A seção de Resenhas do Ish será semanal mais para frente, mas nesse começo faremos duas indicações literárias por semana. Hoje, Debora Rezende revela que Meg Cabot, a autora da série “Diário da Princesa” tem um pseudônimo, chamado Patricia Cabot. [meio-2] Com esse nome, Cabot escreveu “A Rosa do Inverno”, um romance que lembra a literatura de Jane Austen, mostrando que sua princesa moderna foi criada a partir de muita leitura do Romantismo. Confira aqui a resenha.
E lembre-se, para ver seu livro favorito (além de Harry Potter, claro) resenhado pelo Potterish, mande sua sugestão para a nossa equipe.
“A Rosa do Inverno”, de Patricia Cabot
Tempo: para ler de um tiro só no fim de semana | |
Finalidade: para rir | |
Restrição: não gosta de perder tempo com longas descrições | |
Princípios ativos: rosa, inverno, sensualidade, família, romance |
Com o verão dizendo adeus e o barulho gostoso da chuva batendo no telhado, quem gosta de devorar romances no final de semana vai adorar o que trazemos hoje. A renomada autora de romances adolescentes Meg Cabot, traz para o público, sob o pseudônimo de Patrícia Cabot, o envolvente romance “A Rosa do Inverno”. Para os leitores que estão acostumados com o humor irreverente e os temas típicos da adolescência debatidos nas obras da autora, “A Rosa do Inverno” pode trazer muitas surpresas.
Meg Cabot volta às origens do Romantismo
A autora nos leva aos ducados do século XIX, quando Lord Edward Rawlings irá fazer de tudo para passar o título que não deseja para o sobrinho desaparecido. O rapaz é filho de seu falecido e inconsequente irmão mais velho com a filha de um vigário. Na busca pelo garoto, tudo o que Edward não esperava era encontrá-lo nas mãos de uma tia solteirona que se recusa a deixar que o garoto assuma o título de Duque de Rawlings. Com seu gênio forte e sua recusa em receber um não, Edward viaja pessoalmente até Applesby para convencê-la a deixá-lo levar o menino.
Edward acaba encontrando naquele gelado fim de mundo a sedutora Peggen MacDougal e a salva de um inconveniente pedido de casamento. Jovem e dona de fortes opiniões, a filha mais nova do ex-vigário de Applesby não era exatamente o que Edward desejaria encontrar em sua concunhada, principalmente quando cada célula do seu corpo se sentia magneticamente atraída pela cintura fina de Peggen. Mesmo contrariando tudo em Edward e sua família, que nunca dera uma migalha para Jeremy depois que sua irmã Katherine casou-se com o filho mais velho dos Rawlings e morrera, até mesmo a liberalista percebe que, assumindo o trono que é seu por direito, Jeremy teria um futuro muito melhor do que vivendo da caridade da igreja. Não é somente o olhar de Edward que Peggen desperta quando chega ao Solar Rawlings, uma vez que Arabella Ashbury está tão disposta em manter seu relacionamento com o Lord, mesmo que ele já não pareça mais tão interessado assim em seus cabelos louros.
Os mistérios que cercam a morte de Katherine e John, os pais biológicos de Jeremy, não é só o que o leitor descobrirá. Regado a muita sensualidade e humor, a ficção adulta de Meg Cabot foi um dos primeiros livros lançados pela autora. Em entrevista sobre a obra, ela afirmou que não escreve muitos livros que se passam em outros séculos por requererem muito tempo pra pesquisa. Mas, mesmo assim, sente falta de escrever sobre as roupas bonitas e as paisagens exuberantes da época. Meg Cabot lançou ainda outros seis livros com o mesmo pseudônimo, todos voltados para uma literatura mais adulta, na tentativa de não provocar uma confusão na cabeça do leitor, principalmente das crianças.
Em setembro de 2009, a autora visitou o Brasil em lançamento do último livro da série “O Diário da Princesa – Princesa para sempre”. Cabot vive em Nova York com seu marido e uma gata de um olho só chamada Henrietta.
Resenhado por Debora Rezende
416 páginas, Editora Essência, publicado em 2008.
*Título original: “Where Roses Grow Wild”. Publicado originalmente em 1998.