As Relíquias da Morte ︎◆ Filmes e peças ︎◆ Parte 1

[ATL 3] Confira os relatos das visitas ao set de Relíquias da Morte!

Os fãs que nos acompanham há anos já sabem que a cada novo filme, alguns fansites internacionais são convidados a visitar o Leavesden Studios – onde todas películas Potter foram feitas e lugar no qual o próximo longametragem da série, Harry Potter e as Relíquias da Morte, está sendo filmado -, tendo a oportunidade de conferir tudo de perto e entrevistar o elenco e a equipe técnica.

Eles prometeram divulgar seus relatos hoje, e os primeiros já começaram a sair online. Confira um trecho do set report do site Mugglenet.

No final da Parte 1, Belatriz e Hermione têm um momento que foi filmado de maneira diferente na maior parte. David Yates revelou isto quando nós estávamos falando sobre ser capaz de levar o público a uma experiência teatral: “Há essa tortura com Belatriz. Emma estava com muita vontade de fazer essa cena de tortura. Eu disse ‘será muito boa, e precisamos ser muito cuidadosos em como iremos fazê-la’. E ela se entregou completamente ao processo. O que nós fizemos foi dispor duas câmeras e Helena ficou em cima de Emma. Basicamente, ela estava escrevendo “sangue-ruim” em seu braço. Estava marcando a palavra na sua pele.

A nossa equipe está trabalhando nesse exato momento para trazer a vocês todos os relatos traduzidos na íntegra, portanto continuem ligados para grandes novidades referentes ao novo filme durante todo o dia!

Atualizado: Vocês já podem ler a tradução completa do relato do Mugglenet e uma entrevista com Daniel Radcliffe feita pelo Collider na extensão, além do relato da visita do Harry Potter Fan Zone aos sets de Relíquias da Morte.

Atualizado 2: Você já pode ler a entrevista do Rupert Grint e do David Yates ao Collider direto dos sets de filmagem também na extensão da notícia.

Atualizado 3: O relato do The-Leaky-Cauldron já se encontra traduzido. Para facilitar a visualização do texto, colocamos imagens do filme separando um relato do outro. Confira e comente.

HARRY POTTER E AS RELÍQUIAS DA MORTE
Relato da visita ao set do filme

Mugglenet
05 de outubro de 2010
Tradução: Daniel Mählmann

Nota: Nós estávamos no set enquanto o elenco e a equipe filmavam Harry Potter e as Relíquias da Morte: Parte 2, então um relato detalhando sobre o que nós vimos sendo filmado sairá mais perto de julho. Esse relato se foca nos sets, cenas e entrevistas relacionadas à Parte 1.

“Você sabe, na verdade… acho que nós poderíamos fazer três filmes”, o roteirista Steve Kloves diz brincando ao produtor David Barron sobre a adaptação de Harry Potter e as Relíquias da Morte. “Dois e meio, na verdade.”

Enquanto a maioria dos fãs não se oporia a essa ideia, eles estão felizes com o que está por vir: pela primeira vez na história da franquia Potter, um livro está sendo transformado em dois filmes. E qual livro seria melhor para isso do que o último?

A maioria das filmagens da franquia Harry Potter foi feita no Leavesden Studios, que está localizado a apenas uma hora de Londres. Um complexo de 500 mil metros quadrados, do lado de fora você nunca iria adivinhar que é um lugar que os fãs de Harry Potter chamariam de céu se lhe fosse dada a oportunidade de olhar ali dentro. Sets, adereços, roteiros, figurinos, elenco e equipe estiveram todos aqui durante os últimos dez anos. Ver todas essas coisas juntas pessoalmente é, sim, mágico.

É um dia frio de março, e entrar no prédio me deu uma onda de excitação. Em todos os filmes, a equipe preenche uma sala com fotos, artes conceituais, adereços e detalhes da trama. Esse foi o primeiro lugar ao qual fomos levados. É a primeira vez que eu dava uma olhada nesse material, já que apenas duas imagens promocionais oficiais tinham sido divulgadas ao público na época. Após uma rápida olhada ao redor, uma das primeiras coisas que me impressionou foi a arte conceitual da equipe da Umbridge no Ministério. Todos estão vestindo rosa. Seu escritório é rosa. Até mesmo as janelas dela são cor de rosa. É tão bom ver minha personagem preferida de volta.

Nós estamos aqui para cobrir as Partes 1 e 2, então a minha primeira pergunta ao Dan é sobre como cada filme vai atuar por conta própria.

“A primeira parte é um tipo de filme de estrada muito estranho”, ele nos conta. “As pessoas vão estar vendo as crianças fora de Hogwarts pela primeira vez, o que é grande coisa, na verdade, porque nós começamos a filmar o sétimo na época que estávamos fazendo as premieres de Enigma do Príncipe. Quando fui ver Enigma do Príncipe, pensei ‘meu Deus, como o sétimo filme vai ficar diferente’. Porque ver esses personagens fora do que se tornou um ambiente tão familiar vai, esperançosamente, fazer as pessoas vê-los de uma maneira muito diferente. E também, o primeiro filme é sobre a coleta de informações e sobre colocá-las em ordem – todas as coisas que precisamos – para irmos à batalha final.”

O diretor David Yates repete esses sentimentos: “Essas crianças estão na estrada. Eles são muito pequenos nesse mundo muito grande. Estão longe de Hogwarts – desse enorme conforto familiar no qual cresceram. Sentem-se surpreendentemente vulneráveis e frágeis nesse grande mundo trouxa. E eu filmei isso de uma forma não muito sutil. Está mais cru.”

Ele continua, “o estilo da Parte 1 se encaixa na Parte 1 porque, você sabe, nós sempre dizemos que esses filmes são um pouco sobre o amadurecimento. Mas, quando você pega esses personagens icônicos fora desse quadro de Hogwarts e os coloca nesse mundo perigoso. E eles têm que enterrar seu primeiro corpo, por exemplo, ou – há um momento no filme onde Harry e Hermione dançam pela primeira vez. Está cheio de tensão sexual adequada, porque ambos são adolescentes e estão no momento em que Rony foi embora e há uma espécie de intimidade entre eles. Então existem todos os tipos de esquinas que você vira, porque eles são jovens adultos. E dobrar essas esquinas no mundo real é muito divertido e interessante, porque a realidade simplesmente parece combinar com isso.”

Apesar das filmagens da Parte 2 estarem em andamento enquanto nós estávamos lá, evidências das filmagens da parte 1 estavam por todos os lugares.

Por exemplo, havia muitas fotos do casamento na tenda de imprensa. Fotos maravilhosas de Fleur, Hermione, Gui, Hagrid e Madame Maxime em seus trajes bruxos mais finos. “A ideia era ter tons franceses para o casamento”, em respeito às raízes de Fleur, fomos informados pela figurinista Jany Temime.

“Um casamento Weasley teria sido tragicamente ruim. Um casamento francês nos permitiu ter estilo.”

Jany tinha algumas coisas interessantes a dizer sobre o que se passou na concepção do vestido de Fleur.

“Fleur realmente acredita em roupas e em ser bonita. Eu queria desenhar para ela um verdadeiro vestido de princesa-bruxa. Mas também queria encontrar uma temática muito mágica, então pensei na fênix. A fênix é um pássaro. Ela representa o nascimento e o amor eterno. A renda foi feita à mão e custou uma fortuna. Ela está toda partida porque o vestido está na família há gerações.”

Levou meses para projetar e criar fisicamente o vestido de Fleur. “Foi um pesadelo”, Jany nos diz, “e então tivemos que criar uma cópia exata”.

Como os fãs sabem, pouco antes do casamento é quando o plano dos Sete Potter entra em ação. Dan tinha muito o que dizer sobre essa cena, que ele descreveu como uma as mais “assustadoras” que ele já filmou.

“Foi uma cena com muitas técnicas de efeitos visuais”, ele nos disse. Como ele pode provar isso?

“A primeira cena levou 95 tomadas”. A imprensa suspirou.

“Sim, vocês podem fugir”. A imprensa riu.

Dan explicou para nós como a cena funciona tecnicamente. Foi uma ótima descrição, mas não faria sentido a menos que você o visse explicando-a com seus movimentos de braço. Em poucas palavras, eles usaram uma câmera controlada por computador que filmaria “exatamente a mesma cena durante exatamente o mesmo período de tempo” várias vezes. Eles usaram essa câmera para cada um dos sete Harrys na sala para que pudessem fazer todos eles aparecerem na tela ao mesmo tempo. Demorou cerca de dez tomadas para cada Harry – por isso as 95 tomadas para uma cena, onde você os vê todos em pé juntos.

Ele gostou de interpretar os outros personagens. “Não havia meio termo”, ele diz, enquanto explica suas imitações, “alguns são tão sutis que você não tem ideia do personagem que deve ser. Ou tão caricato e exagerado que você não tem nenhuma dúvida de qual personagem estou interpretando. Será muito óbvio qual deles é o Mundungo.”

Nos livros Harry Potter, tomar a poção Polissuco muda a voz de quem a tomou para a da pessoa na qual ela está se transformando. Para a cena dos Sete Potter no filme, Dan explica “Acho que eles vão ficar com a minha voz [para todos os Potters]. Acho que nós estabelecemos que a Polissuco talvez não mude sua voz, embora tenha mudado em outros filmes, mas talvez essa mistura seja mais fraca.”

Ele falou com carinho do seu trabalho nessa cena. “Fiquei muito satisfeito com a maneira com a qual eu me encaixei no figurino da Fleur”. Ele riu e eu segui com uma pergunta. Ele corta, “eu TENHO que parar de dizer que fico bem em roupas de menina. Há todos esses rumores já, Jesus.”

No final da Parte 1, Belatriz e Hermione têm um momento que foi filmado de maneira diferente na maior parte. David Yates revelou isto quando nós estávamos falando sobre ser capaz de levar o público a uma experiência teatral: “Há essa tortura com Belatriz. Emma estava com muita vontade de fazer essa cena de tortura. Eu disse ‘será muito boa, e precisamos ser muito cuidadosos em como iremos fazê-la’. E ela se entregou completamente ao processo. O que nós fizemos foi dispor duas câmeras e Helena ficou em cima de Emma. Basicamente, ela estava escrevendo “sangue-ruim” em seu braço. Estava marcando a palavra na sua pele.”

