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Roteirista de HQ’s fala sobre Harry Potter

Roteirista de HQ’s fala sobre Harry PotterRoteirista de HQ’s fala sobre Harry Potter

Alan Moore, que criou histórias como “Constantine” e “V de vingança”, posteriormente adaptados ao cinema, deu a sua opinião sobre a série Harry Potter em uma entrevista exclusiva ao G1.

Para quem não o conhece, o inglês de 53 anos é roteirista de histórias em quadrinhos, romancista, ex-colaborador do semanário britânico “NME”, músico e – mais recentemente – estudante aplicado de magia, é geralmente creditado como um dos principais responsáveis por levar as HQs à fase adulta.

“Então, não, não gosto dos livros de Harry Potter e, como alguém para quem a magia faz parte de sua vida diária, não acho que aqueles livros façam bem à magia. O que eles realmente fazem é reforçar a velha crença de que a magia só pode ser encontrada em livros tolos para crianças, que não tem realidade ou existência no mundo real nem uma aplicação prática para a vida humana de uma pessoa normal.”

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ALAN MOORE
Alan Moore fala sobre sexo, mentiras e Harry Potter

G1 ~ Diego Assis
27 de julho de 2007
G1 – E sobre Harry Potter? Como mago, acredita que ele esteja representando bem a classe?
Moore – Tentei ler um dos livros de Harry Potter logo quando saiu e ainda não havia toda essa falação. Mas não fui muito longe. Depois, quando todo mundo já estava me dizendo que eu deveria ler, tentei de novo e não avancei. Não achei muito bem escrito. As pessoas me diziam, “mas é escrito para crianças, não para você”. Quando, na verdade, eu conheço literatura infantil, conheço e adoro livros para crianças bem escritos, como os livros de Mary Poppins, que não menosprezam seu público e trazem um senso real de magia. Então, não, não gosto dos livros de Harry Potter e, como alguém para quem a magia faz parte de sua vida diária, não acho que aqueles livros façam bem à magia. O que eles realmente fazem é reforçar a velha crença de que a magia só pode ser encontrada em livros tolos para crianças, que não tem realidade ou existência no mundo real nem uma aplicação prática para a vida humana de uma pessoa normal. Também acho um pouco lamentável que ela [a escritora de “Harry Potter”, J.K. Rowling] tenha ressuscitado a escola pública britânica em boa parte da narrativa. Tenho, sim, muito respeito por seu sucesso, por sua fantástica história de vida: mãe solteira, escreve um romance e de repente se torna uma milionária. Boa sorte para ela. Eu apenas gostaria que os livros fossem melhores.