Em entrevista ao site Huffpost, Daniel Radcliffe surpreendeu ao se irritar com um tipo de pergunta bastante feita a atores e atrizes. Enquanto ele se mostra disposto a conversar sobre vários assuntos, inclusive Harry Potter, discutir a dificuldade de filmagens parece contrariá-lo. O foco da entrevista foi o seu novo filme, Jungle, que relata a história de Yossi Ghinsberg, um homem que sobreviveu por três semanas perdido na Amazônia.
Ninguém quer ouvir atores falando sobre quão difíceis as filmagens são. Uma das coisas que mais me irrita é atores que – e eu penso no exemplo clássico disso com filmes sobre boxe. O ator está falando sobre o quão intenso é treinar e coisas do tipo, mas, sabe, há boxeadores. Boxeadores existem. Não é uma coisa que nos faz especiais. Eu quero ser cuidadoso com isso… eu estava indo para casa e ficando em um hotel à noite, e Yossi viveu isso de verdade. Eu não quero ficar tipo, ‘ah, sim, foi muito difícil.
Para o papel, Daniel perdeu uma quantidade significativa de peso. Ele afirma que, mesmo não sendo um ator metódico, preferiu fazer cortes severos na alimentação para trazer realidade ao personagem. “Eu senti que estaria fazendo meu trabalho muito mais difícil se voltasse para casa e comesse bife com batatas toda noite”, argumenta.
Ainda assim, o ator relata que as filmagens foram angustiantes, em certos momentos. Usando locações na Austrália e na Colômbia, a equipe e elenco precisavam se adaptar às intempéries – como um clima imprevisível de chuva que adiou as gravações por uma semana, ou os operadores de câmera se encontrarem espremidos em cima de uma pedra em certas ocasiões.
Daniel conta que a própria história de Yossi tem um tom intenso e que muitas vezes foi preciso amenizar as situações que aconteceram na vida real para não instigar a risada do público. Depois de ler tanto o roteiro do filme quanto o livro de Yossi, Daniel diz que entendeu a necessidade de simplificar as situações. “Você quer manter a história das pessoas, e houve momentos que aconteceram com Yossi que foram muito extremos. Se eu fosse um membro do público, eu iria questionar isso, mesmo sendo verdade”, afirma.
Quando questionado sobre qual outro papel da vida real ele gostaria de interpretar, Daniel afirma que tem interesse por duas histórias que não foram transformadas em filme. Uma é a de uma mulher chamada Dr. James Barry, que passou a vida fingindo ser um homem e se tornou o primeiro médico a fazer uma cesariana. A outra seria a história de Eleanor Roosevelt, primeira dama dos Estados Unidos entre 1933 a 1945, que ele acha incrível.
De forma mais descontraída, Daniel conta que adora os filmes Sharknado, mesmo crendo que não gostaria de atuar neles. O ator também conta que gosta muito de fantasy football (Cartola FC para o futebol americano) – “As pessoas acham estranho […] pessoas que me conhecem por ser bem inglês. Mas eu sou um fã obcecado por futebol americano”, finaliza.