“Nós apenas deixamos a coisa toda rolar por três ou quatro minutos. Nesses três ou quatro minutos, há algumas coisas boas, e alguns minutos não tão bons. E há uma ou duas partes realmente poderosas, onde Emma foi capaz de se soltar um pouco e esquecer que estava atuando. Ela ainda está atuando, mas se perdeu no processo por um momento. Os gritos eram tão horríveis de ouvir. No set, todos se sentiram desconfortáveis. Todos simplesmente deram uma espécie de passo para trás. Tinha uma energia muito estranha na sala, porque ela estava meio que explorando… exercendo demônios, na verdade. E fazer isso serviu à cena. Foi muito interessante.”

Depois de algumas entrevistas, nós esticamos as pernas ao visitarmos o departamento de criaturas. É uma das minhas áreas favoritas. Todas as criaturas e corpos falsos que você já viu estão aqui. Fawkes, o trasgo na masmorra, Aragogue, Dobby, o Dobby morto, o Dumbledore morto, a cabeça do Hagrid (para o dublê), para citar alguns.

O nosso guia nos levou à Caridade Burbage, que você verá por volta do início da Parte 1. Eles fizeram um dublê mecânico da atriz para que ela não tivesse que pairar sobre a mesa da Mansão Malfoy enquanto eles estavam filmando. “Ela é muito grosseira”, o nosso guia do departamento de criaturas nos diz, enquanto o robô experimenta algumas dificuldades de movimento. Ele pressiona um botão para ativar os momentos de torção e reviramento do robô. Há um grande “NÃO TOQUE” escrito nela, mas o guia não perde tempo, dizendo-nos: “Sinta-se livre para dar uma olhada. Ela é muito divertida de tocar.”

De volta à tenda de imprensa, o diretor de arte Stuart Craig – que pode ser creditado pelos detalhes visuais mais finos nos filmes Potter – tinha algumas coisas interessantes para dizer sobre como a aparência de Hogwarts tem mudado ao longo dos anos: “A espécie de cor de mel atrativa nos filmes anteriores… nós a mudamos. Não completamente, mas a tornamos significativamente mais escura nos filmes mais recentes. Quando começamos trabalhando nos filmes, havia apenas dois livros, de modo que não se sabia de tudo. Então nós fizemos mudanças. Certas alterações nos foram impostas. A Torre de Astronomia tinha que aparecer no meio de todo o complexo. O pátio teve que ficar maior e maior – em particular, no final da grande batalha. O viaduto que o leva do pátio até a entrada principal e o Salão Principal. Essa relação mudou. E então, tem havido outras melhoras que fizemos só porque parecem melhores.”

Quaisquer preocupações que eu tinha sobre o livro ser dividido em dois foram levadas embora pela paixão do elenco e da equipe por estes dois últimos filmes. Eles estão dando duro nessa última adaptação cinematográfica da maior série literária de todos os tempos.

Meu relato da Parte 2 – a ser lançado perto de julho – trará mais entrevistas com o elenco e a equipe. Você vai descobrir o que eles estavam filmando no dia em que nós os visitamos (era épico), e eu vou contar uma grande mudança na trama que vai chatear alguns e agradar outros fãs.

Harry Potter e as Relíquias da Morte: Parte 1 será lançado em 19 de novembro de 2010.

[ATL 3] Confira os relatos das visitas ao set de Relíquias da Morte!

HARRY POTTER E AS RELÍQUIAS DA MORTE
Entrevista com Daniel Radcliffe no set do filme

COLLIDER
05 de outubro de 2010
Tradução: Biara Fuchs

Daniel Radcliffe poderia facilmente ser uma diva. Afinal de contas, Radcliffe tem 21 anos, é um multimilhonário e é famoso em cada canto do mundo porque o diretor Chris Columbus o contratou como Harry Potter há quase dez anos.

Mas ele não é uma diva. Na verdade, ele está longe disso. Aqui vai um exemplo de quem Radcliffe é: Quando no set de Harry Potter e as Reliquias da Morte no início desse ano, fora de Londres, eu estava esperando alguns repórteres de Harry Potter aparecessem com a entrevista. Ele estava correndo um pouco atrasado (ele está em quase todas as cenas do filme) e quando ele finalmente chegou, teve que correr para nos encontrar, e depois de recuperar o fôlego, ele se desculpou porque se sentiu mal por ter nos feito esperar. Eu fiz muitas visitas à sets quando alguém está atrasado, mas eu nunca vi a estrela do filme correr para uma entrevista e depois se desculpar. Mas é assim que Radcliffe é.

Durante essa entrevista, Radcliffe falou sobre a parte final e o que significava para ele, se ele é confortável como sendo conhecido como Harry Potter pelo resto da vida, qual foi a sua reação ao ler “Relíquias da Morte” pela primeira vez e muito mais.

Eu estive perguntando a todo o elenco e eu irei perguntar à você porque é a nossa resposta chave. Você está chegando ao final da jornada e nós basicamente o vimos crescer na tela junto com outros atores.E eles se tornaram como uma espécie de família para você, tenho certeza. E eu sei que é difícil compactar o significado disso, mas como você se sente sobre isso? Já esta triste com, ou você não pensou sobre isso ainda?
Eu não tenho pensado sobre isso, no momento. É bem raro, meus pensamentos estão meio parados e de repente eu penso “oh Deus, eu só vou estar aqui por mais 3 messes, você sabe? 3 ou 4 meses”. E isso é muito estranho e será muito triste quando chegar ao fim porque eu passei tanto tempo aqui e fiz amigos fantásticos os quais eu espero estarem comigo pelo resto da vida. Então, sim, será um momento muito triste, mas igualmente animado. Eu creio que sempre que você passa por períodos de transição de um jeito ou de outro é um final definitivo da um capítulo da sua vida. Eu acho que esses momentos sempre serão tristes e também felizes por natureza, porque as coisas estão mudando e você não sabe o que vai acontecer.

Você pode falar mais sobre quando você leu o 7º livro? A sua experiência de lê-lo pela primeira vez e a suas emoções de ler o epílogo, coisas assim?
Sim, obviamente eu amei o sétimo livro tanto quanto todo mundo. Eu estava lendo na verdade, em uma partida de críquete porque ele foi lançado dois dias antes do meu aniversário de 18 anos. E eu estava indo para a partida para o meu aniversário. Então eu estava há dois dias sem ter lido enquanto todo mundo já estava lendo. E então foi uma luta de dois dias para não implorar a ninguém para me contar o final. E eu consegui gerenciar a minha vontade e então, sim, eu lembro de terminar o livro no avião e ter ficando muito emotivo. Eu achei um livro muito comovente. O epílogo foi algo que eu gostei. Eu sei que nem todos gostaram mas foi algo com que eu não tive problemas. E ele conecta todos aqueles finais perdidos, porque o que as pessoas não percebem do epílogo, eu acho que se a Jo Rowling não tivesse o escrito, dá para imaginar ela sendo ela mesma pelo resto da vida respondendo perguntas sobre o final de Harry Potter? Ela fez algo para, eu acho, calar as pessoas sobre qualquer coisa, sabe, dar uma conclusão.

E você pode nos dizer algo sobre o processo nesse filme, exige de você muito. Não apenas da atuação física mas há uma grande carga emocional que Harry enfrenta.
Bem, Eu quero dizer, o que eu acho que provavelmente é o mais importante e mais destacado na primeira parte, é a relação de Harry com Dumbledore apesar do fato de Dumbledore estar morto para que você possa pensar que fica muito mais difícil de uma relação mudar, mas porque Harry está sempre descobrindo novas informações sobre Dumbledore no primeiro filme, informações que pertencem aos dois em uma situação específica que Harry está e qual é a sua missão, mas também, informações que pertencem a Dumbledore -o homem- as quais, de repente gera muita dúvida na sua integridade como ser humano e sua idealização e todas aquelas coisas que Harry sempre admirou, para, do nada virem como alvo de questionamentos e duvidas de Harry. Eu quero dizer, é uma das.. partes, é se o Harry pode manter a fé em Dumbledore, é sobre isso. É sobre o quão longe ele pode ser punido antes de sua fé desistir, eu digo, é meio que… o personagem bíblico Jó? Eu nunca consigo lembrar. Acho que é.

Parece certo.
É. E historicamente, nunca foi uma coisa boa comparar você mesmo com um personagem bíblico. Mas sim, será mais ou menos isso. Eu digo, a saga inteira para mim é sobre a perda de inocência e sobre Harry deixar de ser uma criança apavorada para virar um homem jovem e grisalho no final. Entretanto, como eu estava falando às pessoas no outro dia, é essencial que ele não vire um homem necessariamente, no filme, porque o que faz tudo ser aquela briga e aquele final tão poderoso e de certa forma, horrível de assistir, é o fato de que você está vendo um jovem sendo vencido por um homem forte e muito irritado.

Falando nisso, você pode falar sobre filmar a sequencia com você e Ralph Fiennes quando você esta andando para a floresta e sabe, você está indo morrer?
Sim. Sabe, isso é interessante porque foi uma das minhas partes favoritas… essa e outra cena de estação King’s Cross pós-vida, a qual é um limbo com Dumbledore, é, essas foram as duas coisas que eu estava mais esperando para filmar. E, como qualquer em coisa que você coloca um grande significado, tende a ter muita pressão em você mesmo que você realmente acaba … Eu acho que pressão é uma coisa boa e é tão bom poder sentí-la e usá-la e experimentar esse sentimento todo o dia, especialmente se você pode conseguir deixar iso para trás, mas por alguma razão naquela cena, naquele dia eu estava muito.. Eu queria muito ser bom. Eu estava provavelmente tentando muito, muitas coisas diferentes. Mas sim, foi bom. Foi uma cena realmente boa e é ótimo ter Gary Oldman auxiliando porque foram momentos muito, muito legais, mas foi difícil. Foi muito, muito difícil trabalhar mas eu creio que foi devido às expectativas que eu coloquei em mim mesmo.

