Filmes e peças

A sortuda Clémence Poésy

A sortuda Clémence PoésyA sortuda Clémence Poésy
Ela é o mais novo rosto da marca Chloé, a sortuda que beija Colin Farrell em “In Bruges”, a rainha do pedaço em Paris e Fleur Delacour em Harry Potter e o Cálice de Fogo. Clémence Poésy é hoje símbolo de moda e estilo na França.
Aparentemente os diretores acertaram em cheio quando escolheram a atriz para a moderna, linda e bem vestida Fleur em 2005. Em entrevista para o Telegraph UK, Clémence fala sobre sua nova produção, In Bruges, onde faz o papel de Chloë junto com Collin Farrell e Ralph Fiennes.

Tem uma linha no script do primeiro filme de Martin McDonagh, In Bruges, que arrebenta por soar tão verdadeira. É quando Colin Farrell olha Chloë de perto, a garota dos sonhos que ele manejou em discutir no encontro e fala, ‘Deus, você é linda.’

A longa reportagem traduzida pode ser vista clicando em Notícia Completa.

Fotos da atriz podem ser vistas em nossa galeria, clicando aqui.

CLÉMENCE POÉSY
Clémence Poésy, fama e fortuna

La Gazette du Sorcier
06 de abril de 2008
Tradução: Virág Venekey e Fernando Nery

Ela é o rosto da nova essência da Chloé, beija Colin Farrell em seu último filme e é a rainha do pedaço na sua casa, em Paris. Poderiam as coisas ficar um pouco melhores para a atriz francesa Clémence Poésy? Bem, na verdade, ela é tão sortuda quanto poderia. Ela conversa com Daisy Garnett.

Tem uma linha no roteiro do primeiro filme de Martin McDonagh, In Bruges, que arrebenta por soar tão verdadeira. É quando Colin Farrell olha Chloë de perto, a garota dos sonhos que ele sonhou em sair num encontro, e fala, ‘Deus, você é linda.’

‘Deus,’ eu quero dizer para Clémence Poésy, que interpreta Chloë, depois de olhar para o seu rosto por meia hora, ‘Deus, você é linda.’

Clémence Poésy é uma atriz francesa de 25 anos que, até In Bruges, era mais conhecida nas platéias Inglesas pelo seu papel como a estudante de bruxaria Fleur Delacour no filme de 2005 Harry Potter e o Cálice de Fogo. Porém, em sua Paris nativa, onde ela vive sozinha, é famosa por ser algo similar a uma garota de vitrine.

Por mais que ela seja conhecida como uma atriz séria, é a sua aparência e estilo que a fizeram ser percebida. Revistas falam sobre a sua aparência em publicações fashion do tipo “mais estilosas que você” como Lula (acompanhada de seus próprios desenhos), Jalouse, i-D (escolhida para ser capa pelo designer da casa de moda Balenciaga, Nicolas Ghesquière), assim como em mais estáveis bíblias de estilo, como a Vogue Francesa e a American Harper’s Bazaar. Seu estilo é o tipo de mistura do bem fashion e casual de rua ou do clássico, que apenas as belas e jovens podem expor. Ela se tornou uma freqüentadora regular da primeira fileira, durante os desfiles da Paris fashion week, usando um chapéu-coco e jeans apertada na apresentação de costura da casa Chanel na última temporada.

‘Ela tem essa clássica mistura francesa de beleza e charme’, explica Harriet Quick, o diretor de moda da Vogue. ‘Tem um senso de propósito nela. Ela não é exibida, perece se sentir bem com ela mesma, se veste espirituosamente e tem um estilo verdadeiro. Estilistas a adoram’. Então, quando ela foi escolhida, no final do ano passado, junto com a atriz Chloë Sevigny e a modelo Anja Rubik (‘três garotas ícones do momento’ declarou a revista de moda V, de Nova York) para se tornar um dos rostos da nova essência da Chloé, somente confirmou seu status de alguém para se olhar. ‘Eles me pediram logo antes de eu começar a filmar In Bruges,’ diz ela, ‘e eu pensei, “Como é engraçado eu fazer a campanha com a Chloé enquanto interpreto Chloë em um filme”‘.

In Bruges foi precedido por amontoados alarmantes de falatório. McDonagh ganhou um Oscar em 2004 por seu curta-metragem Six Shooter e é aclamado a um bom tempo por suas peças fantásticas, os quais incluem The Pillowman, The Lieutenant of Inishmore e Beauty Queen of Leenane. In Bruges foi selecionado para abrir o Festival de Filmes de Sundance esse ano – o cenário de exibição mais importante do mundo dos filmes independentes – e foi descrito pelo diretor do festival como ‘violento, filosófico, engraçado e completamente original’. Bem, de fato é violento. O filme conta a história de dois assassinos de aluguel irlandeses, encenados por Blendan Gleeson e Colin Farrell, banidos para Bruge pelo seu chefe, Ralph Fiennes, depois de um trabalho que terminou mal. McDonagh pode escrever, mas o filme se transformou, de fato, em uma leve confusão de assassinos de aluguel com tiros e clichês.

