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Hogwarts, uma história (de amor, de magia…)

A cada ano em que o aniversário de onze anos de muitos de nós se distancia, nossos corações se apertam mais. Afinal, onde raios teria se metido nossa coruja com nossa carta-pergaminho de admissão em Hogwarts?

Estudar na escola mais mágica da Inglaterra é privilégio para poucos, mas a fantaisa de muitos. Alimente um pouco mais de seu sonho com a nova coluna de Luiz Guilherme Boneto e não deixe de compartilhá-lo nos comentários.


A Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts é possivelmente a mais badalada do mundo literário. Situada num castelo no interior da Escócia, cuja localização os próprios alunos desconhecem e demonstram pouco interesse em fazê-lo, a instituição abriga jovens magos dispostos a aprender magia, estes vindouros de todo o Reino Unido e descendentes tanto de bruxos como de trouxas (ou dos dois). Com suas muitas “torres e torrinhas”, Hogwarts cativou milhões e milhões de leitores ao redor do planeta; por isso, por que não fazer uma avaliação da escola mais querida do mundo?

Todos os jovens leitores de Harry Potter já se deixaram deslumbrar pelos encantos do colégio de magia. Quem não quis, em algum momento, trocar a aula de matemática pela de Transfiguração? Ou ainda aprender a preparar poções intrigantes, como a Felix Felicis, que concede um fantástico dia de sorte a quem bebê-la (e é expressamente proibida em competições esportivas)? Mais ainda, quem nunca teve vontade de, ao acenar com uma varinha mágica, fazer acontecer coisas espetaculares ao seu redor? Ao ler Harry Potter, a magia, que através dos contos de fadas foi parte da infância de muitos de nós, vem à tona na mente dos fãs da saga, e o desejo de fazer parte deste grupo de bruxinhos aprendizes de feitiçaria com certeza integrou o encanto de se ler esta série tão fantástica.

O fato é que Hogwarts, muito além de meramente encantar os leitores da série, serviu de inspiração para instituições de ensino ao redor do mundo. Há algum tempo, grandes portais de internet noticiaram o fato de que escolas na Inglaterra estavam adotando o sistema de “casas” do colégio de Harry Potter, ou seja, dividindo os estudantes em grupos separados para “estimular uma competição saudável”. Não que esta divisão seja necessariamente motivada pela escola de magia dos livros, mas é interessante como os modelos se assemelham e como o desempenho dos alunos melhora sensivelmente após a instalação destes, talvez na ânsia de conquistar glórias para a sua “casa”. Mesmo fora da esfera das instituições de ensino, quem nunca brincou de Chapéu Seletor e selecionou seus amigos para uma das quatro casas de Hogwarts? Quase todos querem ser da Grifinória, claro. Entretanto, engana-se quem acha que as outras três casas não encontram seus adeptos entre os fãs. O colunista que vos fala é categoricamente selecionado para a Corvinal em todos os testes que faz internet afora, a não ser quando, digamos, “molda” algumas respostas só para ver o resultado dar “Grifinória”. Outras pessoas são fãs de Lufa-Lufa e da Sonserina e alardeiam o fato de que os testes lhes selecionaram para estas casas. O fato de as casas competirem entre si, tanto no dia-a-dia através do sistema de pontos como no quadribol, é um fator estimulante para que os leitores queiram sentir-se parte destes grupos. Na Inglaterra, onde Harry Potter teve uma aceitação maior em relação a outros países por ser a terra natal de J.K. Rowling, é natural que os estudantes se sintam mais tentados a estudar após a adoção desse sistema por parte de suas escolas.

Hogwarts é um conjunto fabuloso, fatalmente responsável por parte do sucesso de Harry Potter. Um dia, mesmo que por poucos minutos, todos nós sentimos vontade de ser alunos da instituição educacional, digamos, mais “mágica” do planeta. É interessante ver como esta série penetra de maneira tão profunda em campos da vida que muitas crianças e adolescentes encaram como uma mera obrigação. E como todos nós estamos esperando por um novo livro de J.K. Rowling, por que não torcer para o lançamento de “Hogwarts, uma história”, tão citado durante toda a série? Seria uma ótima maneira de acalmar a ânsia dos fãs por uma nova publicação, nos mesmos moldes de “Animais Fantásticos & Onde Habitam” e “Quadribol Através dos Séculos”. Com esta modesta sugestão, encerro a coluna, assinalando que, mesmo já tendo passado da idade escolar, ainda não perdi as esperanças de receber um envelope pardo e pesado, contendo uma certa carta em pergaminho, assinada pela Profª Minerva McGonagall, diretora substituta. E você?

Luiz Guilherme Boneto dorme todas as noites preso ao parapeito da janela do quarto, à espera de sua coruja.