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“Eu gosto muito de meus fãs brasileiros!”

Hoje aconteceu em Londres o evento de lançamento do novo livro de J.K. Rowling, no Southbank Centre do Queen Elizabeth Hall. A cerimônia, que começou as 7:30 da noite, teve como abertura a leitura de um trecho do livro pela autora e depois um interessante bate-papo com o jornalista Mark Lawson.

Você pôde acompanhar toda essa primeira parte da cerimônia através do llive-streamed da editora Little, Brown e também pela nossa cobertura no twitter. Porém, a segunda parte do evento não foi transmitida ao vivo, e para a felicidade geral da nação bruxa brasileira, tivemos um representante do Ish acompanhando tudo de perto.

Nosso webmaster, Marcelo Neves (@mpnevess), que vive atualmente na Inglaterra, fez um breve resumo do que aconteceu depois que o llive-streamed foi finalizado e falou sobre seu novo encontro com Jo (leia aqui sobre o primeiro encontro), onde teve dois exemplares de The Casual Vacancy autografados e uma surpresa que deixou os fãs do Brasil muito felizes.

Leiam o relato na extensão e veja as fotos do evento, clicando no link.

por Marcelo Neves

A primeira coisa que notei foi: como ela estava linda! Ela literalmente brilhava! As luzes do auditório estavam super fracas então minhas fotos não farão justiça ao que Jo é! Outro detalhe: era proibido tirar fotos, logo não quis arriscar muito já que estava perto de vários segurancas.

Eu não esperava por esse chat gostoso e questões, estava apenas esperando uma leitura de um capítulo e seção de autógrafos. Foi realmente impressionante ver Jo falando tão abertamente sobre muitas coisas. The Casual Vacancy vai ser um livro bem difícil para traduzir, espero que a editora e os tradutores envolvidos tenham bastante experiência com a cultura inglesa e como eles se organizam politicamente.

Quando o streaming de video foi cortado, Jo foi fazer a segunda leitura, onde um dos personagens era Kristal, uma adolescente do interior inglês (South West) com um sotaque peculiar e bem dificil do tradicional e elegante inglês britânico. Jo interpretando Kristal e falando o famoso palavrao inglês, aquele que comeca com F, e saber que apenas aqueles 900 convidados estariam vendo aquilo, foi incrível. O sotaque daquela região é o único (do inglês) que ela consegue fazer, já que veio de lá, logo foi por isso que ela narrou Kristal, usando o sotaque.

Jo comentou sobre Dumbledore ser o personagem favorito da saga Potter, e uma das entrevistadas foi uma menina que há tempos atrás perguntou para Jo: Dumbledore se apaixonou por alguém? E Jo naquele dia, sem ainda poder falar mais abertamente que Dumbledore era gay, teve que inventar uma desculpa e falar: acho que sim, afinal todos na vida se apaixonaram ao menos uma vez. Foi bem legal ver que ela lembrou-se da menina e lembrou que havia escrito uma carta a mesma, que na época achou que a Jo a odiou por ter feito tal pergunta.

Jo deu conselho a um aspirante escritor dizendo que ele tem que procurar uma agente, mesmo que hoje em dia seja muito fácil conseguir publicar algo sozinho, sem intermédios de agentes e editoras. Ela ainda brincou que com Harry Potter a ideia veio no trem, The Casual Vacancy a ideia veio em uma viagem de avião nos EUA, logo ela sugeriu: entre em algo que se mova e você terá uma ideia. Anteriormente ela ainda brincara que a próxima ideia dela será em uma viagem espacial.

O maior motivo do excesso de privacidade com os manuscritos é a pirataria pela internet. Ela uma vez conversou com Steven Fry e o mesmo contou como era frustante ter pedaços de seus livros inacabados no e-bay. A editora no caso foi 100% responsável pelo dela ao enviar os manuscritos, mas Jo entende o lado deles. Não tem coisa pior para um escritor do que ver sua obra inacabada sendo publicada na net.

Vários repórteres na época de Harry Potter tinham apenas 30, 60 minutos para ler o livro e avaliar o mesmo. Isso era uma das coias que Jo mais detestou. Dessa vez alguns jornalistas escolhidos pela editora tiveram o tempo necessário para ler o livro inteiro.

Sobre e-books, Jo disse que no começo era contra. Ela não entendia e-books. Hoje com Kindle e iPads, a historia mudou. Ela agora ama e-books e por isso, ano passado ela concordou em liberar os livros nesse formato. Em uma viagem para comemorar os 40 anos de Neil, ela levou em seu iPad 200 livros e achou o máximo. Era como viajar com uma biblioteca.

Para quem tem filhos, ler na banheira é uma das melhores opções, logo ela sempre vai preferir a versão tradicional à versao eletronica ja que nao consegue ler na sua banheira com o iPad.

Quando eles chegaram em Londres hoje cedo, ficou em um hotel e ela, Neil e Jessica ficaram assistindo Homens de Preto 3, para ela foi divertidíssimo!

Ela lembra que logo depois do lançamento de “Relíquias”, ela foi pegar um trem de volta para Edimburgo em King’s Cross mas o mesmo foi cancelado. Ela foi sentar no café e viu que todos liam RdM e nem perceberam ela. Ela sentou e uma mulher de costas para ela super concentrada na leitura ficou muito surpresa (imaginemmmmm) quando Jo a cutucou e ofereceu para assinar o livro para ela.

Outra coisa que disse: “Eu consigo me deixar inspirada a escrever. Se você fica esperando a inspiração vir, nunca vai escrever.” Jo escreve de manhã quando acorda e adora aproveitar a luz da manhã para a escrita. Escrever sobre a morte a fez mais corajosa. Hoje ela não teme mais a morte, mas ainda teme deixar os filhos.

Em Casual Vacancy tem muita gente terrível, mas algumas delas ela até conseguimos entender, como um caso onde a mãe (ou pai) de uma criança que teve 2 dentes quebrados em uma briga na escola fica furioso. Jo também se mostrou muito protetora, e apesar dos personagens serem terríveis, ela entende o motivo, já que consegue relacionar. Agora, existem 2 personagens, talvez 3 (Gavin) que ela despreza totalmente.

Logo depois das perguntas, todos saíram do auditório e a fila se formou. Fui um dos primeiros (ainda bem) e consegui ter 2 livros assinados pela Jo. Quando ela me olhou nos olhos, abriu um sorriso e falou “Oi”. O mundo parou. Quando mostrei o detalhe da camiseta do Potterish e dei meu livro para ela, enquanto assinava ela me disse: “Eu gosto muito dos meus fãs do Brasil!” Eu dei minha carta para ela e fiquei perdido nas palavras. Do nada comecei a tremer e fui guiado pelos seguranças para sair do caminho. Incrível como depois de tanto tempo e depois de ver Jo por algumas vezes, eu ainda não consiga parar e conversar com ela (não que eu tivesse tempo).

Bom, foi isso. Dia 6 volto a relatar tudo novamente para o ISH, que como sempre, traz com exclusividade as melhores notícias para os fãs brasileiros!