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Seria ela uma Obscurial? Leia “A Misteriosa Vida e Morte de Ariana Dumbledore” e mate suas dúvidas

Após a estreia de Animais Fantásticos e Onde Habitam nos cinemas de todo mundo, diversas teorias ligadas ao universo de Harry Potter foram desenvolvidas pelos fãs, tendo como base as novas informações fornecidas pelo longa. Uma dessas informações deve-se a revelação dos termos “Obscurus” e “Obscurial”, ambos anunciados em Animais Fantásticos.

Designando todo “Obscurial” como “qualquer jovem bruxo ou bruxa que desenvolveu uma força das trevas parasita, conhecida como Obscurus“, que, segundo o Harry Potter Wikié resultado de ter seus poderes mágicos sendo oprimidos por abuso psicológico ou físico“, os fãs de Harry Potter logo conectaram os termos com a misteriosa doença da famosa irmã mais nova de Alvo Dumbledore: Ariana Dumbledore.

Coincidência ou não, poucos dias após a teoria que caracteriza Ariana Dumbledore como uma Obscurial se espalhar pela internet, o Pottermore divulgou em seu site oficial o seguinte texto: The Mysterious Life and Death of Ariana Dumbledore (A Misteriosa Vida e Morte de Ariana Dumbledore). O texto pode ser encarado quase como uma confirmação oficial de que a irmã do ex-diretor de Hogwarts era realmente uma Obscurial.

Clique aqui para ler “A MISTERIOSA VIDA E MORTE DE ARIANA DUMBLEDORE”, traduzida em primeira mão pela nossa equipe.

Traduzido por Vinícius Bellemo.

 

Lembrando a tragédia de uma jovem bruxa que morreu aos 14 anos, mas cuja vida teve conseqüências de longo alcance.

ariana

Temos testemunhado muitos atos de mal, principalmente nas mãos dos Comensais da Morte e seus apoiadores. Mas é impressionante que, dado o poderoso potencial da magia negra, que os praticantes de um dos piores atos já vistos na história mágica fosse um grupo de meninos trouxas comuns.

A vítima desse ato foi uma garota de seis anos de idade, Ariana Dumbledore, a irmã mais nova do brilhante diretor de Hogwarts, Alvo, e do seu irmão, Aberforth, o chefe do Cabeça de Javali.

“Quando minha irmã tinha seis anos, ela foi atacada fisicamente por três garotos trouxas. Eles a viram produzindo feitiços, quando a espionavam pela sebe que cercava o quintal: ela era pequena, não tinha controle sobre a magia, nessa idade nenhum bruxo tem. Imagino que o que viram os tenham apavorado. Eles se espremeram pela sebe, e quando ela não soube lhes mostrar o truque, exageraram ao tentar impedir a monstrinha de repeti-lo.” Harry Potter e as Relíquias Da Morte.

O brutal ataque à jovem Ariana deixou-a cicatrizada e danificada, mentalmente instável e com medo de realizar magia. Seus poderes “voltaram-se para dentro”, o que é algo extremamente perigoso. Aberforth a descreve como “doce, assustada e inofensiva”, mas quando estava chateada ou zangada, a magia explodia dela e ela se tornava “estranha e perigosa”.

O efeito do ataque na pobre Ariana se espalhou por todos os cantos da família. Seu pai, Percival Dumbledore, foi atrás dos rapazes trouxas e foi enviado a Azkaban por atacá-los. Nunca revelando o motivo de ter feito o que fez, Percival temia que, se o Ministério soubesse que Ariana enlouquecera com o que lhe havia ocorrido, ela passasse o resto de sua vida no hospital St. Mungus Para Doenças e Acidentes Mágicos.

Após a prisão de Percival, sua esposa Kendra Dumbledore mudou-se de Mould-On-The-Wold, onde o ataque ocorrera, para Godric’s Hollow, onde ela manteve em segredo a existência de sua filha, só permitindo que a mesma saísse de casa durante a noite.

Na biografia de Rita Skeeter, A Vida e As Mentiras de Alvo Dumbledore, ela sugere que foi por conta da vergonha de Kendra em ter produzido um Aborto – uma bruxa ou bruxo sem habilidade mágica – que a levou a manter sua filha fora do brilho público. Ela ainda alega que quando Alvo e Aberforth eram perguntados do por que de sua irmã não estudar em Hogwarts, eles haviam sido ensinados por sua mãe a responder: “Minha irmã é muito frágil para ir a escola.”

Claro que não era uma falta de habilidade mágica, mas sim a existência de uma boa quantidade de magia incontrolável que estava na raiz do encarceramento de Ariana. Tragicamente, logo após Alvo se formar na escola e pouco antes de ele embarcar em uma viagem ao redor do mundo com seu amigo Elifas Doge, sua mãe Kendra morreu como resultado de uma das explosões mágicas produzidas por Ariana.

