engole um frasco de sorte líquida e sai “quicando” para um campo como se estivesse tentando achar a tenda de uma festa rave. Mas o mal comportamento adolescente é apenas um aspecto suave [do livro]. O mal está permeando cada canto do mundo de Harry. O “Príncipe” é um nome rabiscado em um antigo livro didático – um desconhecido cujas anotações em garranchos fascinam e impressionam Harry, até que ele se dá conta de que foram escritos por um de seus inimigos. Esta ramificação da trama, mesmo fornecendo o nome ao filme, é descartada de maneira assaz superficial.

Não será surpresa para os fãs do livro o fato de que um personagem chave morre antes do fim do filme, mas não vou entregar a identidade só por garantia. É o bastante dizer que o clímax – uma busca sob a responsabilidade de Harry e do Professor Dumbledore – é verdadeiramente assustadora; e que o coração partido do salão da escola, demolido por uma vingativa Belatriz Lestrange (Helena Bonham carter, excelente), é uma imagem chocante e arrepiante.

O filme estréia dia 15 de Julho.