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Coluna Conjunta de Natal – O Dia de Natal em Hogwarts!

Quem nunca se sentiu um pouco aluno de Hogwarts? Afinal de contas, todos nós fazemos parte dessa magia. Quem nunca sonhou, de igual modo, em passar na escola o dia de Natal, ao lado dos professores e colegas mais queridos, observando a encantadora decoração preparada com tanto carinho?

Nesta véspera de Natal, a equipe de Colunas entra em Hogwarts e nos traz as experiências do dia de Natal na melhor escola de magia e bruxaria do mundo. Venha conosco e viva essa magia na Coluna Conjunta de Natal deste ano! Leia os textos que preparamos e nos presenteie com o seu comentário! Feliz Natal!

Por Bianca Costi Farias

Acordei naquela manhã bastante sonolenta, e ainda estava naquele estágio entre dormir e despertar quando me toquei: era Natal! Olhei pela janela e vi Hogwarts coberta pela neve branquinha e espessa, e então percebi o quanto aquele momento era especial. Toda criança deveria sentir aquela pequena sensação alegre de passar seu primeiro Natal na famosíssima Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts.

Desci até o Salão Comunal da Corvinal e vi nossa árvore de Natal decorada com pequenas águias que desejavam “Feliz Natal” em uma voz um tanto estridente, mas que não deixava de ser adorável. Encontrei meu presente deixado embaixo dela, junto a um bilhetinho. Quando ia começar a ler, meus colegas me chamaram para ir ao Salão Principal para o banquete de Natal, então rapidamente guardei-o no bolso e levei meu presente comigo, para abri-lo mais tarde.

O Salão estava todo decorado com enfeites natalinos de todos os tipos. Havia Papais Noel falantes, estrelinhas que piscavam pelo teto e pelas paredes, além da grande e linda árvore de Natal. Estava um pouco mais vazia que o habitual, por causa dos alunos que tinham ido para casa passar suas férias de Natal. Mas isso não deixava tudo menos animado. A comida estava ótima, até mesmo para mim, que nunca gostei muito de comida de Natal. Tudo parecia ter um ar diferente, mais alegre.

Eu me aqueci, colocando o cachecol azul e bronze da minha Casa, e eu e meus amigos saímos. Passamos a tarde jogando bolas de neve uns nos outros, apostando corrida até o lago (que estava congelado nessa época do ano) e comendo doces. Foi mais para o entardecer, quando todos começaram a conversar sobre o que tinham ganhado, que eu lembrei que ainda não tinha aberto meu presente. Abri o pacote e tirei de dentro um livro, chamado “Bufadores de Chifre Enrugado & Seus Hábitos Um Tanto Não Muito Conhecidos” e outra coisa mais curiosa: um colar feito com rolhas de cerveja amanteigada. No bilhete, estava escrito: “Um feliz Natal, muito cuidado com qualquer animal que se pareça, lembre ou aja como um Bufador de Chifre Enrugado. Com amor, sua mãe, Luna.” Eu ri, e aquele tinha sido o melhor presente de todos.

Por Brunna Cassales

Pulei da cama para abrir meus presentes de Natal. Entre vários outros presentes, o de minha irmã mais velha foi o que mais me chamou atenção pelo formato… Um livro! Ou melhor… Dois exemplares do mesmo livro! O que deve ter sido proveniente de um engano da transportadora… Ou simplesmente de um provável aturdimento do entregador quando uma coruja foi buscar a encomenda!

O que importa era que não se tratava de um livro qualquer, mas de uma edição de colecionador de “Harry Potter e a Pedra Filosofal” autografada!

O Grande Salão estava salpicado pelas cores das Casas de Hogwarts que, ao se misturarem, deixavam pairar no ar o clima de harmonia e união que a data simbolizava. Eu desfrutei da comida ao lado de meus amigos grifinórios que vieram me fazer companhia na mesa da Lufa-Lufa. À tarde, saímos para o jardim e demos início a uma verdadeira batalha de bolas de neve.

