Filmes e peças

Entrevista com Timothy “Pettigrew”

Chegou a vez do ator Timothy Spall que atua como Pedro “Rabicho” Pettigrew nos filmes da série ser entrevistado pelo Coming Soon. Na entrevista podemos conhecer melhor este ator que infelizmente até agora sabíamos tão pouco, que quem sabe no sétimo livro tenha papel chave na história. Além de comentarem os filmes, o último livro da autora J.K. Rowling, temos uma visão dos trabalhos anteriores de Timothy. Abaixo veja um trecho:

Coming Soon: Mas se soubesse que tem um bom destaque para ele no sétimo livro, seria algo que você gostaria de fazer?
Spall: Acho que sim, é… é uma série fantástica de filmes, não é? É histórico e bom, acho que fica cada vez melhor. As pessoas estão absolutamente fascinadas por eles, adoram todos! Em tudo que é lugar que vou… quero dizer, é um papel importante, Pedro Pettigrew/Rabicho, mas em tudo que é lugar que vou, é o motivo pelo qual sou lembrado.

A entrevista completa pode ser vista aqui.

Exclusivo: Pendurado com Timothy Spall
Edward Douglas
30 de maio de 2007
Tradução por: Renata Schüller
Revisão por: Virág Venekey

Nesse momento, o ator Timothy Spall provavelmente pode fazer qualquer coisa. Ainda que seja mais conhecido por personagens como Pedro “Rabicho” Pettigrew na série Harry Potter, ele começou sua carreira como protagonista das primeiras peças de Mike Leigh, tais como Segredos e Mentiras, devido à sua habilidade de encarnar o perfeito e comum homem britânico (admito, a primeira vez que reconheci os talentos de Spall foi quando ele interpretou um viajante no filme Rock Star, de Mark Wahlberg).

Pode ser difícil levar a sério a biografia de um carrasco, mas em Pierrepoint: O Último Carrasco, Spall nos apresenta um retrato multifacetado de Albert Pierrepoint, o lendário executor britânico que enforcou 450 criminosos condenados em seus vinte anos de carreira.

ComingSoon.net teve oportunidade de falar com o ator britânico sobre a complexidade desse papel. Apesar do mau trocadilho do título, o Sr. Spall falou conosco de Los Angeles e, infelizmente, a leitura dessa entrevista não faz jus aos efeitos do distinto e charmoso sotaque do leste de Londres que Spall possui.

ComingSoon.net: Sei que demorou algum tempo para esse filme chegar aos Estados Unidos, mas há quanto tempo ele foi filmado?
Timothy Spall: Há cerca de um ano e meio. Demorou cinco semanas, o que foi notoriamente rápido.

CS: Então foi depois de você ter terminado seu trabalho nos filmes “Harry Potter”?
Spall: Sim, bem, minha contribuição aí não exigiu muito, sabe… (risos) Sei que minha cena no último “Harry Potter” precisou o mesmo período de tempo que todo Pierrepoint para ser filmada.

CS: Mesmo? “Pierrepoint” parece ter tido uma filmagem muito intensa.
Spall: Sim. Eu sei que não parece um filme barato, de baixo orçamento. Quero dizer, isso que é, mas os valores da produção são bem altos, o design e a fotografia são excelentes.

CS: Você filmou na prisão onde tudo aconteceu ou eles construíram algo novo?
Spall: A câmara de execução era recriação de uma outra, da Prisão Wandsworth, no sul de Londres, que é uma prisão vitoriana construída em 1850. O cenário foi criado nos Estúdios Ealing, em Londres, e muitas das vigas das celas são de uma prisão antiga no Castelo Lincoln, que é no norte da Inglaterra.

CS: Ele também executou muitos criminosos em Strangeways, uma prisão relativamente famosa, vocês a tiveram de recriar também?
Spall: Não. A maioria das câmaras de execução eram parecidas e eram próximas às celas dos condenados, ainda que as pessoas condenadas não tivessem dessa proximidade. Isso é o que você vê no início do filme.

