As Relíquias da Morte ︎◆ Filmes e peças ︎◆ Parte 1

Entrevistas da Premiere Magazine sobre Relíquias da Morte

Ontem divulgamos alguns scans da revista francesa Premiere Magazine com novos ensaios dos personagens e entrevistas com o elenco. O Snitch Seeker disponibilizou as entrevistas dos atores Bonnie Wright, Evanna Lynch, Tom Felton, Bill Nighy e Rade Serbedzija. Bonnie Wright comenta sobre as diversas mortes presentes em Relíquias da Morte:

Premiere: Todos sabem que o clã Harry Potter sofre uma grande perda no epílogo. Como é presenciar a morte de personagens que você conhece há 10 anos?

Bonnie Wright: Uma coisa é certa: a atmosfera mudava drasticamente assim que começávamos a falar das cenas de morte. Havia uma tensão emocional, mas ao contrário dos personagens, nós não tínhamos tempo para sentir pena de nossos amigos. Nós filmamos essas cenas assim como JK as descreveu: uma ação alucinante”.

Você pode conferir todas as entrevistas em notícia completa. Nossa equipe está traduzindo as outras entrevistas que foram publicadas na revista, fiquem ligados!

Atualizado: Já traduzimos a parte com citações do Daniel Radcliffe, David Yates e Clémence Poésy, e vocês podem vê-la no final da extensão!

RELÍQUIAS DA MORTE – ENTREVISTAS
Entrevistas com o elenco

Premiere Magazine
07 de outubro de 2010
Tradução: Juliana Torres e Marina Anderi

Premiére: Vamos começar com um assunto polêmico, o beijo no Harry. Os fãs esperam por isso há tanto tempo, como você se preparou?

Bonnie Wright: Foi bem estranho. Desde que conheço Daniel, nossos laços foram puramente platônicos. Cada um de nós tinha sua própria vida, mas éramos bons amigos. Pedir-me para beijá-lo foi quase tão difícil quanto pedir-me para beijar um completo estranho. Sério, foi embaraçoso!

P: Você é umas das “veteranas” da saga. De todos os diretores que trabalharam com Harry Potter, com qual você se sentiu mais próxima?

BW: É difícil escolher. Eram todos diferentes. Chris Columbus foi o mais fiel aos livros e à história, enquanto Alfonso Cuarón introduziu um aspecto mais sombrio. Nós trabalhamos tanto tempo com David Yates que desenvolvemos um certo tipo de sensibilidade comum e podíamos quase prever o que ele pediria. Foi com ele, então, que foi mais fácil trabalhar.

P: Todos sabem que o clã Harry Potter sofre uma grande perda no epílogo. Como é presenciar a morte de personagens que você conhece há 10 anos?

BW: Uma coisa é certa: a atmosfera mudava drasticamente assim que começávamos a falar das cenas de morte. Havia uma tensão emocional, mas ao contrário dos personagens, nós não tínhamos tempo para sentir pena de nossos amigos. Nós filmamos essas cenas assim como JK as descreveu: uma ação alucinante.

Premiére: Quão longa foi a filmagem das duas partes de Relíquias da Morte?

Tom Felton: Pouco mais de um ano, 14 meses para ser preciso. Podemos dizer que o time teve sua razão para tal…

Premiére: Quatorze meses! É mais que uma gestação…

Tom Felton: Exatamente! É surreal dedicar essa quantidade de tempo num projeto. A maior quantidade de refrigerantes que já tomei numa filmagem.

P: Depois de dez anos de Harry Potter, se despedir da série deve ser difícil.

TF: Quando voltamos para o último festival em Leavesden depois do fim das filmagens, a emoção estava alta. Era a última vez que o time completo estaria reunido no Salão Principal. Repentinamente nos sentimos muito vazios… um sentimento engraçado.

P: Você pode acabar se encontrando em alguns anos passeando no parque temático de Harry Potter que abriu na Florida.

TF: (risos) Foi exatamente o que eu disse! Se eu ficar muito deprimido, vou me mudar pra lá.

P: Através da saga, seu trabalho era incorporar um personagem que todos odiavam. Não deve ter sido fácil todos os dias.

TF: Eu acabei acumulando uma certa energia negativa durante a última década. Foi engraçado, aliás. Grupos de crianças visitavam o set regularmente e no momento que me encontravam, todas iam se esconder atrás das pernas de seus pais. Eu aprendi a levar como um elogio.