Durante a guerra de bolas de neve, minha visão periférica captara um movimento além dos portões. Do outro lado, me deparei com algo totalmente inesperado. Uma menina observava atenta a paisagem ao meu redor, enquanto um grupo de crianças supervisionado por uma mulher de rosto bondoso brincava na neve. Soltei um murmuro de incredulidade quando ela dirigiu o olhar a mim, sem realmente me ver. Porque ela não podia me ver! Tudo o que sua visão a oferecia eram placas avisando “PERIGO, NÃO ENTRE, ARRISCADO!” sobre ruínas na terra escocesa. Porém, a garotinha trouxa parecia interessada demais nas ruínas que camuflavam o grandioso castelo. Então, de repente, ela sorriu.

Naquele momento, eu soube. Não fora à toa que eu ganhara dois livros iguais. Um deles não se destinava a mim, mas à ela. Tirei o belo exemplar de sob meu casaco – havia trazido comigo porque não conseguia ficar longe de um bom livro quando o ganhava – e o coloquei sobre o pedestal de uma das estátuas de javali alado. Um brilho suave irrompeu da proteção mágica das terras de Hogwarts. No entanto, o brilho que contemplei nos olhos da adorável garotinha ao descobrir o livro em meio às ruínas que via surtiu maior efeito em mim. Ela o pegou e apertou contra o peito, eu suspirei. Aquela menina poderia não obter sinais de magia aos sete anos, nem receber sua carta aos onze. Mas a partir daquele instante, ela conheceria um mundo mágico. E, através da leitura, faria parte dele. Já entardecia quando eu e meus amigos voltamos ao castelo para o grande banquete de Natal. A felicidade me preenchia e minha mente ainda devaneava… Aquele gesto havia sido meu melhor presente de Natal que, emoldurado em sua aura encantada, transcendia a magia.

Por Bruno Barros

Era manhã de Natal, eu acabara de acordar e, saindo do dormitório, percebi alguns presentes ao pé da árvore do Salão Comunal da Sonserina. Minha mãe sabia que eu não acreditava, mas ainda assim todos os anos, me enviava um cartão assinado pelo Papai Noel. Afundei-o dentro do bolso e olhei para a janela vendo um grupo de grindylows nadando no fundo do lago.

– Feliz Natal! – Deixei escapar, mesmo sabendo que ela não me entenderia.

Saí do Salão e como de costume no Natal, subi a torre de Astronomia para observar a bela paisagem nos arredores. O lago estava congelado, o Salgueiro Lutador estava coberto com uma fina camada de neve que o incomodava a todo instante, obrigando-o a sacudir seus galhos a cada minuto. A magia do Natal estava no ar. Desviei minha atenção quando notei uma figura estranha andando pelo terreno em direção ao Saguão Principal: Um homem alto, gordo e com uma touca vermelha. Antes de entrar, olhou para o alto e eu pude perceber a característica que mais me chamou atenção: uma densa barba branca cobria seu rosto.

Fiquei estupefato quando juntei todas as características do homem, tal que desci todos os lances de escadas, rezando para que elas não mudassem, em tempo recorde. Ao chegar ao Saguão Principal as portas do Grande Salão fechavam-se. Parei por um instante e retirei o cartão que havia recebido do bolso, olhando para a assinatura.

A cena com a qual me deparei ao entrar no Grande Salão, foi suficiente para eu entender o mal entendido. O guarda caças Rúbeo Hagrid se debatia, após erguer um grande pinheiro atrás da mesa dos professores, retirando toda neve acumulada em seu rosto. Ao seu lado, vi o gorro vermelho que, provavelmente, estava usando para proteger a cabeça da neve, pois seus cabelos estavam totalmente secos, mas a barba ainda aconchegava alguns flocos de neve.

Sem que me visse, saí por outra porta no Saguão Principal, correndo para o corujal, para responder ao cartão que havia recebido de casa:

Mãe; foram precisos 6 cartões assinados pelo Papai Noel para eu perceber que ele realmente existe, e está mais perto de mim do que nunca. Obrigado pelo presente e tenha um Ótimo Natal!

P.S.: Na verdade, a barba dele é castanha.

Voltei para o dormitório, dormi novamente e quando acordei já era hora do almoço. Juntei-me a alguns amigos, que não foram passar o Natal em casa, e jogamos xadrez bruxo o restante do dia, depois de trocamos alguns presentes. Neste Natal descobri que o guarda caças era, na verdade, o Papai Noel.