CS: Esse é um assunto soturno para um filme, e também é um dos seus mais sinistros papéis. Como apresentaram o projeto a você e o que nesse homem despertou sua atenção?
Spall: Eu já tinha ouvido sobre. Ele é uma figura mais ou menos famosa na Inglaterra. Não muitos jovens da minha geração sabem dele, mas ele escreveu um livro em 1973, acho, e foi um dos primeiros livros sérios que li. Lembro de ver ou ouvir sobre ele na televisão, eu tinha algo como dezessete anos na época, e fiquei absolutamente fascinado por essa pessoa. Eu não sabia nada sobre ele. Só sabia que ele fora um executor e que seu livro fora impresso. Então eu li, e lembro de achá-lo absolutamente fascinante, uma mistura completa de como alguém que é um membro normal da sociedade, um cara simpático, amigável e cheio de boas intenções, termina sendo algo tão extraordinário como executor do estado. Esqueci tudo isso, mas sempre me mantive intrigado por ele. Então algumas pessoas na Granada, que é uma empresa de televisão/filmes na Inglaterra, o departamento de drama de lá, que é comandado por Andy Harris, que produziu “A Rainha”, com Christine Langan. Eles vieram a mim. Eu já ouvira falar vagamente, então almoçamos e conversamos. Eles me enviaram um script que eu achei fascinante, e então me lembrei de tudo. Eu logo fiquei fascinado novamente, meio que baseado no livro. O que percebi imediatamente é que teria de trabalhar nas suas motivações e como ele vivia com elas. O filme, de certa forma, é sobre isso em sua forma mais simples. É sobre mudanças de humor e sobre outras mudanças que acontecem silenciosamente no decorrer de 20 anos. Tivemos então algumas reuniões onde conversamos e melhoramos o script, para então filmarmos. Fizemos ele sem compromisso e buscamos a realidade absoluta, perseguindo a exatidão em cada ato na execução de alguém. Foi tudo incrivelmente pesquisado. A Prisão de Wandsworth ainda existe, a propósito, e ainda é usada. Não tem mais uma câmara de execução, por não termos mais pena de morte na Inglaterra, mas aprendemos lá e trabalhamos da mesma forma que era feito.

CS: Albert Pierrepoint lhe aconselhou? Ele ainda está vivo?
Spall: Não, ele morreu em 1992, com uns 80 ou 85 anos.

CS: Algum dos executores daquele tempo ajudaram-lhe a descobrir como isso era feito?
Spall: Bem, tem um deles que ainda está vivo. Ele é muito velho e não fala muito sobre isso. E eu obviamente não podia interrogar nenhum de seus clientes.

CS: Então ele não está mais vivo, assim como nenhum de seus “clientes”, como você diz… então, havia alguém que pudesse falar dos detalhes, fosse algum amigo ou alguém da família, ou você simplesmente tirou o que podia do script e a pesquisa partiu daí?
Spall: Bem, acho que estamos falando de bastante tempo atrás. A última execução que ele fez foi em 1953, creio, então falamos de cinqüenta anos atrás. Não há muitos contemporâneos… ele não teve filhos, apenas uma sobrinha de quem ele era muito próximo. Ele falava muito pouco sobre isso. No livro, ele falou muito sobre o que fez, como fez, e como concluiu, ao fim da carreira, que era errado, porque pena de morte era vingança e não justiça. Ele disse isso por noventa por cento das pessoas irem resignados para suas mortes. Chegou à conclusão que a maioria das pessoas executadas eram pessoas, seres humanos que tiveram um mau dia. Alguns eram maldosos, outros, completamente psicóticos, mas, em sua maioria, eram pessoas normais que não repetiriam seu erro se tivessem outra chance. Estavam tão consternados que a maioria não se importava de ir…

CS: Quase todos têm essa imagem de um executor ou carrasco usando uma máscara para proteger sua identidade, mas não vimos isso no filme.
Spall: As execuções nunca eram feitas em público, e esse é um clichê, acho, que nos remete às execuções medievais. Até a época das execuções dos criminosos de guerra de Belsin, ninguém realmente sabia quem ele era, sequer seus amigos sabiam o que ele fazia. Seu pai era um conhecido executor, assim como seu tio, então ele cresceu nisso, ainda que nunca tivesse sido discutido. O pai tinha um certo problema com o alcoolismo e sempre se sentia terrrivelmente… não arrependido, mas sempre recorria à bebida depois de ter feito e Pierrepoint decidiu que nunca faria isso. Em primeiro lugar, ele queria ser profissional – e o melhor – e, em segundo lugar, ele queria fazer da forma mais digna e breve possível. E, nos dias de hoje, seus registros mostram as execuções mais rápidas. Como o filme diz, sua média era de 8 a 22 segundos entre sua entrada na cela e a morte do prisioneiro.

