Magia do Cinema

Magia do Cinema: “Baby Driver”, com Ansel Elgort

Baby Driver chegou aos cinemas brasileiras com velocidade máxima na quinta-feira passada: o diretor Edgar Wright e o ator Ansel Elgort (A Culpa é das Estrelas) vieram até São Paulo. O Potterish participou da coletiva de imprensa da Sony Pictures e hoje trazemos a crítica do filme.

Pela coletiva, percebi o grande envolvimento desses dois caras com o filme. Sobre o que queriam contar e sobre como a música desempenhava um papel importante nisso. Ainda assim, eu tinha a ideia de que Baby Driver era apenas mais um filme de perseguição de carro com uma trilha sonora legal. Ai, como eu amo estar errada…

Para ler a crítica na íntegra, acesse a extensão deste post.

Baby Driver, de Edgar Wright
Crítica cinematográfica por Marina Anderi

Ao abordar Baby Driver, fiz um caminho meio contrário. Primeiro fui à coletiva de imprensa com a presença do diretor Edgar Wright e do ator Ansel Elgort para apenas depois assistir ao filme. Coisas a ver com falta de tempo. De qualquer forma, pela coletiva, percebi o grande envolvimento desses dois caras com o filme. Sobre o que queriam contar e sobre como a música desempenhava um papel importante nisso. Ainda assim, eu tinha a ideia de que Baby Driver era apenas mais um filme de perseguição de carro com uma trilha sonora legal. Ai, como eu amo estar errada…

Baby (Elgort) é um motorista de fuga que trabalha sob as ordens de Doc (Spacey) em assaltos a empresas do centro da cidade. Ele leva os ladrões até o local, aguarda o roubo, eles entram de volta no carro e Baby acelera. Simples. Mesmo trabalhando com isso há anos, Baby nunca se envolveu realmente com o lado violento do crime. Até que ele conhece Deborah (James) e resolve parar de dirigir. Claro que, como não poderia deixar de ser, as coisas não são tão fáceis assim.

Ansel Elgort interpreta um protagonista que pouco fala. Não tímido, mas alguém que acredita que muitas coisas não precisam ser necessariamente ditas para que sejam entendidas. Sua ligação com a música é forte e bonita. Ele tem diversos iPods para dias diferentes, com humores diferentes. O filme sabe utilizar isso muito bem: Baby reage expressivamente ao que está ouvindo e, nos poucos momentos em que o som está desligado, ouvimos o zumbido que ele tem no ouvido; isso causa um desconforto ao espectador, semelhante ao que o personagem está sentindo. Wright informou na coletiva que as músicas foram escolhidas antes mesmo de o roteiro ser escrito, o que torna a trilha sonora bastante envolvente e verossímil.

O filme mostra cerca de três assaltos, cada um com uma equipe diferente, e o desconforto de Bats (Foxx) com o conforto de Baby é uma tensão que vai escalando conforme a história se desenrola. Bats é descontrolado, perigoso, e Foxx encara isso como alguém que acredita em seus próprios devaneios. Deborah (James), o interesse amoroso de Baby, é uma menina em busca de algo melhor, mas presa em sua situação; é muito simpática, envolvente, e faz do romance algo para o qual o espectador torce.

As cenas de ação em Baby Driver são ótimas e não se limitam apenas às perseguições de carro. A música, como já disse, dá o tom necessário para o que está ocorrendo e deixa o espectador na ponta da cadeira. Os movimentos de câmera são precisos de acordo com os desvios e drifts, e a noção de espaço é clara, algo que facilmente é perdido ao se tratar de carros em alta velocidade.

Mesmo com tantos acontecimentos e tiros e melodias, o grande trunfo do filme é realmente seus personagens e, consequentemente, seus sentimentos. É claro o que cada um quer, o que cada um precisa, e isso torna todos relacionáveis, mesmo que alguns não sejam lá muito simpáticos. Se o final tem uma carga otimista, acredito que é para fazer compensar pelos trancos e barrancos na trajetória de Baby.

Marina Anderi é estudante de Cinema na Universidade Federal de Pernambuco e gerente de conteúdo do Potterish.