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Momento de escolha

Nosso colunista Bruno Barros está em um momento importante de sua vida: o último ano escolar. A escolha de uma carreira, entre bruxos e trouxas, é algo que tira o sono de qualquer um, e Bruno não é exceção à regra. Mas por que não tirar inspiração disso para escrever uma coluna?

Você já escolheu a carreira que quer seguir? O que teríamos escolhido se fôssemos bruxos? Na coluna deste domingo Bruno Barros nos fala não só dessa temática, mas aborda também a coragem dos gêmeos Weasley em deixar de lado a carreira acadêmica para buscar um futuro, digamos, diferente.

Por Bruno Barros

A hora de escolher uma profissão é uma das mais complicadas que uma pessoa pode passar, afinal, teoricamente isto irá marcar sua carreira pelo resto de sua vida, definirá os grupos com os quais irá se integrar, espaços que frequentará e o tipo de problema com que se preocupará. Poucos e admiráveis são aqueles que sabem certamente que caminhos seguirão quando terminarem o tempo escolar. Para fazer esta escolha não é preciso ter a sabedoria de Alvo Dumbledore. Informação é a palavra chave para não se precipitar na hora de definir seus passos futuros. E digo ainda que não basta conhecer somente um curso, saber do mercado de trabalho e as oportunidades, é preciso conhecer a você mesmo. Quem é você?

Estando no meu último ano escolar, finalmente consigo entender o que os mais velhos dizem, que voltar a ser criança é a coisa que mais desejam hoje em dia. Posso perceber que a responsabilidade vai aumentando, que existem regras que devem ser seguidas e que quando criança não era necessário preocupar-se com elas. Chegou o momento da escolha! E se vocês ainda não passaram por isso, preparem-se muito bem – ou simplesmente acredite em seus sonhos, o que irei abordar mais tarde, chegando ao assunto principal da coluna – pois essa escolha, mesmo que não pareça, é complicada. Lembro-me de antigamente, e divido os alunos do ensino básico brasileiro em dois grupos: aqueles que receberam o dom da paciência para aguentar por volta de quinze anos de estudo e aqueles que não têm aptidão nenhuma para estudar, mas que possuem talentos ou artimanhas que, se bem desenvolvidos, fazem uma diferença gigante. E eu não me refiro a grandes nomes da ciência e tecnologia da atualidade não. Estes de quem eu falo, são como diabretes presos em uma gaiola, esperando para que a porta se abra.

Fred e Jorge Weasley são personagens que me inspiram, não com suas frustradas carreiras acadêmicas, mas como um verdadeiro sucesso empresarial. Não estou incentivando ninguém a seguir os passos deles, mas que todos possam entender o ingrediente essencial para a ascensão dos gêmeos Weasley: o sonho. Quando temos um, devemos acreditar nele com todas as forças que conseguirmos e impedir qualquer pessoa que tente nos convencer de que ele não pode ser real. Qualquer coisa pode acontecer se acreditarmos. Como estudante, no momento, ligo este sonho a ter um futuro promissor e bem sucedido, seguir uma carreira da qual eu possa me orgulhar um dia, por ter feito a diferença em uma área de atuação, e tomo como exemplo essa dupla de empresários que acreditaram em sua criatividade e alcançaram sua meta.
Escolher implica em decidir-se por uma coisa e abrir mão de outras. Os gêmeos Weasley perceberam que para alcançar o apogeu era necessário abrir mão dos estudos e aplicar todo o dinheiro ganho em ideias que revolucionariam o universo das brincadeiras. Nenhum deles poderia adivinhar que se transformariam em um fenômeno no Beco Diagonal, numa época em que a tristeza e a amargura pairavam sobre o mundo bruxo. Mesmo com as oposições familiares – que também estão presentes em diversas realidades de nossa sociedade – não se deixaram influenciar e acima de tudo, mais uma vez, acreditaram em seu sonho.

Rowling colocou os gêmeos em sua história, acredito, para levar a alegria e descontração, mesmo nas horas mais difíceis. Mesmo que um deles – Fred – tenha ganhado um final trágico, eles conquistaram muitos fãs e renderão sorrisos para sempre, quando as pessoas lerem e relerem sua história. Talvez eu não tenha a sorte e a coragem de largar tudo e simplesmente me jogar no mundo, esperando conseguir um futuro brilhante, ou eu ainda não acredite nisso, mas sei que existem tantas outras pessoas como os gêmeos Weasley que acreditam em seus sonhos independentes e os perseguem como esses meninos fizeram. Por isto eu torço para que todos os nossos sonhos possam ser realizados da mesma forma que os gêmeos Weasley conseguiram que o deles fosse.

Bruno Barros quer saber: você teria a coragem dos gêmeos?