TRADUZIDO: Em entrevista à NPR, J.K. Rowling fala sobre a escrita de “Career of Evil
Por Donizete JuniorPara a divulgação do livro “Career of Evil” nos Estados Unidos, J.K. Rowling concedeu uma entrevista livre de spoilers à National Public Radio (NPR), estação de rádio dos estadunidense.
A autora não apenas discutiu suas inspirações para a série Cormoran Strike, como também falou sobre a identidade de Robert Galbraith, a violência contra a mulher, fama e privacidade, e os acontecimentos e pesquisas que resultaram no lançamento do terceiro livro da série.
“Por mais engraçado que seja, eu sinceramente não me lembro qual dos três enredos me veio primeiro à mente, porque eu tinha todos eles e meio que os alinhei várias vezes para ver qual arranjo me agradava mais. Por causa da grande história que eu tinha para o Cormoran e para a Robin, decidi que o primeiro caso deles seria sobre a pessoa mais famosa, porque eu queria tê-lo fazendo a jornada, no primeiro livro, de total obscuridade para alguma forma de reconhecimento, que o prepara para o segundo livro, onde teria uma boa razão para alguém o procurar, já que ele é claramente bom no que faz. Então cada mistério dá uma margem para o próximo, e eu tenho uma visão da história completa, então eu a arranjei de forma que funcionasse como um todo.”
O livro foi o primeiro de muitos que deu pesadelos à Rowling…
“Foi horrível, na verdade. Esse foi o primeiro livro que me deu pesadelos, pesadelos literais. O que me deu pesadelo foi a pesquisa, porque eu achei que tinha a necessidade de fazer muita pesquisa para entender certa mentalidade, que é, claramente, muito diferente da minha. Eu li uma quantidade horrível de estudos de casos. Isso me deu pesadelos. Cada um daqueles suspeitos é baseado livremente, mas possuem as características de um verdadeiro criminoso ou assassino. Eu estava tentando assegurar que cada um daqueles suspeitos eram psicologicamente bastante concisos.”
Para conferir o áudio a entrevista traduzida na íntegra pela equipe do Potterish, confira o modo completo da notícia.
J.K. Rowling também deu uma longa entrevista para a BBC Radio, cuja tradução será publicaremos em breve. Enquanto isso, você pode conferir trechos importantes da entrevista onde a autora falou sobre “Harry Potter” e novos projetos de escrita.
National Public Radio – Barrie Hardymoon
02 de novembro de 2015
Transcrito por: Aline Michel, Orley Lima e Julianna Martins.
Revisado por: Pedro Martins.
Agora, deixem-me apresentá-los J.K. Rowling, também conhecida como Robert Galbraith. Seja bem vinda ao Pop Culture Happy Hour!
J.K. Rowling [JKR]: Muito obrigada, é uma honra estar aqui.
BH: Na verdade, eu vou começar com a última página deste livro, mas não se preocupem, não é bem um spoiler.
JKR: Ok!
BH: Vou começar com os agradecimentos, porque você escreveu que Robert Galbraith é como o seu parquinho particular. Primeiramente, esse é um parquinho perigoso.
JKR: É… Não devíamos levar isso tão literalmente.
BH: Eu sei, só estou brincando!
JKR: Eu realmente não gosto de brincar em jardins com partes de corpos!
BH: Presumi que não, mas eu gostaria de perguntar o que isso significa para você.
JKR: Acho que, por causa do jeito que eu comecei a escrever os livros – usando um pseudônimo, obviamente –, pareceu-me um prazer bem particular. Sabe, não havia expectativa, ninguém sabia que eu estava escrevendo “O Chamado do Cuco”, que foi o primeiro da série. Deu-me um sentimento de libertação, creio. E, quando fui descoberta como a autora, ao meu contragosto, eu não tinha certeza se deveria continuar. Mas, quase como um milagre, eu continuei. Existe uma coisa diferente em escrever sob um pseudônimo. Simplesmente me sinto em um espaço diferente… Eu também concordei com a minha editora que, mesmo quando já tinha sido descoberta, não faria marketing no mesmo nível que faria para um livro com o meu nome na capa. Então isso tem sido bom para manter o foco no trabalho e uma experiência bastante agradável.
