Matthew Lewis fala sobre Neville Longbottom, sua carreira e Alan Rickman à revista “Fault”
Por Anna Luisa ConstantinoA revista Fault publicou nesta semana uma entrevista com Matthew Lewis, intérprete de Neville Longbottom na série “Harry Potter”, onde o ator falou um pouco sobre a sua trajetória após 10 anos interpretando Neville, o quanto gosta de atuar e o seu colega Alan Rickman, que infelizmente faleceu no começo deste ano.
“Não gosto da ideia de preto e branco. Me interesso por personagens que me fazem questionar as coisas. O que o tornou assim? Por que ele quer isso? Por que ele está se comportando dessa maneira? É isso que eu acho interessante. E você só consegue isso com personagens complexos e interessantes.”
A entrevista, que você pode conferir na íntegra traduzida pela nossa equipe, é acompanhada por uma série de fotos do ator e ainda aborda um pouco sobre como ele se sente ao ser considerado um dos homens mais bonitos da atualidade.
FAULT Magazine – 25/05/2016
Traduzido por: Aline Michel em 26/05/2016.
Revisado por: Caroline Dorigon em 26/05/2016.
Matthew Lewis interpretou durante dez anos um dos nossos personagens favoritos, Neville Longbottom na série de filmes do Harry Potter. A série terminou há algum tempo e a evolução de sua atuação é inegável. Nós conversamos com Matthew sobre seus próximos projetos, trabalhar com Alan Rickman e a dificuldade em se tornar um adolescente galã nessa sessão de fotos e entrevista da revista FAULT.
Você pode me contar um pouco sobre sua vida depois de Harry Potter? Como sua carreira se desenvolveu depois dos 10 anos de magia?
Eu decidi fazer uma peça, por 192 vezes haha. Quando isso aconteceu, eu não sabia exatamente o que estava fazendo. Era um estilo de atuação muito diferente do que eu estava preparado para fazer. Para subir no palco, tudo tem que ser mais grandioso. Você não consegue internalizar, assim como você faz na câmera, tudo tem que ser maior para que o público possa sentir. E eu simplesmente não entendia isso, acho que a maior parte do tempo eu estava gritando. Alguém descreveu minha voz como sendo “excruciante” e eu me lembro de ler aquela crítica e pensar “que merda, mais 191 apresentações para fazer”. Acho que eu só tive que acalmar um pouco e assistir os outros atores e diretores. Antes do fim, cerca de 3-4 meses depois, eu simplesmente entendi. Ao fim da temporada, as críticas era completamente o oposto. Aprendi como projetar minha voz ao invés de simplesmente gritar alto.
Você achou difícil sair do modelo de Harry Potter?
Na verdade, não. A primeira coisa depois de Harry Potter, eu interpretei um garoto que não era muito legal. Ele não era exatamente um personagem desejável. E fiz um filme onde eu era grosseiro e ligeiro; eu era capaz de brincar um pouco com meus músculos e pesos, completamente diferente de Neville. Não me oferecem mais esse tipo de papel. Os papéis adoráveis, vulneráveis, bochechudos como o Neville. Eles simplesmente nunca aparecem, não é que eu esteja recebendo e rejeitando-os. Talvez eu seja realmente bom sendo um mal caráter haha. Neville era bastante complexo em seu personagem, com sua história e coisas assim, mas eu me interesso por personagens com tons de cinzas. Não gosto da ideia de preto e branco. Me interesso por personagens que me fazem questionar as coisas. O que o tornou assim? Por que ele quer isso? Por que ele está se comportando dessa maneira? É isso que eu acho interessante. E você só consegue isso com personagens complexos e interessantes.
Alan Rickman deve ter sido um pilar tanto para você quanto para sua carreira. Como você reagiu quando ficou sabendo de seu falecimento?
Eu estava nos estúdios Leavesden outro dia, visitando o set de Animais Fantásticos e eu estava com o produtor que fez todos os filmes Harry Potter. Ele estava me levando para um tour no estúdio quando ouvimos a notícia. Nós ficamos completamente chocados. Mas também, por estar no estúdio quando isso chegou a mim, de repente todas as salas que eu entrei, todos os corredores em que eu caminhei, eu de repente lembrava de uma história ou de uma imagem de Alan. Foi bastante estranho. Foi bastante surreal. Mas também, extremamente comovente. Foi legal estar lá. Todas aquelas memórias felizes voltaram com tudo e eu fiquei na verdade bastante nostálgico. Voltei para casa noite passada e assisti muitas entrevistas com ele. É difícil descrever. Em seu último dia, tomei chá com ele em seu trailer e nós simplesmente sentamos e conversamos sobre o futuro da minha carreira e o que eu deveria fazer. Ele simplesmente me deu conselhos sobre aonde eu deveria ir e me disse algumas coisas que me deram bastante confiança. E quando você ouve esse tipo de coisa de alguém da altura dele, a habilidade dele, tem muita importância.
O que você acha das pessoas que agora te consideram um símbolo sexual?
Ah, deixa disso, é simplesmente muito maquiagem e boa luz. Não sou um símbolo sexual, Jesus, não.
Galã adolescente?
Não, para, não, meu Deus.
Eu te deixei completamente envergonhado agora.
Sim! Porque eu nunca consigo me ver desse jeito. Quando eu cresci, minha irmã era obcecada por Take That. Então pessoas como Gary Barlow ou Robbie Williams, eles eram símbolos sexuais. David Beckham e você tem seu Ryan Gosling. Eles são galãs adolescentes. Eu não sou. Sou simplesmente um cara estranho de Leeds que continua conseguindo papéis nas telas por alguma razão.
Qual o seu defeito?
Sou muito teimoso. A ponto de imaturidades infantis. Por outro lado, eu defendo minhas ideias.