As Relíquias da Morte ︎◆ Parte 2

Atualizado: Previews da Entertainment Weekly

A revista Entertainment Weekly divulgou a edição de um especial em homenagem a Harry Potter. O material, que será lançado com esta capa, contará com imagens dos bastidores e ensaios fotográficos dos principais atores.

Algumas das fotografias registradas nos sets de Relíquias da Morte: Parte II foram liberadas hoje, confira-as por este álbum. Dentre elas, vemos Ralph Fiennes brincando com um dos membros da produção e imagens de alguns artefatos do filme.

[Atualizado] Acompanhe em notícia completa a tradução de scans contendo resenhas acerca dos trabalhos de Daniel Radcliffe, Rupert Grint e Emma Watson.

ENTERTAINMENT WEEKLY
DANIEL RADCLIFFE, EMMA WATSON E RUPERT GRINT
Edição Comemorativa ~ 2011
Tradução: Daniel Mahlmann e Eduardo Ferreira

DANIEL RADCLIFFE

A primeira cena que Daniel Radcliffe filmou como Harry Potter foi a última cena de Harry Potter e a Pedra Filosofal. Era 2 de outubro de 2000, em Goathland, Inglaterra, um pequeno vilarejo cuja fantástica linha férrea dobrou de tamanho como Estação de Hogsmeade. Para o seu primeiro dia usando os óculos do bruxinho e a cicatriz em forma de raio, o londrino de 11 anos de idade tinha que entrar a bordo do Expresso de Hogwarts ao lado de Rupert Grint e Emma Watson. Radcliffe não era um estranho em sets de filmagem: ele tinha acabado de fazer David Copperfield e O Alfaiate do Paramá. E, ainda assim, suas experiências anteriores não poderiam prepará-lo para o momento em que ele viu uma multidão de extras – 180 crianças, todas vestidas com o uniforme de Hogwarts – olhando em sua direção. Naquele instante, Radcliffe diz que foi quando ele se sentiu mais não-mágico. “Lembro-me de todos olhando para nós e dizendo, “Ah meu Deus. É ele'”, lembra o ator, que completa 22 anos esse mês. “Eu era uma criança entre outras crianças. Ser ‘especial’ só porque tinha sido escolhido para esse papel foi simplesmente… bizarro.”

 

 

Radcliffe ainda é um líder muito humilde, embora tenha ganhado o direito de se sentir famoso. Ênfase na palavra ganhou. Os filmes de Harry Potter trouxeram a Radcliffe fama e riqueza. Mas o que é notável é como ele usou sua década interpretando Harry para se desenvolver como pessoa e como ator. Suas memórias determinantes da franquia não são sobre filmar as cenas de Quadribol ou beijar Bonnie Wright. Em vez disso, ele lembra como Alfonso Cuarón instilou nele a paixão pelo cinema, ou o momento em que Gary Oldman o ensinou a linha de baixo da música ‘Come Together” dos Beatles. Em 2007, Radcliffe passou suas férias entre os filmes de Potter pondo-se desnudo – emocional e fisicamente – no aclamado revival nos palcos de Londres da peça Equus (ele trouxe a peça para a Broadway em 2008). “Nós ficamos tão orgulhosos de Dan”,  diz o produtor de Potter, David Barron. “Ele tem um apetite tão grande por aprender e crescer. Era o mesmo tipo de orgulho que se tem assistir seus próprios filhos amadurecerem.”

 

Radcliffe – que completou sua educação formal através de tutores – dá o crédito por seu crescimento pessoal aos seus costars, principalmente ao seu relaciomaneto de irmão-irmã com Emma Watson. Eles certamente discutem como irmãos – mas no bom sentido, sobre política, religião e arte. Diz Watson: “William Black, que é um dos meus poetas favoritos, escreveu, ‘Sem o oposto não há progressão’. Dan e eu, nós realmente provocamos um ao outro. Ele me questiona. Me faz pensar. Ele é um condutor tão incrível, ambicioso e apaixonado. Você ganha alguma coisa quando está por perto de alguém assim o tempo todo. Ele te dá essa energia. Vou sentir falta disso. Muito.”

 

Seguindo em frente, Radcliffe espera alternar entre trabalhos no cinema e no teatro. Atualmente, ele está conquistando empolgação pelo seu musical na Broadway “How to Succeed in Business Without Really Trying”. Seu primeiro filme pós-Potter será o thriller sobrenatural “The Woman in Black”, previsto para o próximo ano. Ele aspira trabalhar com “cineastas jovens e interessantes” e concentra-se em “coisas estranhas que algumas pessoas podem amar e outras podem odiar, mas pelo menos vão ter uma reação. Não sou contrário a fazer um filme grande de novo, mas gostaria de trabalhar em coisas menores por um tempo”. Ele é o primeiro a admitir que pode não ser a melhor escolha para os blockbusters de estúdio: “Com 1,65m, eu não sou um astro natural de filmes de ação. Embora, por sorte, eu já tenha feito acrobacias suficientes para uma vida inteira.”

