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Balão Branco

Quem tem medo do lobo mau? Com o perdão da piadela infeliz, é com ela que introduzo a coluna inaugural da nossa nova membra, Juliani Flyssak! E logo de início, tratando de um tema polêmico.

Várias histórias ao longo dos anos vêm tratando da licantropia, e Harry Potter é mais uma delas. Você já ouviu falar desse termo? Sabe de que se trata? Para se aprofundar, não deixe de ler a coluna de hoje e, claro, registrar seu comentário após tê-lo feito!

Por Juliani Flyssak

A lenda do licantropo é muito antiga. Vem da mitologia grega, mas se popularizou na Europa. Essa doença vem atormentando vários personagens do cinema, inclusive Remo Lupin. O nome dele vem da história dos irmãos Remo e Rômulo que fundaram a cidade de Roma e foram alimentados por uma loba. Na história de J.K. Rowling a gente começa a ficar alerta quando o professor enfrenta o bicho papão, em o Prisioneiro de Azkaban. No entanto, Remo odeia a doença que tem. Esconde de todos. Quando se transforma fica recluso e irracional, totalmente o contrário da sua real personalidade. Fisicamente é irreconhecível: as pernas e braços se alongam, pelos crescem e o rosto se transforma.

Além do Lupin, temos outro licantropo em Harry Potter: Fenrir Greyback. Esse é um pouco diferente. Ele é lobisomem o tempo todo. O personagem assume ser daquele jeito. Aquilo está dentro dele, tanto que ele não perdoa e não tem dó de ninguém. J.K. Rowling deu nome para ele de Fenrir não por acaso: mas porque é o mesmo de um lobo da mitologia nórdica que era muito agressivo.

Mas também vimos lobisomens em outras histórias. Até mesmo na saga Crepúsculo, claro, não podia deixar de falar dela. Neste, Jacob possui licantropia, mas em nenhum momento o vemos perder a cabeça por se tornar um lobo, como Lupin. Invés disso, ele usa a sua força para ajudar os vampiros em certo momento da história. E, quando assume a forma humana, serve para esquentar Bella. Além disso, na saga, licantropia é um mal genético e Jacob vira totalmente um lobo (fica até quadrúpede), diferente de Remo que ainda possui alguns traços de humano. O máximo que posso comentar aqui: isso é uma loucura.

Tem também o longa “O Lobisomem” que, quando a pessoa está na forma de lobo, vive em uma floresta e, assim como Lupin, fica totalmente irracional. Até mesmo a fotografia do filme é mais escura para demonstrar a angústia do personagem. Lawrence Talbot, quando lobisomem também continua meio humano, apenas alguns pelos a mais.

O mais terrível é o que acontece em “Van Helsing”: na terceira vez que se torna em monstro, monstro ficará para sempre. O que é apavorante. Mas segue as mesmas características da lenda: bípede, peludo e dentes longos. Porém é um dos personagem que mais se parece com um lobo de verdade.

Mas, eis que surge a questão: como matar o lobisomem? Para matar o lobisomem, é preciso uma bala de prata ou uma envolta de cera de vela que já passou por várias missas ou cultos. Em poucas histórias licantropia tem cura: em Harry Potter, Snape tem uma poção que faz com que Remo consiga apenas retardar a sua transformação, mas tem que tomar a cada lua cheia. Em “Van Helsing” somente Drácula tem a cura.

Por não ter cura, muitos lobisomens pensam que não podem ter uma família, assim como Lupin. E, infelizmente, não é só nas histórias que isso acontece. Existem pessoas com doenças graves que muitas vezes querem se manter distante, pensando que tudo isso pode interferir na vida de uma futura esposa ou filho. Todos nós, que somos saudáveis, é muito fácil dizer que todos podem, mas quando chega na hora do “vamos ver”, a indecisão e o medo batem na porta e muitos os deixam entrar. Gente, coragem, batam a porta pra eles ou finjam que não tem ninguém em casa. Lupin fez isso. Casou-se com Tonks e teve um filho, Ted. A licantropia surge muitas vezes para explicar um fato da vida real que para quem está vivenciando a situação parece algo sobrenatural.

Juliani Flyssak mostrou-se uma loba de primeira linha ao escrever sua coluna inaugural.