Filmes e peças ︎◆ O Enigma do Príncipe

David Barron fala sobre Enigma do Príncipe à Movie Magic

O site Magical Menagerie, que anteriormente divulgou os scans da edição de julho da revista Movie Magic, publicou hoje a transcrição das páginas ainda não mostradas na internet. Dentre elas, existe uma entrevista com o produtor David Barron.

Em termos de efeitos visuais, a caverna é aspecto mais desafiador do filme, o que é divertido. É uma tremenda seqüência, porque nela nós temos os Inferi, que são os zumbis do nosso mundo. Assim, isso foi realmente difícil, mas acho que nós surgimos com algo muito especial e assustador. Acho que vai ser uma seqüência empolgante.

Confiram a tradução completa na extensão. Em breve traremos outras entrevistas. Continuem ligados!

Atualizado: Foi revelado o restante da entrevista com o diretor de arte Stuart Craig, e vocês já podem conferir a sua tradução na íntegra no final de notícia completa.

“Que outros tipos de cavernas de cristal existem?” Acabou sendo uma caverna de cristais de sal nos arredores de Frankfurt, na Alemanha, então nós fomos lá, e ele é parte de um complexo de minas de fosfato, mas também há rochas de sal por baixo, e nessa área específica cristais de sal, que são completamente transparentes e parecidos com vidro. Nós tiramos muitas fotografias e usamos isso como nossa inspiração.

HARRY POTTER E O ENIGMA DO PRÍNCIPE
Entrevista com o produtor David Barron

Movie Magic ~ Magical Menagerie
08 de julho de 2008

Após o sucesso de tantos filmes Harry Potter já produzidos, eu acho a atitude que as pessoas têm é que o desafio já passou, que deve haver uma máquina bem afinada no lugar que pode criá-los. O que eu estou querendo saber é se os filmes ainda continuam ou não sendo vistos como desafiadores.
Todos eles possuem desafios, porque embora seja outro episódio na vida e época de Harry Potter, você nunca pode permanecer parado. Nós continuamente afastamos o cansaço da nossa operação e tentamos arduamente para ter certeza que fazemos o que podemos da melhor forma possível levando em conta as instalações à nossa disposição – e Jo (JK Rowling) com o material de base. Por Harry e todos estarem um ano mais velho em cada livro, ela se permitiu dar uma olhada de cada vez nos diferentes temas e alterar o tom de cada livro. Cada filme parece muito diferente, e nós nos confrontamos com grandes pedaços de set todas as vezes, a possibilidade de conseguir efeitos brilhantes, sets enormes, grandes multidões, isso tudo é desafiador e nós nunca nos entediamos com eles.

Existe alguma coisa sobre Harry Potter e o Enigma do Príncipe que se destaca para você em relação aos desafios que tiveram de enfrentar?
Para ser sincero com você, às vezes eu fico um pouco blasé sobre o que fazemos, porque nós fazemos essas coisas todos os dias. As coisas às vezes não parecem ser desafiadoras, apesar de quando se afasta delas, você vê que elas são difíceis. Um dos grandes desafios, suficientemente engraçado, é que nós tivemos várias cenas externas à noite no inverno Inglês, o que é um enorme desafio. Mas tecnicamente falando, nós temos coisas como a caverna subterrânea no final do filme, onde Harry e Dumbledore vão em uma de suas jornadas. Tecnicamente, é muito difícil e desafiador de conseguir, porque é outro set digital. Existem realmente muitos desafios, e algumas vezes, quando sou perguntado sobre eles, eu simplesmente pinto um grande vazio. O que é particularmente novo e excitante sobre esse filme é este núcleo de maravilhoso romance adolescente; o emaranhado que é do tipo novo e fresco. Abordamos isso muito brevemente em Cálice de Fogo e no Baile de Inverno. Em termos de efeitos visuais, a caverna é aspecto mais desafiador do filme, o que é divertido. É uma tremenda seqüência, porque nela nós temos os Inferi, que são os zumbis do nosso mundo.

Isso é preocupante dado o fato de que tem havido tantos filmes nos últimos anos que se concentraram em zumbis?
Para experimentar e apresentar algo que não é um zumbi genérico e não é algo que você imediatamente pensa ser de George A. Romero (que dirigiu “Night”, “Dawn” e “Day of the Dead”] é difícil, porque o momento em que as palavras “morto-vivo” são mencionadas, a imagem que vem à mente são coisas como Romero e Simon Pegg (que interpretou o Shaun dos filmes Dead). Obviamente, essa é a última coisa que alguém quer invocar. Assim, isso foi realmente difícil, mas acho que nós surgimos com algo muito especial e assustador. Acho que vai ser uma seqüência empolgante.

