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As vozes brasileiras de Animais Fantásticos e Onde Habitam

[borda1]http://cdn.potterish.com/wp-content/2016/11/19015227/AnimaisFant%C3%A1sticos_Quarteto_Borda1.jpg[meio]Fãs de Harry Potter sempre assistiram aos filmes da série em suas versões dubladas. A conexão com as vozes brasileiras é tão forte que muitos sequer conseguem assistir à versão legendada. Com a chegada dos Animais Fantásticos aos cinemas, o Potterish conversou com os dubladores do filme, que, como nós, estão em êxtase.

Por Aryanne Valenzuela e Pedro Martins

Mabel Cezar, que trabalha com dublagem há quase 22 anos, leu apenas Harry Potter e a Pedra Filosofal e, apesar de tê-lo achado incrível, não completou a leitura da série. No entanto, quando foi convidada a fazer o teste para Tina Goldstein, sua esposa a levou novamente à Plataforma 9 ¾ e a fez conhecer a fundo até a biografia de J.K. Rowling. “A história dela é incrível. Essa mulher é um gênio”, elogia.

Com Renan Vidal, que dá voz ao filho adotivo da líder do grupo bruxofóbico Segundos Salemianos, a história foi um pouco diferente. Potterhead desde sempre, este ano ele reassistiu aos oito filmes de Harry Potter para saciar a ansiedade, sem imaginar que dublaria Credence Barebone. “Eu fiquei sabendo um dia antes que faria o filme, e fiquei muito feliz e empolgado, obviamente”, conta.

Provavelmente conhecida pelos fãs por ter dublado Lilá Brown em Harry Potter e o Enigma do Príncipe, Evie Saide, que desta vez interpreta a legilimente Queenie Goldstein, revela que o processo de dublagem de Animais Fantásticos foi mais minucioso do que o normal, seguindo à risca os aspectos e a tonalidade das vozes originais. “A Warner Bros. pediu que tivéssemos cuidado com os sussurros, pois a dublagem brasileira tem o vício de falar um pouco mais alto do que o [áudio] original – muitas vezes por questão técnica, porque, se você fala muito sussurrado, eles pedem para falar mais alto”, explica.

Como aconteceu com todos os filmes de Harry Potter, a dublagem foi realizada no Rio de Janeiro, em outubro, onde cada artista, com exceção de Philippe Maia (Newt Scamander), levou apenas um dia para gravar. Os trailers foram dublados antes e, para pequenas correções e cenas adicionadas posteriormente, os dubladores voltaram ao estúdio algumas vezes. “Quando dublamos, assistimos apenas às partes em que os nossos personagens aparecem. Mesmo assim, as imagens têm restrições. Tudo para manter a produção em segredo”, conta Nando Lopes, que dubla Percival Graves, chefe do Departamento de Execução das Leis da Magia do MACUSA.


Uma enquete em nosso Twitter revelou que, apesar de os fãs gostarem da dublagem de Harry Potter, muitos “odeiam” outras dublagens. Para Evie, trata-se de um preconceito infundamentado, já que “as pessoas que dizem odiar filmes dublados são aquelas que não os assistem”. Nando, por sua vez, diz que “o preconceito existe, mas é menor do que as pessoas divulgam. Cada vez mais os canais se preocupam em dar a opção dublada para os espectadores, porque sabem que existe uma demanda gigante” – especificamente com Animais Fantásticos, a pesquisa mostra que tal demanda é de 61%. Mabel diz que existe uma evolução constante, tanto na na parte técnica quanto na preparação dos atores, e que muitas vezes recebe e-mails das distribuidoras dizendo que a dublagem brasileira foi considerada a melhor do projeto no mundo inteiro.

“Respeito quem não gosta de dublagem, mas o trabalho é necessário para crianças, pessoas com deficiência visual e inúmeros outros casos”, diz Philippe Maia, fã de Harry Potter e, agora, a voz brasileira do magizoologista Newt Scamander. “Assistam em inglês e na versão dublada também! São diversões diferentes, fazem a brincadeira de assistir ao filme mais de uma vez bem mais legal!”, recomenda.

Dirigido por David Yates e produzido por David Heyman, Animais Fantásticos e Onde Habitam marca a estreia de J.K. Rowling como roteirista e já está em cartaz em cinemas do Brasil em 3D e IMAX.