Por Débora Jacintho

Este ano haveria uma festa de Natal diferente em Hogwarts. Como de praxe, os professores organizaram a montagem das árvores e decorações natalinas no Grande Salão. Mas, além disso, Dumbledore estava organizando algo a mais para as festividades. O número de alunos que permaneceriam no Castelo era surpreendente, comparado aos outros anos, e devido a essa quantidade, o diretor decidiu organizar uma edição especial do campeonato de quadribol. Em dezembro, haveria um torneio de Quadritrenó, em que o esporte seria disputado não em vassouras, mas em mini-trenós encantados, para dar o espírito natalino.

Os alunos se organizaram em suas casas para montar os times. Os trenós encantados estavam sendo transfigurados pela professora Minerva McGonagall. Eu serei uma das artilheiras do time da Corvinal, e iríamos treinar nos novos trenós pela primeira vez nesta manhã. Os 7 trenós, decorados com tons de azul e bronze já estavam nos aguardando no campo de Quadribol. Eles foram desenvolvidos para que imitassem os mesmos movimentos das vassouras e, realmente, no primeiro impulso que dei, senti a mesma suavidade da minha Firebolt.

Nosso treino foi muito divertido, pois, além de tudo, os trenós vinham equipados com um botão que, apertado, fazia soltar faíscas brilhantes em formato de estrelas douradas. Terminamos o treino com uma guerra de bolas de neve, que estavam cobertas das faíscas douradas.

Os jogos de Natal não valeriam pontos na Copa das Casas, seriam realizados para diversão e confraternização entre os alunos que estavam no Castelo. Assim, na manhã do dia de Natal, após o café da manhã, todos se direcionaram ao Campo de Quadribol para assistir aos jogos. Seriam realizadas duas partidas, a primeira, Corvinal versus Sonserina; e a segunda, Grifinória versus Lufa-lufa. O campo estava todo decorado com temas natalinos, com grandes laços vermelhos presos nas 6 hastes, duas árvores imensas, uma em cada ponta do campo, além de estrelas flutuantes que piscavam em toda a extensão das arquibancadas.

Quando entramos no campo, uma chuva de faíscas coloridas foi disparada e logo todo o céu acima de nós estava preenchido com luzes. Logo em seguida, os 14 trenós dispararam céu acima, se transformando em borrões azuis e verdes. O jogo foi apertado, mas terminou com a vitória da Corvinal por 240 a 90. Depois das partidas, voltamos ao Castelo, onde aproveitamos o delicioso almoço de Natal. Os jogos natalinos de Quadritrenó transformaram as festividades deste ano em algo inesquecível e especial.

Por Igor Ferreira

Os dois últimos presentes que restavam na imensa pilha que misteriosamente aparecera aos pés da minha cama na manhã de Natal já se encontravam em meio aos embrulhos rasgados no assoalho do dormitório. Havia me jogado contra o travesseiro e, com a boca repleta de delícias gasosas, estava quase pegando no sono no infeliz momento em que um ronco alto irrompeu da cama ao lado.

Sem paciência para tentar dormir pela centésima vez, estendi a mão para a mesa de cabeceira e, tomando a varinha entre os dedos, acenei-a na direção do malão, fazendo três volumosos livros saírem voando de lá, indo pousar diretamente sobre o estômago do adormecido e perturbador de sono Gregory Ferder, meu único companheiro na torre da Corvinal àquela altura do ano.

– Feliz Natal, Greg – desejei, enquanto ele se recuperava do susto, buscando os óculos para avaliar seus três novos dicionários de runas. – Espero que goste do presente. E, ah, – parei para olhar o relógio que ganhara dos meus pais no mês anterior. – você tem dez minutos para descer para almoçar.

Como Georgina e Hector haviam ido passar o Natal em casa, nós, após o almoço (quando nos empanturrarmos de ervilhas com manteiga, batatas assadas e um peru de Natal inteiro, e nos acabamos de rir com um dueto entre os professores Flitwick e Slughorn), ficamos vagando sozinhos pela propriedade, brincando de atirar bolas de neve no Salgueiro Lutador e vendo-o lutar contra seus inimigos invisíveis, como um Dom Quixote vegetal. Pensamos em escapulir até Hogsmeade para uma boa rodada de cerveja amanteigada (água tônica para o Greg!), mas o clima piorou muito e a nevasca nos obrigou a voltar ao castelo.

