Em uma série de novas entrevistas para promover o lançamento de “Animais Fantásticos e Onde Habitam”, a Correspondente do Pottermore entrevistou a dupla de designers gráficos Eduardo Lima e Miraphora Mina, responsáveis pelo design gráfico dos oito filmes da série Harry Potter e por “Animais Fantásticos”.
Na entrevista, os dois falam como se conheceram, do processo criativo por trás do trabalho deles, como é trabalhar juntos por mais de 16 anos e sobre seus planos para o futuro.
Além de seu trabalho nos filmes do mundo bruxo, a dupla também possui sua própria loja online, onde vendem artes do mundo mágico e coleções próprias, uma exposição em Londres e sua coleção de livros ilustrados, que incluem “O Livro da Selva”, de Rudyard Kipling, “Peter Pan”, de J. W. Barrie e “Wreck and Sinking of the Titanic”, de Marshall Everett.
A entrevista completa pode ser lida na extensão do post.
A Correspondente do Pottermore
A dupla trabalhou junta em todos os oito filmes da série Harry Potter, fazendo o design de tudo, do Mapa do Maroto ao Profeta Diário, e costumavam brincar sobre como, um dia, eles abririam um pequeno estúdio juntos em algum lugar no centro de Londres.
Miraphora e Eduardo – ou “M” e “E”, como eles são conhecidos no escritório – ainda são inseparáveis. Eles sentam de frente um para o outro onde quer que vão, seja no seu estúdio ou no departamento que comandavam perto do cenário de “Animais Fantásticos e Onde Habitam”.
Quando nos encontramos pela primeira vez, foi no espaço cavernoso em Leavesden. A sala está repleta de objetos nos anos 20. Miraphora e Eduardo estão sentados em suas mesas, completamente cercados de livros velhos de tipografia, adereços de filmes, pôsters antigos e pilhas de papéis descartados.
Eles não estão a mais de um metro de distância do outro; um consegue alcançar facilmente o trabalho do outro – o que é conveniente, visto a frequência com a qual um pega um lápis para terminar os rascunhos do outro.
“Somos basicamente dois corpos e um cérebro”, diz Eduardo, com um sorriso maroto.
“Ãã, nojento”, diz Miraphora.
“É sério”, ele continua, “nós nunca poderemos dizer que um de nós fez isso e o outro aquilo. Nós dizemos “oh, você pode terminar isso pra mim?” ou simplesmente começar a desenhar no trabalho do outro. Tudo é produzido pelos dois. Trabalhamos desse jeito por 16 anos e gostaríamos de outros 16!”.
“Somos como um velho casal”, diz Miraphora, e eles realmente são. Assim como eles conseguem terminar os trabalhos, eles também terminam as frases um do outro. Tem algo mágico nisso, o que faz deles unicamente qualificados para irem de Harry Potter a Animais Fantásticos.
“É como se não tivéssemos deixado o mundo bruxo”, diz Eduardo. “Nós o amamos. No mundo mágico, você pode ser meio divertido e bobo”.
“Nós colocamos coisas que nos fazem rir o tempo todo”, adiciona Miraphora.
“Sim! Eu estava rindo agora disso”, diz Eduardo, segurando uma cópia de um jornal bruxo de 1920 criado para Animais Fantásticos. “Minha própria piada! Eu coloquei uma sessão de cultura no jornal e coloquei a manchete “Cantor não-maj é um duende”, porque me fez rir. Eu apenas amo isso”.
“Nosso trabalho inclui letreiros, desenho de piso, desenho de tapetes, embalagens, pôsters, mídia, adereços”, Miraphora me conta. “Os letreiros podem ser pintados ou rebocado no cenário de Nova Iorque, ou pode ser feito em pequenas placas. Então, há os adereços que estão no roteiro de J.K. Rowling, como a maleta de Newt, o bloco de notas e o passaporte.
“E então tem todas as coisas de fundo que você acha que podem ser necessárias para contar a história. As irmãs Goldstein vivem numa casa normal em Nova Iorque, mas elas fazem coisas de bruxa. Elas podem ter um pacote bruxo para a comida delas, que você vê brevemente; elas podem ter revistas bruxas. Nós fizemos livros da escola em que elas estudaram, mas nem nós sabemos se eles vão aparecer no filme. Nós os fazemos parte daquele mundo, para permear a cena”.
“Os bruxos e bruxas são muito mais discretos na América”, diz Eduardo, com tanta autoridade que você quase pode se esquecer que ele está falando de ficção. “A relação entre os trouxas, ou não-majs, e bruxos é muito pior lá. Então, nós temos que levar isso em consideração”.
Você pode percebe que Miraphora e Eduardo apreciam tanto o segredo da história quanto qualquer outra pessoa. A maneira como eles falam do trabalho deles é como se alguém os tivessem deixado soltos na imaginação de J.K. Rowling e eles não conseguissem acreditar na própria sorte.
“É brilhante”, diz Miraphora, radiante. “Ela nos deu uma pilha sem fim de material. Trabalhar em coisas de seus livros, ou seu roteiro, é como um músculo que você pode continuar exercitando”.
“Somos tão sortudos”, diz Eduardo.
Passar um tempo com MinaLima não te deixa perceber que já fazem 16 anos que estão juntos. Eles estão tão contentes como estavam no dia em que se conheceram. Será maravilhoso ver o que acontecerá nos seus próximos 16 anos juntos.