Potterish

Emma Watson em entrevista para a revista PORTER

Para sua edição de inverno, a revista PORTER, visando celebrar as 100 mulheres mais incríveis de 2015, escolheu a atriz Emma Watson para estampar sua capa. Em entrevista, a atriz falou sobre suas aspirações, outras faces do feminismo e se sentir confortável consigo mesma.

Emma foi selecionada para fazer parte da saga “Harry Potter”, quando tinha apenas nove anos de idade, dando vida à Hermione Granger pelos doze anos que se seguiram. Sobre crescer junto com a personagem, ela comentou:

“Eu passei mais da metade da minha vida fingindo ser outra pessoa. Enquanto os outros jovens estavam pintando seus cabelos e tentavam descobrir quem eram, eu tentava descobrir quem era Hermione e qual seria a melhor forma de interpretá-la. […] Agora, com 25 anos, pela primeira vez na minha vida eu me sinto confortável com percepção que tenho sobre mim mesma. Na verdade, têm coisas que eu realmente ainda quero poder falar, e quero ser o mais autentica quanto puder.”

Em questão de quais são suas vontades e aspirações em relação à sua carreira, a atriz acrescentou:

“Eu não quero que haja uma grande separação entre o que é público e o que é particular (na minha vida). Com certeza, essa é a estrada mais difícil a se percorrer, mas sem dúvidas é a mais gratificante. […] Vai parecer algo ridículo a se falar, mas eu acredito na verdade, em ser real, em encontrar maneiras de ser confusa, insegura e uma pessoa com defeitos, mas ao mesmo tempo incrível, importante e intensa, tudo em um só pacote. Quando você assiste o trabalho de uma atriz como a Emma Thompson você sente como se estivesse vendo algo real, é isso o que eu aspiro.”

Admitindo que sua recém adquirida autoaceitação está diretamente ligada ao seu novo estilo em questão de moda, Emma revelou:

“Quando eu era mais nova, lembro que me falavam ‘sem dor, sem conquistas’, mas recentemente vejo que minha vontade de usar algo que me faça passar muito frio ou em que eu não consiga me mover direito não é mais a mesma. […] Eu quero me sentir fabulosa, confortável, sexy, poderosa e bonita. E se algo está te deixando desconfortável, não use. É tão triste quando você é forçado a ir para casa só porque precisa se sentar. Eu segui em frente, minha prioridade agora é apenas me sentir fantástica (sem dor).”

Passando para o assunto do feminismo, Emma, que impressionou o mundo com o discurso para sua campanha HeForShe, contou que optou por não seguir alguns conselhos que recebeu:

“Eu fui encorajada a não usar a palavra ‘feminismo’ (no discurso) porque as pessoas considerariam-na isoladora e separatista, sendo que o meu objetivo era atrair e incluir o máximo de pessoas possível. […] Mas eu pensei muito, por um longo tempo, e senti que era a coisa certa a se fazer. Se as mulheres têm medo de falar essa palavra, de que maneira vamos esperar que um homem comece a usá-la?”

A atriz, então, concluiu a conversa explorando a conexão entre sua campanha, o feminismo e seu amor pela moda:

“Eu penso que usar a moda como forma de expressão é genial. […] Uma das razões para eu ter me tornado embaixadora da Boa Vontade da ONU Mulheres foi por conta do meu interesse pela moda fair-trade (“troca justa” em tradução literal – uma campanha da ONU de inclusão de artesãs de comunidades Africanas e Haitianas na indústria mundial da moda). Porque muitas mulheres desenham e criam as roupas que usamos, as condições de trabalho delas são diretamente afetadas pelas decisões que tomamos, então, a moda é sim uma questão feminista.”

A entrevista na íntegra estará disponível mundialmente no dia 4 de dezembro, em cópia on-line ou impressa da revista.