Você pode falar mais sobre o orgulho global que você tem pela saga e o que você e todo mundo tem sido capaz de realizar devido ela ser incrível?
Muito obrigado. Eu penso assim também. São alguns dos filmes de maior bilheteria da história. Não que.. É mais uma medida do que um objetivo. Mas eles são feitos por 1000 pessoas, não em qualquer estúdio coberto. Eles foram feitos por 1000 pessoas somente fora de Watford e eles vão a qualquer lugar. E eu acho incrível, e penso que foi manter a energia, o nivel de entusiasmo e atenção a cada detalhe, que fez com que tivéssemos ao longo desses filmes e eu acho que as pessoas responsaveis por isso e uma delas é muito, muito [produtor de design] Stuart Craig porque ele nos inspira. Os seus sets.. se você andar em um daqueles sets você vai ver não apenas a grandeza disso, mas o que faz o set incrivel são os detalhes que você provavelmente nunca verá no filme. Mas eu acho que pelo fato de nós andarmos por esses sets todo o dia e eu penso, bem, se esses sets estão aqui, nós temos que ser bons o suficiente para usá-los. Sabe, porque eles são incríveis. Ele nunca comete erros – Stuart Craig. Cada set que ele fez para esses filme foi, meio que fantástico. E eu penso que ele ajuda a muitos de nós porque é a atenção a cada detalhe e aquela animação e entusiasmo e energia e imaginação que nós temos que tentar trazer a cada dia. E eu acho que a maioria de nós faz isso. E sim, eu me refiro.. Eu acho que as pessoas como Stuart e Janet e as pessoas que fazem lado visual, que sempre têm aquela incrivel atitude… de nunca dizer “Oh, aquilo será bom o suficiente”. A atitude é sempre, não absolutamente apenas “o trabalho deve ser feito”, mas deve ser feito com excelência. E esse é o objetivo deses filmes e eu acho que todos o alcançaram e acho que a maneira como gerenciamos durante esses anos foi tão boa em termos de elenco e o elenco jovem, tendo como referência o que muitas pessoas esperavam de nós desde o início. Eu acho que nós podemos, acho que nós ficaremos orgulhosos de apenas uma coisa, nós devemos ficar mais orgulhosos dos filmes em si porque eles são algo que muitas pessoas nunca imaginariam que poderia acontecer. E o fato de que nós todos passamos por isso e permanecemos quem somos e não nos transformamos em pesadelos horríveis, eu acho que diz muito sobre os nossos pais e sobre o pessoal aqui e todo mundo.

Você está confortável com a relação que você terá pelo resto da vida com a saga e o personagem?
Eu acho muito importante que não importa aonde… Harry Potter é uma coisa e eu sempre, a cada oportunidade que conseguir pelo resto da minha vida, eu não teria conseguido se não fosse por Harry Potter. E seria muita ingratidão se eu não fosse qualquer coisa, exceto orgulhoso, de estar relacionado a esses filmes.

Quando você estava se preparando para a cena da morte, foi difícil considerar que talvez a sua própria mortalidade te levou para aquele caminho também?
Eu não sei. Eu possivelmente sou uma pessoa muito mórbida, mas eu penso bastante sobre morte. Quer dizer, eu não sei. Eu não sei se é porque talvez de estar nos filmes que estou sempre interpretando Harry ou… Eu apenas penso que é uma coisa natural de acontecer, eu acho. É algo que eu penso só porque é fascinante em um jeito muito estranho porque eu nunca… Eu tive um parente que faleceu, mas felizmente nenhum outro. Então a minha área de experiência com a morte é meio limitada, felizmente. Mas, sim, eu estive nessa cena, absolutamente para aquela cena você tem que… porque quando você é forçado à morte provavelmente isso é tudo que se pode pensar, eu acho.

Você pode retratar a relação que você tem com o Rupert e com a Emma e como é a integração, sabe, olhando para trás agora? Quando você começou você era apenas uma criança muito jovem.
Quero dizer, quando nós.. é. Eu digo, é ótima. Tem sido bem estranha de uma maneira, nesse filme, porque Emma não está vindo muito aqui nos últimos tempos porque ela fica estudando, então tem sido bem interrompida nesse filme. Nós não saímos juntos o tempo todo. Mas sim, nós nos damos muito, muito bem e nós temos o conhecimento de que não importa o que aconteça em nossas vidas, ninguém nunca terá essa particular expericência além de nós três. E eu acho que é algo que nunca, nunca vamos esquecer.

É como ser um Beatle.
Ah, sim, isso não cabe a mim dizer.

[risadas]

O que você pensa sobre os dois filmes serem em 3D?
Nada a ver comigo. Eu digo, eu já vi filmes em 3D e acho que é um longo caminho antes de substituir os atores. É algo engraçado, o 3D, mas eu ainda não me acostumei totalmente. Ainda.

[ATL 3] Confira os relatos das visitas ao set de Relíquias da Morte!

HARRY POTTER E AS RELÍQUIAS DA MORTE
Entrevista com Rupert Grint no set do filme

COLLIDER
05 de outubro de 2010
Tradução: Marina Anderi

Alguns meses atrás, tive a oportunidade de visitar o set de Harry Potter e as Relíquias da Morte quando a produção ainda estava filmando nos Estúdios Leavesden fora de Londres. Como você pode imaginar, foi uma experiência maravilhosa que você pode ler sobre aqui.

Enquanto estava no set, participei de uma entrevista em grupo com muitos do elenco, e o primeiro com quem conversamos foi Rupert Grint. Na verdade, nós mal tínhamos nos sentado depois de sairmos do ônibus quando Grint (Rony Weasley) entrou para converser conosco. Agradecidamente, desde que todos no set eram fãs de Harry Potter e tinham lido todos os livros, nós éramos capazes de pular para as perguntas relacionadas a Relíquias da Morte. Como o resto do elenco com quem falamos naquele dia, Grint foi simpático, bem pés no chão, e você nunca saberia que ele é uma das estrelas da maior franquia de todos os tempos.

Durante a entrevista Grint falou sobre crescer nas telas, o que ele pode levar do set para casa, filmar dois filmes de uma vez, e muito mais.

É agridoce trabalhar nisso depois de tantos anos?

Sim. É estranho, esse filme, porque não se parece com nenhum dos anteriores. Você sente que está começando a chegar a um fim.

Nós basicamente vemos vocês três crescerem nas telas, e vocês se conhecem desde que eram criancinhas. Deve ser como se fosse uma formatura ou como se você estivesse indo embora e deixando sua família.

Sim, eu realmente não sei como me sentirei no ultimo dia, quando nunca mais iremos voltar. Nunca imaginei isso acabando.

No livro, as personagens têm muita ação. Você pode falar sobre isso?

Esse filme é mais forte, porque estamos lá fora alimentando-nos por nós mesmos, e há muitos duelos. O treinamento com as varinhas, em particular, antes nós costumávamos ter este coreógrafo de balé ensinando-nos aqueles movimentos fantasiosos. Agora o duelo de varinha é muito mais como um duelo de espadas, é agressivo. Tem sido muito legal.

Você tem algumas cenas de uma briga particularmente calorosa com a personagem de Daniel.

Sim, é uma relação estranha no início, porque acho que Rony… ele não confia completamente que Harry sabe o que está fazendo. Há muita paranoia e ele está preocupado com sua família, e existem dúvidas. Isso irrompe nessa grande discussão.

E esse é o ponto em que Rony e Hermione finalmente ficam juntos.

Sim, é. [Rindo] Soa estúpido, mas nunca vi isso chegando. Sempre foi insinuado, mas nunca pensei em que momento do fim aconteceria, fomos bastante “parzados”. O beijo já foi feito, foi uma das primeiras cenas que filmamos.

Foi estranho?

Sim, foi! Eu meio que criei essa coisa na minha cabeça. Estávamos ambos meio que temendo a cena, sério, apenas porque nos conhecemos desde que éramos bem pequenos. É como beijar sua irmã.

Parece que vocês estavam longe daqui [Leavesden] quando estavam filmando. É verdade?

Sim, estivemos filmando em muitas florestas diferentes ao redor da Inglaterra. E houve uma cena em que eles fecharam Piccadilly Circus (uma famosa praça de Londres). Foi uma noite boa, mas bem legal.

As pessoas sabiam que vocês estavam chegando e havia centenas de pessoas, ou foi bem escondido?

No fim, não sei como eles descobriram, mas havia cargas de pessoas tentando dar uma olhada. Ficou bem maluco, mas foi divertido.

Com o que você acha que os fãs dos livros ficarão mais surpresos em ver nessas duas últimas partes?

Realmente está em outro nível  — é bastante sangrento. Eu estruncho, o que é nojento. Meu braço meio que rasga, e Jorge perde uma orelha. É muito gráfico, na verdade.

Vocês já filmaram o fim da parte dois?

É bem difícil saber, porque alguns dias filmamos cenas da parte um e em outros a parte dois.

E para o epílogo, serão vocês? Eles os envelhecerão dezenove anos?

Sim, eles estão meio que pensando sobre isso no momento. Será sutil, eles não ficarão loucos.

Você já viu? Você tem cabelo?

Sim, tenho um pouco de cabelo. E uma testa bem grande. [Risada]

No final do livro, há muita ação e muitos fãs estão à espera da batalha final. Quão grande é a cena? Ela será uma grande parte do filme dois?

Já fizemos muito, as coisas da batalha. Algumas das cenas – todos os sets que conhecemos por anos como o salão principal, eles apenas são destruídos e se tornam destroços queimados. É bem chocante ver esses lugares familiares serem destruídos, mas as cenas serão realmente épicas.

Sente-se que esse é um grande épico, como se fosse uma grande história e não dois filmes?

Sim, sinto como se fosse uma história. Quando começamos a filmar só nos concentramos na primeira parte, porque não tínhamos o roteiro da segunda até bem mais tarde, na verdade. Para mim, realmente não se sente como dois filmes.

Quais são as coisas que você hipoteticamente levaria para casa como lembrancinhas?

Hipoteticamente, claro. Gostaria de ter o Nôitibus. Está na pista e ninguém está realmente fazendo alguma coisa com ele, então… é. Ficarei de olho nele.

Você considerou guardar sua varinha ou algo mais?

Já considerei, sim. Também tenho uma gravata e uma das peças de xadrez. Gostaria de guarder minha varinha. Seria uma coisa bem legal para se pegar.

Daqui vinte anos quando as pessoas estiverem falando de Rupert Grint, falarão ‘Rupert Grint, que estava em todos os filmes de Harry Potter.’ Você já pensou que isso vai estar com você para o resto de sua vida?

Sim, tornou-se uma coisa bastante grande e estou orgulhoso de ser parte disto. Estou amando.

Onde você se vê em vinte anos?