A sala comunal circular vazia nos oferecia música alta, poltronas confortáveis, e todo o tempo e espaço para dezenas de partidas de xadrez e divertidas formas de imaginar o pós-festa dos professores no gabinete do diretor. A tarde se arrastou e deu espaço à noite gélida enquanto comíamos dezenas de marshmalows transfigurados mal e porcamente pelo Greg, que os fez tentar parecer com duendes irlandeses em miniatura.

Juro solenemente que queria ter qualquer uma dessas parafernalhas trouxas em mãos para poder fotografar um Greg adormecido, com metade da boca cheia de doce, babando no forro da poltrona azul, e talvez ele mesmo teria achado graça em me ver dormindo com a cabeça jogada aos pés da estátua de Rowena e a mente repleta do mesmo tipo de pensamentos que me faziam refletir sobre a importância de um amigável e tranquilo Natal em Hogwarts.

Por Luiz Guilherme Boneto

Na manhã de Natal, o salão comunal da Corvinal parecia brilhante. As janelas da torre denunciavam que nevava do lado de fora, e a brancura exterior tornava a decoração do lado de dentro ainda mais aconchegante e primorosa. Poucos alunos haviam decidido permanecer na escola, já que a maioria, como de costume, passava as festas em casa, com a família. Eu tomara uma decisão diferente naquele ano.

O dia estava amanhecendo. Rapidamente pus minhas vestes mais quentes e saí para os terrenos da escola. A neve caía em flocos finos, mas nem o frio congelante me impediu de prosseguir no passeio. Visitei as estufas, a orla da floresta proibida, e não poderia deixar de tomar um chá com Hagrid, bem acordado às nove e meia. Embora eu recusasse veementemente os bolinhos de chocolate recém-feitos que ele me oferecia, o chá estava uma delícia e serviu para que eu pudesse me esquentar um pouco.

Na véspera de Natal, eu enviara uma coruja para casa, desejando boas festas à minha família. Enquanto escrevia, sentia a consciência pesada por passar o Natal longe deles, mas agora, enquanto caminhava pelos jardins cobertos de gelo, eu pensava no quanto valia a pena ter permanecido ali. Era meu sétimo ano, a última oportunidade de estar em Hogwarts para o Natal antes que eu me formasse. Era também a derradeira chance de ter a escola inteira praticamente só para mim e mais alguns poucos estudantes.

Ainda na cabana de Hagrid, meu estômago anunciou que era chegada a hora do almoço. Teria o professor Dumbledore montado uma única mesa para a refeição? “Somos tão poucos”, diria ele. Saímos juntos, Hagrid e eu, em direção ao Salão Principal, onde encontramos amigos e notamos que o empadão estava ainda mais saboroso naquela ocasião.

Por Márcio Oliveira

Imagine-se a seguinte história: Em 23 de novembro de 2007, escrevo a Hagrid uma carta com estes termos:

“Prezado Hagrid:

Tudo bem? (Espero que sim.)
Posso ir à sua cabana neste Natal? Tenho algo de que vai gostar.
Gostaria muito de que você contasse tudo que ouviu sobre a jornada de Harry Potter e seus amigos, a que foi feita para que destruíssem as tais horcruxes.
Saudações.”

Depois de Hagrid aceitar a proposta, alguns amigos e eu vamos à cabana no Natal.
— Muito obrigado por nos receber, Hagrid. Trouxe isto para você.
Entrego uma garrafa de cachaça.
— Você sabe, sou do Brasil; fiz o primeiro ano numa escola de Magia do meu país. Por favor, conte-me o que sabe sobre a aventura de Potter e seus amigos.
Ao ouvir sobre Os Contos de Bedle, o bardo, pergunto:
— E o Weasley nunca havia se lembrado da Pedra da Ressurreição quando estava no primeiro ano? Sim, porque você já me contou que os três souberam da Pedra Filosofal, a qual lembra um pouco a da Ressurreição.
— Não sei se se lembrou. Você teria de perguntar a ele.
— Bem, eu não me lembraria da história de uma pedra por causa da outra: nasci trouxa. Não que um nascido-trouxa não possa tomar conhecimento dos contos ainda quando criança. Há alguns nascidos-trouxas que os descobrem na biblioteca de Hogwarts aos onze anos. Dumbledore gostava deles, não?
— D’Os Contos de Beedle, o bardo, ou dos nascidos-trouxas?
— Dos dois.
— Gostava.