E sem dúvida está recheado com todos os tipos de efeitos visuais.
Nós fazemos coisas como essas em todos os filmes, mas isso não significa que eles são menos diferentes ou estão mais fáceis para nós em termos de tentar alcançar o melhor, mas eles são o tipo de coisa que nós tentamos alcançar todos os dias. É muito gratificante quando nós conseguimos, e tentamos nunca relaxar em nosso trajeto porque precisamos fazer justiça a este material maravilhoso. E Jo não descansou em seu trajeto conforme ela passava pela série de livros.

Desde que Chris Columbus deixou a série depois do segundo filme, Câmara Secreta, você teve um diretor diferente em cada película. David Yates, que dirigiu Ordem da Fênix, está retornando para Enigma do Príncipe e foi anunciado o diretor para as duas partes de Relíquias da Morte. Você acha que ele será capaz de trazer algo diferente para cada filme?
Acho que eles têm de soar como filmes diferentes. David não gostaria de fazer quatro filmes iguais. É muito importante para nós que eles sejam filmes muito diferentes, e seria para o público. Jo, novamente falando sobre o modo como ela aborda a tonalidade dos livros, sempre os deixa diferente, e é por isso que eles são sempre emocionantes de ler. Não é tão difícil de fazer os filmes diferentes, porque nós começamos com a o material de base que é o mesmo, mas diferente. É o mesmo com o David. Ele definitivamente quer fazer os filmes aparentem muito diferentes e que sejam filmes independentes – apesar de que você pode olhar para Ordem da Fênix, Enigma do Príncipe e Relíquias da Morte como sendo o fim da franquia, realmente. As coisas começaram a acelerar em Ordem da Fênix, eles dão um grande passo adiante em Enigma do Príncipe e vem para a conclusão final nas duas partes de Relíquias da Morte. Mas elas vão aparentar muito diferentes.

Você acha que essa tem sido uma oportunidade única para apresentar um grupo de personagens da infância à idade adulta?
É, de fato. É o filme de cinema mais caro já feito, de forma que eles podem olhar para trás e ver sua adolescência inteira mostrada nos filmes. Eles são extraordinários como personagens, atores e pessoas, e é algo emocionante. A franquia completa, eu acho, é única. Não posso imaginar existir alguma outra coisa parecida com essa novamente. Isso nunca foi feito antes. Francamente, nós somos todos realmente sortudos por fazer parte de algo tão incomum e único como isso.

Você certamente parece entusiasmado com isso.
Nós simplesmente amamos todo o processo. As pessoas nos perguntam se nós não ficamos entediados em fazer outro do mesmo tipo novamente, mas não ficamos, porque eles são tão exigentes e tão gratificantes. Como estamos chegando ao final da agenda de produção e entrando em post, você vê os efeitos especiais começando a se desdobrar em frente aos seus olhos e você começa a ouvir a música. O processo é tão emocionante que eu mal posso esperar para ver o filme terminado. Isso é especialmente verdade com os filmes com efeitos visuais, porque é um enorme salto do começo ao fim, porque apenas quando você está muito perto do final que você obtêm uma figura completa como tudo aquilo vai ficar nele. E eu fiquei realmente animado com a perspectiva de ver o filme. Nós os vimos inúmeras vezes com o passar do tempo, obviamente, mas no momento em que nós finalmente chegarmos à última cópia, é quase como ver algo novo pela primeira vez. É simplesmente genial.

David Barron fala sobre Enigma do Príncipe à Movie Magic

HARRY POTTER E O ENIGMA DO PRÍNCIPE
Entrevista com o diretor de arte Stuart Craig

Movie Magic ~ Magical Menagerie
08 de julho de 2008
Tradução: Renata Grando e Daniel Mählmann
Revisão: Virág Venekey

Na sua opinião, o que você acha da idéia de dividir Harry Potter e as Relíquias da Morte em dois filmes?
Eu acho que nós todos estamos curiosos para saber onde o corte entre os filmes será feito. Iria o primeiro filme terminar com um fim levemente anti-climático? Claro que nós não temos um roteiro ainda, então não sabemos. Eu ouvi sugestões do primeiro filme terminar com o retorno de Rony Weasley. Rony tem uma briga com Harry e abandona seus amigos, mas seu retorno é uma alta emocional. Eu acho que daria um fim muito satisfatório. Eu não sei se Steve Kloves, o roteirista, concorda, mas nós vamos descobrir quando recebermos o primeiro roteiro.