BH: Antes de você começar a escrever a série, quem você estava lendo?
JKR: Como todo mundo que gosta de romances policiais, eu amo a Era Dourada dos Romances Policiais. Obviamente, eu tinha lido quando era bem jovem… Eu amava [Agatha] Christie quando eu era mais nova, amava Ngaio Marsh, Margery Allingham, Dorothy L. Sayers…
BH: Eu amo Dorothy Sayers.
JKR: Sim! Todos esses livros eu li quando era bem mais nova. Eles fundaram em mim uma paixão por romances policiais. Minha colega escocesa, e agora grande amiga, Val McDermid, que atualmente eu acredito ser uma mestre do drama… Li Patricia Cornwell… Eu leio muitas mulheres, mas não somente elas. Belinda Bauer, que conheci pessoalmente estes dias atrás e é fabulosa…
Amo ver o que as outras pessoas estão fazendo e foi um gênero que eu li por prazer durante muito tempo, e quis escrevê-lo também durante muito tempo.
BH: Então quando você se sentou para escrever, quando criou o Cormoran Strike, que é totalmente único e inteiramente ele mesmo, mas que também é um tipo de padrão… Ele é um detetive que é ao mesmo tempo cicatrizado emocionalmente e fisicamente… Como ele veio a sua mente?
JKR: Eu tive a ideia para o Cormoran do mesmo jeito sorrateiro que todos os meus personagens favoritos vieram até mim. Parece terrivelmente tolo, mas é a verdade. Alguns deles simplesmente acordam do seu subconsciente e vêm até você, e ele fez exatamente isso, ou saiu mancando do meu subconsciente. Se eu tivesse que analisar o porquê ele estava lá, diria que é porque conheço vários veteranos de guerra – um dos meus amigos mais próximos é um veterano -, e eu me interesso – assim como várias outras pessoas, creio – sobre o que acontece com quem vive na guerra e tem que construir de volta a sua vida de civil. Parece-me um problema real nos dias de hoje. Ele simplesmente veio a mim. Correndo de novo o risco de parecer tola, mas uma vez que ele apareceu na minha frente, foi só uma questão de descobrir do que ele se tratava e, como a maioria dos personagens, eu tinha que descobrir o que já estava lá, não inventar. Eu senti muito isso tanto com ele quanto com a Robin, sua consciência. Sua consciência feminina.
BH: Eu me pergunto se você já tinha essa premonição tanto a respeito do Cormoran e da Robin como também a respeito dos enredos.
JKR: Por mais engraçado que seja, eu sinceramente não me lembro qual dos três enredos me veio primeiro à mente, porque eu tinha todos eles e meio que os alinhei várias vezes para ver qual arranjo me agradava mais. Por causa da grande história que eu tinha para o Cormoran e para a Robin, decidi que o primeiro caso deles seria sobre a pessoa mais famosa, porque eu queria tê-lo fazendo a jornada, no primeiro livro, de total obscuridade para alguma forma de reconhecimento, que o prepara para o segundo livro, onde teria uma boa razão para alguém o procurar, já que ele é claramente bom no que faz. Então cada mistério dá uma margem para o próximo, e eu tenho uma visão da história completa, então eu a arranjei de forma que funcionasse como um todo.
BH: Há um desenvolvimento real neste livro, que eu acho muito bem contado. Você, como leitor, simplesmente entra nessa jornada.
JKR: Muito obrigada por dizer isso. Vou interrompê-la somente…
BH: Por favor.
JKR: É por um bom motivo, eu espero. Eu planejei este livro de uma forma que nunca fiz antes.
BH: Fico muito feliz que você tenha dito isso. Então ele não saiu completamente formado…
JKR: Não.
BH: Fico feliz de saber que há um grau de realidade…
JKR: Meu Deus, não.
BH: Porque é tão complexo! Realmente é!