 

E um dia Radcliffe gostaria de dirigir, uma realização que o atingiu fortemente quando estava trabalhando em Harry Potter e as Relíquias da Morte: Parte 2. “Eu estava sentado ao lado do [diretor] David Yates no set, observando-o filmar uma cena”, diz Radcliffe, “e havia um garoto no fundo a quem eu realmente queria fazer uma observação. Eu estava balançando para frente e para trás na minha cadeira, dizendo, ‘David! Por favor! Diga-lhe isso! Por favor!’ E foi aí que eu percebi, ‘Dan, você claramente quer ser um diretor'”. Ele ri, até que um pensamento humilde toma conta. “Mas tenho muito a aprender antes disso.”

 

EMMA WATSON

Quando Emma Watson fez os testes para o papel de Hermione Granger, ficou claro que a garota de nove anos era perfeitamente capaz e precoce como o futuro Ron Weasley. “Não havia dúvida”, disse o diretor Chris Columbus, que a selecionou. “Ela era Hermione.” Hoje, a sofisticada garotinha (que costumava decorar seu camarim com animais de pelúcia) é uma sofisticada jovem mulher que cita William Blake, envolve-se com grandes negócios, e está bagunçada com sua imagem pós-Hermione. “Eu passei a maior parte da minha vida sendo outra pessoa do que sendo eu,” diz Watson, 21, que comemorou notoriamente o fim de Harry Potter adotando um penteado estiloso. “Eu sempre tive um senso forte de quem eu sou, do que eu quero, mas preciso passar mais tempo resolvendo essas coisas.”

Emma tomou um caminho problemático para sua vida e trabalho. Do trio, ela foi quem levou mais tempo antes de assinar o contrato para fazer os últimos três filmes. Ela sempre estava na incerteza se ela realmente queria ser atriz”. Segundo o produtor David Barron, o calendário de filmagens foi todo planejado em volta dos horários da Brown University, na qual ela ingressou em 2009. Mas encaixar Potter e a faculdade teve seu preço. Depois de gastar uma semana das férias dela no Natal do ano passado fazendo regravações, Emma trancou a universidade. “Não quero comprometer nada,” ela disse. “Quero dar um adeus decente aos 10 anos de trabalho e depois retornar aos estudos.”

Uma coisa é certa: ela planeja continuar atuando. Emma está atualmente filmando uma adaptação do romance de Stephen Chbosky, The Perks of Being a Wallflower. “Parece enorme. Estou ansiosa e nervosa e mal posso esperar como é atuar fora de Harry Potter é”, diz a atriz, que assinou também, recentemente, um contrato para divulgar linha de cosméticos da Lancôme. “Quero escolher projetos que signifiquem algo pra mim,” admitindo que suas folhas de pagamento na série Potter permitem que ela seja mais exigente que outras jovens estrelas. “Cinema é um poderossísimo meio de comunicação e cineastas tem o poder de afetar a forma de as pessoas verem o futuro. Eu adoraria fazer parte disso. Não sei de tudo,” ela disse por acaso. “Tenho muito o que aprender. E não poderia estar mais excitada por isso.” Nem nós.

RUPERT GRINT

Cabelos ruivos. Família grande. De suas próprias palavras, não um grande fã de escola. Esses pontos descrevem não só Ron Weasley, mas também Rupert Grint, um jovem que pareceu nascer para atuar como o melhor amigo de Harry Potter. De fato, um ano antes de ter sido selecionado para Harry Potter e a Pedra Filosofal, Rupert disputou uma competição em um jornal londrino para quem parecia com o personagem. “Eu ganhei também,” ele diz orgulhoso. “Eu sempre senti uma conexão entre mim e Ron.”

Talvez porque ambos sejam um pouco excêntrico. Aqueles que conhecem Rupert – o mais velho de cinco irmãos – poderiam contar sobre sua caneca de estimação, a van de sorvetes, Mr. Whippy, que ele dirige por brincadeira, ou sua paixão pela arte do instrutor de pintura Bob Ross. “Eu nunca fui à casa de Rupert,” diz Daniel Radcliffe, “mas eu sempre imaginei que deveria ser como a casa de Pee-wee Herman. Eu sempre tirava fotos dele acordando e cambaleando ao redor de um chafariz até a mesa do café-da-manhã.”

“Eu sempre gostei de coisas meio diferentes, um pouco estranhas”, admite Rupert, que largou a escola aos 16 anos para focar na sua carreira como ator. Ele escolheu suas atividades não-Potter seguindo suas maneiras. O ator de 22 anos apareceu em vários filmes do estilo indie recentemente, incluindo o drama Cherrybomb e a comédia Wild Target. “Foi apenas por diversão”, ele disse. “E talvez pela minha sanidade, também.” Atualmente ele está engajado em um longo projeto sobrea a biografia de Eddie “The Eagle” Edwards, um esquiador britânico que atingiu a fama durante as Olimpíadas de Inverno de 1988. E também acaba de participar de um longa que trata da Segunda Guerra Mundial, Comrade, sobre soldados ingleses e alemães em campo selvagem norueguês que são forçados a trabalhar para sobreviver.

“Ele tem a natureza mais legal que já conheci,” disse Emma Watson. “Tão pé-no-cão. Tão sólido. Ele é minha pedra.” Talvez isso seja parte do que o fez sentir-se forte durante o fim de Harry Potter. “Eu me sentia livre quando largamos tudo ano passado,” o ator comentou. “Mas eu sinto um sentimento estranho por também. Eu tenho saudades. Vai levar um tempo para que eu possa seguir em frente.”