Quero continuar atuando, definitivamente. Quero seguir fazendo isso até quando eu puder, sério.

Você gostaria de expandir sua função e tentar ser diretor?

Não acho que eu realmente faria isso. Não sou tão bom em decisões ou algo do tipo. Temos um pouco do gostinho disso por aqui, porque há cenas onde outro ator está nos interpretando, então temos que lhes dar indicações sobre todos os nossos maneirismos e em como andamos. Eu nunca conseguia imaginar nada para falar para o cara que estava me interpretando. Ele tinha uma televisão e assistiu aos filmes anteriores.

Um monte de atores atuam em peças, atuam em filmes, e trabalham várias horas vigorosamente, mas não muitos fazem um filme assim mais de um ano. Você pode falar sobre a programação esgotante?

Ela é a mesma desde que fiz dezesseis anos. Varia, são nove horas por dia, cinco dias por semana. É bastante cansativo, porque isto nos faz sentir como se estivéssemos lá por anos e não foi por tanto tempo assim. Há muitas cenas diferentes e nunca fica chato.

Fazendo isso por mais de um ano, acha que afetou sua performance?

Acho que isso ajuda, porque você está suposto a estar sempre cansado de qualquer forma. Meio que beneficia isso de estar cansado o tempo todo, mas tira sua vida mais.

Quanto tempo do filme são vocês tentando descobrir as coisas? É uma hora do filme?

Eu não sei. Há muito disso, onde é tipo uma investigação. É, eu diria que será uma hora.

Estava no roteiro muito sobre vocês passeando por aí, tentando descobrir as coisas, escapando?

Sim, tinha muito disso. Eu diria que na primeira parte, há muito planejamento em para onde ir, porque nós realmente não sabemos o que estamos fazendo.

Você, ao longo dos anos, já chegou a um ponto de lutar por uma cena ou fazer algo que o direto realmente queria?

Sim, nesse filme em particular é a primeira vez em que tive que… especialmente quando Rony perde seu irmão. Essa foi uma cena bastante grande com a família Weasley inteira. Foi uma cena depressiva de se fazer, porque você tem Fred deitado no chão e é bem chocante, porque é uma personagem que associávamos com piadas e falar besteiras. É muito horrível. Houve muitas cenas pesadas e emocionais feito essa.

Você gosta ou desgosta desses tipos de cenas?

Bem, é gratificante. Mas é bastante assombrador também, pois não estou realmente acostumado com isso. Mas aprendi que muitas coisas e isso foi bom. David vem sendo excelente com tudo.

Vocês tiveram outros diretores através dos anos, mas todos parecem realmente gostar de David. Você pode falar sobre como que isso talvez tenha ajudado a terminar uma longa jornada com o mesmo diretor?

Sim, David é tão bom; ele sabe tanto detalhinhos. Ele é brilhante em comunicar-se conosco. Para mim, ele é meio que vital, sério.

Você está satisfeito com a evolução de sua personagem através dos filmes e até onde Rony foi?

Sim, particularmente nesse  — e nos dois últimos — ele meio que entrou em seu próprio pedaço. Gostei de ter mais o que fazer. Ele ficou bem mais profundo agora e está mais complicado do que nos filmes anteriores. É bom.

Como você se sente sobre os últimos filmes sendo em 3D?

Sou um grande fã de 3D. Suponho que depende de que tipo de filme você está assistindo, mas acho que vai acrescentar bastante. 3D realmente trabalha com material de grande ação, e terá muito disso nos filmes. Será legal.


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HARRY POTTER E AS RELÍQUIAS DA MORTE
Entrevista com o diretor David Yates no set do filme

COLLIDER
05 de outubro de 2010
Tradução: Gabriel Amaral e Thais Tardivo

Enquanto muitos livros bons se transformaram em filmes de sucesso, normalmente, adaptações cinematográficas de livros populares vão de encontro com o desprezo dos fãs. Afinal, um livro tem seu tempo para contar a história, enquanto um filme tem duas horas para fazer tudo. Isso geralmente significa que os fãs saem do cinema desapontados, porque não importa quão bom é o filme, os fãs sempre sentem que falta alguma coisa importante.

É por isso que é tão incrível ver o que o diretor David Yates fez com a franquia de Harry Potter. Porque, como o diretor de Ordem da Fênix e Enigma do Príncipe, ele fez filmes que foram recebidos tanto por críticos quanto pelos fãs. Isso é realmente uma realização e tanto.

Como a maioria de vocês sabe, Yates está encabeçando as duas últimas partes de Harry Potter, já que a Warner Bros decidiu dividir Harry Potter e as Relíquias da Morte em dois filmes. Alguns meses atrás, eu visitei o set de filmagens de Relíquias da Morte quando a produção ainda estava em andamento no Leevesdone Studios, fora de Londres. Durante um intervalo nas filmagens, eu consegui participar de uma mesa-redonda com Yates. Durante a entrevista, Yates falou sobre como as filmagens estavam indo, como ele adicionou duas novas cenas na história que não estavam no livro, sua opinião sobre a conversão para o 3D feita pela Warner Bros, e muito mais. Se você é fã da franquia Harry Potter, você vai amar o que ele tinha a dizer:

Como é filmar dois filmes juntos?
Já faz mais de uma ano na verdade. Está sendo incrível. Eu nunca tinha experimentado nada igual, basicamente porque estou editando coisas da Parte 2 que foram filmadas ano passado. Então o Dan está envelhecendo à medida que você assiste ao filme e portanto o Dan que eu estou filmando não está com a mesma idade que o Dan que estou vendo da sala de edição, que para a segunda parte está mais estranho. Mas é ótimo e eu não perderia isso por nada. É divertido, porque tem sido uma verdadeira viagem na verdade.

O último livro é tão denso e tem tantos esclarecimentos. Fale sobre os desafios de adaptá-lo para o cinema, mas mantendo tudo o que os fãs amam sobre o livro final.
Nós temos coisas, é claro, em que o livro é bem rico, mas temos que tentar e, às vezes, criar um pouco mais de força e perigo. Há partes do livro que são divertidas de ler, como a parte da grande tenda no meio, e que continuam por capítulos, mas que não seriam fáceis de adaptar para a tela. Então, nós colocamos momentos. Colocamos duas sequências, que não estão no livro e que aumentarão as partes emocionais e as partes perigosas. Então o processo é sempre carregado de desafios, você sempre quer tentar e manter o melhor que Jo inventou, mas você precisa refinar e adaptar. Então nós perdemos coisas, tenho certeza, que alguns fãs se sentirão frustrados, mas felizmente nós mantivemos mais do que conseguimos nas outras adaptações que eu trabalhei. Simplesmente porque nós podemos espalhar a história inteira em dois filmes e, como você disse, há algumas pontas soltas que podemos amarrar pelo caminho.

Quais cenas novas você adicionou, por exemplo?
Nós adicionamos uma cena depois que o Rony vai embora. Harry volta para a Tenda e encontra Hermione ouvindo música Trouxa, e eles têm essa dança entre eles, que é um momento muito carinhoso, embaraçoso e emotivo para os dois, porque eles perderam o amigo. Mas sempre existe aquela dúvida. Eles têm uma amizade muito especial como personagens e sempre existe aquele momento que você pensa “isso pode se tornar mais que amizade?”. É um momento natural, encantador e bem intrigante. Então nós adicionamos isso e uma grande perseguição mais para o final da primeira parte. Jo nos deu esses brilhantes personagens chamados Sequestradores, então eu queria me divertir um pouco mais com eles e adicionei uma parte extra onde eles perseguem o trio.

Você pode falar sobre onde você está pensando em quebrar a história em dois filmes?
Nós começamos com a ideia de que seria legal ter um gancho, porque certamente os filmes que eu fiz sempre tiveram morte no final. Sempre há uma perda e eu senti que estávamos em um ciclo desde Cedrico Diggory, que foi Mike Newell que dirigiu o quarto filme, mas alguém morreu e houve luto no final. Então eu pensei “vamos tentar quebrar esse ciclo”. Mas quando eu assisti o filme, ele não pareceu tão completo como eu esperava que iria, então eu olhando novamente e não posso lhe dizer, porque eu ainda estou procurando. Mas há um outro momento que eu acho que o encerrará, que é na verdade bem comovente e divertida.

Pode falar sobre sua decisão de terminar a série e dirigir as duas últimas partes da franquia sem seu compositor Nicholas Hooper?
Sim, Nick ficou basicamente cansado demais. Ele estava desamparado porque escrever a música para um filme como esse mantém você longe de sua família e eu o incentivei muito a mudar as coisas finalmente, para chegar até onde precisamos chegar. Ele apenas ficou muito cansado. Ele me disse quando estávamos na metade de “Enigma do Príncipe” que não achava que poderia fazer outro e que se sentia exausto. Pensei, está tudo bem. Eu realmente adoro o elenco, e você sabe, eu estive vendo-os crescer ao longo dos últimos cinco anos, e está sendo uma experiência maravilhosa para mim. Tenho uma equipe excelente e criativa com quem trabalho. Quando cheguei a meio caminho de “Enigma do Príncipe”, senti que brotou a idéia de terminar a série.

David Baron entrou em meu escritório uma tarde, quando estávamos filmando “Enigma do Príncipe” e ele me disse: “Porque você não termina logo tudo isso?” e acrescentou: “Sei que é bastante trabalho, mas porque você não aproveita e termina a coisa toda?”. Respondi que é bastante trabalho, realmente,  mas seria divertido. E honestamente, pelo tempo que eu tinha estado desenvolvendo “Enigma do Príncipe”, percebi de repente que eu não queria ser o cara que fez apenas os filmes do meio e que outro cara assumiu seu lugar para terminar. Pensei, estou me divertindo tanto. Então li o livro e ele estava cheio de cenas excitantes pois há uma grande perseguição no início e todas essas histórias emocionantes são resolvidas, além de que o trio se separa e Voldemort é vencido. Portanto enquanto lia sempre me sentia como se Jo estivesse escrevendo para ser um filme, mais do que um livro. Senti que o livro era simpático para um filme, no seu espírito, e provavelmente isso foi o que tornou esta a mais fácil adaptação de todas que eu fiz.

