A Ordem da Fênix

SFC: Entrevista com Daniel Radcliffe em Londres

Ainda relembrando a Conferência de Imprensa com o Trio semanas atrás no Claridge’s Hotel em Londres temos uma nova entrevista com Daniel Radcliffe, contando ao San Francisco Chronicle sobre suas amizades, atuação nos filmes da série Harry Potter, a peça Equus e seu novo projeto My Boy Jack.

Você encontra abaixo alguns trechos e clicando aqui a leitura completa do artigo.

Crescimento e amadurecimento
“Amadureci rápido. A maioria dos meus amigos é adulto. Meu melhor amigo é um cara chamado Will. Ele cuida do meu figurino, no set. Quando nos conhecemos, ele tinha 32 anos e eu 11. Hoje ele tem 41 anos e dois filhos. Fizemos uma longa caminhada juntos.
O desafio
“Quis fazer algo diferente, desafiador”, disse. “Teatro é completamente diferente de cinema. As técnicas são muito diferentes. Ensaiei por dois anos, até que estivesse pronto para subir ao palco e a experiência foi fenomenal. Adoro essa parte, é tão imediato.”

DANIEL RADCLIFFE
San Francisco Chronicle ~ Veronique Mistiaen
04 de julho de 2007
Tradução: Adriana

Em “Harry Potter e a Ordem da Fênix”, a quinta adaptação cinematográfica da popular obra de J.K. Rowling, Harry e seus amigos não são mais crianças e seu mundo está mais complicado, sinistro e emocionalmente carregado.

Harry inicia o ano escolar isolado, nervoso, mal-humorado, lutando contra seus próprios demônios— até mesmo evitando seus melhores amigos, Ron Weasley e Hermione Granger. “Ele está com baixa auto estima. Ele pode ser egoísta, porque tem que fazer jus a essa imagem de herói. Então, desconta nos dois melhores amigos”, disse Daniel Radcliffe, que interpreta o jovem bruxo há seis anos, desde que tinha 11. O Harry adolescente é um personagem mais humano, multidimensional e desafiador.

“Todos se superaram nesse filme, principalmente Dan. Seu personagem é muito mais complexo”, diz o diretor britânico David Yates à imprensa, após a pré-estréia do filme. (Harry) se sente um estranho, e tem de escolher entre continuar assim ou se agarrar às amizades que tanto o apoiaram nesses anos.” No final, Harry escolhe a amizade e a lealdade. “O que Harry percebe é que Voldemort pode ter os seguidores e o poder, mas, no final, ele jamais terá o que Harry tem, que é a total e incondicional lealdade de seus amigos”, afirmou Radcliffe.

“Todos precisam de amigos”, enfatizou o jovem ator, em uma suíte no Claridge’s Hotel. “Todo mundo precisa de uma sólida e verdadeira amizade. Tenho sorte em ter isso.” Com os cabelos desarrumados, jeans desbotado, camiseta básica e tênis, o adolescente mais famoso do mundo parece como qualquer outro jovem de 17 anos, mas fala com uma confiança e maturidade além da sua idade. Isso se deve ao fato de ter passado grande parte da sua adolescência na companhia de adultos, explicou Radcliffe, que completará 18 anos no dia 23 de julho. “Amadureci rápido. A maioria dos meus amigos é adulto. Meu melhor amigo é um cara chamado Will. Ele cuida do meu figurino, no set. Quando nos conhecemos, ele tinha 32 anos e eu 11. Hoje ele tem 41 anos e dois filhos. Fizemos uma longa caminhada juntos.

Os membros da equipe, muitos dos quais viram Daniel, juntamente com as co-estrelas Emma Watson e Rupert Grint, crescer sob o estigma dos filmes de Harry Potter, são como uma grande família. “Estamos juntos há tanto tempo. É uma relação especial”, disse Radcliffe, que é filho único, e mora com os pais – Alan, um agente literário, e Márcia, diretora de elenco— no West End londrino. Os três adolescentes assinaram contrato para as duas últimas produções. Quando o sétimo filme — baseado no último livro da série, “Harry Potter e as Relíquias da Morte”, que será lançado no dia 21 de julho — for concluído, Radcliffe estará com 20 anos. Será o fim de uma era e um longo período de sua vida. “Será muito triste. Como o fim de um relacionamento, um longo relacionamento, mas terei que seguir em frente.”

Enquanto Grint e Watson dizem que se identificam com seus personagens, Radcliffe insiste que não é como Harry e deseja não ficar marcado por ele. Foi por isso que aceitou o papel de Alan Strang, o perturbado cavalariço, com uma obsessão erótica por cavalos, na peça de Peter Shaffer, “Equus”. A peça ficou em cartaz por vários meses nos teatros londrinos, este ano, e Radcliffe recebeu elogios pela sutileza e profundidade de sua atuação — e pela sua coragem, aparecendo nu em cena. “Quis fazer algo diferente, desafiador”, disse. “Teatro é completamente diferente de cinema. As técnicas são muito diferentes. Ensaiei por dois anos, até que estivesse pronto para subir ao palco e a experiência foi fenomenal. Adoro essa parte, é tão imediato.” Após uma pausa, acrescentou: “Mas ainda acho que prefiro trabalhar no cinema. Não agüentaria a pressão do teatro.”

Radcliffe, que “definitivamente pretende continuar atuando”, já está envolvido com outros projetos não-Potter. No ano passado, interpretou um dos quatro órfãos de “December Boys”, um tocante filme gravado na Austrália, que estreará nos Estados Unidos em setembro. Neste verão, filmará seu primeiro papel de destaque para a TV, na Irlanda — o protagonista de “My Boy Jack”, um drama da II Guerra Mundial, sobre o filho-soldado do escritor Rudyard Kipling.

“Me interesso por tudo que for diferente e desafiador. Quando procuro por um novo papel, me pergunto: ‘O que, neste papel, será diferente do que já fiz?’” No futuro, o jovem ator diz que adoraria encenar Shakespeare. “Não estou falando por falar. Ele é, provavelmente, o maior escritor inglês.”

Watson e Grint, também, gostariam de continuar atuando. “Adoraria fazer algum filme de época”, disse Watson. “Adoro cantar, fazer algo com música, mas quero esperar o momento certo para isso.” Assim como sua personagem devoradora de livros, Hermione, Emma leva seus estudos a sério e pretende ir para a Universidade, provavelmente para estudar Filosofia, em Cambridge. Com os cachês de Harry Potter, ela comprou apenas um computador da Apple, por enquanto, e em algum momento, gostaria de comprar um carro. “Mas não será um carro grande e veloz. Prefiro algo menor e seguro.”

Enquanto isso, Grint fez uma aquisição inusitada. Ele comprou uma van de sorveteiro, completa, com vários sabores e coberturas. Ele também planeja “continuar atuando e ver no que dá”, disse. “E se não der certo, ainda terei a van”, brincou.

Diferente dos amigos, Radcliffe disse que ainda não gastou “um centavo” da fortuna estimada em 40 milhões de dólares, a qual terá acesso ao completar 18 anos. “Ainda não fiz nada de interessante. Interesso-me mais por obras de arte, coisas desse tipo, mas nunca tive interresse por carros.”

Por enquanto, atuar continua sendo sua única paixão. “Quando tiro um tempo de folga, fico entediado. Duas semanas são suficientes para mim.”