P: Você também tem um fã clube, o que irrita JK Rowling… porque muitas jovens se apaixonam por Draco Malfoy, mesmo ele sendo [podre].

TF: Eu não tenho certeza como responder isso. Você sabe como é, garotas sempre amam os bad boys.

Premiére: Como você chegou em Harry Potter 7?

Rade Serbedzija: É uma história engraçada… Estava em LA, arrumando minhas malas para voltar pra Inglaterra, quando minha filha mais velha – ela tinha 16 anos na época – me perguntou onde estava indo. Eu disse que estava indo para Londres encontrar com o diretor de Harry Potter.

E então, ela enlouqueceu: “Você estará em Harry Potter? Pai, se você conseguir o trabalho, você não sabe o quanto irei respeitá-lo!” Eu atuei ao lado de Stanley Kubrick, mas tinha que estar em Harry Potter para minha filha se orgulhar de mim. Interpretarei Gregorovitch, um cara que faz espetos mágicos…

P: Varinhas mágicas?

RS: Isso. Eu tenho três cenas com meu querido amigo Ralph Fiennes. Foi a primeira vez que trabalhamos juntos. Ele é bem perturbador como Voldemort… e, pela primeira vez, ele é o vilão, e não eu.

Como você sabe, eu normalmente sou o vilão nos filmes americanos. Eu até faço um louco em “De Olhos Bem Fechados”. Quando as pessoas me reconhecem nas ruas, é por causa de Snatch or Saint. Agora que estou em Harry Potter, farei novas amizades.

P: Você conhecia a saga antes de estar no elenco de Relíquias da Morte?

RS: Eu vi um dos filmes, o primeiro, acho. E não continuei, porque depois do primeiro filme, minha filha mais nova não parava de molhar a cama porque estava assustada. Eu estava muito bravo com Harry Potter. (risos)

P: Ela não tem mais medo?

RS: Não, ela se tornou a garota mais linda do mundo. Sua nova paixão: filmes de vampiros.

Premiére: Podemos contar com uma adaptação fiel de Relíquias da Morte ou devemos esperar algumas surpresas?

Evanna Lynch: Eu já me cansei de pessoas falando “ó Deus, eles não mantiveram a cena com o elfo!” Se você quer o livro, leia! Não fizemos um filme por nada. Pessoalmente, eu amo ler. Agora mesmo estou no meio de “Lolita” por Nabokov. Acho incrível. Mas o filme necessariamente oferece um ponto de vista diferente.

P: Você leu Crepúsculo? Você tem a mesma opinião de Emma Watson, que recentemente disse que Crepúsculo apenas vende sexo?

EL: Não apenas os li, mas os adoro. E, enquanto eu falava sobre eles com Emma, eu percebi que também era o caso dela. Nós conversamos muito. Seu comentário deve ter sido motivado por um episódio apenas e uma comparação sem fim com a saga Harry Potter.

P: Em vez de evoluir como os outros personagens, Luna se mantém verdadeira a si mesma…

EL: Eu fiz audição para sua personagem porque eu não queria que Luna fosse outra: eu me sinto muito próxima desse personagem porque ela não julga ninguém. Debaixo de seu caráter “de lua” e visual despreocupado, Luna passava por maus bocados também. Ela se relaciona e tem um olhar imparcial da situação, algo que eu também sou capaz de fazer. É graças ao seu visual maluco que eu fui capaz de entrar na sua cabeça. Infelizmente, eu não pude ficar com nenhum dos acessórios. Impossível roubar uma meia sem receber uma ligação de um figurinista enfurecido…

P: Agora que as filmagens de Harry Potter acabaram, você tem outros projetos?

EL: Eu pus minha vida pessoal em espera durante anos pelo Harry Potter. Eu estou tentando recuperar o tempo perdido agora. Veja (ela abre um sorriso de orelha a orelha): eu coloquei aparelho. Eu vou passar nos meus exames também. Eu quase não prestei atenção à escola por causa das filmagens, e o resultado não foi bom. E depois de tudo, se eu não conseguir ofertas, farei uma escola de artes. Eu não sinto vontade de ir pra uma aula de teatro. Eu sairei de vez.

Premiére: Bill, você disse que era o único ator inglês que ainda não tinha atuado em Harry Potter. Você estava com inveja?

Bill Nighy: (risos) Sabe, eu estava parado por trás de David Yates quando lhe foi oferecido o emprego! Estávamos filmando uma cena para Girl in the Cafe quando seu telefone tocou. Warner Bros estava lhe oferecendo Harry Potter 5. Quando ele saiu do telefone, eu disse: “Legal, eu não serei mais o único ator inglês que não atuou em Harry Potter!” Ele riu e eu ainda tive que esperar 5 anos para conseguir o trabalho…

P: Foi bom para o seu ego?