Você pode falar sobre a escolha da Warner Brothers em converter os dois últimos filmes para 3D?
Só estou ficando literalmente por dentro de tudo isso agora. Nós vamos lançar “Enigma do Príncipe” em DVD e 3D no final do ano, então eu ainda estou aprendendo. Minha opinião sobre a tecnologia 3D é que ela está lá para realçar a experiência visual, mas eu não acho que você precisa usá-lo de uma maneira complicada. Acho que no momento em que você sacrifica a história e os personagens para ver as coisas saindo da tela, você perdeu tudo, sem dúvida. Então se isso aprimora, para um determinado grupo de audiência, a experiência visual, para mim está ótimo. Nesse mundo mágico eu acho que há um número de seqüências que poderiam ser muito mais legais apenas experimentando um ambiente mais amplo. Mas não sou louco a ponto de usar isso de um jeito complicado. Estou muito intrigado com isso, eu estou realmente intrigado com o que ela (a tecnologia 3D) oferece esteticamente, não apenas para os momentos do filme em que as coisas voam ou quando você está numa seqüência de ação. Estou intrigado com o que ela pode oferecer quando você está tentando encontrar um momento de emoção ou quando você está tentando definir um tom particular de uma cena, e o que você pode fazer para o ambiente de forma a elevar esse momento. Então há oportunidades, eu acho, mas será a primeira vez que eu participo desse processo. Estou realmente ansioso, mas na oportunidade de não apenas usar isso para exibição ou truques, mas sim pra ver se esse processo pode relacionar-se na história e no ciclo.

A segunda parte é mais sobre uma história de guerra e que é diferente do que estamos acostumados no mundo de Harry Potter, então pode falar como foi o ofício de fazer essa parte da série? Você havia mencionado de fazer diversos trabalhos com câmeras, certo?
Sim, eu acho que a noção de que você está no meio de toda essa batalha de bruxos é tão emocionante que você se sente muito visceral. Eu fiz um duelo de bruxos no final de “Ordem da Fênix” que foi o primeiro duelo entre Dumbledore e Voldemort. O que eu mais amei foi a energia cinética daquela troca, porque a magia que eu tinha visto para aquele momento sempre fora bonita e limpa. Pensei que se eu tivesse dois bruxos poderosos naquela cena tudo seria extraordinariamente poderoso e assustador também. Então há momentos nesse duelo que são muito viscerais, assustadores e percucientes, eu diria. Enfim, a batalha e o duelo mágico é um ponto contra e é aí que precisamos nos diferir um pouco do livro. Senti isso nesse livro e, nos primeiros rascunhos do roteiro, antes de serem descartados, havia uma oportunidade de ter contra apontado a corrida desesperada de Harry pelas Horcruxes com a cada vez mais abusiva habilidade do Lorde das Trevas para matar todos da escola, então há essa corrida contra o tempo. Portanto tornamos essas duas partes um ponto contra. Existe esse duelo lá mas eu acho que o elemento mais interessante disso tudo é a procura e a descoberta de Harry de que ele próprio é uma Horcurx.

David Baron mencionou que quando você corta cenas do livro você precisa da aprovação de J.K. Rowling para fazê-lo. Funciona da mesma maneira para adicionar elementos ao filme?
Nós apresentamos algo e obviamente enviamos um roteiro. Há uma cena na parte um onde Hermione apaga a memória dos pais. No livro, J.K. menciona isso mas não mostra isso efetivamente acontecendo. Eu quis mostrar isso no filme porque achei que seria muito interessante. Nós nunca vimos a casa de Hermione nem seus pais e apenas agitar uma varinha e fazer isso (apagar a memória) enquanto seus pais estão assistindo televisão poderia ser estranho, excêntrico, interessante e surpreendente. J.K. adorou essa idéia, mas é claro que ela veio com o conceito original. Com as outras coisas que queríamos adicionar ela sempre foi incrivelmente apoiadora. Sempre muito gentil e prestativa. Ela nem sempre está envolvida na criação dessas cenas, mas as leu no roteiro e é geralmente muito amável.

Esta cena está no começo do primeiro longa?
A maneira como o corte foi feito funciona realmente bem, é uma espécie de abertura bizarra de sombria.

Você selecionou a seqüência para o ShoWest?
Não, o processo que nós temos com o estúdio é que eles vão vir com um pacote completo e vão enviá-lo para nossa aprovação, e é apenas um processo de idas e vindas antes de terminarmos com o que é eventualmente apresentado. Fiquei feliz com o que eles mostraram. Não gostei da primeira apresentação deles, mas depois de inúmeras edições fiquei feliz com o resultado.

[ATL 3] Confira os relatos das visitas ao set de Relíquias da Morte!

HARRY POTTER E AS RELÍQUIAS DA MORTE
Set report exclusivo de “Harry Potter e as Relíquias da Morte”

Harry Potter Fan Zone
05 de outubro de 2010
Tradução: Flávio Jr.

Enquanto nós andávamos pela oficina das criaturas mágicas, eu fui atingido pela visão de um objeto cenográfico totalmente bizarro. Um modelo de animatronic em tamanho real de uma mulher suspensa no ar. A forma é sem vida e há sangue espalhado em sua cabeça. Muitos detalhes foram usados em sua construção. Cada sarda no rosto da escultura foi colocada tal qual o rosto da atriz que lhe serviu de modelo. Há algo perturbador em tocar esta escultura grogue à medida que ela balança em evidente sofrimento.

Esta é, claro, a cena de abertura do livro Harry Potter e as Relíquias da Morte, de J.K. Rowling, e o modelo representa Caridade Burbage (interpretada por Carolyn Pickles), a professora de Estudo dos Trouxas que é assassinada por Lord Voldemort (Ralph Fiennes) e serve de alimento para sua cobra, e que flutua no ar, sem ajuda, na Mansão Malfoy. Neste momento, o tom de Relíquias da Morte está montado. A Warner Bros. também mantém a sua tendência de produzid filmes de Harry Potter cada vez mais sombrios, algo que ficou bastante claro quando o Harry Potter Fan Zone visitou os sets de Harry Potter e as Relíquias da Morte no começo deste ano.

Em 2008, a Warner Bros. anunciou sua decisão de dividir Harry Potter e as Relíquias da Morte em dois filmes distintos. A primeira parte seria lançada em novembro de 2010, enquanto que a segunda parte chegaria aos cinemas em julho de 2011. Consequentemente, “bastante coisa que você leu nos livros, estará nestes dois filmes”, disse Vanessa Davies, diretora de publicidade dos filmes Harry Potter e nossa guia no dia da visitação. “A primeira parte é como um filme de estrada. Eles estão em fuga. Eles estão, frequentemente, na floresta, embora não tenha tantas cenas de acampamento como há no livro”.

A possibilidade de estender o material do livro em dois filmes é algo que anima o diretor David Yates. Em conversa nos sets, no dia 226 das filmagens principais, Yates nos disse: “Nós mantemos mais coisas do que poderíamos manter nas outras adaptações em que trabalhei… há algumas pontas soltas que nós podemos consertar também”. Adicionalmente, o tempo estendido para os filmes resultou em uma sala para adicionar novas cenas que seriam, segundo Yates, “para aumentar o envolvimento emocional”.

Em Relíquias da Morte parte 1, Yates fala de uma cena em que “Harry (Daniel Radcliffe) volta para a tenda e encontra Hermione (Emma Watson) ouvindo uma música trouxa… eles dançam um com o outro, porque é um momento muito delicado, embaraçoso e emotivo para os dois, porque eles acabaram de perder seu amigo Rony… há sempre aquele momento em que você pensa ‘poderia esta relação passar de amizade para algo mais?’. O diretor também nos contou para esperarmos por mais cenas com os sequestradores, inclusive uma grande perseguição. Finalmente, nós veremos Hermione alterar a memória dos seus pais (algo que é apenas mencionado no livro) em uma nova cena que “J.K. Rowling adorou”.

“Nos esforçamos para tentar criar uma interpretação cinematográfica da história dos livros”, enfatiza o produtor David Barron e, à medida que nós explorávamos os sets nos Estúdios Leavesden, ficou definitivamente claro que a maior parte do livro foi incluída de alguma forma. Na sala de imprensa, nós demos uma olhada em alguns objetos cenográficos, figurinos e modelos para o filme. Como sempre, há uma imensa atenção com os detalhes. Alguns dos itens mais interessantes incluem “A Vida e as Mentiras de Alvo Dumbledore”, “A História da Magia”, a carta de Lílian para Almofadinhas, o manual de manutenção da moto de Sirius, os cartões de identificação do Ministério, um poster do Indesejável Número 1 e a corrente de Xenofílio Lovegood com o símbolo das Relíquias da Morte, para citar alguns. Há também um modelo da arrepiante Mansão Malfoy e a tenda lilás do casamento.

“Foi como ir para um casamento de verdade… Ficou lindo” disse Davies, sobre o casamento. A sequência foi particularmente divertida para Evanna Lynch (Luna Lovegood), dividindo a cena com o ator Rhys Ifans, que interpreta o pai de sua personagem, Xenofílio Lovegood. Lynch nos contou: “Foi brilhante… Ele estava perfeito. Quando ele apareceu, foi como se nós dois fôssemos forasteiros, porque ele está nesta coisa louca amarela… Pareceu bastante relaxado. Foi legal”. Lynch também coreografou uma dança para sua personagem, definindo o momento hilário como “nós dois, ambos, girando e fechando nossos olhos”.

A cena do casamento é também particularmente significante para Domhnall Gleeson, que se junta ao time de Harry Potter em Relíquias da Morte: parte 1 no papel de Gui Weasley. Filho do ator Brendan Gleeson (Olho-Tonto Moody), Domhnall Gleeson originalmente fez testes para o papel de Stan Shunpike, no terceiro filme da série Potter. Na cena do casamento, Gui Weasley casa com Fleur Delacour (Clémence Poésy), sobre o que Gleeson brincou dizendo ser uma “experiência bizarra”. “Ela é uma ótima atriz… Foi bizarro… Seu primeiro dia de filmagens e você interpreta marido e mulher”.

Uma parte essencial de Relíquias da Morte: parte 1 também ocorre no Ministério da Magia, um set complexo que se espalha pelos Estúdios Leavesden. Em nossa visita, nós subimos alguns degraus para chegar em um novo set: o banheiro que Harry e Rony (Rupert Grint) usam para entrar no Ministério. A atenção aos detalhes aqui é suprema. Visualmente, o cômodo é velho e caindo aos pedaços e tudo neste cenário – boxes, tudo – parece autenticamente velho. Isto até você alcançar o final do cenário, em que uma grande pintura de uma rua de Londres encontra-se suspensa sobre a construção.

