Filmes e peças

Emma fala sobre “The Bling Ring” com Vanity Fair

No Festival de Cinema Internacional de Toronto a atriz Emma Watson falou pela primeira vez sobre o filme de Sofia Coppola, “The Bling Ring“, no qual interpretará Nicki, uma adolescente de Los Angeles obsecada pela fama.

Na entervista com o Vanity Fair, Emma fala sobre o seu papel no filme, que tem sua estréia prevista para 2013, e comenta sobre como achou interessante o roteiro e o assunto que ele tratava:

Quando li o roteiro simplesmente senti que queria explorar o assunto. Tendo vivido um lado da fama, eu pensei:
Não seria maravilhoso me colocar no lugar de alguém do outro lado das coisas?

Confira a transcrição (cortesia do Snitch Seeker) do vídeo traduzida em notícia completa!

EMMA WATSON
Emma Watson sobre “The Bling Ring” à Vanity Fair 2012

Vanity Fair
11 de setembro de 2012
Tradução: Gabriel Guimarães
Revisão: Evandro Lira

Repórter: Você está interpretando a terrível, mal criada adolescente de Beverly Hills que sente compulsão para roubar. É uma história brilhante.
Emma Watson: Sim. É uma grande e interessante exploração desta cultura de celebridade que estamos vivendo. Esta obsessão por celebridade. O que motiva isso. Quando eu li o roteiro eu apenas senti apaixonadamente que eu queria explorar o assunto. Tendo vivido em um lado, eu estava como “Não seria incrível me colocar no lugar de alguém do outro lado das coisas?”. Eu passei a odiar meu personagem e não realmente ser capaz de achar o caminho para me relacionar com ela, em cerca de um ou dois meses de minha pesquisa, de repente eu apenas sentia grande empatia com sua situação. Isso foi uma grande revelação e me fez sentir muito grande sobre o meu trabalho porque para ser capaz de fazer isso é preciso estar envolvido. Esta menina é tudo que eu vou contra, e então interpretá-la foi algo muito interessante.

Repórter: Bem, nós temos que nos simpatizar com ela para nos relacionarmos de alguma uma maneira à coisa toda.
Emma Watson: Isso é o que é tão bom sobre Sofia (Sofia Coppola, diretora e roteirista do filme), assumir a coisa toda sem deixar a personagem muito branco ou preto. O filme não é sobre menosprezar ou criticar ninguém. É na verdade um retrato muito imparcial. Eu acho que as pessoas irão se sentir confusas, eu espero que quando elas verem minha personagem elas realmente se sintam – não tenho certeza se sentirão pena dela ou ódio, mas vão ficar sem saber o que fazer.

Repórter: Los Angeles é tão particular a este tipo de cultura. À fama, por nenhuma razão em particular – esta comitiva da fama e do materialismo que a cerca.
Emma Watson: Bem, é interessante. Eu acho que Nicky, a personagem que eu interpreto, genuinamente acredita que se ela pudesse vestir as roupas de Paris Hilton ou da Lindsay Lohan, ou apenas ser famosa, ou se ela pudesse apenas ter dinheiro, então ela poderia ser feliz. E isso é tão profundo, a crença semeada no fundo do seu eu, que é “Se eu pudesse apenas ser igual a elas, eu seria feliz e todos os meus problemas iriam desaparecer e ir embora.” A tragédia, claro, é que ela percebe que tendo esses objetos matérias e viver esse estilo não tem nada a ver com um sentimento de satisfação e contentamento, felicidade. Essa é a verdadeira tragédia dela – que ela pensa que vai preencher seu vazio, e isso só a faz sentir ainda mais vazia.

Repórter: É a verdadeira tragédia da humanidade, eu acho. Por que em tais grandes dificuldades econômicas todo mundo está comprando coisas, querendo coisas e indo para essas grandes dívidas para ter essas coisas que todo mundo sente que irá transformá-los em felizes. Eu estou tão curiosa para ver o filme porque é um microcosmo dessa aspiração e ver em que ponto isso para.
Emma Watson: As pessoas perguntam como eu escolho os roteiros saindo de Harry Potter, e a mesma coisa que eu senti com “As Vantagens de Ser Invisível” é a mesma coisa que eu senti com Bling Ring, este é um verdadeiro e importante filme que tem de ser feito. Eu realmente sinto que as pessoas precisam ouvir sobre o que esse filme se trata. Com “The Bling Ring” eu me senti tão forte em relação à mostrar o certo a essas pessoas jovens, é pedir que tenham esse senso, de que se eles simplesmente obtivessem certo número, ou se eles pudessem apenas atingir certo nível de fama, que se eles simplesmente fossem polvilhados com pó de fada mágica e de repente toda a sua vida será perfeita. Simplesmente não funciona assim.