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David Heyman conta como se interessou por Harry Potter

David Heyman, o produtor dos filmes Harry Potter, concedeu uma nova entrevista ao Jewish Journal para falar sobre o seu novo longa-metragem chamado “The Boy in the Striped Pajamas”, no qual estrela David Thewlis – que interpreta Remo Lupin na franquia da série.Durante a conversa, o produtor também revelou como conheceu os livros Potter e quando se iniciou seu interesse por tornar a obra uma franquia cinematográfica. Confiram um trecho abaixo:

Heyman criou um escritório modesto em cima de uma loja musical em Londres, onde um colega teve a chance de ler uma review sobre o romance ainda-não-publicado “Harry Potter e a Pedra Filosofal”, e pediu uma cópia gratuita em 1997. Ela foi sumariamente jogada no fundo de uma estante da prateleira de “baixa prioridade”.

Então a minha secretária, que estava farta da besteira que tinha que ler, lembrou-se da boa review, levou-a para casa e a trouxe para uma reunião da equipe. Eu disse ‘Título ruim. É sobre o que?’ e ela disse, ‘É sobre um menino de 11 anos de idade que vai para uma escola de bruxos.’ Eu achei que era uma ótima ideia, então o li e me apaixonei.

A tradução de toda a parte que fala sobre Harry Potter, incluindo o paralelo entre os Comensais da Morte e os nazistas, vocês encontram em notícia completa!

The Boy in the Striped Pajamas” conta a história de um garoto de 8 anos que é impedido de continuar a sua amizade com um menino judeu durante a Segunda Guerra Mundial. Ele chega aos cinemas em novembro deste ano.

DAVID HEYMAN
Produtor David Heyman fala sobre Potter e Pijamas

Jewish Journal ~ Naomi Pfefferman
12 de setembro de 2008
Tradução: Daniel Mählmann

Heyman criou um escritório modesto em cima de uma loja musical em Londres, onde um colega teve a chance de ler uma review sobre o romance ainda-não-publicado “Harry Potter e a Pedra Filosofal”, e pediu uma cópia gratuita em 1997. Ela foi sumariamente jogada no fundo de uma estante da prateleira de “baixa prioridade”.

“Então a minha secretária, que estava farta da besteira que tinha que ler, lembrou-se da boa review, levou-a para casa e a trouxe para uma reunião da equipe. Eu disse ‘Título ruim. É sobre o que?’ e ela disse, ‘É sobre um menino de 11 anos de idade que vai para uma escola de bruxos.’ Eu achei que era uma ótima ideia, então o li e me apaixonei.”

“Eu não tinha um indício de que os livros Potter iriam se tornar um fenômeno internacional”, continuou Heyman “mas eu amei a voz da autora, que no livro não fala devagar com as crianças e que me fez rir. Também gostei dele porque eu tinha ido à uma escola que me lembrava Hogwarts. Nós todos tínhamos amigos como a amiga de Harry (hiper-estudiosa) Hermione Granger e o agradável Rony Weasley. O livro falava sobre lealdade e amizade e coragem e confiança, com dos quais a maioria eu certamente estava relacionado. E era a história de uma pessoa de fora, um órfão, Harry, que devia superar as adversidades.”

“Eu me senti sendo uma pessoa de fora como um produtor britânico em Hollywood – e por razões pessoais que eu não vou expor”, ele acrescentou com uma risada.

Heyman prontamente interessou a Warner Bros. no projeto e o obteve da autora JK Rowling com a promessa que ele se permaneceria fiel à história e às personagens dela; ele tem se consultado com ela regularmente em busca de seus conselhos, de discutir eventuais alterações e examinar os vários diretores e roteiristas que ele tem contratado para os filmes – um processo mais fácil quando o primeiro livro e as suas seqüências se tornaram campeões de vendas.

“Eu me considero como um protetor dos livros de Jo”, ele disse. Heyman, aliás, foi fundamental na seleção de Daniel Radcliffe para interpretar Harry Potter depois de ver a apresentação de centenas de garotos para o papel. “Eu encontrei o Dan enquanto nós dois estávamos assistindo uma peça, e ele se encaixava tão bem que eu nem sequer assisti o espetáculo”, recordou.

A Entertainment Weekly recentemente nomeou Heyman próximo ao topo de sua lista das “50 Pessoas Mais Espertas em Hollywood”, afirmando que “ele tem feito simplesmente quase tudo certo … inclusive se unindo à autora JK Rowling com sabedoria em busca de sua permissão. Ele ajudou a encontrar diretores inesperados (por exemplo, Alfoso Cuarón, David Yates), que têm mantido as coisas frescas. E ele mantém o elenco intacto através dos cinco filmes, sem nenhum dos três astros adolescentes sucumbirem a um episódio típico da Lohan… O sucesso da franquia repousa em milhares de pequenas escolhas que Heyman fez, incluindo a criação de um mundo, no set e na tela, onde as pessoas querem estar.”

No filme mais recente, “Harry Potter e a Ordem da Fênix” de 2007, o Harry de 15 anos ensina secretamente a turma a lutar contra o genocida Lord Voldemort e os seus comparsas, os Comensais da Morte. Radcliffe tem comparado a guerrilha da ficção de Harry à Resistência Francesa; Heyman também vê paralelos.

“Os ecos da Segunda Guerra Mundial ocorrem ao longo do filme”, ele disse. “Voldemort e seus seguidores estão obcecados com a preservação da pureza do sangue; eles não são nazistas, mas lembram os políticos e as atitudes da Alemanha nazista. E esteticamente – embora seja um clichê – o Comensal da Morte Lúcio Malfoy e a sua família são loiros, como o ideal de Hitler da essência de um ariano.” (Lúcio Malfoy é interpretado pelo ator judeu Jason Isaacs)