Lembrol: Faltam algumas horas para Relíquias da Morte parte 2!
Por Flavio JuniorAos viajantes de King’s Cross
O mais sábio de todos os sábios pode ter dito pra nós que pros de mente bem estruturada a morte é apenas a aventura seguinte. Mas mesmo assim, seguir em frente é difícil, não é? Olhar o Expresso de Hogwarts virar a curva lá no fim, levando toda a nossa magia e todos os nossos heróis. Levando a nossa infância e a nossa inocência pro nosso maior e mais bonito refúgio. Trancando no castelo as palavras genialmente conexas que nos levaram pro nosso universo particular, onde pudemos nos esconder todos juntos desse mundo real, trouxa e assustador.
Mas a gente fica, não fica? Tem que ficar, por mais desesperadamente que queiramos correr pro Grande Salão sob o teto “encantado pra parecer o céu lá fora”. Estaremos lá, amigos, sempre que quisermos. Aparataremos pras terras de Hogwarts sempre que assim desejarmos (por mais que todos saibamos que isso é absurdamente impossível). Feche os olhos, e quando os reabrir, estará em seu salão comunal, seja lá ele qual for, rodeado de magia e de pessoas que – como eu – a manterão viva para sempre.
Levem consigo tudo que puderem, o trem já foi, mas deixou muita coisa. Levem tudo que aprenderam, tudo que ficou. Levem tudo aquilo que nosso herói nos ensinou. Que o amor é a maior força de todas, maior que qualquer magia, maior que qualquer coisa. Levem aquilo que nosso vilão nos ensinou. Que ignorar o amor nos torna fracos, nos torna vulneráveis, não importa quanto poder tenhamos nas mãos. Levem a amizade, a inteligência. Levem a percepção de que há sempre uma forma de se lutar pelo bem. Há sempre um jeito, há sempre uma saída (por mais tortuosa que ela possa parecer).
Aos que não se banharam tanto dessa magia, mas estiveram ao meu lado sem julgar minha loucura (completamente assumida, eu nunca disse que não era maluco), meu muito obrigado. Aos que julgaram, meu pesar. Sou mais feliz sem dar importância a seu menosprezo.
Aos que estiveram comigo nessa viagem que (não) termina aqui, estaremos sempre juntos, meus andarilhos da magia. Não se esqueçam de olhar seus galeões falsos, uma mensagem da Armada de Dumbledore pode aparecer, nos convocando novamente pra nossa insana jornada.
Que as suas varinhas (aqui metafóricas, eu creio), estejam sempre em punho, contra as peçonhas do mundo e a ruindade que teima em nos afrontar. Que sejam corajosos pra atacar o mal e astutos para se defender dele. Que sejam espertos para encontrarem amigos, e bondosos para perdoarem os inimigos. Que Grifnória, Sonserina, Corvinal e Lufa-Lufa estejam sempre com vocês, meus eternos aurores. Que Harry Potter seja sempre nossa lembrança feliz, que nossos patronos nos protejam!
Não deixem que essa estreia amanhã seja um fim. Tampouco será um novo começo, como muitos teimam em dizer. Acho que simplesmente será uma prova. Algo para revelar, afinal, os verdadeiros fieis à Escola de Magia e Bruxaria que tanto nos ensinou.
Enfim, divirtam-se com o filme. Mergulhem nele; ou em suas lágrimas. E tentem não se afogar.
“Of course it is happening inside your head, Harry, but why on earth should that mean that it is not real?”
Malfeito, feito.
Pedro Emanuel Maia, 18 anos, Niterói – RJ.