No setor C dos Estúdios Leavesden, uma nova sala de julgamento foi construída. A sala é, notavelmente, mais aconchegante que aquelas mostradas nos filmes anteriores. É aqui que Dolores Umbridge (Imelda Staunton) interrogará Maria Cattermole (Kate Fleetwood). De volta ao Átrio, membros da equipe técnica estão reconstruindo o cenário, após sua dramática destruição no quinto filme de Harry Potter. Leva cerca de um mês para remontá-lo. Dolores Umbridge é agora uma força dominante no Ministério e “tudo tem uma certa dose de rosa”, disse Vanessa Davies. Atrás do Átrio, os elevadores do Ministério também estão sendo montados. Nós descemos um pouco, visualizando o corredor que foi construído em uma extensão do setor C. O corredor compartilha certa semelhança com a decoração do Átrio, embora os ladrilhos aqui sejam negros. Este cenário será usado durante a caminhada dos elevadores até a sala de julgamento.

Nossa próxima parada é o Expresso de Hogwarts. O conhecido trem aparece brevemente em Relíquias da Morte: parte 1, em uma cena em que os Comensais da Morte embarcam no trem e encurralam Neville Longbottom (Matthew Lewis), exigindo saber se o “Indesejável Número 1” está a bordo. Foi então fora da oficina das criaturas mágicas que eu encontrei um busto de Jamie Campbell Bower (Gerardo Grindelwald) colocado em uma prateleira junstamente com várias criaturas e objetos cenográficos de todos os filmes de Harry Potter até agora. O animatronic em tamanho real de Caridade Burbage é então posto para funcionar, para o espanto do grupo.

Obviamente, muitas das locações que aparecem em Relíquias da Morte: parte 1 não estão hospedadas nos Estúdios Leavesden. Grande parte do filme foi gravada em tomadas externas, incluindo a fuga do trio para Londres, que foi filmada na Piccadilly Circus e em um café localizado no centro de Londres (a equipe originalmente planejou filmar a sequência na Tottnenham Court Road, tal qual no livro, mas uma construção no lugar impediu as gravações). “Há mais cenas externas que em todos os outros filmes da série… O departamento de locações fez um trabalho extraordinário”, destaca Barron. “Foi uma noite maluca”, adiciona Rupert Grint, sobre as gravações na Piccadilly Circus.

Adicionalmente, as cenas externas de acampamento provaram ser extremamente desafiadoras de se gravar. “Nós não apenas vamos para florestas, vamos para várias florestas, em momentos diferentes, estações diferentes, verão, inverno”, revela Stuart Craig, responsável pela direção de arte. “O clima foi nosso maior inimigo… Voldemort torna-se insignificante quando comparado com o tempo”, brinca Barron. “Nós estivemos em várias florestas pela Inglaterra”, adiciona Grint. A equipe também filmou algumas destas cenas externas, incluindo a sequência da Corça Prateada, perto dos Estúdios Pinewood. Vanessa Davies contou-nos que as cenas em campo aberto incluíram “muita ação, muitas explosões, diversão e brincadeiras”.

O que ficou claro em nossa visita a Leavesden é que o elenco e a equipe técnica estão, como sempre, levando a adaptação das páginas para a tela com uma seriedade incrível. Há uma imensa atenção aos detalhes e um esforço real para preservar o tom e o coração do capítulo final de J.K. Rowling. Embora a narrativa tenha sido dividida em dois filmes, Rupert Grint nos contou que “Parece como uma única história” e David Barron destacou “De modo geral, tudo na trama é necessário”. Enquanto o elenco e a equipe técnica descrevem Relíquias da Morte: parte 1 como emocionante e um aventureiro “filme de estrada”, parece que David Yates sente que a jornada de filmagens não foi tão diferente:

“Eu não perderia isto por nada no mundo… De fato, tem sido uma verdadeira viagem”.

Relíquias da Morte: parte 1 estréia nos cinemas em 19 de novembro. Nós traremos mais informações dos sets para vocês – especificamente sobre Relíquias da Morte: parte 2 – próximo ano.

[ATL 3] Confira os relatos das visitas ao set de Relíquias da Morte!

HARRY POTTER E AS RELÍQUIAS DA MORTE
Beijando amigos, cobras em 3D e uma nova forma para Hogwarts – Relato dos sets

The Leaky Cauldron
05 de outubro de 2010
Tradução: Bruna Coden e Daniel Mählmann

Parte Um: Acertando

Caminhar para o set dos últimos filmes de Harry Potter durante suas últimas semanas de produção realmente dá a você uma sensação de quanto trabalho foi feito ao longo dos últimos dez anos. E como agora ele está prestes a chegar ao fim. As coisas ainda não estão desacelerando, mas há um sentimento de nostalgia no ar frio de março. Os atores Richard Griffiths (Tio Válter), Fiona Shaw (Tia Petúnia) e Harry Melling (Duda) já terminaram – os primeiros membros do elenco original a terminar – e Daniel Radcliffe (Harry Potter) está previsto para fazer o mesmo em pouco mais de dois meses. A produção da primeira parte do último filme Harry Potter terminou meses antes, e a edição está ocorrendo há mais de um ano.

“O primeiro filme dá a sensação de uma experiência completa”, diz o diretor de “Harry Potter e as Relíquias da Morte”, David Yates. “Essa é a nossa prioridade número um”. Yates, que retorna para o seu terceiro e quarto mandato na cadeira do diretor, está tão animado como sempre ao retornar ao cargo “É divertido demais para parar, honestamente. É simplesmente um mundo maravilhoso com o qual trabalhar. É tão rico e divertido. E as coisas que você encontra, quero dizer… por exemplo, no início da Parte Um, nós fizemos essa perseguição de carro, é uma perseguição de carro bruxa.”

Yates se refere à sequência da cena tão esperada dos Sete Potter, onde Radcliffe é copiado seis vezes com a ajuda da Poção Polissuco para que ele possa fugir sorrateiramente da Rua dos Alfeneiros. Essa cena, Radcliffe admite, foi a mais desafiadora até agora. “Essa foi uma das cenas mais assustadoras de fazer, porque era uma cena com muitas técnicas de efeitos visuais”, lembra Radcliffe. “Boa parte disso é dolorosamente lento, então é complexo. Houve uma cena que levou 95 tomadas porque era…”

[Ruído geral de choque]

“Sim, vocês podem fugir.”

[Risos]

“Porque, basicamente, se estou aqui em uma cena como o Harry verdadeiro, então nós filmamos sete ou oito tomadas me mostrando interpretando a cena como eu. Então nós mantemos a câmera imóvel – é uma câmera de movimento controlado, então ela é controlada por um computador para que possa recriar exatamente o mesmo movimento no exato momento todas as vezes – então eu fico ali e a câmera faz a tomada, então a câmera continua seu movimento que era filmar o espaço vazio do lugar. Então nós fazemos a próxima tomada e a câmera repete o mesmo movimento, exceto que eu estou em pé aqui e fingindo ser a Fleur ou seja quem for. Começa tomando a bebida, tem a transformação e a câmera gira ao nosso redor. Nós filmamos cada vez em sete lugares diferentes e essa é uma explicação meia-boca, mas acho que consegui passar a visão geral.”

Esse tipo de momento complexo e imaginativo é algo que Yates acredita que o trouxe de volta para os filmes cada uma das vezes, e o permite fazer coisas novas todas as vezes. Para “Relíquias da Morte”, ele diz, “essas crianças estão na estrada, eles são muito pequenos nesse mundo muito grande. Estão longe de Hogwarts – desse enorme conforto familiar no qual cresceram. Sentem-se surpreendentemente vulneráveis e frágeis nesse grande mundo trouxa. E eu filmei isso de uma forma não muito sutil e não tão convencional… com Enigma do Príncipe, eu queria ser muito elegante, então Relíquias parece um pouco cru…”

Um elemento dessa crueza vem das atuações mais maduras do trio. No que diz respeito aos elementos emocionais do filme, Yates explica:

“Bem, eles estão ficando mais velhos e isso significa em sua experiência de vida que eles estão mais experientes, e qualquer ator se baseia nisso fundamentalmente. Então você os incentiva a trazer um pouco do que eles aprenderam do mundo real em suas vidas para suas atuações. Inevitavelmente, eles têm perturbações que não tinham no filme cinco ou seis. Assim, eles se tornam um pouco mais sofisticados no que fazem. Sou um grande crente em dar a eles um pouco mais de liberdade para tentar as coisas, para que possamos fazer uma tomada onde, ao invés de dizer ‘corta’, nós simplesmente façamos a tomada novamente. E a fazemos novamente, então nunca paramos. Então você pode dar a eles a oportunidade de entrar em sintonia com o momento.”

“E uma coisa que eu sempre digo ao Dan é ‘você tem que entrar em sintonia com essa experiência’. É um pouco como sintonizar um rádio… aqui há um pouco de estática, aqui há um pouco de som mas não é o ideal, e aqui você realmente está no lugar certo, você está naquela experiência. Então estamos sempre dizendo ‘vamos tentar estar nessa experiência… qual é a sensação?’ E quando você está nessa experiência, você não precisa mostrá-la. Ela só acontece com você. Só isso. Houve um momento com Emma… há essa tortura com Belatriz, e a Emma estava com muita vontade de fazer essa cena de tortura. E eu disse ‘será muito boa, e precisamos ser muito cuidadosos em como iremos fazê-la’. E ela se entregou completamente ao processo.”

“O que nós fizemos foi dispor duas câmeras e Helena ficou em cima de Emma, basicamente, e ela estava escrevendo “sangue-ruim” em seu braço. Estava marcando a palavra na sua pele. Nós apenas deixamos a coisa toda rolar por três ou quatro minutos. Nesses três ou quatro minutos, há algumas coisas boas, e alguns minutos não tão bons. E há uma ou duas partes realmente poderosas, onde Emma foi capaz de se soltar um pouco e esquecer, por um momento, que estava atuando.”

“Quero dizer, ela ainda está atuando… ainda está encenando… mas se perdeu no processo por um momento. Os gritos eram muito horríveis de se ouvir. Você podia sentir no set, todos se sentiram desconfortáveis, todos simplesmente deram um passo para trás. Tinha uma energia muito estranha na sala, porque ela estava meio que explorando, exorcizando demônios e servindo à cena ao fazer isso, e foi muito interessante.”

