A Ordem da Fênix

OdF: Omelete entrevista a Equipe Técnica

Depois de muitos já terem visto o filme e colaborado com os gigantescos números de bilheteria produzido pela Ordem da Fênix, o site Omelete publica sua segunda entrevista com algumas personalidades deste quinto filme, a equipe técnica formada pelo diretor David Yates, o roteirista Michael Goldenberg e produtores

David Heyman e David Barron.

A conversa, que ocorreu em Londres, nos traz muito além das escolhas feitas para esta adaptação, no que diz respeito a cortes e atuações, mas já demonstra a euforia destes profissionais quanto ao próximo desafio: Harry Potter e o Enigma do Príncipe, com início das filmagens marcado para o segundo semestre do ano.
Abaixo alguns trechos:

HP5:
David Yates: Agora, quando chegou a minha vez, claro que tentei deixar minha marca nele, fazendo o meu melhor trabalho possível.
Cortes:
Michael Goldenberg: É sempre arrasador ter que decidir o que fica e o que tem que ser cortado na adaptação […] De qualquer forma, tentamos manter o espírito dessas histórias paralelas e de certa forma mostrá-las acontecendo ao fundo.

Você encontra a entrevista completa clicando aqui.

ORDEM DA FÊNIX
Omelete ~ Érico Borgo
11 de julho de 2007

Juntamente com as entrevistas do elenco de Harry Potter e a Ordem da Fênix, em Londres, o Omelete conversou ao lado de veículos do mundo todo com David Yates, o novo diretor da série – que assumiu também o sexto filme do jovem bruxo -, o roteirista Michael Goldenberg (Peter Pan, Contato) e os produtores David Heyman e David Baron. Confira agora como foi o papo!

David Heyman, este é o quinto capítulo de uma série de sucesso extraordinário, da qual sempre esperamos mais e mais a cada filme. Como você encarou esse desafio, tornar este mais empolgante que os demais?

David Heyman: Bom, fazer filmes nunca é fácil. Mas neste caso, fazer um filme ainda mais empolgante que os outros é facilitado pelo fato de que temos os livros de Joanne Rowling para nos inspirar, fontes ricas e fantásticas de material base. Esse é o ponto de partida. Ajuda também o fato de que todos os envolvidos na franquia são muito ambiciosos, querem fazer o melhor filme possível. Se ficarmos felizes com o resultado, muito provavelmente os fãs também ficarão, porque somos todos grandes apreciadores da série.

Além disso, há uma certa competição velada em andamento. Todos os diretores não admitem, mas querem sempre fazer um filme melhor que seu antecessor. Alfonso [Cuarón] procurou fazer um filme melhor do que Chris Columbus, Mike Newell um filme melhor que Chris e Alfonso, e David Yates tentou fazer um filme melhor que todos eles. E tenho certeza que no sexto filme ele tentará fazer um filme melhor do que este – e tenho certeza que fará. Cada um deles aprendeu com os erros do diretor que veio antes, e isso é sempre uma tremenda ajuda para o próximo filme, que, esperamos, elevará sempre o nível da série.

David Yates, essa foi sua intenção com o filme, superar os anteriores?

David Yates: Olha, eu não seria um bom diretor se não tivesse e esse senso de competitividade, afinal, essa é uma indústria muito competitiva. Mas eu adoro todos os Harry Potter que vieram antes do meu. Agora, quando chegou a minha vez, claro que tentei deixar minha marca nele, fazendo o meu melhor trabalho possível. Estou muito orgulhoso do filme e espero que O Enigma do Príncipe, o sexto filme, fique ainda melhor.

David Heyman: Outra coisa fantástica nessa série é a generosidade de todos os diretores. Chris passou um tempo com Alfonso, Alfonso com Mike e Mike com David, todos trocaram idéias, dicas, impressões, uns mostraram aos outros montagens preliminares de seus filmes e dividiram opiniões. Enfim, é um ambiente muito cooperativo e criativo.

Este filme teve uma audiência de elenco aberta para o papel de Luna Lovegood e o próximo também terá algo parecido. Vocês podem falar a respeito?

David Baron: As audiências abertas nos levaram a Evanna, portanto foram um enorme sucesso. Para o próximo vamos repetir a dose, com Tom Riddle e Lilá Brown, dois personagens importantes. Os candidatos não precisam ter experiência.

David Yates: A seleção de Luna e foi espantosa. Estava chegando ao local dos testes e vi aquela fila enorme, que dava voltas e voltas no quarteirão. 15 mil pessoas apareceram para a vaga, o que foi uma coisa impressionante. Sabe, às vezes nesse negócio quando abrimos a seleção recebemos montanhas de candidatos de agência, gente que chega cantando e sapateando… e o que queríamos ali era alguém completamente natural e absolutamente verossímil. E eis que surge Evanna, com um desempenho completamente verdadeiro e sensacional. Então mal podemos esperar para ver quem vem por aí nessa nova seleção.

Michael, quais são as maiores dificuldades em adaptar um texto tão querido como esse às telonas?

Michael Goldenberg: É sempre arrasador ter que decidir o que fica e o que tem que ser cortado na adaptação, mas desde o começo definimos que esta é a história de Harry, suja jornada emocional, então todas as cenas que servem de suporte a isso foram mantidas e são o núcleo do filme. Já as cenas que se desviam desse tema central precisam sair para dar espaço à história central. De qualquer forma, tentamos manter o espírito dessas histórias paralelas e de certa forma mostrá-las acontecendo ao fundo.

E vocês começam agora a enfrentar esse mesmo desafio para o sexto filme…

David Yates: Sim, a saga segue a jornada de Harry, suas emoções, o conflito com si mesmo e as relações com seus amigos, o que foi meio fácil pra mim, mas o sexto será menos intenso em alguns níveis e mais sexo, drogas e rock n roll em outros. O Enigma do Príncipe é o Loucuras de Verão [American Graffiti, 1973] com vassouras. Será uma diversão extrema e terá muita energia, será um filme totalmente diferente.

David Heyman: Drogas não!

David Yates: Será mais sobre as políticas emocionais e sexuais de ser um adolescente. Algo bem diferente mesmo. E tem que ser assim, para que a série siga evoluindo. E eu também prefiro assim, desafios distintos a cada projeto – e a série Harry Potter é tão rica e tem tantas facetas a serem exploradas que nos dará essa possibilidade.

Você está ansioso para receber o sétimo livro e ver o que acontece para usar isso no roteiro do sexto de alguma forma?

David Yates: Nós seríamos loucos se não fizéssemos isso. Vamos precisar dessa influência sim, para colocar pequenas pistas e coisas assim. Há coisas nos livros adiante que nos ajudam quando estamos escrevendo o roteiro. Assim que o livro sair vamos estudá-lo com certeza.

Como esse filme se compara aos seus projetos anteriores?

David Yates: Pra mim foi como voltar pra casa, pois o estúdio Leavesden, onde filmamos, sempre me acolheu muito bem. E David Heyman e David Baron, meus produtores no filme, me apoiaram muito e me fizeram sentir enorme segurança. Senti que foi uma experiência muito natural estar ali, filmando aquela superprodução. E foi um prazer enorme, provavelmente a melhor experiência de toda a minha carreira. Mal posso esperar para começar a rodar o próximo.