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O Potterish assistiu The Bling Ring!

Na manhã de ontem, dia 19, o Potterish compareceu à cabine de imprensa de Bling Ring: A Gangue de Hollywood realizada pela Diamond Films  e o saldo foi positivo! Leia a crítica (contém spoilers!) na extensão da notícia clicando aqui.

O longa é baseado na história real de um grupo de assaltantes de celebridades que ficou conhecido como “The Bling Ring”. A quadrilha californiana roubou cerca de US$3 milhões de famosos como Paris Hilton, Orlando Bloom, Lindsay Lohan e Megan Fox.

O filme chega aos cinemas nacionais no dia 02 de Agosto.

 

BLING RING: A GANGUE DE HOLLYWOOD
Crítica do Potterish.com
Autor: André Wynne

Quinto filme de Sofia Coppola, responsável pela direção e adaptação do roteiro, The Bling Ring: A Gangue de Hollywood surge como um dos filmes mais fracos da realizadora. O longa está longe de ser ruim e conta com momentos excepcionais, mas fica o gostinho de que faltou algo, ainda mais considerando que Coppola foi a responsável pelo “jovem clássico” Encontros e Desencontros.

A história situada em Calabasas, na Califórnia, acompanha a trajetória de Marc (Israel Broussard) e as outras quatro integrantes da Bling Ring (que ganhou fama por roubar casas de famosos como Lindsey Lohan, Orlando Bloom e Megan Fox, acumulando cerca de US$3 milhões em furtos), desde a formação da quadrilha até sua condenação no tribunal, enquanto vai intercalando pontualmente alguns depoimentos dos jovens.

Baseando-se no artigo Os Suspeitos Usavam Louboutins de Nancy Jo Sales, Sofia Coppola teve a difícil tarefa de escrever um roteiro no qual precisa dar profundidade a cada um dos cinco membros da gangue enquanto desenvolve a trama, e nisso ela não tem muito sucesso. Embora a dinâmica entre os personagens flua com naturalidade, o carisma nunca é grande o suficiente para realmente nos importarmos com o futuro que cada um levará – não que exista algum suspense nisso.

Por outro lado as informações deixadas pela parte técnica são muito satisfatórias, como a parede repleta de recortes de fotos de celebridades no quarto de Rebecca (Katie Chang) ou o contraste gritante que há entre os tons pastéis da casa de Nicki (nossa queridíssima Emma Watson) e Sam (Taissa Farmiga) com a personalidade de ambas, o que se repete com Chloe (Claire Julien). A fotografia quase lúdica no início complementa a sensação que os personagens sentem ao serem tão bem sucedidos em seus furtos, além de ter momentos inspirados como no qual Marc entra em foco na tela assim que avista Rebecca para em seu carro, realçando o estado de espírito no qual ele se sente quando está com sua melhor amiga.

Já os motivos que levam os personagens a fazer o que fazem são muito claros, como fica evidente pela atitude passiva e iludida da mãe de Nicki e Sam, que usa a atriz Angelina Jolie como modelo de vida e cria um estilo de vida baseado nos ensinamentos do livro O Segredo e sua Lei da Atração. Vivendo numa época em que a mídia bombardeia todos com informações sobre celebridades e o luxo em que vivem não é difícil entender o fascínio do quinteto e sua vontade de entrar neste mundo.

E se no início a fotografia e a trilha sonora evocam o já citado clima de “sonho sendo vivido”, o quadro se reverte quando as coisas começam a desandar para o jovens: se antes suas festas eram embaladas por músicas animadas e uma câmera lenta amigável, é para depois vermos o grupo consumindo drogas frequentemente em festas de músicas cada vez mais pesadas e uma montagem que investe em cortes rápidos, salientando o descontrole da Bling Ring.

O jovem elenco se sai muito bem ao tentar conferir profundidade a personagens limitados pelo roteiro. O destaque fica mesmo para Israel Broussard, que consegue tornar Marc o mais interessante dos personagens através da mudança pela qual o vemos passar: de jovem tímido e homossexual enrustido para uma pessoa muito mais extrovertida e desinibida. Katie Chang também faz um bom trabalho na construção de Rebecca, que surge natural até quando sugere casualmente uma invasão à casa de Paris Hilton e confronta policiais com o mais cínico dos olhares.

Já Emma, que infelizmente não tem em The Bling Ring um de seus melhores momentos como atriz, consegue construir uma personagem vulgar que permanece crível pela maior parte do tempo. Ainda sem conseguir esconder o sotaque britânico, Emma parece outra pessoa ao vermos ela se oferecer sensualmente ao entregador de água, ou quando dança incansavelmente em todas as festas na qual participa. Por outro lado ela não consegue alcançar o nível de atuação necessário para cenas mais emocionais, fazendo com que o resultado de sua atuação seja como uma montanha-russa cheia de altos e baixos.

Estendendo-se ainda mais do que deveria, perdendo a chance de encerrar num de seus melhores momentos ao querer ainda introduzir uma entrevista com Nick, Bling Ring: A Gangue de Hollywood não chega a ser uma completa decepção, mas seu saldo final é apenas um bom filme que ficará gravado apenas na memória dos fãs de seu elenco e realizadora por causa destes, não por sua qualidade.