Então eu me lembro de outra coisa:

— Será que Você-Sabe-Quem leu A vida e as mentiras de Alvo Dumbledore?
— Não sei (responde Hagrid, indo preparar chá), mas se leu, gostou.
Ele muda de ideia e decide abrir a garrafa de cachaça. Conjuro copinhos de vidro. Depois de bebermos mais da metade, elogia a cachaça brasileira. Faz alguns feitiços. Eu, embriagado, digo:
— Viva a Magia! Vivam os midi-chlorians! Os bruxos hão de chegar ao espaço e formar uma ordem Jedi!
(Ninguém entende, pois sou o único nascido-trouxa; os circunstantes não apreciam a ficção científica da comunidade não mágica.)

Saem faíscas da minha varinha; late o Fofo (o bafo dele não é tão forte como o meu).
— Boa a sua varinha (comenta o meio gigante).
— Obrigado (respondo, soluçando). O núcleo dela é de pentelho de Saci.
Começamos a cantar:
— “Tengo-tengo/ Santo Antônio e Chalé/ Minha gente, é muito samba no pé!”
— Escutem! (digo eu, após a cantoria). Todo europeu bebe; Hagrid bebe; logo, a Europa existe!
Todos aplaudem. Multiplicamos magicamente a bebida, e ela dura a noite toda.

Por Monique Calmon

Era véspera de Natal, e eu corria em direção ao Corujal. Seguia tão apressada que nem olhava para os lados, até que esbarrei num grifinório particularmente grande e fui de cara no chão.

– Caramba, Monique, você está bem? – perguntou Ron, enquanto eu me levantava.
– Sim, tá tudo cer… Ron? Harry? Harry!!!
– Oi, Monique! Estava fugindo do Pirraça?
– Não, não… Harry, a Edwiges está por aí? Será que ela poderia entregar uma carta para mim?
– Hmm, deixa eu pensar… Será que eu deveria confiar minha amada coruja a alguém da Sonserina? O que você acha, Ron?
– Nossa, cara, acho que não, vai que ela entrega a Edwiges ao Snape… Você não quer tomar ensopado de coruja nesse Natal, quer?
– Bobos. – respondi, e já voltava a seguir meu caminho quando Harry disse:
– Bom, já que é Natal, dessa vez eu deixo. Ela vai estar no Corujal, caso já tenha voltado do Pólo Norte.
– Muito obrigada, Harry! Mas sinto que ela vai ter que fazer outra visita para lá essa noite.
– Então melhor se apressar!
– Pólo Norte? Caramba, não sabia que vocês tinham parentes tão distantes! – completou Ron, ingenuamente.

No Corujal, entreguei a carta a Edwiges, que desapareceu como um floco de neve no céu. Mas será que ela seria rápida suficiente? Segui para as masmorras, relembrando das histórias que meus pais trouxas me contavam, sobre um velhinho de barbas brancas que morava em um lugar distante e que entregava presentes às crianças no Natal. E realmente, como mágica, todo ano aparecia um presentinho debaixo da árvore para mim.

Mas esse era meu primeiro ano em Hogwarts, e não sabia se Papai Noel encontraria o caminho certo. Quer dizer, trouxas não podiam saber a localização do castelo, e isso seria um problema.

Acordei ainda na poltrona do salão comunal, com as badaladas do relógio soando meia-noite. Abri os olhos e lá estava ele, de costas: vestes vermelhas, cabelo branco e uma sacola de presentes ao seu lado. Era Papai Noel em pessoa! Ele se virou, e eu não podia ter uma surpresa maior.

– Professor Dumbledore???
– Hohoho! Mais um aluno que descobre meu disfarce… Guarde esse segredo, certo? Feliz Natal, srta. Calmon!

Ele entregou meu presente e se retirou, enquanto eu ainda estava boquiaberta. Então o velhinho que entregava presentes às crianças de família trouxa, era na verdade o bruxo mais brilhante do Mundo da Magia?! E as cartas que eu achava que iam para o Pólo Norte apenas cruzavam o terreno de Hogwarts?! Abri logo meu presente: eram sapos de chocolate, que tiveram um gostinho especial naquele Natal.

