Seção Granger

Seção Granger: “Namorado de aluguel”, de Kasie West

Renato Augusto Ritto, tradutor do Potterish e estudante de Editoração pela USP, vem à Seção Granger deste domingo trazer a resenha crítica de “Namorado de aluguel”, romance adolescente escrito por Kasie West e nova aposta da Verus, um selo do Grupo Editorial Record.

“Esse livro certamente não é o primor da literatura atual e nem o mais bem escrito do gênero. Entretanto, por algum motivo, não é possível dizer que ele entrará na lista das piores leituras do ano. O livro é satisfatório e cumpre bem o papel que propõe – uma diversão rápida, leve, engraçada e romântica.”

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“Namorado de aluguel”, de Kasie West
Resenha crítica por Renato Augusto Ritto

Em “Namorado de aluguel”, o quinto romance de Kasie West, somos apresentados a Gia Montgomery, uma das garotas mais populares de seu colégio. Ela está plantada no estacionamento do baile de formatura de sua escola por um motivo muito simples: seu namorado, Bradley, o qual ela nunca apresentou a nenhuma de suas amigas, acabou de terminar com ela. O problema é que nenhuma de suas amigas vai acreditar que Bradley terminou com ela ali no estacionamento, antes de entrar na festa, sendo que elas já tinham dificuldade de acreditar que ela realmente tinha um namorado.

Pensando rápido e desesperadamente, Gia encontra um misterioso garoto no estacionamento sentado em seu carro, que, depois de algum apelo, aceita ser o acompanhante dela no baile, fingindo ser seu namorado. Tudo sai como o planejado na festa, mas Gia tem um pequeno problema: pode ser que tenha se apaixonado pelo seu namorado de aluguel. E o pior: ele é irmão de uma garota de sua turma. Até quando a mentira irá permanecer de pé?

Esse livro certamente não é o primor da literatura atual e nem o mais bem escrito do gênero. Entretanto, por algum motivo, não é possível dizer que ele entrará na lista das piores leituras do ano. O livro é satisfatório e cumpre bem o papel que propõe – uma diversão rápida, leve, engraçada e romântica. Parece que ele foi feito para pessoas mais jovens, e talvez esse público o aprecie mais.
O maior problema do romance são os diálogos. Percebe-se que a autora é iniciante, mesmo que este seja o seu quinto romance, pela plasticidade dos diálogos pouco críveis, isso é, diálogos que não aconteceriam no mundo real. Explico: de vez em quando, diálogos em livros parecem tirados de roteiros de filmes ruins, e isso é o que acontece aqui.

Os personagens, em contrapartida, são bem explorados. Gostei muito do conflito principal de Gia, bastante propício para a adolescência. Só não me agradou muito o desfecho da narrativa com suas amigas, faltou a autora ter amarrado um pouco mais, mas nada que realmente incomode.

Por fim, o livro é satisfatório. A autora já tem outros livros publicados no Brasil por outras editoras, mas esse foi o primeiro lançado pela editora Verus, um selo da Record.

250 páginas, Editora Record (Verus), publicado em 2016.
Título original: “The Fill-In Boyfriend”.
Tradução: Débora Isidoro.

Renato Augusto Ritto é tradutor do Potterish, estudou Letras e estuda, atualmente, Editoração, ambos os cursos pela Universidade de São Paulo.