Para esse filme, Enigma do Príncipe, qual foi a parte mais desafiadora para você?
J.K Rowling sempe escreve uma grande cena em uma grande avenida, e dessa vez, Harry e Dumbledore vão para uma misteriosa caverna, e essa caverna é um grande desafio. Nós fisicamente construímos somente duas pequenas partes dela e o resto é um set gerado por computador, mas para isso, nós fizemos um modelo em pequena escala, um modelo em grande escala e, como eu disse, uma pequena parte física dele. Filmes são feitos de forma diferente hoje em dia. Aqueles modelos são então escaneados, e os scans desses modelos físicos tridimensionais se tornam o blueprint ou a estrutura pela qual o set CG é finalmente feito e terminado. É um desafio que precisa ser entregue dramaticamente e ainda assim ter coisas fantásticas de outro mundo. É outro desafio quando o set é completamente gerado por computador. Hardware é comparativamente fácil e pedras orgânicas se formam menos. E é um desafio para alguém da minha geração, francamente, trabalhar com tecnologia de filmagem do século XXI.

Há algum segredo para conseguir fazer o que você faz e, como você disse, trabalhar com tecnologia moderna de filmagem?
Uma chave para o que fizemos dessa vez foi nossa pesquisa inicial. Nós começamos dizendo “O que é interessante sobre a caverna?” Bom, estalagmites e estalagcites são provavelmente o mais familiar, quase clichê, em uma caverna calcária. Então nós começamos a examinar cavernas de cristal e vimos fotos de uma incrível caverna de cristal de quartzo no México. Nós visitamos uma na Suíça no entanto. “Que outros tipos de cavernas de cristal existem?” Acabou sendo uma caverna de cristais de sal nos arredores de Frankfurt, na Alemanha, então nós fomos lá, e ele é parte de um complexo de minas de fosfato, mas também há rochas de sal por baixo, e nessa área específica cristais de sal, que são completamente transparentes e parecidos com vidro. Nós tiramos muitas fotografias e usamos isso como nossa inspiração. O que foi feito nos resultou nesse set e mundo que esperamos ser fantástico, mas ao mesmo tempo com um pouco de credibilidade geológica, que sempre temos tentado fazer. Sim, é um mundo mágico, mas é baseado em uma realidade reconhecível. Nós fizemos a caverna como uma extensão da arquitetura daquele contexto.

Como você tem desempenho de atores com as pequenas partes da caverna, você realmente teve que construí-la, que partes dela você construiu?
Dumbledore e Harry viajam à essa ilha no meio da escuridão noturna, e nessa ilha tem, no nosso caso, um reservatório de cristais com esse líquido nele que Dumbledore tem que beber a fim de revelar a horcrux sob ela. Então nós construímos essa ilha, nós criamos o bote no qual eles viajam, e parte da orla costeira que eles deixam para chegar à ilha. Mas eles são algo como 1% do total que você verá no final do filme.

Ao longo dos anos, temos visto uma evolução dos personagens e atores, mas do seu ponto de vista, você diria que a aparência dos filmes também tem evoluído?
Eu acho que têm sim. Duas coisas vêm à minha mente. No início nós tivemos que, por razões práticas, filmar em uma série de locações reais que poderiam ter sido construídas melhor, então Hogwarts é uma combinação de lugares reais e inventados. É uma espécie de desordem se você não filmar com cuidado, por isso nós pudemos melhorar e até arrumar o mundo de Hogwarts e de reinventar um pouco as coisas conforme prosseguimos. Nós conseguimos fazer as coisas melhor, então existe uma evolução desse tipo. Mas também tem havido uma sucessão de cineastas que queriam, naturalmente, fazer algo diferente dos seus antecessores. Portanto tem existido uma tendência de que, conforme as crianças têm crescido e as histórias ficaram mais obscuras, a aparência dos filmes literalmente ficou mais escura, misteriosa, monocromática e ameaçadora. O novo operador de câmera dessa vez tinha apenas que se adaptar a isso. O diretor de arte – o meu trabalho nisso – tem acompanhado isso. Estamos tornando os sets fisicamente mais obscuros. O fato mais importante é que esses filmes lidam bastante com a morte – especialmente este – e por isso estamos adaptando as paletas de cores e a natureza dos sets de acordo com isso.