A atriz Julie Walters, mais conhecida como a simpática Sra. Weasley nos filmes de Harry Potter, participou de uma entrevista “na cadeira quente” com a jornalista Katie Spain. Na entrevista ela comenta sobre o início de sua carreira, as dificuldades e metas de uma garota com muitos sonhos. Confira abaixo um trecho da conversa:
O que os seus pais disseram quando você decidiu que queria atuar?
Bem, eles ficaram loucos! […] Quando eu comuniquei aos meus pais que queria ser uma atriz, eles ficaram sem entender… Tampouco eu entendia aquele sentimento. Foi uma notícia muito assustadora para minha mãe…
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Na cadeira quente: Uma noite com Julie Walters
Caso você está querendo saber como um profissional do teatro vem se destacando não é tão difícil como você imagina.
As pedras preciosas do Centro de Atores e da 10th Planet Productions organizaram uma série de classes especiais para os membros. Essa é uma rara oportunidade de escutar daquelas pessoas que chamam verdadeiramente a atuação de “lar”.
Julie Walters começou sua carreira no teatro “Tristan Bates”… E com nomes como Penelope Keith, Prunella Scales, Jeremy Irons, Maureen Lipman, Robert Lindsay, Juliet Stevenson and Paul Nicholas no palco, os seus níveis de inspiração foram crescendo.
Voltando a Julie… Assim que ela sentou na cafeteria para conversar com o anfitrião, nesta noite, era óbvio que essa era uma mulher que não se importava em ficar entre multidões; e era uma vasta multidão. Estudantes suplentes, diretores, fãs, amantes do cinema e artistas estabelecidos, para nomea-los. É claro, nós todos já a vimos nos palcos e em filmes como “Educating Rita”, “Calendar Girls”, “Harry Potter”, mas o que realmente a fez famosa?
Aqui vai um olhar rápido dentro da mente da real Julie Walters:
O quanto um treinamento é importante para um ator na sua opinião?
Eu penso que é muito importante… Eu treinei na Universidade Metropolitana de Manchester e foi a melhor maneira para aprender. Para começar, você é escolhido para papéis que de outra forma você não seria, e você consegue isso sem críticas, ou jornais e a mídia. Assim, foi ótimo aprender sobre como atuar. Há coisas que você não pode ensinar. Eu penso que uma pessoa já nasce ator ou não… Treinamento não necessariamente faz de você um ator. Algumas pessoas são muito comportadas (Risos). Isto é realmente devido ao instinto.
O que os seus pais disseram quando você decidiu que queria atuar?
Bem, eles ficaram loucos! Nós íamos ocasionalmente a um teatro amador com amigos. Os atores todos tinham uma maquiagem alaranjada na face e possuíam uma voz incrível, e eu amei aquilo. Quando eu comuniquei aos meus pais que queria ser uma atriz, eles ficaram sem entender… Tampouco eu entendia aquele sentimento. Eu apenas costumava olhar para a televisão e pensava: “eu poderia fazer isso”. Foi uma notícia muito assustadora para minha mãe… Até eu conseguir a pensão, que foi aproximadamente 20 anos mais tarde.
Você já tinha um trabalho?
Não… Bem, Eu meio que fui chamada para sair da escola. Eles basicamente me disseram que não me queriam de volta. Eu perguntei o porque e disseram que eu era subversiva. Eu tive que olhar no dicionário para entender o que significava! O diretor me deu uma carta para entregar à minha mãe… Eu sabia que ela iria me forçar a contar sobre o porque da carta, então coloquei o no lixo! Então fui para casa para falar com a minha mãe e disse que estava decidida a ser uma enfermeira (que eu sabia que ela queria). Ela ficou excitada com a notícia e me disse “Bem, então, não há necessidade de você voltar à escola”. Ela não percebeu que eu nunca ia à escola de qualquer forma! Ela pensou que eu estava sendo uma pessoa responsável… ser enfermeira era o que ela queria fazer naquele momento – assim eu estava fazendo algo que ela queria ter feito ela mesma. Eu fui enfermeira por algum tempo, mas no meio do caminho eu sabia que deveria ir atrás do que eu realmente queria.