CS: Havia algum rascunho ou imagem de Pierrepoint de fato enforcando alguém, que vocês pudessem usar de referência?
Spall: Não, não somos tão brutais que… é privado. Quando levamos em consideração qual brutal, macabro e nojento foi enforcar Saddam. Exatamente o que você viu é o que acontecia. Era rápido, não havia lamúria ou contrição. Uma vez condenado, a pessoa tinha três semanas na cela e, se não obtivesse perdão, morria.

CS: Você pensa que se os enforcamentos de Belsin fossem tão notórios quanto a criminosos de guerra, teriam sido filmados para a posteridade. Eles não fizeram isso?
Spall: Não, não fizeram. As únicas execuções de guerra que vi o filme foi uma execução estadunidense de criminosos de guerra japoneses. Acho que isso não existe.

CS: Há um certo exibicionismo ou gosto na forma que ele executava as pessoas, ainda que o tentasse fazer da forma mais rápida e profissional possível.
Spall: Não acho que houvesse gosto. Acho que ele tinha zonas na cabeça. Tendo lido livros sobre ele – um de seus assistentes escreveu um livro – ele era uma pessoa muito amigável que gostava de cantar, como vemos, e tinha muita habilidade com pessoas. Acho, todavia, que quando ele entrava na prisão na noite anterior, também entrava em uma zona diferente da mente, onde podia se concentrar em terminar o trabalho… acho que ele se tornava uma pessoa diferente. Ia lá e entrava em um lugar que apenas ele poderia detalhar para você… então isso que fiz, tentei encontrar e tocar a dualidade em sua personalidade. Como uma pessoa justifica a si mesmo o que faz e o que tem de enfrentar, sendo uma pessoa muito humana e amigável. Acho que há uma natureza contraditória nesse personagem e que muito disso é baseado no desejo por respeito e pelo senso de ter algum dever absoluto e irrefutável para com o rei e o país, no sentido de fazer o que é certo e adquirir respeito com isso.

CS: Um dos momentos mais fortes do filme é quando um homem implora para Arthur que é inocente e, ainda assim, é enforcado tão rapidamente e tão sem piedade quanto os outros.
Spall: Ele era inocente. Sim, era Timothy Evans e foi baseado na verdade. Você já ouviu sobre Christie? É um dos nossos mais famosos assassinos em série. Existe um filme chamado “O estrangulador de Rillington Place”, é um ótimo filme, recomendo que veja. É sobre Christie, e Richard Attenborough o interpreta e, na verdade, Pierrepoint aparece no filme, pois foi quem o executou. Ele executou outra pessoa como se tivesse culpa pelos assassinatos. Tudo se esclarece na história, sabe. Timothy não foi perdoado até muito tempo depois. Pierrepoint executou Evans e depois, Christie. Quando executou Christie, as pessoas ainda viam Evans como um comparsa dele.

CS: Isso deve ter sido difícil também para Arthur, sabendo que, ao fazer seu trabalho, algo assim aconteceu e ele executou alguém que era inocente.
Spall: Acho que ele disse que nunca o afetou, mas creio que o filme é sobre isso mesmo… o fato de sua humanidade inerente o vencendo. Ele não consegue mais fazer.

CS: Você acha que esse incidente teve algo a ver com a revogação da pena de morte no Reino Unido?
Spall: A pena de morte não foi extinta até 1964, ou algo assim, aproximadamente dez anos depois de ele ter se aposentado. É chamado “Pierrepoint: O Último Carrasco”, mas ele não foi o último, apenas o último famoso carrasco. Havia mais uns quatro no final e eles criaram quase uma competição para saber quem seria o melhor.

CS: Ao assistirmos o filme, há um aspecto que parece lembrar um pouco de Monty Python, a forma como eles discutem – “Como foi no trabalho, querido? Enforcou algum bonzinho?” – até que se percebe quão seriamente isso o afetou.
Spall: É, bem, acho que essa é a idéia… há muito humor ali, literalmente e eufenisticamente (risos).

CS: É bom saber que encontraram um ator que leu o livro de Pierrepoint e estava familiarizado com ele a ponto de interpretá-lo. Como o filme foi recebido pelos outros no Reino Unido?
Spall: Recebemos críticas muito, muito boas, ainda que o lançamento tenha sido discreto, fomos muito bem quando saiu o DVD. As pessoas queriam ver, viram, e ainda vêem em várias casas de exibição.