Por Nilsen Silva

O Natal em Hogwarts sempre foi uma das coisas mais mágicas, com o perdão do trocadilho, com a qual me deparei na literatura de J.K. Rowling. Dragões, feitiços, passagens secretas, lutas sangrentas entre o bem e o mal também têm sua parcela de importância – e uma bem generosa -, mas um dos aspectos que eu mais aprecio na saga Harry Potter é a inocência incrustada nas linhas dos primeiros livros. Uma inocência que vai desaparecendo aos poucos, conforme tudo vai mudando e se tornando mais sombrio.

Apesar de o Dia das Bruxas ser muito marcante na minha memória potteriana, o Natal sempre teve a capacidade de me fazer suspirar e sonhar acordada. Afinal, a época por si só já é inteiramente incrível. Acho que não vou estar sozinha na hora de afirmar isso, mas o Natal não tem um cheiro próprio? O aroma delicioso de peru, os condimentos fortes, os perfumes das pessoas bem arrumadas para a ocasião, as frutas secas, as sobremesas doces e apetitosas… tudo isso misturado resulta em um dos melhores cheiros que eu já senti, um dos mais envolventes e que mexem com a minha memória.

E não é que de repente eu estou em Hogwarts, tremelicando de frio e ouvindo meu estômago roncar? Tudo isso só de lembrar de tudo aquilo que eu já vivi, mesmo que indiretamente. Entro no Grande Salão e vejo as mesas das quatro casas arrumadas e os pratos cheios. De barriga cheia, passeio pelos corredores, admiro a neve caindo pelas janelas e vou para a sala comunal me enrolar num cobertor felpudo e começar a desembrulhar os presentes recebidos, um a um. A pilha é pequena, mas envolve lembranças dadas por pessoas importantes. Não importa se é ficção ou realidade, se é na Inglaterra ou no Brasil. Não importa se o nosso natal não tem neve. O que importa são as memórias, o que elas nos fazem sentir, os cheiros que trazem lembrança e que nos fazem concluir que, finalmente, está acontecendo: a melhor época do ano chegou.

Por Orlando Louzada

Abro os olhos de chofre! Sinto-me como se já estivesse acordado há muito tempo. Tento me levantar e pilhas de livros caem da cama para o chão, em uma confusão de páginas e pergaminhos. Parece que passei a noite estudando, o que é normal que aconteça, mas eu não me lembro de nada. Na noite passada eu… O que eu fiz na noite passada? Não me recordo, por mais que eu queira. Recolho os livros e visto minhas vestes de frio, já que a neve lá fora cai pesadamente, e tenho um encontro. Não seja bobo! Não é um encontro romântico. Vou encontrar minha professora de Trato das criaturas mágicas para uma expedição de campo nesse feriado. Ah! Mas feriado de quê? Não é normal que eu esqueça das coisas, principalmente os feriados. Ainda mais este, que sei que também é feriado dos trouxas. Acho que ando estudando demais!
Os corredores da escola estão quase desertos, a não ser por Pirraça cantando palavras feias. Um cheiro muito bom de torta de abóbora invade meus pulmões. Sinto que eu deveria parar para comer uma fatia de torta, ou duas, quem sabe três, talvez quatro, e também uma quinta. Mas não há tempo.

“Bom dia, senhor”, ouço quando passo pela grande porta. Talvez tenha sido um dos fantasmas. O vento frio de cortar o rosto passa perto de mim. Abraço a mim mesmo e tento enfrentá-lo ao máximo. Caminho um pouco e olho para o campo de quadribol, onde duas alunas da minha casa voam, quase deixando seus cachecóis azuis e cobre serem levados pelo o vento.

Vejo uma figura loira olhando em minha direção. Recordo-me de quando a famosa naturalista, que deu continuidade à série “Animais fantásticos e onde habitam”, aceitou o cargo de professora. Ela vem ao meu encontro e me guia, sem dizer uma palavra, por uma trilha estreita na neve, até uma clareira na floresta proibida. Sinto um arrepio cortar minha espinha. “Sabia que apaguei sua memória com um feitiço ontem?”, sussurra ela. “Por que fez isso, professora Lovegood?”, pergunto, também sussurrando. “Para que não se lembrasse do dia de hoje e fosse uma total surpresa! Para que você sinta como se fosse seu primeiro… Quieto! Ai vem eles!” Quando estou prestes a descobrir o feriado ela se cala, e pede pra que eu faça o mesmo. “Eles quem?” pergunto, desobedientemente com medo. Ela afasta alguns galhos baixos para que eu possa ver. Na clareira, uma manada de lindos animais com grandes chifres brilhantes pastava calmamente. “São…? Não pode ser verdade!”, digo, sem acreditar no que vejo. “São o que você pensa. Bufadores de chifre enrugado. A propósito, Feliz Natal!!!”

