Filmes e peças

Steve Kloves fala sobre a experiência em Harry Potter

O roteirista Steve Kloves, responsável pelo texto de todos os filmes da saga com excessão de Harry Potter e a Ordem da Fênix, concedeu uma entrevista ao HeroComplex Blog, do LA Times.

“Se as pessoas gostam de um filme de Harry Potter, é por causa do livro. Mas se elas não gostam, então é minha culpa.”

Kloves refletiu sobre a sua escolha de adaptar o livro Harry Potter e a Pedra Filosofal, tendo recebido uma lista de títulos dos quais a Warner Bros. detinha os direitos e estava tentando trasformar em filmes:

“A verdade é que ‘Potter’ foi realmente estranho para mim, desde o início, e não era o tipo de coisa que eu jamais esperava fazer. Foi muito, muito agradável de muitas maneiras, mas sempre um pouco estranho… Eu sempre me vi escrevendo filmes que, você sabe, as pessoas não vão ver.
Naquele momento, isso era 1998, ‘Harry Potter’ não era grande coisa aqui nos Estados Unidos e, posteriormente, um dos meus amigos me disse: ‘Se tivesse saído na capa da revista “Time”, antes que você fosse contratado, você nunca teria feito isso.’ E isso é absolutamente verdade.”

Kloves ainda falou sobre a amizade que desenvolveu com J. K. Rowling:

“A melhor coisa que eu tomei dessa experiência dos últimos 10 anos está em ter me tornado amigo de Jo. Isso é uma coisa separada de tudo isso, separada de ‘Harry Potter’, e se tornou uma parte muito importante da minha vida. Eu costumava dizer que ela era a pessoa mais legal na face da Terra. Você lê este primeiro livro e você pensa ‘Angela Lansbury escreveu este livro’, então você conhece ela e ela sabe tudo sobre referências musicais e ela é divertida. A primeira coisa que você percebe ao se sentar com ela é a inteligência. Nós tivemos que fazer filmes tão inteligentes quantos os seus livros e tão inteligentes quanto ela.”

O roteirista também comentou que, apesar do orgulho de seu trabalho na série, se assusta com o alcance de Harry Potter, além de revelar o motivo pelo que acha Harry Potter algo único:

“Eu ainda não entendi a magnitude disto. Eu só consigo vislumbrar o tamanho da minha visão periférica. É o tipo de coisa que me assusta.
Em um mundo cínico, Harry Potter se destaca. Veja, tomar uma posição distópica como um escritor ou um cineasta não é tão difícil. É muito mais difícil ser sério sobre coisas como lealdade, coragem e amizade. Jo Rowling tem sido capaz de lidar com essas coisas em seus livros sem ser melosa.”

O HeroComplex também falou com o produtor executivo David Heyman sobre a escolha de Steve Kloves, que disse que não poderia pensar em nenhum outro roteirista que poderia capturar a voz de um autor com tanto sucesso como Kloves:

“Ele vez isso em The Wonder Boys, e ele fez isso em todos os filmes do Harry Potter que ele escreveu. Ele tem a capacidade de entrar dentro da cabeça de um autor e trazer a sua voz para o roteiro, para a tela. Esse é o maior de todos os presentes que ele deu para os filmes de Harry Potter. Houve até momentos em que ele escreveu as cenas que não estavam no livro que Jo disse ter pensado em colocar. Ele entendeu o que retirar, o que deixar de fora, ele deu vozes aos personagens, ele foi capaz de transformar um momento dramático em um momento cômico, do íntimo para o épico, e ele foi capaz de se adaptar aos estilos e às exigências de cada um dos quatro diretores e dar-lhes o que eles precisavam e queriam. Os filmes de Harry Potter seriam muito menores sem ele.”

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