Mesmo com esses momentos mais íntimos de atuação, a enormidade da cena não é perdida nos atores. Warwick Davis, que interpreta os personagens Grampo e Professor Flitwick, tem uma carreira de mais de trinta anos no cinema, mas ainda sentia “o grande peso nas costas” enquanto trabalhava nesses filmes. “Pode ser bastante assustador”, diz Davis, “porque você pensa ‘eu sou o único na frente da câmera aqui e sou o único representando essa grande máquina que está atrás de mim.'”

“Isso pode ser uma coisa muito assustadora. Especialmente, o que é assustador em Potter para mim é o fato de que nós temos milhões de pessoas ao redor do trabalho que leram esses livros e têm uma imagem desses personagens, como eles se comportam, como interagem uns com os outros e como tudo isso desenrola. Nós carregamos a responsabilidade de representar isso, o que também é bastante assustador. Não tanto agora, conforme ganhamos confiança como atores ao longo dos filmes, eu suponho, você se sente mais confortável com isso e sente que é mais aceito.”

“Inicialmente essa foi uma das coisas difíceis. Você tem que encontrar um equilíbrio – você pensa ‘isso é o que eu gostaria de fazer, mas tenho certeza que está um pouco perto do que está na mente das pessoas’, então você encontra esse equilíbrio. O apoio e, muito mais, o tipo de atmosfera familiar que se existe aqui agora, a maioria de nós já está junto há quase dez anos, e realmente é como se estivéssemos de volta para a escola todas as vezes que voltamos para outro filme. Tivemos as férias de verão e estamos de volta para um novo período.”

Esse período, ao que parece, será um teste em matéria do que pode ser alcançado com as últimas tecnologias, pois esse filme exibirá elementos em 3D que estão definidos para serem adicionados na pós-produção. O produtor David Barron explica, dizendo “Nós não estamos filmando em 3D, o filme ficará em 3D de pós-produção. A intenção será ter o filme todo em 3D.” Quando perguntado sobre a decisão de acrescentar um elemento completamente em 3D aos últimos filmes Potter, Barron resiste ao fato de que “não é por causa de um modismo”.

“Obviamente, se nós não não achássemos que era apropriado para o filme, nós, como cineastas, teríamos argumentado fortemente contra. O fato é que agora é possível – e não foi para o último filme – mesmo se nós quiséssemos fazê-lo, simplesmente não foi possível. Era um processo de pós-produção. Nós estamos fazendo os filmes como se fazem os filmes. A introdução do 3D, ou como quer que você queira chamá-lo, será adaptado de modo que seja em maior benefício para o filme.”

Seguindo o pensamento de fazer o que é para o maior benefício para o filme, os produtores e atores de “Relíquias da Morte” sentem um verdadeiro sentimento de dever de se manter fiéis aos livros. “Jo Rowling nos dá as oportunidades, nas quais ela coloca junto as Relíquias para fazer coisas que eu não fiz em ‘Enigma do Príncipe’ ou ‘Ordem da Fênix'”, explica Yates. “Ela é tão criativa, então eu nunca sinto que estou fazendo o mesmo filme.”

Barron reitera, e fala sobre a notícia de que o ator Jason Isaacs foi capaz de criar um final exclusivo para seu personagem no fim de ‘Relíquias da Morte’, dizendo: “Obviamente, nós discutimos com o elenco principal; todos eles são pessoas inteligentes, todos têm pontos de vista sobre o que o seu personagem faria ou não, diria ou não. Especialmente por ter interpretado-os há tanto tempo, eles realmente conhecem seus personagens. Mas, igualmente, nós estamos a serviço do livro e, assim, o nosso objetivo é fazer uma versão cinematográfica apropriada do livro e nós não ficaríamos muito longe – são detalhes, realmente – nós não ficaríamos muito longe do que Jo escreveu, porque ela deu aos personagens o que ela sentia… se eles precisavam de um final, ela lhes deu um fim.”

“E estamos conscientes de que esse é o último filme e há certas pessoas que amamos, que tem – atores como Matthew Lewis, que interpreta Neville, e ele provavelmente tem um pouco mais para fazer no filme do que tinha no livro, mas é apenas a maneira como aparece. Nós não sentamos e fizemos uma grande conversa com o elenco e dissemos, ‘Ok, o que você gostaria de fazer?’ porque ainda estaríamos aqui no próximo ano e no seguinte, provavelmente. Estamos aqui para fazer uma versão cinematográfica do livro, então isso nos leva, em grau elevado, a como essas coisas funcionam.”

“Nós não estamos inventando algo que não está nos livros. Exceto onde tentamos compactar… para apresentar a ideia de vários episódios que não têm espaço para mostrar cada uma das cenas, da mesma forma como sempre temos feito. Ela nos deu o mapa, e nós visamos segui-lo até o fim.”

Para esse fim, David Yates fez comentários sobre a condensação da história, bem como fez menção de uma nova cena emocional entre Harry e Hermione. Ele explica:

“Nós adicionamos algumas coisas. Só pelo perigo, nós adicionamos uma cena onde os sequestradores caçam Harry, Rony e Hermione, então esse é o momento em que eles são perseguidos na floresta. Adicionamos essa cena muito carinhosa que eu mencionei anteriormente, onde eles dançam. Harry e Hermione dançam. É um momento muito bonito. Mas, há tanta coisa no livro que é loucura adicionar coisas quando nós sempre fomos criticados quando deixamos outroas de fora. O processo adaptativo é muito difícil e você tem que inventar uma ou duas coisas para ajudar a estrutura.”

A equipe fica de boca fechada, no entanto, sobre a cena da Corça Prateada, onde Rony enfrenta a horcrux de Voldemort provocando-o com imagens de Harry e Hermione abraçados, desnudos e beijando e se beijando lampejando em sua frente. Dan mantém que essa não é uma cena de nudez.

“Eu já fiz uma cena de nudez e essa não é uma cena de nudez! [risos] Há uma quantidade razoável de tirar a roupa e tal, mas estamos com roupas de baixo, na verdade. No máximo, eu acho. Não é uma cena em que… eu tenho que saltar para dentro dessa piscina gelada e, obviamente, tenho que estar com a minha roupa de baixo. Com o medalhão, e salto… o medalhão tenta me matar e então o Rony me salva no último minuto. E eu me visto depressa. Isso realmente não me preocupa mais, em particular. Desta vez, eles até mesmo aqueceram a água, o que foi muito, muito legal. Você fica com muito frio fora da água, mas quando você está dentro dela, é muito agradável.”

Filmar dois filmes épicos em sequência tem sido um desafio também. “É uma loucura, absolutamente louco”, diz Yates. “Estou editando coisas agora que nós filmamos cerca de um ano atrás, e a sensação é muito estranha. Estou olhando para o Dan um ano mais novo do que ele é agora. É apenas uma grande maratona, uma filmagem enorme. E passamos por altos e baixos e houve semanas ótimas e semanas desafiadoras. Mas estamos chegando ao fim disso agora, então é realmente estranho chegar ao fim, é muito estranho.”

Dan Radcliffe, o garoto – agora um homem – que cresceu como Harry Potter, acredita que “será muito, muito estranho…” chegar ao fim, é “uma perspectiva muito real. O fato de que um dia eu vou vir aqui daqui a algumas semanas, e irei à sala de maquiagem pela última vez. Será um dia emocionante e comovente. E eu estarei dizendo adeus a um monte de gente. Mas, quero dizer, vai ser animador ir fazer outras coisas e ver o que há aí fora e isso será ótimo. Mas, igualmente, eu vou sentir falta da equipe, e o sentimento de família que nós temos aqui será difícil de recriar em outros filmes.”
O que vem a seguir para o ator que interpretou Harry Potter? “Há um monte de coisas que estou pensando”, Radcliffe diz, “mas nada confirmado”. Quanto ao famoso projeto Dan Eldon, ele diz “Eu ainda estou muito apegado a ele, mas não acontecerá nos próximos tempos, infelizmente… Esse nós teremos que esperar. Mas, estou feliz, com esse, nós temos um pouco de tempo para brincar com ele, já que estou ainda alguns anos mais jovem que Dan era, então nós temos um bom espaço de tempo. O que é muito, muito bom.”
Não importa quando isso seja, nós ainda temos dois filmes Harry Potter por vir. Não estamos nem perto do fim ainda.

Parte dois: O Ministério, Rua dos Alfeneiros, e o Banheiro Do Cavalheiro

Finalmente, fomos capazes de nos acharmos em meio ao espaço de fábrica bagunçado em que agora o Leavesden Studios – o centro de produção dos filmes Harry Potter – se encontra. A produção tem montado um acampamento aqui por quase dez anos, e parece mandar no lugar. Nós deixamos nossa tenda – sim, uma tenda – e começamos a serpentear entre espaços e palcos através da propriedade. Ao que você faz o caminho pelos sets, você vê de relance suportes e panos de fundo dos filmes anteriores. O set da Rua dos Alfeneiros e da casa dos Weasley estão construídos não muito longe da estrutura do estúdio, e te preenchem com um senso de excitação e mágica quando você os vê.

Dentro, nós entramos na sala de tribunal onde a Professora Umbridge interroga Maria Cattermole. A sensação enjoativa da presença de Dolores está em abundância nessa sala, pois está cheia de pastas rosa e roxas de documentos que contém informação sobre seus detidos. Toda pasta lilás contém um embaralho de papéis, cada um deles criado com o propósito específico de ser enfiado em uma pasta.

Nossa excursão moveu-se até os elementos do set do Ministério da Magia, o qual foi projetado com o sistema do Metrô de Londres em mente, que tem uma construção Vitoriana. Como o nosso guia disse, se um Trouxa se perdesse nos túneis do tubo, ele poderia muito bem se encontrar dentro do Ministério se não fosse cuidadoso. Os mesmos tijolos brilhosos estavam em seus lugares, junto com o pessoal da construção trabalhando em vários elementos do set ao que continuávamos nossa excursão. Foi também enquanto caminhávamos pelo Ministério que descobrimos a nova estátua que substituiria a estátua do Ministério anterior, que foi destruída na batalha de Dumbledore e Lorde Voldemort.

