Filmes e peças

Helena Carter fala sobre Sweeney Todd ao Omelete

O site brasileiro Omelete divulgou hoje uma nova entrevista com a atriz Helena Bonham Carter, feita para promover a chegada do DVD Sweeney Todd nessa semana às lojas e locadoras do país. Confiram um trecho abaixo:

Foi a primeira vez que você trabalhou com Johnny Depp, tendo Tim Burton como diretor. Como foi a experiência para você?
Eu ainda não tinha filmado com Johnny, ele é ótimo e foi maravilhoso comigo. Ele é muito disciplinado e consciente, provavelmente muito mais do que eu e Tim (risos). E Johnny me ajudou muito porque estando grávida, não é todo dia que você está bem, sabe. Para piorar, eu tive de desistir da cafeína durante esse período, então às vezes precisava de um sinal para ver para que lado estava a câmera…

Leiam a entrevista na íntegra em notícia completa!

HELENA BONHAM CARTER
DVD: Sweeney Todd – Omelete Entrevista Helena Bonham-Carter

Omelete ~ Soraia Yoshida Evans
17 de junho de 2008

Dizer que Helena Bonham-Carter é a sra. Tim Burton é uma injustiça para essa atriz inglesa que já tinha sido indicada ao Oscar e ao Globo de Ouro. Mas ela aceita com um sorriso o fato de ser a musa do diretor e também mãe de seus dois filhos, Billy-Ray, de quatro anos, e agora da menina que não teve seu nome publicamente divulgado.

Quando concedeu esta entrevista para divulgar Sweeney Todd – O Barbeiro Demoníaco da Rua Fleet, Helena estava “ligeiramente” grávida, mas o fato de carregar sua barriga de um lado para o outro não alterou em nada o bom humor da atriz e muito menos sua doçura, a ponto de se interessar pelo nascimento da filha de uma jornalista (“Menino ou menina? Menina? Ah, meus parabéns! E está tudo bem com você? Eu ainda não sei, Tim e eu preferimos deixar para ver na hora”) e agradecer a outro jornalista que disse ter ido a um barbeiro naquela manhã “em homenagem ao filme” (“Sério? Ah, que bacana”).

Antes de conseguir o papel de sra. Lovett, você teve que passar por várias audições, mais do que boa parte dos outros atores. Foi um dos papéis mais difíceis de conseguir na sua carreira?
Foi, sim. Mas eu queria ter certeza que estava sendo escolhida pelas razões certas. Eu sabia que Tim (Burton, o diretor e parceiro de Helena) não iria me escalar pensando no lado emocional, ele nunca faria isso. E seria uma coisa ruim forçar a barra, por isso no final foi bom passar por todos aqueles testes, pois no final eu sabia que merecia aquele papel, sem ter que me justificar.

Mas você já tinha feito audições para outros filmes com ele…
Sim, fiz para o Planeta dos Macacos (Planet of Apes, 2002) e para A Noiva Cadáver (Corpse Bride, 2005)… mas Noiva Cadáver, hum… este aqui é um papel importante.

Foi a primeira vez que você trabalhou com Johnny Depp, tendo Tim Burton como diretor. Como foi a experiência para você?
Eu ainda não tinha filmado com Johnny, ele é ótimo e foi maravilhoso comigo. Ele é muito disciplinado e consciente, provavelmente muito mais do que eu e Tim (risos). E Johnny me ajudou muito porque estando grávida, não é todo dia que você está bem, sabe. Para piorar, eu tive de desistir da cafeína durante esse período, então às vezes precisava de um sinal para ver para que lado estava a câmera…

Tim e Johnny têm uma longa lista de colaborações e também uma relação muito pessoal. Voce diria que eles são como um casal?
Não, eles não são feito um casal, eu e Tim é que nos comportávamos assim no estúdio. Eles são mais como irmãos, dividem as mesmas piadas, sabe essas piadas velhas, principalmente piadas sobre excremento. Eles também falam muito sobre antigos programas da televisão americana, coisas que eles dividiram na infância. Estão na mesma sintonia, entende? E neste filme, por causa do cabelo do Johnny, eles pareciam irmãos.

Para criar o barbeiro Sweeney Todd, Johnny foi buscar inspiração em filmes mudos de terror. De onde veio a sua sra. Lovett?
Tim queria que eu assistisse a O Que Terá Acontecido a Baby Jane? (What Ever Happenned to Baby Jane, 1962), com atenção especial ao personagem de Bette Davies. E Mad Love, mas esse eu já tinha visto – nós assistimos de novo no Natal.

Pelo fato de você e Tim viverem juntos, não havia momentos em que vocês se cansavam de falar do filme?
Nós não conversávamos sobre o filme em casa. Ficou óbvio desde que começamos a trabalhar juntos que não seria possível continuar do mesmo jeito, então foi um dos dez mandamentos que criamos. Regra número um: não falar sobre o trabalho em casa. E valia mesmo se você tivesse uma idéia maravilhosa. “Nem pense em discutir porque não vai ser bem recebida!”. “Wow, que idéia sensacional, vamos falar disso”. Esquece. Não teve nada daquela criatividade, que tal isso e aquilo mais, Tim simplesmente chegava em casa e ficava quieto e eu tomava cuidado para não mencionar nada do filme. Para mim foi complicado porque eu sempre falo das coisas que eu gosto. E ele é o oposto, é muito reservado quando está trabalhando. Então, às vezes ele menciona uma coisa meses depois de ter acontecido, e eu me sinto “meu Deus, você estava guardando isso todo esse tempo?”

Johnny disse que achava que podia cantar, mas queria ter certeza e foi trabalhar com um amigo. Como foi a sua preparação para o filme, você teve aulas de canto durante muitos meses?
Tim ia fazer Ripley e de repente o filme caiu, então ele tinha uma janela de tempo que permitia fazer esse projeto. Por causa disso, as coisas aconteceram muito rápido e eu não tive muito tempo para me preparar – foram só três meses no final. Então procurei o professor de canto e perguntei “será que eu consigo cantar em três meses? Você pode me ensinar? É um papel pequeno, eu vou fazer a sra. Lovett de Sweeney Todd, do Sondheim, não é um dos papéis mais difíceis”… (risos)

Você sempre foi uma grande fã de musicais?
Eu sempre gostei de musicais, especialmente do Sondheim. Você pode ouvir quantas vezes quiser, mas tem sempre uma nota, uma nuance que não tinha percebido antes. Eu sempre amei Sweeney, gostava das músicas românticas como “Joanna” e “Pretty Women”, as músicas bonitas, sabe? E mesmo trabalhando com essas músicas durante meses e meses, elas se mostram cada vez mais complexas e interessantes, você não se cansa de ouvir.

E como está a sua competência em fazer tortas?
Ahn… melhorou. Eu fiz algumas. Nós tivemos uma professora no set para nos ensinar a fazer tortas, as diferenças entre todos os tipos de massa, folhada, crocante… mas em geral todo mundo diz que eu sou uma boa cozinheira.