“Então, quando tinha catorze anos… Entendam, eu não estava em casa – disse Aberforth. – Se eu estivesse, poderia tê-la acalmado. Ariana se descontrolou e minha mãe já não era tão jovem como antes e… foi um acidente. Ariana não pôde se controlar. Matou minha mãe.”
Harry Potter e as Relíquias da Morte

Alvo cancelou sua viagem e voltou para casa para cuidar de Ariana, insistindo que seu irmão mais novo Aberforth continuasse seus estudos em Hogwarts. Mas o adolescente Alvo, que antes planejara suas viagens e sua brilhante carreira, estava ressentido por estar preso a uma casa em Godric’s Hollow e a uma irmã que precisava de cuidados constantes.

“Eu me ressentia, Harry… Eu era talentoso, eu era brilhante. Eu queria fugir. Eu queria brilhar. Eu queria glória. Não me entenda mal – disse ele, e a dor atravessou o seu rosto de modo que ele pareceu velho novamente. – Eu os amei. Eu amava meus pais, amava meu irmão e minha irmã, mas eu era egoísta, Harry, mais egoísta do que você, que é uma pessoa notavelmente altruísta, poderia imaginar.
Desta forma, quando minha mãe morreu, e eu tive como responsabilidade cuidar de uma irmã danificada e um irmão rebelde, voltei para minha aldeia com raiva e amargura. Preso e desperdiçado, eu pensei! E então, é claro, ele veio…” Harry Potter e as Relíquias da Morte

“Ele” é, naturalmente, Gerardo Grindelwald, o bruxo brilhante que poderia ter merecido o título de bruxo mais maldoso dos últimos cem anos se Voldemort não tivesse lhe tirado esse posto uma geração mais tarde.

Grindelwald fez amizade com um Alvo de 17 anos quando ele veio para ficar na casa de sua tia-avó, Batilda Bagshot, durante o verão após a morte de Kendra. A dupla tornou-se inseparável no instante em que começaram a compartilhar idéias para “uma nova ordem bruxa” e a alimentar uma obsessão compartilhada pelas Relíquias da Morte. Mas Aberforth sentiu que a amizade de Alvo com Grindelwald deixara Ariana negligenciada. Ele desafiou os dois e uma discussão transformou-se em um duelo com consequências devastadoras.

” … Eu puxei minha varinha, e ele puxou a dele, até que senti uma maldição Cruciatus sendo usada em mim pelo amigo do meu irmão. Alvo estava tentando detê-lo, e então nós três estávamos duelando, e as luzes dos feitiços e os golpes a deixaram atordoada, ela não podia suportar. Acho que ela queria ajudar, mas ela realmente não sabia o que estava fazendo, e eu não sei qual de nós fez isso, poderia ter sido qualquer um de nós – e então ela estava morta.”
Harry Potter e as Relíquias da Morte

Não se sabe quem lançou o feitiço que matou Ariana, mas quando Harry encontrou Alvo Dumbledore em King’s Cross depois que ele quase morreu durante a Batalha de Hogwarts, o velho Diretor insinuou fortemente que foi Grindelwald quem lançou a maldição da morte.

“Grindelwald perdeu o controle. Tudo o que eu imaginava sobre ele, embora eu fingisse não fazer ideia daquilo, agora brotava daquele terrível ser. E Ariana… Depois de toda a atenção e cautela de minha mãe… Estava morta no chão.”
Harry Potter e as Relíquias da Morte

Foi durante uma “briga ao lado do caixão” no funeral de Ariana que o nariz do diretor de Hogwarts foi quebrado por seu irmão furioso, Aberforth. Os irmãos reconciliariam-se mais tarde, mas o sentimento de culpa dor ex-diretor, junto com sua dor pareceram nunca terem realmente se dissipado.

A decisão de Alvo em ir atrás de Grindelwald para parar suas atrocidades anos depois é provável que tenha sido alimentada, em parte, pela morte de Ariana. Reconhecendo o quanto o seu juízo tinha sido afetado por conta da sua grande obsessão pelas Relíquias da Morte, ele recusou o posto de Ministro da Magia.

O diretor de Hogwarts ainda cometeu um último erro por conta dos sentimentos de vergonha e culpa que cercaram a morte de Ariana: ele colocou em seu dedo o anel amaldiçoado contendo a Pedra da Ressurreição que Voldemort transformara em Horcrux – um ato equivocado, mas também compreensível.

“Eu o coloquei, e por um segundo imaginei que estava prestes a ver Ariana, minha mãe e meu pai, para poder dizer-lhes que eu estava muito… Muito triste …”
Harry Potter e as Relíquias da Morte