As Relíquias da Morte ︎◆ Filmes e peças ︎◆ Parte 1

Heyman fala de HP7.1 em 3D, divisão do filme e erros anteriores

O produtor David Yates conversou durante quase 40 minutos com o First Showing sobre o seu trabalho nos filmes da série Potter. Segundo o Snitch Seeker, dentre os assuntos abordados, Heyman falou sobre o trabalho em 3D do filme Relíquias da Morte: Parte 1, a divisão do filme e os erros cometidos nos primeiros filmes.

O que aconteceu em HP7 Parte 1 foi que percebemos que não tínhamos tempo suficiente para fazê-lo direito. Poderíamos fazê-lo, mas ficaria uma porcaria. Ninguém quer isso. Por que isso agora? Por que estragar tudo agora? O estúdio estava pressionando, mas quando chegamos ao ponto em que ficou claro que não conseguiríamos atingir a qualidade que queríamos, tivemos uma conversa muito adulta com eles e dissemos: “Olha, isso é um problema”. E eles nos ouviram. Nos apoiaram. E abandonamos a versão 3D. A Parte 2 é diferente. Tivemos mais tempo. Nós já começamos o processo. É também um filme muito diferente. É um filme épico – com muito mais lentes de ângulos amplos. E 3D funciona melhor com isso.

Confiram a tradução dos destaques da entrevista em notícia completa, e os dois vídeos da entrevista aqui!

DAVID HEYMAN
Produtor de Harry Potter, David Heyman

First Showing ~ Alex Billington
9 de dezembro de 2010
Tradução: Daniel Mählmann

Sobre os filmes em 3D:

A ideia surgiu no estúdio… nós falamos “Vamos ver o que podemos fazer”. Começamos a trabalhar nele com o IMAX. Eles são parceiros muito bons, fizeram um monte de filmes 3D para IMAX – isto é muito diferente. Mas eles foram ótimos parceiros. Nós observamos o filme em todas as 250 cenas. Foi interessante. Cenas que eu pensei que não iriam funcionar na verdade funcionaram muito bem. Por exemplo, a dança funcionou muito bem. Ela não foi filmada com lentes maiores.

Este filme na verdade tinha muito mais cenas feitas com lentes longas do que o próximo filme, e lentes longas raramente ficam bem com 3D. Você está comprimindo e ainda assim expandindo – é estranho. Então a dança ficou realmente muito bonita. Você destaca a solidão deles dentro dessa barraca. Não fizemos uma tenda enorme, mas você podia isolá-los, e isso ficou muito bonito. A forma de abordagem do 3D e a maneira com qual o fizemos quando estávamos trabalhando nele, era como um personagem. Como você melhora a atmosfera, melhora a narrativa.

O que aconteceu em HP7 Parte 1 foi que percebemos que não tínhamos tempo suficiente para fazê-lo direito. Poderíamos fazê-lo, mas ficaria uma porcaria. Ninguém quer isso. Por que isso agora? Por que estragar tudo agora? O estúdio estava pressionando, mas quando chegamos ao ponto em que ficou claro que não conseguiríamos atingir a qualidade que queríamos, tivemos uma conversa muito adulta com eles e dissemos: “Olha, isso é um problema”. E eles nos ouviram. Nos apoiaram. E abandonamos a versão 3D.

A Parte 2 é diferente. Tivemos mais tempo. Nós já começamos o processo. É também um filme muito diferente. É um filme épico – com muito mais lentes de ângulos amplos. E 3D funciona melhor com isso.

Sobre o ponto de divisão dos filmes:

Nós mudamos onde ele termina. Tivemos uma discussão inicial, que era onde o terminaríamos, onde estava no filme. Em seguida, revisamos isso porque estávamos preocupados. Algo aconteceu no final que era parecido com o que aconteceu no 6 e 5: a perda de um personagem – a morte de um personagem. Assim, nós voltamos para a ideia que tivemos no início do filme.

Mas então, quando chegou a hora de editá-lo, nós colocamos de volta a ideia original – não como estava no roteiro, mas como nós tínhamos imaginado originalmente. E David adicionou essa cena de Voldemort pegando a Varinha das Varinhas. Porque dá a sensação de desfecho emocional. Ou a conclusão de algo emocional. E depois, com a varinha, você tem uma sensação de “Ah, é esse o desafio. É isso que vamos ver no próximo filme”.

Sobre os erros cometidos nos primeiros filmes:

Stuart Craig sempre está refinando Hogwarts. Se você olhar para a Hogwarts do primeiro filme e olhar para a de agora, é uma criatura muito diferente. E o Salgueiro Lutador que estava no primeiro filme certamente já mudou muito ao longo dos primeiros filmes. O primeiro filme, em termos de efeitos visuais, a qualidade não era tão boa quanto nos filmes posteriores. Essa indústria, e o que podemos fazer, mudou imensamente durante os dez anos durante os quais fizemos os filmes.

No primeiro filme, eu acho que fomos muito rígidos no uso de efeitos visuais. Deixamos os efeitos visuais nos levar ao invés de usá-los para trabalhar ao nosso favor. No fim das contas, os efeitos não são tão misteriosos quanto parecem inicialmente, ou pareceram para a gente. Na verdade, hoje em dia você pode fazer muito, mas tem que ser tudo sobre os personagens. Você tem que servir os seus personagens primeiro, e é quando os efeitos visuais são mais bem sucedidos. Então esses foram os erros que tivemos no início.