Kenneth Branagh fala sobre criticismo, planos para 2016 e Alan Rickman
Por Nathalia SanchesA 36° edição da premiação “London Critics’ Circle Film Awards 2016” aconteceu no dia 17 de janeiro, no The May Fair Hotel, e contou com a participação de algumas das maiores celebridades britânicas da atualidade.
Presente no evento, Kenneth Branagh, mais conhecido por interpretar o professor de Defesa Contra as Artes das Trevas Gilderoy Lockhart, conversou com com os repórteres da Red Carpet News TV. Em sua entrevista, Branagh comentou sobre como lida com críticas, seus planos para 2016 e também a morte do colega Alan Rickman (Severo Snape), que faleceu no último dia 14, vítima de câncer.
Acho que é importante ter uma relação honesta com o criticismo e ponto final. Às vezes você fica sensível e não consegue. Você tem que saber quando não está forte o suficiente para lidar com algumas coisas.
Minhas lembranças são, obviamente, da generosidade dele, particularmente com jovens atores. Eu o conheci quando era um jovem estudante de teatro na Real Academia de Arte Dramática, quando eu tinha 19 anos. Ele dava muito suporte para a peça que estávamos fazendo. Ele nos mostrou, de certa maneira, como um ator profissional se comporta.
A entrevista na íntegra, transcrita e traduzida pela nossa equipe, pode ser conferida no modo notícia completa.
Red Carpet News TV – 18 de janeiro de 2016
Traduzido e revisado por: Pedro Martins e Aline Michel em 23/01/2016.
Acho que é importante ter uma relação honesta com o criticismo e ponto final. Às vezes você fica sensível e não consegue. Você tem que saber quando não está forte o suficiente para lidar com algumas coisas. Acho que muitas vezes você só precisa ser honesto o bastante para saber o que deve ouvir, como deve agir, evitando ser exagerado ou muito sensitivo. Como ator e diretor, digo que, substancialmente, o seu trabalho sempre está sendo criticamente julgado, é natural. A primeira vez que você mostra um roteiro, o gênero de um filme, seja o que for, está sempre sendo minuciosamente avaliado. Fazendo parte desta indústria, você se acostuma com julgamento e aprende a saber o que considerar, às vezes nem liga para isso.
Como você escolhe a próxima direção? Que tipo de coisa você está à procurar atualmente?
Frequentemente pelas pessoas. Na semana que vem, no Teatro Garrick, estrearemos “Red Velvet”, e esse é um longo relacionamento com Adrian Lester, que eu considero um ator maravilhoso, e sua esposa Lolita Chakrabarti escreveu essa ótima peça. Conversamos sobre essa história por 15, 17 anos. Para mim é emocionante trabalhar com eles no teatro. É o primeiro ator negro a interpretar Otelo neste país e sua história traz à tona muitas outras coisas sobre vida e política. Então, eu estou lá porque me sinto apaixonadamente engajado com eles com esse assunto. Lily James e Richard Madden voltam de “Cinderela” para “Romeu e Julieta”. Eu sinto como se guiasse parcialmente a maximização desses relacionamentos. Voltar e conhecer um ao outro, saber o limite de seu esforço, é um sentimento muito gratificante.
Senhor Branagh, obviamente hoje é uma noite linda e emocionante da celebração do cinema, mas na semana passada tivemos essa triste notícia, perdemos uma de nossas melhores luzes, Alan Rickman. Estou curioso para saber de uma pessoa que trabalhou com ele em filmes… Você tem algum pensamento pessoal sobre o que fez dele um ator tão especial e quais memórias você tem que são realmente preciosas para você agora.
Minhas lembranças são, obviamente, da generosidade dele, particularmente com jovens atores. Eu o conheci quando era um jovem estudante de teatro na Real Academia de Arte Dramática, quando eu tinha 19 anos. Ele dava muito suporte para a peça que estávamos fazendo. Ele nos mostrou, de certa maneira, como um ator profissional se comporta. As coisas que ele fez com relação a essa instituição nos 35 anos seguintes que eu o conheci foi continuar retribuindo. Silenciosamente, modestamente, mas com paixão. Ele amava isso. Ele amava ajudar alguém que fazia parte de algo que ele sabia que resultaria em algo ótimo. Ele estava muito consciente da sua sorte grande, apesar de, em alguns sentidos, ele ter esperado mais do que você imagina para o seu grande sucesso. Ele era generoso e consistente na maneira como retribuía. Quando entrei no set de “Harry Potter”, no meu primeiro dia, era o segundo filme dele. Ele é muito, muito generoso, e isso é típico dele. Deu-me as boas vindas, apresentou-me para as pessoas. Fez tudo sem esforço. Era algo muito elegante desse homem!