Eu me encontrei com Poésy no Soho Hotel em Londres. Ela está vestindo jeans, um par de botas de couro que tocam logo abaixo de suas calças e várias camadas de um fino cashmere marrom e cinza. O seu cabelo está colocado simplesmente atrás da orelha e seu rosto está sem maquiagem. E ainda assim, toda essa falta de produção faz o efeito estiloso. Ela é mais bonita ainda em carne e osso, do que na tela. Se eu estivesse fazendo um filme, eu iria querer ela apenas para poder olhar o tempo todo. Ela lembra uma Jane Birkin jovem, apenas menos a vontade com ela mesma e nem um pouco dondoca.

Poésy, que fala inglês perfeitamente, fez sua estréia em 2004, fazendo Mary, rainha da Escócia numa grande drama rica e bem retratada do BBC, em oposição a Paul Nicholls e Robert Carlyre. Aquele papel, conta ela, ‘foi quando eu senti que atuar poderia se tornar minha profissão ao contrário de outra coisa que estava tentando’.

Poésy, cujo pai é um diretor de teatro e a mãe uma professora, já atuava há cinco anos quando ela apareceu como Mary. Aos 15 anos, como se fosse a coisa mais fácil do mundo, ela encontrou um agente por meio de um amigo e conseguiu rapidamente pequenas partes em programas e filmes da televisão francesa.

Ainda assim, o que ela estaria fazendo se a interpretação de Mary não tivesse convencido ela que isto seria o seu destino? ‘Oh’, fala ela. ‘Arte poderia ter sido uma opção, ou jornalismo. E eu me interesso por design de roupas. Algumas coisas, trabalhos que eu consigo me imaginar fazendo. Eu não sei se me vejo como uma atriz pelo resto da minha vida’.

Ela parece tão bem resolvida, esta beleza aérea, como se nunca tivesse sofrido de baixo-estima ou as escolhas duvidosas de roupa e os cortes de cabelo experimentais de muitos de suas conterrâneas. Mas ela afirma, ‘Eu superei isso. Eu creio que você tem que fazer as coisas acontecerem. Aquela coisa [ela faz voz de garotinha], “Oh, eu acabei de fazer um teste e eu não queria conseguir, mas consegui”. Eu não acredito nisso. Não. Você tem que querer para conseguir.

Eu acho, falo eu, que deve ser difícil conseguir papéis interessantes quando você tem a aparência que tem. Até mesmo a sua personagem em In Bruges, que pelo menos tem o seu passado intrigante – inicialmente ela não é nenhum pouco tão angelical quanto parece e no final se transforma – é principalmente para ser um contraste para Farrell. ‘Bem’, conta Poésy, ‘o que me atraiu foi todo o roteiro. Eu li e pensei, “Seria legal fazer parte disso”. Você lê algo como isso e sabe que vai ser único. Ninguém mais, exceto Martin, poderia ter feito In Bruges’.

McDonagh parecia nervoso fazendo seu primeiro longa-metragem? ‘Ele parecia bem confiante e relaxado’, conta Poésy. ‘Embora ele falasse outro dia, “Eu acho que vou voltar a escrever peças porque é mais fácil!”’.

Como foi trabalhar com Farrell? ‘Nós rimos muito’, fala ela. ‘Nós riamos com Martin, nós riamos nas cenas e riamos para se sentirmos melhor no frio. Deus, estava frio’. Ela balança a cabeça com a lembrança, e depois acrescenta de forma bem profissional. ‘Mas, não foi nada. Eu quero dizer que você vê pessoas fazendo coisas muito mais difíceis’.

Poésy é bem reservada. Quando pergunto a ela se está em algum relacionamento, me olha de um jeito surpreso com essa pergunta. ‘Eu tinha que perguntar’, conto a ela. ‘Eu não tenho que responder’, replica ela sem nenhuma defesa, e espera para eu retirar o que falei.

Como ela se sente agora que as fotos publicitárias da Chloé estão em todo lugar? ‘Foi um pouco estranho ver as fotos pela primeira vez na rua’, conta ela. ‘Mas é difícil perceber que sou eu porque meu cabelo está cobrindo meu rosto. Nem mesmo minha mãe é capaz de me reconhecer’.

Ela tem ambições de conseguir juntar suas duas paixões profissionais: moda e filme. ‘Eu me interesso por moda. Roupas são importantes na sua vida diária: suas escolhas falam sobre você, mesmo que elas falem sobre falta de escolha. E o que você veste em um filme é crucial. Um filme é um grande desafio em relação ao que você vê, e a silhueta de um personagem conta muito. Eu adoraria ser figurinista.

Ela sorri. Assim que ela terminar de promover In Bruges, ela vai filmar um filme inglês (ela não pode dizer ainda qual é) em Londres, uma cidade que ela adora e conhece bem após passar oito meses morando em um flat de Notting Hill enquanto trabalhava em Harry Potter. Ela já terminou o trabalho num filme francês chamado de La troisième partie du monde, que vai ser lançado em junho. Eu temo que o mundo fabuloso e bem resolvido de Clémence Poésy está prestes a ser abalado. Parece que ela vai ter que se preparar para a fama.