Por Sheila Vieira

Não consegui voltar ao Brasil neste Natal. As passagens estavam muito caras! Apesar de estar com saudade da minha família, há lugares piores para passar o final de ano do que Hogwarts. O castelo é enorme e eu não o conheço inteiro. Como a maioria dos alunos foi para casa, há mais espaço para circular e o Filch não fica na cola sempre.

Sou aluna da Corvinal, mas tenho alguns amigos na Grifinória, porque eles conhecem mais o castelo. É uma espécie de legado aventureiro que o Harry Potter e seus amigos deixaram lá. A principal coisa que me mostraram foi uma passagem direta para Hogsmeade! Ainda bem, já que o frio está insuportável para encarar o caminho tradicional.

Após mais alguns passeios, chegou a véspera de Natal. Ganhei alguns livros de presente dos amigos, comi uma refeição deliciosa e fui para o meu quarto. Então bateu forte a saudade da minha família. Havia falado com eles nos últimos dias e contado minhas aventuras. Derramei algumas lágrimas.

Senti alguém me cutucando e me acordando de uma soneca. Era minha mãe! E meu pai! E minhas irmãs!

– Mãe??? O que você está fazendo aqui???
– Nós decidimos vir para cá, já que você não poderia ir até o Brasil.
– Mas como vocês entraram no castelo?
– Pela entrada secreta de Hogsmeade. – contou minha irmã do meio.

Chorei novamente, mas de felicidade.

Por Natallie Alcântara

Meu primeiro Natal em Hogwarts. Nem acredito. Parece que foi ontem que minha carta chegou, só de lembrar a cara da minha mãe quando eu disse que as esquisitices que eu fazia tinham nome… Só de dizer o nome a cara dela ficou branca… Engraçado lembrar isso agora…

O tempo passou muito rápido, já é Natal! Preferi comemorar a data na escola mesmo, quero conhecer mais esse lugar, tem muita coisa que ainda não explorei por aqui. Além disso, meus dois amigos vão ficar também, então… Na verdade decidimos em conjunto ficar, afinal não dá para explorar um lugar tão grande assim sozinha.

Vou levar esse presente dos meus pais para eles verem, o salão comunal está ficando cheio. Não achei que mais da metade dos calouros fosse querer ficar para o Natal, ninguém merece, achei que ficaria com a torre da Grifinória todinha só para mim. Mas deixe estar, acho que eu e os meninos vamos passar o dia no pátio ou andando por aí, mas de noite, o castelo que me aguarde!

Mas onde estão esses dois que não descem! O salão principal também ficou meio cheio, principalmente a mesa da Grifinória, caramba. Acho que não vou esperá-los para comer, estou com muita fome. E essas bombas de caramelo aqui na minha frente estão me tentando demais.

Vou falar, preciso mandar uma foto dessas árvores de Natal, que lindas. E eu achando que os enfeites do shopping eram bonitos. Nem se comparam. A árvore principal de Natal é imensa, as bolas têm brilhos multicores e são encantadas. As guirlandas em torno das portas do salão principal são encantadas também, mudando de um tom de verde para o outro. Lindo mesmo de se ver. E essa mesa de café da manhã então? Cereais de todos os tipos, caramelo, maçãs vermelhas, suco de abóbora muito bom… Estou com água na boca, vou tentar provar de tudo um pouco aqui. Ainda não me acostumei com essas refeições suntuosas daqui, muito melhores do que em quaisquer hotéis cinco estrelas!

Mas onde estão esses meninos? Ah, lá vem eles. Acho que o pessoal aqui não vai se importar que alunos da Lufa-Lufa fiquem aqui. Vou esperar eles comerem para depois começarmos nossas aventuras pela escola. Mal posso esperar para descobrir as surpresas que esse castelo esconde. Meu Natal vai ser ótimo!

E para você que está lendo isso, um Feliz Natal!
Que sua festa seja tão mágica como a minha aqui com certeza será!

A equipe das Colunas deseja a todos um Feliz Natal, e que todos os nossos sonhos se realizem em 2013!