BN: Estava começando a me preocupar, não estar na saga. Sério, Harry Potter é uma instituição na Inglaterra. Tornou-se um tesouro da cultura nacional. As pessoas se ligaram aos livros e agora se ligaram aos filmes. Ser parte dessa aventura é lisonjeador. E depois de interpretar um zumbi, um polvo e um vampiro, tinha certeza que era capaz de retratar um velho bruxo.

P: Como você interpretou Rufo Scrimgeour?

BN: Como um velho soldado, um homem de ação que virou um político. Ele viveu uma vida de guerra e luta contra seu cansado eu e eu quis dar um lado mais doce também… Você também tinha que ser um pouco enigmático. Os leitores da saga conhecem o personagem e seu destino, mas eu não quis interpretá-lo começando pelo final… eu mantive uma parte nas sombras… para não fazer dele um herói desde o começo.

P: Você teve alguma referência?

BN: Não, nenhuma. Na verdade, David e eu tínhamos uma idéia forte, mas eu não sei se devo falar sobre isso…

P: Eu sou um túmulo!

BN: Ah, certo (risos) Bem, ok: eu o interpretei com um sotaque galês.

P: Galês? É esse o segredo?

BN: Sim. É um sotaque suave, bem interessante… para mim, é o sinal de um espírito inteligente, calmo e forte, ao mesmo tempo. Mas para responder sua pergunta, eu não tive nenhum modelo em mente. E, se você fala sobre inteligência, doçura e firmeza, você não pode se inspirar em políticos ingleses! Não temos isso no estoque, acredite.

P: As fotos de Scrimgeour não o favorecem… Qual foi sua reação ao se ver naquela peruca?

BN: Eu pensei: “Que pobre criatura!”. Mas mesmo me falando isso todo dia ao acordar, a peruca não muda muito.

P: Você faz parte dos novatos… Como foi a primeira vez que você chegou ao set onde todos já se conheciam?

BN: Mas eu já conhecia todos antes de chegar ao set: Helena Bonham Carter, Michael Gambon – um gênio-, Ralph Fiennes… atores britânicos formam um círculo fechado, nos conhecemos e respeitamos. Rimos muito no set de Harry Potter. Tem uma regra de ouro na Inglaterra: uma vez que você tem Michael Gambon no set, você rirá muito. E nesse, ele estava bem inspirado…

Citação da foto: na primeira tomada da cena do beijo entre Rony e Hermione, foi estranho ver o rosto da Emma Watson se aproximar tanto do meu!

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Premiére: Como você vê Rony nessa etapa da saga?

RG: Ele está muito diferente. Ele amadureceu muito desde o Enigma do Príncipe. Ele está meio fora de si por ter que deixar o mundo de Hogwarts para ser lançado para um desconhecido onde o trio está atrás das Horcruxes e ele tem complicações que se desenvolvem entre ele Harry e Hermione enquanto se escondem na floresta. Suas amizades são testadas. A tensão cresce assim como sua paranóia. Há uma troca dinâmica entre os personagens, e de repente, tudo se torna mais complicado para ele. Revela-se uma profundidade no caráter e uma sensibilidade que vai culminar, em minha opinião, na morte de alguém próximo e no epílogo… Eu sempre tive muita afinidade com Rony, mas eu tive um novo prazer ao interpretá-lo nas Relíquias, para explorar novas facetas. Especialmente como era a última vez.

Premiére: O que mais o cativou no último filme?

RG: A decisão de fazer dois filmes. A primeira parte parece um filme de estrada – filmamos a maior parte no exterior, o que foi muito excitante. Na segunda nos concentramos na destruição de Hogwarts, com cenas intensas de batalha, mas que foram muito divertidas de gravar.

Premiére: E sobre o beijo?

RG: Com Emma, estávamos completamente assustados. Eu também estava meio ansioso para fazer essa cena, mas mais ansioso ainda para que parece verdadeiro. No final, as coisas correram melhores do que eu esperava. Mesmo que, na primeira tomada, foi estranho ver o rosto dela se aproximando do meu! Sem mencionar que estávamos encharcados… Felizmente, levamos apenas quatro tomadas para acertar a cena. Foi um momento legal, bem terno.

