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24 horas para a morte

Você estará morto amanhã. Não importa como tente se justificar, quais são os motivos, quem você deixará pelo caminho. Foi decidido que você será morto com o aval da lei.

[meio-2]Se a pena de morte é algo extremamente polêmico nos dias de hoje, imagine no século XIX, quando Victor Hugo publicou “O Último Dia de Um Condenado”, sobre as horas derradeiras da vida de um ser humano fadado à morte. Leia o texto de Léo Scarpa e deixe seu comentário!

“O Último Dia de um Condenado”, de Victor Hugo

24 horas para a morte Tempo: para ler pouco a pouco em intervalos durante a semana
24 horas para a morte Finalidade: para pensar
24 horas para a morte Restrição: para quem tem dificuldades com pontos de vista alternativos
24 horas para a morte Princípios ativos: condenado, medo, pena de morte, guilhotina, reflexão.

24 horas para a morte

Vendo os dias passarem, um condenado à guilhotina na Praça de Grave nos conta seus sentimentos. Em seus últimos instantes de vida, nosso protagonista nos traz sua história desde o tribunal até a sua cela.

24 horas para a morte

Ele nos mostra uma realidade do século XXI. A pena de morte. Talvez esse seja o pior castigo que um ser (perigoso à sociedade) possa receber; é o que nos diz o condenado, em suas ultimas horas.

Victor Hugo, exímio escritor de “Os Miseráveis”, aos seus 27 anos traz à sociedade literária em livro que na época causara repulsa e mal estar entre os leitores.

Utilizando uma técnica narrativa extremamente avançada para sua época, Victor Hugo nos faz acompanhar as ultimas seis semanas de um condenado à morte, do tribunal até sua ultima conversa com o padre.

Comentando e defendendo o extermínio da “pena de morte”, o escritor máximo francês conseguiu elaborar uma obra que deixa o leitor em plena duvida com certo trecho, citado a seguir:

“Há duas maneiras de considerar a existência deste livro. Ou realmente existiu um maço de papeis amarelados e desiguais nos quais se encontravam registrados, um a um, os últimos pensamentos de um miserável; ou houve um homem, (…), para quem tal idéia foi a fantasia que tomou, ou melhor, deixou-se tomar por ela, e não pode dela se desembaraçar senão lançando-a num livro.”

Victor Hugo sempre defendeu idéias revolucionarias à sua época. Em suas obras, ele sempre utiliza cenários e personagens pobres, que desconhecem qualquer tipo de luxo e enfrentam problemas gerais. Em “O Último dia de um Condenado”, ele retratou concisamente uma posição contraria a sociedade de então, criando um molde moderno para a interpretação da condenação a pena de morte. É, em suma, uma obra para nos fazer refletir.

Resenhado por Léo Scarpa

198 páginas, Editora Estação Liberdade. Publicado em 2002.
*Título original: Le dernier jour d’un condamné. Publicado originalmente em 1829.

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