O Cálice de Fogo

Roberto Sadovski da SET comenta o CdF

O diretor da revista SET, Roberto Sadovski, já assistiu Harry Potter e o Cálice de Fogo em Londres e comentou o que achou do filme na coluna Kapow! da Herói.

A impressão geral? Cálice de Fogo é jóia! Ok, é o melhor dos filmes do primo distante de Tim Hunter. Os dois primeiros, convenhamos, eram bacanas mas tinham muito dos livros (mas muito mesmo) no caminho para deixar a trama fluir numa boa. O Prisioneiro de Azkaban, sim, foi um filmaço. Este aqui, acredite, é um tiquinho melhor.

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Ok, meus caros, é hora de mais uma (tardia) edição de Kapow!, depois de semanas de trabalho árduo e apuração minuciosa de fatos – em outras palavras, muitas horas no cinema, uma tonelada de gibis ao lado da cama e música sem parar no iPod. Tudo isso para trazer a você, leitor de Kapow!, novidades exclusivas do mundão da cultura pop. Como a que abre a coluna aí embaixo…

É POTTER!
Assisti a Harry Potter e o Cálice de Fogo. Culpa do meu outro trampo (eu dirijo uma revista especializada em cinema, a SET), e há duas semanas eu me vi em Londres, às 8 da manhã, em uma sala de exibição da Warner. A impressão geral? Cálice de Fogo é jóia! Ok, é o melhor dos filmes do primo distante de Tim Hunter. Os dois primeiros, convenhamos, eram bacanas mas tinham muito dos livros (mas muito mesmo) no caminho para deixar a trama fluir numa boa. O Prisioneiro de Azkaban, sim, foi um filmaço. Este aqui, acredite, é um tiquinho melhor. Bizarramente, havia uma regra atrelada à exibição do filme: era proibido publicar uma resenha classuda até o dia 10 de novembro. Vai entender, mas regras são regras – e, por isso, Kapow! atrasou de novo. Mas, deixando o papo de lado, vamos ao “qual é”.

TUDO MUDOU
De cara, Harry Potter e o Cálice de Fogo lima toda a introdução do livro – o que não faz a menor falta. Depois de uma introdução com Rabicho, uma serpente e um cemitério, a ação salta para Harry e Hermione, acompanhados da família de Ron Weasley, viajando para assistir ao Campeonato Mundial de Quadribol. Vitória do time búlgaro – e de seu superastro, Vitor Krum –, e o enorme acampamento é tomado pela comemoração. Mas a festa termina com a chegada dos Comensais da Morte, discípulos de Voldemort que andavam sumidos desde a aparente morte do Lorde do Mal. De volta a Hogwarts, o clima esquenta com a chegada de alunos de outras duas escolas de magia – a francesa Beauxbatons e a búlgara Durmstrang – para participar do Torneio Tribruxo, para o qual o nome de Harry é misteriosamente selecionado. Em meio à ebulição dos hormônios adolescentes e o perigo das provas, acontece a volta de Lorde Voldemort, materializado na forma do ator Ralph Fiennes, quase irreconhecível a não ser por seus olhos. Sua chegada também anuncia o fim da ingenuidade infantil da série, já que agora tragédia e morte tornam-se realidade em Hogwarts. É a prova de que a série amadureceu junto a seu público, e de que as coisas não serão mesmo iguais. Ainda bem.

PAPO COM O POVO
Depois de ver o filme, bati um papo com Daniel Radcliffe e cia. sobre o novo trabalho. Simpático e falante, Daniel fez o discurso padrão de como é legal fazer parte da série, ressaltou que é um moleque comum (riiiight) e que só é famoso mesmo nas pré-estréias. Mas ele é boa gente – e ainda disse que Emma Watson, a Hermione, é muito corajosa por ter ido buscar sua cópia de Harry Potter e o Enigma do Príncipe em uma livraria de Londres, enfrentando a fila como qualquer mortal. Ah, e quando falou de música, Daniel ficou animado feito pinto no lixo: disse que o melhor momento de 2005 para ele foi assistir aos shows no festival de Reading e recomendou o CD de estréia da banda Louis XIV. O moleque sabe das coisas.

MAQUIAGEM DIGITAL
Mais tarde, no mesmo dia, fui encontrar uma amiga que mora em Londres num pub típico (ei, turista também é gente!). Seu namorado trabalha em uma das empresas de efeitos especiais que deu um trato na imagem de Harry Potter e o Cálice de Fogo. Quando perguntei qual tinha sido sua função no filme, a resposta veio longe do “ah, eu ajudei a animar um dos dragões” que eu esperava: “Eu tive de apagar cravos e espinhas do rosto do elenco adolescente. Mais de quatrocentas tomadas de efeitos especiais só para isso”. Bem-vindo ao mundo real, Neo…