Daniel Radcliffe, David Yates e Clémence Poésy

Daniel Radcliffe reconta fortes momentos do filme…
Daniel Radcliffe: “A cena onde acho meus pais com Sirius Black e Lupin foi de longe a mais emocionante; então vem a que vou procurar o diadema de Rowena Raveclaw na sala precisa; aquela em que Ralph Fiennes me ataca durante a batalha final entre Harry e Voldemort…”

Daniel Radcliffe: “O último dia de filmagem mexeu com todos nós. Até derramei algumas lágrimas e não fui o único. Passamos dez anos juntos. Eu cresci com Harry Potter e mantenho em minha cabeça memórias inesquecíveis; memórias demais para contar todas. Não foi fácil dizer adeus.”

David Yates: “Eu tenho que supervisionar um pequeno número de equipes que estão trabalhando ao mesmo tempo. Uma equipe está trabalhando na tomada de ligação que mostra o cadáver de Batilda Bagshot por um ângulo diferente. A outra equipe trabalha em uma série de tomadas realmente grandes para a sequência onde todos os corpos empilhados estão sendo ordenados depois da batalha final em Hogwarts. Uma terceira equipe está finalizando os ajustes do tamanho de Hagrid nas telas.”

Yates: “Ambos os filmes são um pouco diferentes. Na primeira parte de Relíquias da Morte, optei por uma realidade de cinema quase em um estilo de documentário com um câmera de ombro que se movia bastante ao redor, refletindo os sentimentos dos três heróis em sua jornada. Harry, Hermione e Rony estão fora dos confortadores portões de Hogwarts, perseguidos por Comensais da Morte em um ambiente mais realista. A segunda parte é mais grandiosa, espetacular, porque a ação no filme está em alta escala, que alcança o pico com o grande final.”

Yates: “Os fãs frequentemente reclamam que deletemos algumas de suas partes favoritas. Aqui, apresentamos a eles uma cena exclusiva, uma perseguição na floresta com os caçadores de recompensa.”

Yates (falando sobre Daniel Radcliffe): “Depois de trabalhar com ele em quatro filmes, ainda estou impressionado por sua seriedade, seu trabalho ético e seu profissionalismo maravilhoso. O mesmo vai para Emma e Rupert. A maturidade emocional deles é notável em pessoas de sua idade. Também, apesar de toda a sua fama, nenhum dos três é cabeça dura.”

Então, em como ele lida com o estresse de tal super produção, ele responde: “Alongamento e yoga durante o horário de almoço.”

Clémence Poésy: “Foi realmente divertido e bem mais fácil dessa vez. Quatro anos atrás, cheguei a Londres feito uma alien. Eu era a garotinha francesa solta na natureza de algo grande e totalmente maluco. Dessa vez foi bem diferente. Tive a impressão de estar voltando para o acampamento de verão depois de estar longe por um tempo. Havia os mesmos cheiros, as mesmas pessoas, os mesmos lugares… A diferença era que todo mundo tinha crescido e a mobília estava um pouco mais empoeirada.” (Risos)

“Mas, sério, as coisas não mudaram muito. Quando penso sobre isso, é muito triste que é o fim. A ideia de contar uma história no mesmo lugar, com as mesmas pessoas que trabalham num mundo diferente e saber disso de coração é linda! Harry é como “Antoine Doinel” de nossa geração… Crescemos com ele. Dessa vez, eu estava preparada.”

“A coisa que me lembrei de O Cálice de Fogo foi a proporção com que trabalhávamos. Às vezes filmaríamos sem parar e outras vezes esperaríamos por horas sem nada para fazer. Então dessa vez, para Relíquias da Morte, trouxe meus livros, minha música, meus DVDs e meus cadernos de rascunho. Bem, tiveram piores: David Thewlis trouxe seu piano!”

“Perguntam-me muito como Daniel é ou se Emma é como sua personagem nos filmes… Surpreende um monte de gente, mas, quatro anos atrás, eles já eram bem maduros e ainda são. Daniel sempre me surpreende. Ele possui uma curiosidade, uma mente aberta sobre o mundo que é rara. Ele leva em consideração tudo que é para se levar das pessoas, mas de uma forma esperta. Ralph Fiennes também é assim e assisti-lo atuar é um privilégio. Ele estava tanto em sua personagem que assustava todos que tinha um pé no set… Mas não conte comigo para te falar quem me impressionou mais. Seria como perguntar a você qual colega você mais gosta na Premiere e então mostrar sua resposta nos escritórios. Seria um pouco embaraçoso, não seria?”