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A substituição de Harry Potter

A substituição de Harry PotterA substituição de Harry Potter
Em 2011, o último filme de Harry Potter será lançado -acabará também a “era Harry Potter”?
É sobre isso que especula Breno Alvarenga em sua coluna. O artigo completo, você lê na extensão. Os comentários, deixe no rodapé da página.


por Breno Alvarenga

O sucesso de Harry Potter é claramente inquestionável. Calcula-se que os sete livros juntos vendaram aproximadamente 400 milhões de exemplares em todo o mundo, sendo que o último, Relíquias da Morte, vendeu incríveis onze milhões de cópias em apenas 24 horas. Dos cinco filmes já lançados, três estão na lista dos dez filmes mais assistidos no mundo. A “Advertising Age” fez pesquisas das vendas dos mais diversos produtos da série (filmes, livros, jogos, acessórios, trilha sonoras) e o cálculo chegou a assustadores 15 bilhões de dólares. O nome “Harry Potter” é proferido pelas mais diversas pessoas em diversas línguas e é um fenômeno que possivelmente durará pelo menos até 2011, quando o último filme será lançando.

O ano de 2011 será um ano de uma nova era: a era sem Harry Potter. Estúdios de cinema, editoras de livros, empresas de jogos e outras empresas que lucram com a série terão incríveis quedas nas vendas e hoje já se traçam planos para continuarem lucrando. Impulsionados pelo sucesso de Harry Potter, os estúdios de cinema e as editoras buscam histórias de “aventura-fictícia-infanto-juvenil”. As editoras têm apostado em nomes como “Ciclo da Esperança”, “Desventuras em Série” e “A Sétima Torre”, enquanto o cinema aposta em adaptações de épicos como “Fronteiras do Universo”, “As Crônicas de Nárnia” e dos recentes livros “Desventuras em Série” e “Eragon”. Apesar do sucesso das obras citadas acima, o quase monopólio cultural de Harry Potter ainda prevalece, e os esforços das empresas parecem não cumprir as expectativas.

A pergunta então continua: quem, como e o que substituirá Harry Potter na indústria? Ou melhor, Harry Potter chegará um dia a ser substituído? As perguntas são vagas e as respostas incertas, mas, dentro de cada fã, algo diz que não. Digo por experiência e repito: Não. Pelos fãs com quem convivi, pelas mudanças que vi e principalmente por viver nos limites do meu corpo, e na profundidade da minha imaginação sei que o fascínio dos fãs de Harry Potter é inexplicável, estranho e bonito. Atrevo-me a dizer que somos os mais fiéis e compreendemos como ninguém as grandezas da palavra “fã”.

Muitos dizem que vivemos a geração Coca-Cola, mas se permitem mais uma vez divagar, afirmo que vivemos a geração Harry Potter, e por mais que os estúdios, as editoras, e as empresas apelem para efeitos especiais, cenas de tirar o fôlego e dramas superficiais nada substitui esse sentimento. Não são essas técnicas que criam um fã, e sim o amor pela obra, que é criado pouco a pouco e simplesmente não acompanha o ritmo capitalista. Na verdade, somos como bichos papões: atingimos facilmente a forma que a indústria quer, porém retornamos sempre à nossa condição natural, e é essa que a indústria não vê, não conquista e não muda.

A substituição de Harry Potter
Breno Alvarenga é colunista do Potterish desde maio.