CS: Não ouvimos realmente de Albert Pierrepoint como eles devem ter ouvido na Inglaterra, então, há uma certa curiosidade mórbida sobre a profissão ou a vida de um carrasco?
Spall: Acho que sim. Acho que as pessoas se surpreendem ao verem o que esse filme é e como se desenrola. É muito macabro, mórbido, e com humor negro, às vezes, mas também, é um retrato de todas as faces da pena de morte. Que efeitos têm no executor, não no executado e na família deste, como é. Acho que tem poder e é original, porque apresenta esse ponto de vista. Você pensaria em falar sobre a pena de morte e sobre os condenados, mas vemos de outro ponto de vista. Acho que as pessoas se surpreenderam sobre como o filme foi capaz de tocá-las de muitas formas. Viramos a mesa, sabe… Quando ele tem de executar, e isso é verdade, a propósito, realmente acontece… e acho que muitas pessoas se sentiram tocadas por isso.

CS: Você fez alguma pesquisa sobre como funcionam os mecanismos do enforcamento?
Spall: Ah, sim, sim, sim. Eu tive de participar… e tem um ativista que mantêm um arquivo de Albert Pierrepoint – e tinha esperanças que Albert o usasse. Não usamos no filme, mas eu o manuseei e tive um sentimento muito peculiar quando o fiz. Vou dizer algo mais sobre isso. Durante os ensaios, nos aprofundando em todo o ritual da execução, eu percebi que imenso poder você tem ao chegar nesse nível. Imenso. É como se pudesse ser um mensageiro em nome de deus, rei e coroa, e posso imaginar que é um sentimento fantástico para uma pessoa pequena – seja no sentido físico ou social.

CS: Como isso funcionava no set? Tinham almofadas embaixo da forca onde o condenado aterrissava depois de cair alguns metros?
Spall: Sim, havia dois auxiliares do estúdio, mas o alçapão se abria e todos caiam. Passavam pelo alçapão, mas a corda, obviamente, não estava amarrada no topo… os auxiliares tinham de segurar a portinhola do alçapão também. Haviam quantos? Cinqüenta, sessenta pessoas embaixo… era fantástico… e não esqueça que em Nuremberg, ele executou quarenta pessoas na mesma semana… e não esqueça que ele também cuidava dos corpos, o que trazia boa parte do seu respeito. Ele não era pervertido, estranho ou indecoroso, apenas sentia que era seu dever cuidar deles depois de terem pagado seu preço.

CS: Isso era um fato raro na época? Não achei que alguém fizesse isso na execução.
Spall: Não, não, era bem assim. Pesquisamos tudo… ah, sim, parte do trabalho, definitivamente.

CS: Me lembrou um pouco de “O Segredo de Vera Drake”, o último filme de Mike Leigh. Então, você tem estado em contato com o Sr. Leigh desde o último filme que fizeram juntos?
Spall: Sim, sim, somos bons amigos… recentemente, ele foi no meu aniversário e eu tenho trabalhado com Mike Leigh há tanto tempo quanto sou casado, que é vinte e cinco anos. Ele está produzindo um filme no momento… filmando-o, mas ninguém sabe sobre o que é até que seja lançado.

CS: O que mais você tem feito? Sei que você teve um papel importante como o Bedel no filme “Sweeney Todd”, de Tim Burton.
Spall: Sim, terminei isso… terminado. E então tem um filme grande da Disney para ser lançado, que se chama “Encantada”. Vi outro dia, é um bom entretenimento. Vai ser ótimo. Por isso estou em Los Angeles, tive de refilmar uma parte essa semana.

CS: Você cantou em alguns filmes, incluindo esse, então como foi interpretar seus números musicais em “Sweeney Todd”?
Spall: Não, o Bedel tem apenas um número, é uma bonitinha – e curta – canção. Todos cantam, mas acho que ele o fez de um jeito que deve surpreender as pessoas. Não vou elaborar muito, mas foi um trabalho fascinante e agradável. Novamente, mais um assunto triste… continuamos voltando a eles, não é? Voltando a “Vera Drake”, somos todos admiradores do filme. Me ocorreu, enquanto o fazia, que se Vera Drake tivesse sido acusada de assassinato, Albert Pierrepoint a teria enforcado (risos). É a mesma época. É um austero período de pós-segunda guerra, quando nosso país não tinha dinheiro… estavámos mudando para os anos sessenta, mas ainda éramos, de certa forma, um país Edwardiano.

