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Aos mestres, com honra

A primeira coluna de 2011 do Potterish é uma homenagem aos responsáveis pela educação formal de Harry Potter. Minerva, Severo, Flitwick, Sprout são nomes que ficaram em nosso imaginário como (bons e maus) exemplos de professores.

Confira a coluna de Luiz Guilherme Boneto e reflita: você já teve algum professor que parecia um dos mestres de Hogwarts?


A trajetória humana é composta por diversas etapas. Hoje em dia, as crianças têm todo o tempo livre para brincar até o dia em que chega a primeira grande responsabilidade da vida: a escola. Quase todas elas veem esta etapa como algo extremamente maçante e trabalhoso, que requer habilidade e paciência. De fato, em tempo escolar algumas dificuldades surgem, e talvez a maior delas, para o bem ou para o mal, seja encarar o nosso primeiro grande chefe: o professor.

Toda criança ou jovem tem, teve ou terá uma série de professores ao longo da vida escolar, cada um deles com suas próprias características e peculiaridades. Diante de uma classe repleta de estudantes de origens e pensamentos diferentes, os profissionais de educação acabam encontrando alunos que os amam, outros que meramente gostam, outros que detestam e ainda quem fique indiferente ao seu método de ensino ou à sua disciplina. Na Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts, a coisa não muda muito de figura: todos os mestres que lecionam feitiçaria se encaixam nos critérios mencionados, e cabe, portanto, fazer uma avaliação dos principais.

Minerva McGonagall é a diretora da Grifinória e o exemplo mais interessante a ser apreciado. É a professora que todo mundo já teve: rígida, extremamente inteligente e muito antiga na instituição em que ensina. Em “A Pedra Filosofal”, Minerva é classificada como uma mestra que “tem o dom de manter uma classe silenciosa sem fazer esforço”.

Entretanto, ela também demonstra ser sentimental em alguns momentos da série, como quando permite a Harry e Rony que visitem Hermione, petrificada, na ala hospitalar, em “A Câmara Secreta”, diante da situação da garota. É interessante caracterizar a professora desta maneira, porque assim, fica claro que ela é de verdade muito rigorosa, mas que isso fica evidente apenas em sua vida profissional.
Durante todos os livros Minerva é também lembrada por ser uma pessoa extremamente justa, além de leal e muito corajosa.

Severo Snape assemelha-se a McGonagall em alguns pontos. Ele também é lembrado na obra inicial da série por manter uma sala em silêncio sem se esforçar, e também é rigoroso e muito inteligente. Porém, é o típico professor de que quase ninguém gosta, a não ser um ou outro aluno. Diretor da Sonserina, ele favorece a própria casa em detrimento das demais, e caçoa dos alunos que não conseguem assimilar de maneira adequada o conteúdo de sua disciplina, Poções. Quem nunca teve um professor como Snape?

Filius Flitwick é diretor da casa Corvinal, e em sua participação nos livros, apesar de extensa, não são apresentadas muitas características do professor. Porém, em alguns momentos J.K. Rowling o mostra como um homem miúdo, muito inteligente e, até onde se consegue perceber, bondoso e disposto a ajudar. Isso fica claro pelas falas de Hermione, quando precisa consultar o professor sobre qualquer assunto que esteja incluso em sua matéria, Feitiços.

Há ainda vários outros professores no corpo docente de Hogwarts. Sibila Trelawney é um exemplo fantástico de divisão de opiniões. Sua matéria, Adivinhação, é amada por alguns alunos, como as garotas Lilá Brown e Parvati Patil, e odiada por outros, como Harry e seus amigos. É possível relacionar a relação entre Harry e Rony (Hermione abandonou o curso, como sabemos) e a Profª Trelawney com a nossa com alguns de nossos mestres, dos quais gostamos ou não, quando outros estudantes da mesma sala têm sentimentos diametralmente opostos aos nossos. Além de Trelawney, Horácio Slughorn, que aparece em “O Enigma do Príncipe”, é o típico exemplo do professor rodeado de “puxas-saco”, como fica claro nas lembranças assistidas por Harry.

Temos ainda os professores de Defesa Contra as Artes das Trevas, respectivamente, Quirrel, Lockhart, Lupin, Moody, Umbridge e Snape, cada um destes durável por apenas um ano desde que Voldemort enfeitiçou o cargo, para o qual foi recusado. A Profª Sprout, de Herbologia, aparece nos livros sem uma ênfase especial, mas de maneira clara como uma personagem querida pelos alunos e muito boa na disciplina que lecionava. Era também a diretora da Lufa-Lufa.

Há também as professoras Sinistra e Vector, de Astronomia e Aritmancia, Madame Hooch, de Voo, Caridade Burbage, de Estudo dos Trouxas e o centauro Firenze, que ensinou Adivinhação ao lado de Trelawney, dentre outros cujos nomes sequer foram citados, como do professor de Runas Antigas, ou que tiveram pouca participação. Faltou, é claro, citar Hagrid no comando da disciplina de Trato das Criaturas Mágicas. O papel do meio-gigante, entretanto, vai muito além do de um professor de Hogwarts, e a citação a ele fica para uma outra ocasião, digamos, mais pomposa.

Não há meio de fazer uma avaliação aprofundada de cada um destes personagens aqui. Para isso, seriam necessários tempo e várias outras colunas. Contudo, cada um destes professores mereceria uma grande homenagem. Em Harry Potter, o ambiente escolar predomina em todos os livros, com exceção do último, e assim, fica destacada a presença dos mestres da Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts.

É interessante, no entanto, abordar este tema, porque em nossas vidas, talvez nenhum outro profissional seja tão importante quanto o professor, responsável por nos transmitir, além do conhecimento, a ideia de caráter e respeito ao próximo. A eles, a minha homenagem.

Quiséramos nós ter uma professora como McGonagall ou um mestre como Flitwick, por exemplo. Mas será que já não tivemos, ou com sorte, não os temos?

Luiz Guilherme Boneto é muito grato aos seus professores.