Uma entrevista recente aconteceu com o direitor de Harry Potter e a Ordem da Fênix, David Yates, em que ele comentou sobre as filmagens do filme, sobre trabalhar com Daniel Radcliffe, além de outros aspectos do filme. |
Eu forcei bastante o Dan. Ele é uma pessoa muito intuitiva, muito inteligente, bastante sensível, ele diz. Eu estou apenas o ajudando a despertar essas coisas. Você consegue ver sua determinação e ambição, e ele consegue transformar as coisas com pouco custo, então eu não posso esperar até que as pessoas vejam o que ele está alcançando.
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Entrevista com David Yates – [i]Quem é aquele cara com Harry Potter?[/i]
Tradução: Anna Marina Campos
Mencione o nome do novo diretor de “Harry Potter” e a reação quase universal é: “Quem?” Após criar uma franquia de 3,5 bilhões de dólares com uma série de diretores de cinema – Chris Columbus, Alfonso Cuarón e Mike Newell – a Warner Bros. Contratou David Yates para tomar as rédeas de “Harry Potter e a Ordem da Fênix” que será lançada no próximo verão. Yates é desconhecido aqui, mas ele vem construindo um currículo impressionante na Grã Bretanha, sua terra nativa. Seu filme “Sex Traffic”, sobre mulheres que são forçadas a entrar na prostituição internacional, foi muito elogiado. Em 2004, ele ganhou um prêmio da British Director’s Guide pela serie de TV “State of Play”, um suspense político. E seu ultimo filme, a produção da HBO “The Girl In The Café” é um romance que se passa na conferência do G8 (sim, de verdade) e ganhou um Emmy esse ano. “Ele é um dos diretores mais empolgantes provenientes desse país no momento”, diz o produtor de longa data de “Potter”, David Heyman. Justo o suficiente. Mas o que um cara que faz filmes hiperealistas, mostrando a verdade como ela é, está fazendo no universo do “Harry Potter”? “Bom,” Heyman diz, “esse filme é um pedaço de uma revolução”.
“Phoenix,” o quinto livro da série da autora J.K. Rowling, é de longe o mais ideológico e parece fazer alusão às políticas do pós 11 de setembro. Harry sabe que o malvado Lord Voldemort renasceu e está construindo um exército, mas o governo dos mágicos, o Ministério da Magia, se recusa em acreditar nele. Em Hogwarts, a nova professora de Defesa Contra a Arte das Trevas, a ministra Dolores Umbridge, não ensinará aos alunos feitiços de defesa de fato, sob o pretexto de estar os protegendo. À medida que o mundo se torna mais perigoso, e Umbridge restringe mais e mais a liberdade pessoal dos alunos, Harry e seus colegas formam um clube secreto para ensinarem a eles mesmos como lutar com Voldemort e seus seguidores. “É como a Resistência Francesa dos anos 40,” diz Heyman. O que é exatamente a área de Yates.“Há um principio realmente interessante no coração dessa história,” diz Yates, em uma entrevista exclusiva para a NEWSWEEK. “O Ministério é um regime autoritário burocrático tentando impor uma doutrina fundamental nessa escola liberal e maluca. O Ministério não é muito bom em aceitar a beleza das diferenças. Tudo tem que se ajustar em uma caixa, e se não couber, deve ser removido. A coisa maravilhosa que essa história diz às crianças é que é OK ser diferente.”
Pessoalmente, Yates, 43 anos, aparenta tudo, menos ser um individualista cheio de cores. Ele é tão modesto que é difícil encontra-lo no set, mesmo quando ele está apenas a poucos metros de distância. É somente durante uma conversa privada, quando seus joelhos começam a balançar pra cima e pra abaixo e suas palavras começam a sair rapidamente, é que você sente o sangue vermelho bombeando dentro daquele exterior bege. “Eu estou tendo o melhor momento da minha vida,” ele diz. “É como estar e uma academia de produção de filmes. Você está trabalhando cada um dos músculos como um contador de história. Esses filmes são cheios de comédia, aventura e um pouco de suspense. É fantástico.” Yates pressionou todos os atores, em particular Daniel Radcliffe, que interpreta Harry, a aprofundarem suas performances dessa vez. “Eu forcei bastante o Dan. Ele é uma pessoa muito intuitiva, muito inteligente, bastante sensível,” ele diz. “Eu estou apenas o ajudando a despertar essas coisas. Você consegue ver sua determinação e ambição, e ele consegue transformar as coisas com pouco custo, então eu não posso esperar até que as pessoas vejam o que ele está alcançando.”
Yates realiza muitos ensaios antes de filmar uma cena, uma raridade nos maiores estúdios de cinema. “Demora o tanto de tempo que demora,” ele diz. “A coisa mais importante na tela são os atores. Se a performance não é real, aquele efeito especial de um milhão de dólares atrás do ator não serve pra nada.” E se ele consegue realizar essa tarefa mágica, seus dias de anonimato estão contados.