Eu me recordo sentada no banheiro e dizendo: “Eu quero ser uma atriz”. “Eu quero ser uma atriz”. Então eu procurei por “TEATRO” na lista telefônica… Liguei para o primeiro nome que encontrei na lista e eles me responderam:
– Simm?
– Eu quero ser uma atriz!
– Você tem todas as Qualificações para tal profissão?
– Eu tenho quatro GCSEs.
– Ah, infelizmente você não pode entrar na Universidade.
E aquilo foi tudo que eles disseram! Felizmente, um amigo meu do Instituto Politécnico de Manchester me disse que tinha um curso de teatro e me falou para me inscrever. Assim, eu fui à audição. Eu não sabia nada sobre a peça, nada sobre os personagens e eu não tinha nenhuma idéia que o personagem que eu tinha escolhido era um homem… ou que o diretor da peça era uma mulher! Assim, eu já tinha duas coisas erradas para a entrevista… mas, eu fui em frente! Tudo começou a partir disso.
Como você conheceu Victoria Wood?
Bem, nós nos encontramos primeiro em 1978. Ela que escrevia todos aqueles pequenos sonetos e os esboços – Foi uma noite cheia de diferentes obras, de escritores variados, e ela escreveu um chamado “Sexo”. Eu era uma bibliotecária e ela traria um livro e diria “onde estão os seus ciclos menstruais? E eu disse, “Touro”! Nós realmente começamos assim.
Enquanto nós estávamos tendo nosso “fervido e fritas” num café de estrada, ela disse que “nós já tínhamos nos encontrado antes” de uma forma meio sinistra. Descobrimos que ela tinha feito audição na Politécnica de Manchester quando eu era estudante. Eu poderia oficializar tudo aquilo (usando meu collant ). Então eu lembrei… Aquela garotinha de óculos acabando num boteco – foi realmente ela. E ela não conseguiu! O Colégio de Manchester sofreu… Porque eu contei para todo mundo esta história! No final, eu recebi uma carta do diretor da Politécnica de Manchester dizendo “Nós pedimos desculpas por ela não ter entrado!”.
Você colaborou muito com a Victoria… Existem mais coisas vindo “na ponta da agulha”?
Ah não, nunca existem coisas “na ponta da agulha”. Na verdade, é muito legal da sua parte dizer colaboração porque isso geralmente consiste em ela dizer “Julie, eu estive escrevendo algo… você gostaria de estar nele?” E então eu digo, “Lógico”.
Após “Educating Rita” as coisas realmente engajaram. Como você se sentiu estando sobre os refletores?
Bem, eu acho que amei! Eu tinha uma certa forma de lidar com aquilo; saindo e festejando e geralmente ficando bêbada. É muito difícil tudo aquilo.
Tudo isso subiu a sua cabeça?
Bem, toda a bebida foi pra minha cabeça! Mas eu me controlei e me acalmei e pensei “O que está acontecendo de errado aqui?” Era toda aquela loucura da mídia que realmente não significava qualquer coisa. Você apenas tem que ter um senso sobre você mesma e perceber que está bem – aquilo é realmente quem eu sou. A década de 80 foi como uma adolescência para mim – mesmo eu com meus 30 anos… mas ali está você.
Existe muita pressão para você criar um personagem de uma certa forma?
Eu não penso assim. O script ou entra em meu coração ou não. Mesmo assim, eu penso… “Se eu vou fazer aquele papel terei que passar o máximo de verdade na cena”. Os scripts às vezes chegam até a mim e eu penso “eu sei que isto é bom, mas não vai significar nada pra mim”. Eu dispenso coisas por esta razão.
Você já teve que pegar um trabalho mesmo pensando que você não queria realmente fazer?
Eu tenho tido sorte… Então, não.
Tradução: Rodolfo
Revisão: Virág