Artigos

Magizoologia

Magizoologia: você conhece essa ciência? Trata-se do estudo dos animais mágicos, uma temática recorrente em Harry Potter e que originou, devido ao interesse que desperta, um dos títulos da série publicados à parte: Animais Fantásticos & Onde Habitam.

Nosso colunista Orlando Louzada, um biólogo em formação, tem apreço especial pelo assunto. Na coluna deste domingo ele nos fala mais sobre esse assunto fascinante. Leia e deixe o seu comentário!

Por Orlando Louzada

Juro solenemente que não pretendo fazer desta coluna uma aula de biologia.

Às vezes eu rio muito quando escuto alguém dizer que sonha seguir alguma profissão, desde que se entende por gente. Quando eu era pequeno, ou melhor, criança, porque pequeno eu nunca fui, eu queria ser cientista, mas não desde que me entendo por gente. Minha mãe ficava desesperada quando me via misturando materiais de limpeza (ATENÇÃO! O MINISTÉRIO DOS TROUXAS ADVERTE: NUNCA TENTE FAZER ISSO EM CASA) ou brincando com um inseto de aspecto estranho que eu achava no jardim. E eu adorava isso tudo!

Descobri o mundo criado por J. K. Rowling com 10 anos, vendo o primeiro filme, e o fato de achar tudo muito improvável, e impossível de ser comprovado cientificamente, não me impediu de esperar minha carta pra Hogwarts. Hogwarts! Aqui começa a parte que costumam não gostar…

Segundo especulações, Rowling criou o nome “Hogwarts” a partir da planta Croton capitatus, que recebe o nome popular “Hogwort” em inglês. Bom, esse não é o fato mais impressionante envolvendo o nome da nossa escola de magia e bruxaria preferida. Como devem saber, tudo que é vivo ou já foi na face desse planeta, tem um nome científico, que é uma linguagem universal, tipo matemática, teoria musical e etc. O que significa que todos os cientistas e estudantes da área conhecerão aquele indivíduo por esse nome, até sabe-se lá quando, no futuro. Ou seja, esses nomes entram pra história da Paleontologia (parte da ciência que, de um modo geral, estuda animais, e até plantas, instintos há muito tempo). Onde eu estava mesmo? Ah! Hogwarts! Nossa querida Hogwarts! Agora você deve estar se perguntando: e o que Hogwarts tem a ver com Paleontologia? Bem, tratando-se de um certo dinossauro, TUDO! Seu nome científico é Dracorex hogwartisia (que significa “Dragão rei de Hogwarts”). Segundo informações, de caráter falseável, colhidas na internet, o descobridor dessa espécie de dinossauro seria fã de J. K. Rowling, e teria incluído “hogwartisia” nesse nome. Segundo outras informações, Joanne seria paleontóloga amadora, e teria adorado a homenagem.

Mas e dentro do mundo mágico de Harry Potter, você consegue perceber a presença da ciência? Acertou quem disse que não, pois ciência e magia são coisas opostas e uma não consegue explicar a outra, mas também acertou quem disse que sim, afinal Jo deu duro pra que seu mundo parecesse natural. Provavelmente você já ouviu falar de Newton Scamander, já que você deve ser um aluno muito aplicado. Bom, se você não é da Corvinal, nem um amante das aulas de Trato das Criaturas Mágicas, eu explico! Newt foi o autor da série de livros “Animais fantásticos e onde habitam”. Ele trabalhava para o Ministério viajando pelo mundo, o que o ajudou a reunir um grande acervo sobre as mais diferentes criaturas estudadas pela Magizoologia. Sim, existe uma denominação para o estudo dos animais mágicos! Newton, inclusive, esteve no Brasil por um grande período de tempo estudando lesmas-de-fogo na Amazônia, uma das raras menções ao nosso país em toda a literatura de J. K.

Além da Magizoologia, Rowling também diz respeito à Alquimia, uma parte da ciência antiga que envolvia misticismo. Os alquimistas tentavam, principalmente, transformar qualquer coisa em ouro puro. O que sabemos que não é assim tão possível; talvez com um feitiço ou outro Mione consiga (Snape talvez soubesse também. Fazer ouro e cozinhar a fama são quase as mesmas coisas).

Bem, talvez agora você queira seguir carreira na Magizoologia, e caso possua um vira-tempo, volte alguns milhões de anos pra conhecer pessoalmente um Dracorex!

Orlando Louzada não desistiu da aula de Trato das Criaturas Mágicas no sexto ano.