A Ordem da Fênix ︎◆ Filmes e peças

Scotsman: Novo Set Report da OdF

O Scotsman deste domingo divulgou um novo set report de Harry Potter e a Ordem da Fênix, onde o Trio mais o diretor David Yates discutem sobre o quinto filme e os seus elementos sombrios que transformam crianças em jovens adutos maduros.

David Yates que irá dirigir também o sexto filme no fim do ano mostra com satisfação o trabalho feito com o filme:

“O mais legal sobre hoje em dia é que temos uma sala cheia de, na minha opinião, alguns dos melhores atores do mundo, em uma cena”

O artigo completo pode ser visto aqui.

Adicionalmente temos um novo vídeo report do Canal Plus da França, mostrando durante 25 minutos os sets do Grimmauld Place e entrevistas com Daniel Radcliffe, Rupert Grint, Emma Watson, Bonnie Wright e Evanna Lynch.

Para fazer o download (100mbs) no formato WMP, clique aqui (Botão Direito e Salvar Destino Como). Cortesia UHP.

Este vídeo pode conter spoilers do novo filme!
Se mesmo assim deseja vê-los integralmente, clique no link acima.
Para mais informações ou dúvidas, consulte nossa Política Anti-Spoilers.

ORDEM DA FÊNIX
Scostman ~ James Mottran
29 de Junho de 2007
Tradução: Adriana

Ainda sob o feitiço


Havia mágica no ar no dia em que cheguei aos Estúdios Leavesden, lar dos filmes de Harry Potter. Na cantina, um cordão com balões enfeitava o ambiente, além de uma mesa com presentes e um banner que dizia “Feliz Aniversário, Rupert”.

Claro, era para o ruivo Rupert Grint, que faz o melhor amigo de Potter, Ron Weasley. Ele acabara de fazer 18 anos, um rito de passagem para qualquer adolescente, mas particularmente importante se você passou todos esses dias em uma antiga fábrica da Rolls Royce a norte de Watford, trabalhando em uma franquia grande como essa. “Definitivamente, há uma atmosfera familiar aqui”, diz Grint, um grande sorriso no rosto enquanto desembrulha os presentes.

Emma Watson, que interpreta a amigona de Ron e Harry, Hermione Granger, parece estar à beira das lágrimas. “Estou um pouco emotiva hoje”, ela diz. “Rupert, 18! Eu mal posso acreditar”. Ela me diz que comprou pra ele duas camisetas Mambo, que obrigou o assistente de compras a provar para verificar o tamanho. Ela também tem motivos para celebrar. Na semana que nos encontramos – durante a filmagem do próximo e quinto filme, Harry Potter e a Ordem da Fênix – ela havia recém recebido seus resultados do GCSE, dizendo que ela passou com uma enxurrada de As. “Estou tão contente”, ela ri. “Parece que estou na lua”.

Não surpreende que trabalhar nos filmes de Potter seja como estar em uma segunda família. Enquanto os diretores mudam, o elenco e os principais membros da equipe continuam os mesmos desde o primeiro filme, Harry Potter e a Pedra Filosofal, lançado em 2000. Watson, Grint e, claro, Daniel Radcliffe, que faz o papel de Harry, cresceram juntos durante os filmes. “Às vezes, vou à casa de algum amigo e seus irmãos e irmãs mais novos estão assistindo ao primeiro filme em DVD, e é muito estranho”, Watson admite. “É como ver suas fotos de bebê, mas em um filme inteiro. Agora estou tão diferente.”

No início do ano, notícias divulgaram que Watson desistiria após o quinto filme, um boato que foi fortemente negado pela equipe da Warner Brothers. Depois que os quatro primeiros filmes faturaram algo como $1,1 bi nas bilheterias dos Estados Unidos, o estúdio está compreensivelmente interessado em manter intacto seu popular elenco. De fato, enquanto todo mundo aqui faz o melhor para sugerir que trabalhar em Potter é um estouro – uma nota no muro até avisa sobre o torneio anual Harry Potter de golfe – enquanto os executivos de Hollywood zumbem em carrinhos motorizados por todo o vasto complexo semelhante a um depósito, há algo de militar abrangendo toda a operação.

Guiados pelo produtor britânico David Heyman desde que ele espertamente agarrou os direitos dos livros de J. K. Rowling, nós meio que esperamos ver seu exércitos de membros da produção praticando square-bashing [N.T.: um jogo que simula ações militares] em seu tempo livre. Como em qualquer campanha, os suprimentos devem estar próximos: no depósito, com suas fileiras de roupas protegidas por politeno em cabides, há uma sensação de provisões para isso, não muito longe dos sets principais. Enquanto isso, o bunker que mantém vários modelos de criaturas, incluindo a assustadora aranha gigante do Harry Potter e a Câmara Secreta guardando suas entradas, está colocado um pouco longe do prédio principal.