JKR: É um enredo incrivelmente complexo, mas o truque é… Bem, não o truque, mas o trabalho foi não sobrecarregar o leitor com essa complexidade. O leitor, como você disse, deve ser capaz de simplesmente aproveitar a aventura. É o meu trabalho fazer com que a estrutura esteja lá, então você está na montanha-russa, mas a segurança dela não te assusta. Então eu planejei, e planejei, e planejei este livro. Sabia que seria tecnicamente muito desafiador e eu saboreei isso, queria me desafiar. Trabalhei muito, excepcionalmente nesse desenvolvimento, como você disse.
BH: O livro é incomum porque apresenta esses três suspeitos bem no começo.
JKR: Correto.
BH: E você escreve vários capítulos do ponto de vista do assassino, então o leitor tem essa experiência de se perguntar qual suspeito corresponde a essa voz. E parte do divertimento é mover a sua confiança de um suspeito para o outro. Eu passei metade do livro achando que era um deles, e depois outro, e quando vem a revelação… Como você trabalha a diferença entre digressões sem quebrar a confiança do seu leitor?
JKR: Eu senti que há muitas coisas acontecendo neste livro. Mais do que parece quando você mergulha nele. Para mim era muito importante manter o interesse dos leitores, sem alimentar a ideia de que eles estavam sendo levados a tocas de coelhos somente para a minha própria diversão. A regra número um nesse gênero é: você tem que jogar limpo! Você pode colocar quantas pistas falsas quiser, desde que elas sejam bem escritas e possíveis, então o leitor te perdoará. O que eles não perdoarão é você não colocar todas as informações na frente deles, porque aí você está trapaceando. Eu mantive isso em mente, como acredito que todo escritor-detetive competente deveria fazer.
BH: Conversamos um pouco aqui sobre o número de mortos. Nos primeiros dois livros, há assassinatos. Este é mau em outro nível. Existe um assassino que está, literalmente, decepando membros de mulheres, há um pedófilo, há um abusador em série. Como foi habitar um mundo que contém tanta maldade? Você está dentro da cabeça do pior que o mundo pode oferecer!
JKR: Foi horrível, na verdade. Esse foi o primeiro livro que me deu pesadelos, pesadelos literais. O que me deu pesadelo foi a pesquisa, porque eu achei que tinha a necessidade de fazer muita pesquisa para entender certa mentalidade, que é, claramente, muito diferente da minha. Eu li uma quantidade horrível de estudos de casos. Isso me deu pesadelos. Cada um daqueles suspeitos é baseado livremente, mas possuem as características de um verdadeiro criminoso ou assassino. Eu estava tentando assegurar que cada um daqueles suspeitos eram psicologicamente bastante concisos. E eles possuem um histórico de diferentes níveis, como homens reais. Mas foi extremamente importante para mim que isso não se tornasse o que chamo de pornografia de violência. Então foi muito importante para mim que o dano infligido fosse sentido como algo real e humano.
Robin, que é uma das nossas personagens principais, é um ponto chave para revelar como é enfrentar alguém assim e o que isso faz com a sua vida. Não são só pedaços de carne. Não são manequins para serem desmembrados. E foi importante para mim que essas cenas não fossem escritas sob uma visão de excitação, mas sim para que os leitores entendam por que é tão necessário que esse homem seja capturado.
BH: Nós descobrimos neste livro que a própria Robin foi estuprada. E é difícil de ler, principalmente se você leu os anteriores, porque Robin é muito valente e é difícil de imaginar. Você coloca mais do que as outras vítimas neste livro, você coloca um rosto para representar o crime.
JKR: Você está certíssima! E esse é o motivo pelo qual digo que fiz malabarismo com essas três tramas, em qual ordem iria escrevê-las. Eu queria que o leitor acreditasse que conhecesse a Robin antes de descobrir o que aconteceu com ela no passado.
BH: Sim.
JKR: Para mim era muito importante porque eu queria que o leitor sentisse o peso daquilo. Eles conheciam aquele ser humano, mas não a sobrevivente.
BH: Sim.
JKR: E isso é algo que se perde muito facilmente na vida e na literatura quando se fala sobre essa mentalidade e esse tipo de violência. Dar ao sobrevivente uma voz, uma face, uma nova humanidade, foi muito importante para mim.
BH: Eu adorei isso porque, frequentemente, na literatura, o estupro de uma mulher é visto como a consequência de alguma coisa, ao invés de…
JKR: Exatamente.
