Livros ︎◆ Magia do Cinema ︎◆ Série Cormoran Strike

Crítica de “Strike: O Chamado do Cuco”

Strike, série de TV baseada nos romances policiais de J.K. Rowling sob pseudônimo de Robert Galbraith, estreia neste domingo, 27, no Reino Unido. A convite da BBC, o Potterish já assistiu ao primeiro episódio. Para ler nossa crítica, sem spoilers, acesse a extensão deste post.

Strike: O Chamado do Cuco – Episódio 1
Crítica por Lara Mendonça

Com a adaptação de seus títulos policiais, J.K. Rowling se torna parte do seleto grupo de autores britânicos que tiveram todos seus romances adaptados para TV ou para o cinema, ao lado de Jane Austen e Charles Dickens.

Da mesma emissora de Sherlock, Strike possui sete episódios, divididos entre os três livros publicados até o momento – O Chamado do Cuco, O Bicho-da-seda e Vocação para o mal. Com três capítulos para o primeiro título e dois para cada um dos seguintes, a julgar pelo primeiro episódio o espectador não perderá nada caso assista à série antes de ler os livros. Todos os detalhes importantes, especialmente a trama que se desenvolve silenciosa entre os romances, está presente desde a primeira cena.

Apesar de a história se passar na atualidade, as escolhas estéticas da produção tornam Strike quase atemporal. Com elementos contemporâneos (iPhones) somados a detalhes que serviriam perfeitamente para uma adaptação de Sherlock Holmes, Strike tem uma estética tão particular que ninguém a confundiria com qualquer outra série policial.

Na empreitada policial de Rowling, Cormoran Strike (Tom Burke) é um detetive particular que (quase) ganha a vida seguindo maridos infiéis e investigando casos pequenos, até que um novo cliente o contrata para averiguar a morte de uma modelo famosa, Lula Landry, por acreditar que se trata de assassinato, em vez de suicídio, como definido pela polícia.

Strike é mais que o arquétipo do detetive misterioso, o que faz a série sair da sombra de seus famosos antecessores. Ele esconde do público detalhes importantes de personalidade até o momento perfeito para serem revelados, tornando-o um personagem charmoso e caloroso.

Mas Strike não é o único a quebrar paradigmas do gênero. Robin Ellacott (Holliday Grainger), sua secretária, representa o clássico papel de sidekick (o Dr. Watson de Holmes), que geralmente é dado a personagens masculinos. A série faz questão de mostrar toda a feminilidade de Robin, sem que ela se perca em um clichê; muito pelo contrário: Robin é uma personagem complexa, de personalidade forte e que cativa instantaneamente, além de servir como guia do espectador para os acontecimentos da trama.

Muito do sucesso deste primeiro episódio se deve ao elenco, que foi escolhido a dedo pela produção e por J.K. Rowling. Assim como em Harry Potter, a autora foi muito específica em sua visão dos personagens, e o retorno é visível. O roteiro nada tem de forçado, e seu ritmo se assemelha muito à escrita dos livros: eletrizante. Estreando em horário nobre de um feriado prolongado no Reino Unido, horas antes de Game of Thrones, Strike tem tudo para ser um sucesso.

Nota: no Brasil e nos Estados Unidos, não há previsão de estreia para a série.