Conforme percorremos o set, em uma cena onde podemos ver Harry chegando a Grimmauld Place para receber informações vitais da assim chamada Ordem da Fênix, é um exemplo perfeito de porque os filmes de Potter estão durando.

“O mais legal sobre hoje em dia é que temos uma sala cheia de, na minha opinião, alguns dos melhores atores do mundo, em uma cena”, explica o diretor David Yates, que está no seu primeiro tour Potter. E David Thewlis e Garry Oldman passam por mim, absortos em sua conversa, enquanto Brendan Gleeson, completamente vestido como o desafiador Olho Tonto Moody, e Julie Walters passeia ao fundo, fazendo com que seja dificil discordar.

Ainda que ajude bastante ter a “nata da nata dos talentosos atores britânicos”, como Watson os chama – incluindo aí as novas adições de Helena Bonham Carter e Imelda Staunton – onde os filmes de Potter acertam bem é em alternar regularmente os novos diretores. Certamente, trazer o mexicano Alfonso Cuarón para Harry Potter e o Prisioneiro de Azkaban, de longe o mais sombrio que a série datou, foi um toque de gênio.

Da mesma forma Yates, que já assinou para o próximo episódio, Harry Potter e o Enigma do Príncipe, vem de uma carreira de sucessos em seriados televisivos como Sex Traffic.

“Este filme, eu acho, será um pouco mais sombrio que o anterior”, ele promete.

Com o nêmesis de Harry, o cruel Lorde Voldemort (interpretado assustadoramente por Ralph Fiennes) aumentando em poder, este quinto filme promete ser ainda mais adulto. Como Radcliffe afirma, ele e Yates foram ver um conselheiro de perdas para fazer algumas perguntas sobre como as pessoas reagem à morte de seus entes queridos.

“Felizmente, eu nunca tive tais perdas, então foi muito útil para mim, melhor que cavar todas essas emoções de lugar nenhum. Há uma linha maravilhosa em um dos livros que diz: o que não pode ser evitado, deve ser aceito. E é bem verdade. De certa forma, a morte é a coisa mais difícil de encarar, até mesmo para Harry, que já viu tanto disso em sua vida.”

Ainda assim, nem tudo são trevas e escuridão, uma vez que Harry finalmente arruma coragem para beijar sua amada Cho (interpretada pela atriz nascida em Motherwell Katie Leung), embora quando nos encontramos, Radcliffe ainda não tivesse filmado a cena. “Não acho que deva parecer que eles beijam bem, nem que estejam naturais”, medita. “Deve parecer carinhoso e inocente, também amável, e tomara que pareça.”

Então é incrível que Yates acredite que a franquia Potter alcance “provavelmente a época mais dramática da vida”, uma época em que “a pessoa está descobrindo o sexo oposto, e quão complicada ela é e quão complicado o mundo pode ser”.

Já Radcliffe, que faz 18 este mês, já descobriu tudo isso, notadamente com sua recentemente celebrada performance como o perturbado Alan Strang na peça de Peter Shaffer “Equus”, que está tomando de assalto o West End londrino. “Quanto mais cedo você começa, mais pronto fica para conseguir que as pessoas o vejam como alguém mais, e não como só um personagem”, ele diz. Com apenas mais dois filmes de Potter para fazer, ele sabe que seu tempo como menino bruxo está acabando. “Será muito estranho, mas de certa forma libertador”, ele admite. “Se houvesse um número infinito de Harry Potters, não acho que poderia fazê-los. É bom saber que são sete. eu sempre pensei nisso como uma meta definida para tentar e cumprir.”

Com Watson, Grint e Radcliffe se tornando quase adultos, parece lógico que seus personagens amadureçam da mesma forma. “Eles todos estão crescendo, agora”, reflete Grint, que também atuou em seu primeiro papel em um filme adulto Driving Lessons (no Brasil, Lições de Vida), do ano passado.

Ainda assim, suas crianças interiores não serão extintas pelas demandas da fábrica de sonhos de Hollywood. “Sei que não é bom ficar entusiasmado demais com as coisas, mas não posso evitar”, vibra Radcliffe. “Nunca fui particularmente bom em nada na escola. Só passava. Então, quando cheguei aqui, encontrei algo em que sou realmente bom”.