BH: E, tendo que esperar, você nos deu a chance de sentir o peso.
JKR: Exatamente. Mas como a Robin diz no livro, isso não a define. Ela é muitas outras coisas. E essas coisas dão humanidade a ela, não permitindo que a notem só por ela ter sido o veículo para alguém fazer algo tão grotesco como aquilo. Então eu concordo com você. Eu também quis examinar no livro as atitudes dela quanto ao crime, como sobrevivente e como mulher. E também as de Strike, que não consegue ver esses crimes como Robin os vê. Ele nunca conseguirá entender o ponto de vista dela. Essa foi uma dinâmica e uma perspectiva homem-mulher interessante que gostei de escrever.
BH: Os detalhes que temos do assassino são assustadores. As mulheres são objetos, são coisas, é o pior tipo de linguagem misógina que vimos não só nos livros, mas também em jornais.
JKR: Eu peguei esses detalhes de dois lugares. Claro, não copiei, mas me baseei. Um deles foi inspirado numa coisa que Ted Bundy mesmo fez. Foi o que me deu pesadelos, acho. Ele falava do modo que se sentia quanto as mulheres e das coisas que fez. Eu li alguns artigos sobre ele, peguei essas informações e usei elas para dar a perspectiva do assassino nos livros. A outra fonte para isso, e é bem deprimente dizer isso, mas literalmente, com alguns cliques em um computador, é possível encontrar fóruns onde homens conversam sobre mulheres usando esses termos. Para ser clara, estamos falando de psicopatas, mas psicopatia em relação a alguns objetos. Objetos no sentido que eles se referem, não que eu esteja falando que mulheres são objetos, mas você me entendeu.
BH: Sim, claro.
JKR: Eu claramente não sigo essa mesma linha de raciocínio quanto ao meu próprio gênero, então precisei pesquisar para conseguir entender o máximo que conseguisse da linguagem que alguém assim usa.
BH: Essa série de crimes foi uma forma de falar sobre essas maldades e essa misoginia que vêm se mostrando cada vez mais presente no mundo?
JKR: Bem, eu nunca iria… Sério. Eu nunca iria conseguir escrever tão bem um livro de detetives. Não que eu… Acredite, eu estaria feliz em acreditar que livros podem mudar pessoas, no entanto, sou realista e sei que as pessoas que pensam da mesma forma que esse assassino estão muito além do nosso alcance de ajuda. Existem pessoas que usam certas linguagens e têm certas crenças que não estão além da redenção…
BH: Também temos o Matthew Cunliffe, que é um tipo diferente de misoginia, mas ele a subestima, não a leva a sério.
JKR: É, esse é diferente. Para aqueles que não se lembram… (Risos) Eu tenho certeza que todos conseguem lembrar de cada palavra que eu escrevo, mas caso não consigam, Matthew é namorado de Robin há muito tempo, acho que nove anos, e ele fica desagradavelmente surpreso ao descobrir que a noiva que ele achou que tinha não é a Robin real. Robin agora está crescendo de formas que ele não gosta. Ela está ficando mais independente, achou um trabalho que gosta e é extremamente boa naquilo, e ele não está gostando nem um pouco disso. Ele é misógino numa forma mais diária. A quantidade de mulheres que eu conheci que já leram o livro e disseram que namoraram um Matthew…
BH: Sim!
JKR: Sério. Eu literalmente perdi as contas. Os Matthews existem. Felizmente, não existem tantos assassinos, mas existem muitos Matthews por aí.
BH: Senhora Rowling, eu também conheço um Matthew. Digo, essa é uma das dúvidas que eu tinha para você. Ela é tão teimosa e maravilhosa…. Por que ela é tão apaixonada por esse cara?
JKR: Bom, sejamos sinceras.
BH: Eu sei, eu sei.
JKR: Quantas mulheres incríveis você conhece e, quando conhece seu parceiro, se pergunta “Como isso aconteceu?!”
BH: É, mas isso fica para outro programa.
