J. K. Rowling ︎◆ Livros ︎◆ Os Contos de Beedle, o Bardo

“Rowling é feroz, mas justa em relação a Potter”

A Reuters Online divulgou hoje uma entrevista com o primeiro editor da série Potter, aquele que recebeu as primeiras folhas d’A Pedra Filosofal, cheias de erros e rabiscos de Rowling no ano de 1990 e que também recebeu uma cópia do Beedle manuscrito.
Na entrevista, Barry Cunningham elogiou a obra de Rowling e disse que já previa o sucesso porque se apaixonou ao ver a união das crianças bruxas na luta contra os adultos opositores:

“O que gostei realmente foi a amizade das crianças, o apoio que davam um ao outro e o fato de conseguirem superar tantas dificuldades. O mundo adulto estava contra eles, e eles se uniram para superar isso.”

Cunningham ainda disse que Rowling tem argumentos fortes quanto ao que decide para Harry Potter porém também sabe ceder quando percebe que que ela não está com a razão.

“Ela é feroz, ela rebate nossos argumentos. Ela é muito determinada, mas se dispõe a ouvir e ceder quando percebe que não está com a razão.”

A entrevista está sendo traduzida e será disponibilizada em breve, fique atento ao Potterish.

Atualizado: Você já pode conferir a entrevista traduzida na extensão.

JK ROWLING
Rowling é firme mas justa em relação à Potter – Barry Cunningham

Reuters Online ~ Ian MacKenzie e Nick Zieminski
03 de dezembro de 2008
Tradução: Ana Carolina Feitosa
Revisão: Virág Venekey

Edimburgo/Nova York (Reuters) – O primeiro editor de J.K. Rowling, que defendeu Harry Potter depois de várias editoras negarem o garoto bruxo, descreve a autora como “firme”, porém coerente para se trabalhar junto.

Barry Cunningham, 55, estava na editora britânica Bloomsbury nos anos 90 quando recebeu um manuscrito de “Harry Potter e a Pedra Filosofal”.

“Quando eu peguei o livro pela primeira vez, eu não sabia que alguém no universo o tinha negado, então o li como um livro e amei”, disse Cunningham a Reuters em Edimburgo na quarta-feira.

“O que eu realmente amei sobre ele foi a amizade entre as crianças, o apoio que davam um ao outro e o fato que eles podiam se sobrepor a tantas dificuldades… o mundo adulto estava contra eles e eles se uniram e superaram isso.”

Cunningham estava falando na Biblioteca Nacional da Escócia, que está exibindo a sua cópia de “Os Contos de Beedle, o Bardo,” um dos sete livros escritos a mão e ilustrados que Rowling fez da sua nova coleção de contos de fada bruxos.

Ela deu seis de presente, e a sétima cópia foi comprada em um leilão há um ano pelo varejista online, Amazon, por $4 milhões.

Em um evento similar nos Estados Unidos, outra cópia dada ao co-editor Arthur Levine da editora Scholastic foi exibida na Biblioteca Pública de Nova York.

“As pessoas vão se cansar de Harry Potter em algum momento? Não. Eu realmente acho que não”, disse Levine.

O presidente da biblioteca, Paul LeClerc, acrescentou: “Ela (Rowling) nos lembrou de uma maneira muito dramática de como os livros ainda são importantes para os leitores, em uma época em que alguns questionam o futuro do livro.”

PUBLICAÇÃO BENEFICENTE

Beedle, o Bardo, mencionado no último volume de Harry Potter, será publicado na quinta-feira e os lucros vão para a instituição de caridade The Children’s High Level Group (CHLG) (http://www.chlg.org) que ajuda crianças do Leste Europeu, co-fundada por Rowling.

Cunningham, sempre citado como tendo advertido Rowling para arranjar outro trabalho devido à dificuldade de se obter sucesso como autor infantil, disse na quarta feira que sempre esteve confiante que Harry Potter se sairia bem.

“Eu sempre pensei que as crianças o amariam”, disse ele. “Mas para ser honesto eu fiquei surpreso que tantos adultos também amarem o livro. Quando isso se tornou essa palavra famoso – uma sensação de ‘interseção’ – que eu nunca poderia ter previsto”.

Os sete livros de Harry Potter venderam mais de 400 milhões de cópias pelo mundo, e a franquia de filmes arrecadou $4,5 bilhões nas bilheterias até agora. Há ainda mais três filmes a caminho.

Ao ser perguntado para descrever como é editorar Rowling, Cunningham respondeu: “Ela é firme, ela argumenta. Obviamente meu papel como um editor é um pouco como o primeiro namorado – você tem que confiar em mim e nós temos que ter um vai-vem.

“Ela é muito determinada, mas disposta a ouvir e dar um jeito quando o argumento é contra ela. Então eu diria que ela é o sonho de qualquer editor no que diz respeito a re-trabalhar a história”.

Ele viu o trabalho de caridade de Rowling como uma forma dela de “distribuir sua riqueza”. A fortuna pessoal dela está estimada em $1 bilhão.

E Cunningham acrescentou que acredita que há mais para vir de Rowling, apesar da conclusão dos contos de Harry Potter.

“Eu não sei realmente… Eu não consigo imaginar que um autor tão vitalício pudesse parar de escrever”.

Beedle, o Bardo foi exibido na biblioteca vizinha a uma sala que mostra o mais famoso bardo escocês, Robert Burns, frente ao seu 250º aniversario de nascimento no ano que vem.