Essa estátua recebe muitas influências da arte e design de Stalin, um tema que foi estudado e moldado de estátuas criadas na União Soviética durante meados de 1900. Mesmo enquanto a estátua estava sendo moldada, ficava óbvio que um novo reino havia dominado o Ministério. Trouxas agora estavam esmagados enquanto seguravam seus superiores mágicos. Literalmente.

A partir daí, nós pegamos nosso primeiro relance como a Segunda Unidade de filmagem, para o que eles se referem como “A Cena Do Banheiro Do Cavalheiro.” Por volta de uma meia dúzia de homens vestidos em roupas de bruxos variadas formam uma fila para entrar nas cabines do banheiro que, no mundo mágico, irão despejá-los no Ministério da Magia.

Nossa excursão, então, nos leva até o Salão Principal, o mais antigo set da produção de filmes de Harry Potter. Uma das coisas mais curiosas da visita ocorreram durante esse tempo, pois eu entrei no Salão Principal para ver um pavão branco e cintilante me observando cuidadosamente do seu lugar no canto do lugar de filmagem. Esse é o dia-a-dia para o elenco e para a equipe trabalhando no filme, mas uma ocorrência extraordinária para mim. O animal, depois vim a descobrir, estava adequando-se ao set para o sua aparição de meio segundo na seqüência da Mansão Malfoy, durante a abertura do filme.
Mágica estava, verdadeiramente, em cada esquina durante essa visita ao set, e se apresentava nas maneiras mais interessantes.

Parte Três: Criaturas, Estátuas, e Suportes

Se uma experiência pudesse ser escolhida como o destaque de toda a experiência, seria a uma hora passada com Nick Dudman, o designer de Maquiagem Especial para o filme “Harry Potter e as Relíquias da Morte”. Entretanto, ele de pronto se chamaria de alguém que gosta de criar brinquedos. Seu reinado de Efeitos de Criaturas no set é gigante e cobre de tudo, desde o design da estátua A Mágica é Poder no centro do Ministério da Magia até a aplicação de milhares de cabelos individuais na sobrancelha de uma aplicação protética para um ator. Ele não faz tudo isso sozinho; uma vez, sua equipe abrangeu um total de 158 pessoas, cada uma colocando os detalhes muitas vezes não vistos e pouco apreciados nas incontáveis maquiagens e efeitos de peças vistas no filme.

Passeando ao redor do seu local de trabalho, peças remanescentes são vistas em todo o lugar. Os olhos da cabeça gigante da Gemialidades Weasley te encaram do canto de um espaço, enquanto corredores e alcovas estão acumulados com caixas e bugigangas – vestidos do set vistos apenas de relance nos filmes. Depois, dá-se de cara uma unidade de prateleiras industrial com a recriação tamanho natural da cabeça de Hagrid, sentada lá como se fosse uma xícara de chá… ou, caneca, melhor dizendo. Abaixo, está o boneco tamanho natural de Alvo Dumbledore estirado na última prateleira, parecendo bizarro demais. Nota-se o tamanho de cuidado e detalhe colocado nesses objetos quando, depois de um tempo, a bizarrice do que você viu ainda permanece.

Entretanto, o boneco de tamanho natural de Dumbledore não era nada comparado aos robôs que se movem e se retorcem, usados no lugar da atriz Caridade Burbage na abertura do filme Harry Potter. (Revelada para nós com suas calcinhas à mostra. Não propositalmente, é claro.) Como Sr. Dudman explicou, teria sido impossível suspender a atriz que fazia a personagem Caridade Burbage acima dos Comensais da Morte durante toda a filmagem da cena – que é cheia de diálogo. Ao invés, esse manequim de tamanho natural – que tinha a pele tão real quanto a minha – foi usado.

O que é particularmente gritante foi como, caso você não soubesse que elas eram peças de suporte, elas poderiam ter sido facilmente confundidas com pessoas reais. Esse nível de realidade é devido ao tempo e o processo de trabalho intenso com o qual cada boneco – e, adicionalmente, cada peça de maquiagem de silicone – passa antes de ser usado na filmagem.
E, sim, nós tivemos um momento de luto ao que passamos pelo lugar onde estava o boneco de Dobby na oficina.

Passando o cactos de Neville e a vassoura de Harry, nós vamos ao estúdio de design onde a estátua do Ministério antes mencionada está sendo construída. A coleção de Trouxas interligados foi esculpida com base em esboços, usando as dicas de design com o estilo Stalin, e moldada para formar uma plataforma onde a estátua dos todo-poderosos bruxos e bruxas estão. A bruxa e o bruxo, entretanto, serão adicionados com uma extensão digital no set, e não esculpidos de verdade.

A relação entre os efeitos digitais especiais (EDE) e a criação das peças de suporte é a combinação, acredita Dudman. Ele diz, “Eu acho que nós estamos encontrando o meio-termo. A CG [C for Graphic, uma programação para suporte ao design gráfico] apareceu e apoiou tudo por um período de anos. Ela foi colocada em áreas onde não funciona tanto quanto alguns métodos tradicionais. Isso agora está ajustando-se mais uma vez; é como se a maré estivesse se afastando, algo pelo qual eu sou eternamente grato. Mas, ela também tem mudado a maneira em que fazemos as coisas, porque usamos muito computadores e coisas digitais para alcançarmos algo com praticidade… Tudo isso é uma ajuda brilhante para fazermos algo prático.

Parte Quatro: Casamentos e Cenários

Uma parte emocionante da visita foi dar uma olhada antecipadamente em algumas das imagens e dos trabalhos artísticos do filme. Em meio a eles, o vestido de Fleur, o qual Jany Temime, a designer das vestimentas para os filmes, chama de “vestido da princesa bruxa”.

“Fleur é Francesa, então a idéia foi ter um casamento com um tom um pouco Francês. Não um casamento Weasley, o qual teria um bom gosto tragicamente ruim, mas um casamento Francês com estilo. Fleur sempre foi, especialmente no livro— é na verdade muito mais descrito no livro do que é no script— que Fleur realmente gosta de suas roupas, e completamente anti-Hermione, e anti qualquer outra garota em Potter. Ela realmente acredita em roupas e ser bela e tudo isso. Eu queria desenhar para ela um verdadeiro vestido de princesa bruxa. Mas, eu também queria encontrar um tema bem bruxo [para o casamento]. Então, eu pensei na Fênix; a Fênix sendo um pássaro, talvez não de amor, mas de renascimento, e porque amor é eterno, então a Fênix também é”.

Junto às fotos, também estavam imagens dos locais e sets diferentes utilizados no filme. Stuart Craig, que tem sido o designer de produção do filme desde o primeiro dia, falou bastante sobre a evolução do estilo, aparência e sensação da série ao que ela progredia.

P: Você esteve aqui desde o começo; você pode falar sobre a evolução da aparência dos filmes durante os sete filmes?
Stuart Craig:
Seguindo a seriedade e o conteúdo emocional dos filmes, eles ficaram mais pesados, e os sets literalmente mais escuros. Aquela cor atrativa de mel que você viu nos filmes anteriores, nós a tiramos, não completamente, mas foi tornada significantemente mais escura nos filmes recentes. Isso aconteceu. Também, quando nós começamos os filmes, havia apenas dois livros e eles foram lançados em sequência desde então, então nem tudo era conhecido. Nós não sabíamos da Sala Precisa, então tivemos que mudar… algumas mudanças fomos forçados a fazer. A Torre de Astronomia teve que ser criada no meio de todo o complexo e o pátio em frente a ela teve que ficar maior e maior para acomodar a briga no final, particularmente. O viaduto que ajunta com o pátio e o leva no Saguão de Entrada e no Salão Principal foi mudado. E ainda há outras mudanças que foram colocadas lá apenas porque fica melhor. Nós tivemos a chance de melhorá-lo, então aperfeiçoamos a silhueta do castelo.

P: E ela continua parecida? Você acha que ainda é reconhecível da Um até a Sete?
SC:
Eu acho que essa é uma boa pergunta [risos], e eu não tenho certeza… Não, eu acho que a parte icônica e identificável é o Salão Principal, e aquela torre grande que fica bem ao lado—que é a Torre de Dumbledore, com o telhado em forma de cone e aquelas três coisinhas, elas estão lá desde sempre—e a grande fachada à direita que tem estado lá desde o começo. Nós mexemos com a silhueta, mas essas partes chaves continuaram permanentes.

P: Com que frequência você acaba voltando ao livro como uma fonte de ideias e inspiração, oposto a apenas continuar com o script? Você recorre ao Sétimo Livro para encontrar inspiração?
SC:
Nós, na verdade, olhamos nos livros o tempo inteiro. E recentemente olhamos a Godric’s Hollow mais uma vez, vimos o que o livro falava sobre ela, vimos o que Jo Rowling tinha a dizer sobre o estado da casa dos Potter em Godric’s Hollow. Nós tínhamos a construído para o primeiro filme, e construímos mais uma vez para o sétimo filme, e depois tivemos que reconstruir um pedaço—a ver com a disponibilidade de Alan Rickman e tudo o mais–, havia um problema de continuidade lá e voltamos para o livro. Mas, é típico; nós fazemos o tempo inteiro. É tão específico e preciso. Tudo é fundamentado no livro, eu acho. Eu sei que a escala é, às vezes, aumentada enormemente; há muitas omissões, porque têm de haver. Você está fazendo um filme baseado em um livro, certamente, um livro muito longo. Mas, apesar de tudo, eu acho que tudo é fundamentado no livro e no espírito que ele passa, ao menos, se não nas letras, e a referência é constante.

P: Como é chegar em cada filme com um novo diretor, estando lá como o cara que tem estado lá desde o primeiro dia?
SC:
Eu tenho dito muito cuidadosamente e deliberadamente para cada um deles, “Você não precisa me manter.” [risos] “Eu posso ver que há uma percepção de que você tem que me manter, pois eu sei o que é continuidade, eu sei o que fizemos antes e como refazer, e etc. Mas não é tão necessário quanto aparenta.” Eu, muito deliberadamente, como digo, disse isso para cada um deles. Eu acho que as mudanças de diretores têm sido excitantes e estimulantes, inteiramente boas para o projeto como um inteiro, de verdade. E até mesmo as mudanças no cameraman, o visual diferente, o humor diferenciado, o estilo diferente… e eu acho, francamente, que uma mudança no designer teria produzido resultados similarmente interessantes.

“Harry Potter e as Relíquias da Morte: Parte Um” estreará nos cinemas em 19 de Novembro.