JKR: Sim. Com certeza. Nos encontramos semana que vem aqui com um programa de duas horas sobre isso. Mas bem, eles se conheceram quando eram jovens e nenhum deles conseguiu formar uma imagem boa do outro, por falta de experiência.
BH: E tem outra coisa. Nós meio que já conversamos sobre isso, mas eu quero perguntar diretamente, porque todas as vítimas nesse livro são mulheres. Você se sentiu enojada pensando nas vítimas? Eu gostaria de saber como você pensou nas vítimas deste livro.
JKR: Não, enojada não. E vou te dizer por que não me senti assim. Voltemos ao assassinato. Vai soar meio brusco, mas não é assim que eu penso. Eu olhei para as mulheres deste livro antes mesmo de colocar a caneta no papel para escrever o primeiro capítulo e eu tinha confiança de que elas não seriam apenas as vítimas neste livro. Strike, por exemplo, está envolvido com uma mulher extremamente competente e bem-sucedida que, ainda bem, não sofreu nenhuma violência desse tipo. Robin é uma sobrevivente que ajuda a pegar o assassino. Temos uma policial para quem eu tenho planos e ela faz uma pequena aparição neste livro que, novamente, não é uma vítima, mas sim, ajuda a resolver o problema. E quando falamos das vítimas, eu sinto profunda simpatia e direi que uma das vítimas sobrevive, pois eu não consegui suportar a ideia de matá-la.
BH: Fico feliz que não tenha conseguido.
JKR: É. Eu não consegui. Eu queria que ela lutasse. Eu queria muito que ela lutasse, mas você vê as duas através dos olhos do assassino. E você também as vê pelos olhos da mídia e…
BH: Sim, sim. Verdade.
JKR: Eu queria olhar para isso. Queria que vissem imagens de violência contra mulheres e como as vítimas são retratadas, tem um momento que sabemos que houve uma tentativa de assassinato, foi com uma prostituta, mas esse caso nem chegou nos jornais porque, naquele dia, o casamento da família real estava acontecendo.
BH: É, verdade.
JKR: E o ponto foi levantado: o assassinato de uma garota que se vende por sexo não é tão importante quanto a duquesa para sair na capa do jornal. Eu acredito que essa é a imprensa com que todos nós vivemos. Acho que essa é a hierarquia que valoriza diferentes mulheres de acordo com seu papel na vida. Acho também que isso é uma coisa repreensível. É importante para mim também olhar para isso. Mas o fato é que essa vítima sobrevive e eu precisava que ela sobrevivesse.
BH: Eu fiquei grata. Acho que eu esteja um pouco ansiosa por causa do final do livro, mas não vou dar spoilers, nem mesmo com isso.
JKR: Obrigada!
BH: Mesmo com um grande…
JKR: Nem mesmo para um público que já sabe.
BH: Exatamente. Mas é um grande e maravilhoso suspense.
Quando Robert Galbraith voltará a trabalhar?
JKR: Ele já voltou a trabalhar, na verdade.
BH: Que bom! Gente boa ele, né?
JKR: Ah, sim, aquele garoto trabalha muito. Ele nunca para, nunca mesmo! Não sei quando o próximo livro será lançado, mas posso dizer que sei qual será o primeiro capítulo do próximo livro. E o primeiro capítulo dará continuação imediata ao último capítulo deste último. Então você verá…
BH: Isso é ótimo!
JKR: … exatamente o que acontece em seguida.
BH: Que bom!
JKR: Acho que, tendo feito aquele suspense, eu realmente tenho um dever com o público de não deixar isso em aberto e voltar a citar somente no capítulo 15.
BH: Meu Deus, isso é um grande alívio para esta leitora devota!
JKR: Fico feliz, porque achei que seria extremamente cruel e malvada se eu não contasse a todos exatamente o que acontece.
BH: Esqueça os desmembrados. Não faça isso!
JKR: Não faça isso! Isso é crueldade de verdade, exatamente!
BH: Bem, foi um grande prazer.
JKR: Para mim também, realmente foi.
BH: Muito obrigada por falar sobre o livro. Este é Robert Galbraith, pseudônimo de J.K. Rowling. E mais uma vez: muito obrigada por se juntar a nós.
JKR: Obrigada!