CS: Voltando a outras coisas que você tem feito… também apareceu no filme de Houdini?
Spall: É, “Death Defying Acts”. Não sei quando sai, Gillian Armstrong o dirigiu. Eu interpreto o empresário de Harry Houdini, que cuida dele… é sobre ele e Houdini em Edimburgo, Escócia. É sobre ele e uma médium que ele desafia a descobrir as últimas palavras da mãe. Harry Houdini era muito apegado à mãe, é sobre a intriga e o caso que acaba existindo entre Houdini e o personagem da Catherine Zeta-Jones e meu personagem está meio que enfiado no meio. Tem também uma garota fantástica, chamada Saoirse Ronan, que estará em “Desejo e Separação”.

CS: Você não teve muitos protagonistas desde que trabalhou com Mike Leigh…
Spall: Verdade. Outro motivo pelo qual eu gosto de trabalhar com ele (risos).

CS: Estava curioso sobre como você se sentia quanto ao fato de que muitos atores são selecionados mais por serem bonitos do que por serem bons.
Spall: Acho que é assim em tudo que é lugar. É sobre agradar a massa, não é? Sobre consumirem… sobre irem ao cinema verem pessoas com quem podem sentir proximidade e que são muito atraentes. Podem não estar no papel certo, às vezes, mas é sobre envolver com proximidade e fantasia. Pessoas querem ser como essas que vêem, então preferem ver pessoas bonitas, suponho.

CS: Alguém poderia pensar que as pessoas querem ver na tela alguém mais próximo da realidade…
Spall: Bem, os franceses são bons nisso, muito bons, pegar os feiosos, dar uma aparência comum com algo um pouco diferente, eles são bons nisso.

CS: Você se considera um ator de personagem?
Spall: Acho que já recebi esse título. Acho que porque sou capaz de interpretar diferentemente… veja bem, há duas categorias, ou formas, de chamar isso. Às vezes, um ator de personagem é apenas um ator feio que interpreta papéis pequenos. A outra versão diz que um ator de personagem muda cada papel que ele interpreta. Acho que prefiro me encaixar no segundo. (risos)

CS: Quanto a “Harry Potter”, você não está no próximo filme, mas se J.K. Rowling escrever algo grande para Pedro Pettigrew no sétimo livro, que ninguém leu ainda, eles podem fazer com que você volte?
Spall: Não é bem fazer… eu não tenho contrato para ele.

CS: Mas se soubesse que tem um bom destaque para ele no sétimo livro, seria algo que você gostaria de fazer?
Spall: Acho que sim, é… é uma série fantástica de filmes, não é? É histórico e bom, acho que fica cada vez melhor. As pessoas estão absolutamente fascinadas por eles, adoram todos! Em tudo que é lugar que vou… quero dizer, é um papel importante, Pedro Pettigrew/Rabicho, mas em tudo que é lugar que vou, é o motivo pelo qual sou lembrado.

CS: Hoje em dia, assumiria que é assim, ainda que antes você fosse conhecido pelos filmes de Mike Leigh.
Spall: Bem, é bom poder fazer os dois. Eu nunca esqueço que é um privilégio. Gosto de pensar que posso fazer algo como “Pierrepoint” e, então, fazer um filme da Disney onde interpreto um personagem excêntrico e engraçado – um personagem de desenho que ganha vida. É uma das maiores alegrias da minha vida ter a oportunidade de fazer os dois.

CS: Bem, os filmes de “Harry Potter” tem todos aqueles excelentes atores britânicos, então não há do que se envergonhar. Talvez em vinte anos… talvez seja o que apresentarão no teatro em vez de Shakespeare…
Spall: Eu sei… é como uma peça de teatro com todos os bons atores nos personagens, acho que é meio frustrante se você não conseguir entrar.

CS: Saberemos em pouco mais de um mês se seu personagem estará no filme sete.
Spall: Bem, minha filha me dirá. Ela é uma grande fã. Ela faz todas as minhas decisões administrativas no que se refere a “Harry Potter” e já encomendou o livro.

CS: Vou me envergonhar um pouco, admitindo que um dos seus papéis que mais gosto é aquele em “Rock Star”.
Spall: Ah, obrigado. Eu realmente gostei daquele filme, me diverti muito. Se você aprecia filmes mostrando a indústria da música, deve ver “Ainda Muito Loucos”. Acho que você vai gostar desse. É com Bill Nighy, a primeira vez que ele interpretou uma antiga estrela do rock… de fato, é um bom filme.